quinta-feira, 29 de março de 2007

Uma verdade inconveniente e um filme obrigatório


Há filmes bons e filmes maus, mas há, também, filmes que são obrigatórios.

Todos ouvimos falar do fenómeno do aquecimento global, mas nunca o conseguimos perceber bem. Sabemos que o Mundo está em perigo, mas não sabemos as causas e quando é que existe esse perigo. Também não sabemos que consequências ou impactos têm os nossos comportamentos no meio ambiente.

Na ciência não costuma, também, haver consensos, mas se a esmagadora maioria dos melhores cientistas do Mundo tiver razão, o Planeta Terra corre sérios riscos, que terão de ser impedidos num prazo mais curto do que aquilo que imaginamos.

O filme Uma Verdade Inconveniente consiste numa esclarecedora descrição de Al Gore do fenómeno do aquecimento global.

Só tive a oportunidade de o ver através de DVD, pelo que só falo do filme neste momento.

Repito que este não é um filme que se gosta ou não se gosta, mas é, isso sim,um filme obrigatório, que todos devemos ver e pedir para que todos vejam.


"Com compreensão, inteligência e esperança, “Uma Verdade Inconveniente” traz-nos os argumentos persuasivos de Al Gore, que nos explicam que já não podemos olhar para o problema do aquecimento global como uma questão política, mas sim como o maior desafio global que teremos de enfrentar."


Já se estava à espera...


Ao contrário de muitas opiniões não olho com surpresa para o cartaz do PNR.
Este partido de extrema-direita tem ganho alguma notoriedade com o passar dos tempos, facto que também não me surpreende.
O programa da RTP que tinha como objectivo ver quem seria o melhor português de sempre corria o risco de trazer acima da mesa um assunto delicado: o período do Estado Novo, na figura de Oliveira Salazar. Não me espanta que este ditador do século XX tenha vencido, pois após o 25 de Abril de 1974 houve um grande falhanço em áreas que para mim são de extrema importância, como a segurança e a educação.
Contudo, tendo em conta que não vivi no período do Estado Novo, não vou falar sobre o mesmo.
Mas a vitória de Salazar com 20% de avanço sobre o segundo classificado, as sucessivas manifestações de descontentamento e a notoriedade que o PNR tem ganho são um sinal claro de que as pessoas não estão satisfeitas com a situação política e económica do nosso país.

Quanto ao PNR, não o vejo como uma ameaça nem como algo que me faça ter medo. Pelo contrário. Portugal tem problemas relaccionados com a imigração que culminam com a criminalidade. É um facto. Contudo, na minha opinião, a solução não está na expulsão (ou algo do género) dos mesmos, mas numa melhor integração na sociedade. Este e outros assuntos devem, na minha opinião, ser vistos com olhos sérios e sem medos ou populismos. Os problemas devem ser resolvidos e só o debate os pode resolver, com a ajuda do PNR, pois todos os partidos e todas as pessoas devem ter uma palavra a dizer sobre o presente e o futuro do país.


O que a mim me incomoda não é a ideologia do Partido Nacional Renovador, mas o desprezo que os políticos têm para com os assuntos que este partido traz "à baila".

sábado, 24 de março de 2007

Forças de atraso


É impossível um país andar para a frente quando se ganham as eleições prometendo-se uma coisa aos portugueses, fazendo-se, depois da chegada ao poder, exactamente o oposto do que se prometera.

É impossível um país andar para a frente quando o principal Partido da oposição não tem as características necessárias sequer para a vida democrática, quanto mais para fazer oposição ao governo ou mesmo para formar um governo competente.

É impossível um país andar para a frente quando os companheiros de um mesmo Partido vão para a imprensa criticar-se uns aos outros, até nas alturas em que o referido Partido está no governo.

É impossível um país andar para a frente quando se criam instabilidades políticas e governativas perfeitamente desnecessárias, apenas para se fazer uma maior perseguição política.

É impossível um país andar para a frente quando os cidadãos não acreditam nos políticos e quando os políticos fazem tudo para denegrir a imagem uns dos outros.

É impossível um país andar para a frente quando se monta um clima de terror e suspeição à volta de tudo e de todos.


É impossível um país andar para a frente quando se fala em credibilidade, em competência e em coerência quando não se as tem.


Há certas pessoas com quem um debate sério é impossível.





Daí ser precisa uma reformulação total da direita, que muito tem contribuido para a descredibilização da política.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Para a eternidade



O esforço, a dedicação, a devoção e a glória de 14 capitães do Sporting fez com que o clube lhes fizesse uma devida homenagem. Foi ontem, em Alvalade.
Foi uma noite de grande emoção, onde se partilharam as aventuras com a camisola do Sporting.
A gratidão do clube para com estes atletas foi evidente e é de louvar que, em pleno século XXI, com o mundo do futebol transformado num negócio, ainda exista amor à camisola.
Em meu nome pessoal, principalmente aos capitães desta geração, muito obrigado. Nunca vos esqueceremos.

Ganda noia, meu!


Porque é que Marques Mendes critica o governo socialista quando foi um dos grandes responsáveis pela chegada de Sócrates a primeiro-ministro. Marques Mendes foi um dos maiores opositores ao governo do PSD que caiu, o que, consequentemente, deu na vitória dos socialistas na eleições legislativas. Marques Mendes devia, em vez de pedir explicações, responder pelo que fez pois ele, também, é responsável...

quinta-feira, 22 de março de 2007

Menezes vs. Santana ou Menezes e Santana vs. Mendes



Pedro Santana Lopes é aquilo que eu chamo de político-modelo. É o exemplo que sigo. Curiosamente, é um homem competente, que trouxe credibilidade ao debate político quando disse o que disse, em plena campanha eleitoral, sobre SCUT'S ou impostos, por exemplo. Podemos acusar Santana de tudo, menos de não ser credível, de ter faltado à verdade ou de não ser competente.

Cada vez que Santana Lopes ou Luis Filipe Menezes falam, nota-se uma grande agitação na imprensa e uma enorme atenção da opinião pública.

Nos últimos tempos, Santana Lopes, deu uma conferência onde falou sobre o futuro da direita em Portugal, uma entrevista na televisão e interviu no debate mensal da Assembleia da República. Isto é o suficiente para agitar marés e criar uma espécie de tempestade entre os apoiantes de Marques Mendes.

Sinto-me bastante honrado por haver, no PSD, pessoas como Pedro Santana Lopes, dispostas a tudo em prol do Partido. Não vou perder tempo na caracterização de uma pessoa que todos conhecemos, mas apenas falar do que Santana disse sobre o futuro do PSD. Isso é o que me interessa neste momento.

Pareceu-me bastante correcta a visão de Santana acerca do estado da direita em Portugal. De resto, já publiquei o conteúdo da sua palestra noutro post. Mas o mais importante que Santana Lopes disse nestes últimos tempos foi o facto de ter deixado em aberto um possível regresso à liderança do PSD, mas eu sublinho que disse que apenas o faria se, à sua volta, não visse ninguém que tivesse melhores condições para avançar para uma candidatura.
Mas existe outra pessoa. Luis Filipe Menezes anunciou, na passada sexta-feira, a sua candidatura à liderança do PSD. Como Santana, Menezes é, também, um homem de vitórias, alcançando consecutivas vitórias em Vila Nova de Gaia. Como Santana, Menezes é, também, um homem com obra feita. Enfim, têm muitas semelhanças, embora tenham um precurso político diferente, mas parece-me que tanto um como outro são muito competentes e não tenho dúvidas de que estão à altura para a difícil tarefa de liderar um PSD no estado em que está.

Na minha opinião, Santana e Menezes não são e nunca serão adversários. São, como eu e como milhares de militantes do PSD, pessoas disponíveis para ajudar o Partido a recuperar da situação calamitosa onde tem estado nestes últimos tempos. Assim, qualquer artigo que diga algo em contrário, não me parece ter qualquer fundamento, pelo que considero esse que um cenário, Menezes vs. Santana, embora que possível (como tudo é, na vida), muito pouco ou nada provável. O provável é Menezes e Santana unirem-se para derrotar Mendes e para devolver as vitórias ao PPD/PSD.

terça-feira, 20 de março de 2007

segunda-feira, 19 de março de 2007

"Ele não é grande e pelos vistos não é grande coisa"


Foram as palavras de um taxista com quem falei há alguns dias sobre Marques Mendes. O que interessa é o que o povo acha...

Valeu a pena

As duas melhores equipas portuguesas defrontaram-se num jogo que era decisivo para o Sporting, visto que uma derrota da equipa de Alvalade, deixava os leões a 12 pontos do Porto.
O Porto era favorito, pois jogava em casa e pelo facto de o Sporting estar muito pressionado neste jogo. Mas o jogo foi magnífico. Estádio cheio, bom tempo, muita cor, muito som e muita emoção. O país estava a postos para o início de um dos grandes jogos da fase final desta temporada. As novidades nos onzes eram, do lado do Futebol Clube do Porto, a da inclusão de Alan no onze titular, jogando em 4x4x3 e, do lado do Sporting, Caneira jogou a central e Abel a lateral direito, ficando Tello como lateral esquerdo. Mas a grande surpresa foi o facto de ser Alecsandro a render o castigado Liedson, sendo acompanhado por Yannick Djaló.
Num autêntico mar azul, notava-se uma mancha verde. De esperança. Falo do sector onde estiveram as claques do Sporting, que, mais uma vez, deram um festival na bancada, tendo sido incansáveis no apoio à equipa, durante os 90 minutos.
O jogo foi muito equilibrado, com várias jogadas de perigo para as duas balizas. A minha primeira nota vai para os guarda-redes. Tanto Ricardo como Helton estiveram muitíssimo bem. Contudo Helton, no meu entender, foi o melhor jogador do FC Porto, tendo evitado que o Sporting acabasse com o jogo mais cedo, tendo mantido até ao fim a chama azul e branca. Como exemplo do que digo deixo um remate de Yannick Djaló que parecia golo certo, mas que Helton conseguiu “remeter” essa decisão para a trave, que a mandou para fora. Mas este seria o grande lance do jogo, não fosse o livre marcado de forma irrepreensível por Tello. Foi o único golo e o grande lance do jogo.
O livre marcado por Rodrigo Tello foi um momento de magia. Aquele livre, afinal, deu a vitória ao Sporting, colocando a justiça no resultado.
Quanto ao jogo, julgo que tanto o Sporting como o FC Porto excederam as expectativas, tendo sido um jogo táctico, mas muito bem jogado e muito equilibrado. Contudo, o Sporting pareceu-me ser ligeiramente melhor que o FC Porto, pelo que a ganhar alguém, julgo que a vitória seria mais justa se fosse para o Sporting e pela margem mínima. O melhor jogador do FC Porto foi Helton, por ter mantido a chama azul e branca acesa até ao fim, mas, pelo golo, Tello merece ter a nota mais alta da equipa de Alvalade. No entanto, Polga e Nani merecem também ter uma nota muito alta.
O Sporting fica a 6 pontos do FC Porto, 1ºclassificado, e o Porto vai ao Estádio da Luz na próxima jornada. Quanto ao Sporting, o próximo jogo será, em casa, diante do Beira-Mar. Com esta vitória, o Sporting mantém uma réstia de esperança quanto a uma possível, embora que, ainda, pouco provável, conquista do campeonato, além de estar nas meias-finais da Taça de Portugal, num jogo em casa contra um dos últimos classificados do campeonato.
A arbitragem foi exemplar. Mais uma vez, Pedro Henriques mostrou ser o melhor árbitro português, da actualidade.
Se alguém tinha dúvida quanto às duas melhores equipas do campeonato, as dúvidas foram dissipadas ontem: Sporting e Porto são as melhores equipas portuguesas e, por isso, na minha opinião, são as duas equipas que mais merecem o título, este ano.
Quando as duas melhores equipas se confrontam num jogo arbitrado pelo melhor árbitro português, o resultado é evidente: um grande espectáculo e…uma vitória do Sporting.

Vamos acreditar. Um leão tem de estar sempre presente. Na luta, até ao fim!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Objectos políticos


Nestes últimos tempos, principalmente desde que criei este blog, tenho-me deparado com uma situação nova, que não entendo. Como é que há pessoas dispostas a ser tratadas como objectos políticos? Não sei, nunca percebi. Uma coisa é ter um blog e estudar ou trabalhar, apenas para dar a opinião, porque se gosta de política e porque se está preocupado com o país e com um partido político. Outra é ter um blog, mandar umas bocas, julgar pessoas publicamente e ser cúmplice do pântano onde se encontra o PSD.

Não percebo, também, porque é que se insiste na política do Big Brother, montando espectáculos, circos, onde os principais palhaços acabam por ser as próprias pessoas que os montam. Diziam para eu ir estudar, mas afinal se não dizem coisa de jeito, coisa que interesse, de facto, aos portugueses, o melhor é irem-se agarrar aos livros, às televisões, estando com os olhos bem abertos e com os ouvidos no que dizem os portugueses.

Falo por exemplo de blogs como o Politicopata ou o Caisdalinha. Até faz lembrar a escravatura. Se estivermos com atenção, vemos que o que eles escrevem é sempre a dizer mal do Isaltino e defender causas, pessoas e estratégias que já não têm defesa. Já que perdem tanto tempo a investigar, a pesquisar e com a política, porque é que não fazem algo útil, como mostrar alternativas para o meu Partido as apresentar?

O que Mendes e estes objectos políticos fazem para ganhar o futuro é dividir o Partido, tornando-o cada vez mais só e pequeno. Ainda por cima, saem sempre mal em tudo o que montam, ainda por cima. Nem para isso têm competência. Quanto a oposição, zero. Preocupação com o país, zero. E credibilidade, zero.

Estou, realmente, preocupado com o futuro do PSD. Não ando de um lado para o outro, saltando de casa em casa, mudando o que digo, por tudo e por nada. Ou melhor, para arranjam uns dinheiritos. Já não há valores... Mas, sem medo, digo o que penso, divulgo a vontade das pessoas que ouço na rua e não vou entrar pelo "vale tudo" que caracteriza bem o meu actual Partido e os tais objectos políticos de que falo. E não contem comigo para montar espectáculos. Acredito nos meus valores, nos meus ideiais, na democracia e no PSD. E é por tudo isso que vou continuar a lutar.

Está encontrado o cérebro


Foi na base norte-americana de Guantánamo, em Cuba, que foi declarado que Khalid Sheikh Mohammed, de 41 anos, havia sido o cérebro do atentado de 11 de Setembro. Mohammed diz que foi o «responsável pela operação de 11 de Setembro de A a Z» e afirma também não se sentir «feliz» pela morte das pessoas, tendo pedido perdão por isso. É memebro da Al-Qaeda e foi detido no Paquistão, em Março de 2003, sendo reencaminhado para a base norte-americana em Guantánamo no ano passado.
Contudo, Mohammed não se fica por aqui. Diz o paquistanês que se assume como o responsável por vários outros atentados, como o dos carros armadilhados contra o WTC, em 1993, os de Bali, em 2002 que causaram mais de 200 mortos e as várias tentativas de ataques a porta-aviões norte-americanos.
Khalid Sheikh Mohammed admitiu também a sua responsabilidade em 32 operações da Al-Qaeda, entre as quais se destacam o assassinato contra os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e Jimmy Carter e contra o falecido Papa João Paulo II.
Segundo Mohammed, havia já vários ataques nos Estados Unidos a ser planeados, nomeadamente em Chicado, Nova Iorque e Los Angeles.
Mas o mais importante foi, sem dúvida, o que disse sobre o 11 de Setembro: «Eu era o director de operações de Osama bin Laden para a organização, planificação, acompanhamento e execução dos atentados de 11 de Setembro».

terça-feira, 13 de março de 2007

O Sporting não devia comparecer no Estádio do Dragão




“Lutem pela Verdade”. Era esta a faixa da claque Directivo Ultras XXI no jogo do passado sábado entre Sporting e Estrela da Amadora. Mas os sportinguistas como exemplares na luta pela verdade desportiva não protestam só quando a equipa não ganha. A arbitragem do último jogo do Sporting voltou a manchar o espectáculo. Isto, porque Moses, avançado do Estrela cometeu 3 agressões, chegando a lesionar com gravidade Tonel, que ficará durante 5 semanas de fora dos relvados, facto que o vai deixar de fora de vários jogos decisivos. Além disso, também Tiago Gomes deveria ter sido expulso após entrada violenta sobre Djaló. É incrível o que se tem feito com o Sporting, porque o que nós pedimos não é mais do que justiça.
O que aconteceu em Alvalade foi um autêntico campo de batalha. Os jogadores do Sporting têm sido muito castigados pelas agressões e “entradas violentas” de jogadores de outras equipas.
João Moutinho tem sido alvo de várias “entradas” perigosas e agora, também, Tonel se lesionou depois de uma agressão.
Às vezes, é preciso ser diferente e até radical. Visto que este é mais um campeonato comprado, acho que o Sporting, simplesmente, não deveria comparecer no Estádio do Dragão, ou então levar os juniores. Como forma de protesto e para salvaguardar a integridade física dos seus atletas.

segunda-feira, 12 de março de 2007

O futuro da direita em discussão, em Lisboa








Dada a conjuntura e tendo em conta a minha enorme preocupação com o estado da direita e do meu Partido, em particular, resolvi ir a uma conferência promovida por Manuel Monteiro, onde se iria discutir o futuro da direita em Portugal e no Mundo. Isso, sim, é útil. O debate é muito importante para a resolução dos problemas.

Resolvi, dado que a comunicação social às vezes não mostra, ou melhor, mostra de uma forma algo manipulada o que, de facto, se diz, levar um bloco de notas e uma caneta, para aqui fazer um resumo do que ali se debateu.

Pedro Santana Lopes, Francisco Sarsfield Cabral e Paulo Otero foram os convidados de Manuel Monteiro e da Nova Democracia para uma conferência onde se discutia o futuro da direita.

O primeiro a falar foi Paulo Otero, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que começou por colocar três questões: quais os momentos históricos da direita em Portugal, quais os seus valores e se será reaccionária.
Em relação à primeira questão que colocou, o professor explicou que a direita apareceu em 1820, aquando da Revolução Liberal no nosso país, sendo a favor do rei, mas contra as cortes, sendo mais tarde contra as leis de 1822 e aparecendo ligada à Igreja Católica. Curiosamente, desde o seu início que a vida da direita está longe de um consenso. Em 1833 é formada uma noção ibérica, ligada ao problema da sucessão, tendo três palavras-chave: Deus, Pátria e Rei. Em 1936, ano em que decorre, em Espanha, uma Guerra Civil, Salazar caracteriza os ideais da direita, dizendo que há 5 pontos indiscutíveis: a autoridade, a Pátria, a família, a Igreja e o trabalho.
Com o 25 de Abril de 1974, a direita passa a ser vista pela negativa, “fora de moda”, refugiando-se na ideia de centro.
Hoje, os valores da direita baseiam-se, segundo Otero, na centralidade da pessoa humana viva e concreta
, sendo influenciada pelos ideais kantianos, pelo cristianismo e pelo existencialismo cristão. Foi também referido o ideal da supletividade do Estado, ou seja, a tentativa de fazer com que o primado esteja na pessoa, como um valor característico da direita.
Em relação à diferença entre direita e esquerda, o professor referiu que as grandes diferenças residem no facto de a direita adoptar uma moral judaico-cristã, considerando que a liberdade não era absoluta. Absoluta é a pessoa. Assim, a direita, normalmente, rejeitaria o aborto e a eutanásia, sendo a família um valor nuclear, definindo o casamento como o vínculo de duas pessoas de sexos diferentes. Outra diferença entre esquerda e direita está no apego à História, preferindo a Nação e a Pátria ao Estado.
Foi, também, referido o dogma da autoridade, visto que, segundo Paulo Otero, a direita prefere um modelo de orgãos singulares, onde o executivo tenha mais poder que o parlamento.
Em relação ao facto de se dizer que a direita é reaccionária e ultraliberal, Otero recorreu ao exemplo recente do aborto, dizendo que “a lei aprovada na Assembleia da República sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez é, essa sim, reaccionária”, concluindo que “nunca se viu nada tão reaccionário no século XXI como a lei aprovada pela esquerda sobre a IVG” e que, com esta lei, “a vontade passa a ter um poder tão grande ao ponto de condenar à morte”, sendo que “o mais forte passa a suprimir a vida do mais fraco”, o que vai contra os próprios ideais da esquerda.

Francisco Sarsfield Cabral disse que “a partir do 25 de Abril de 74 todos eram de esquerda”, sendo que, na altura, o Partido mais à direita que existia era de centro. Contudo, hoje, “a situação está normalizada”.
Disse Sarsfield Cabral que não existem grandes diferenças entre os dois maiores partidos: o PS e o PSD. Quanto ao governo de Sócrates, caracterizou-o como um governo que segue políticas de direita, pegando nos temas fracturantes, como o do aborto, para mostrar alguma diferença em relação à direita.
Esta intervenção de Sarsfield Cabral incidiu mais sobre os Estados Unidos do que, propriamente, sobre Portugal, dizendo que “o que acontece em Portugal acontece primeiro lá fora”, deixando para Santana Lopes, que “conhece melhor por dentro a realidade nacional”, a tarefa de caracterizar, criticar e propor um caminho para a direita portuguesa.

A intervenção mais aguardada era a do ex.-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes, que começou por explicar a importância que aquele auditório tinha para ele, visto que Santana havia estudado Direito naquela mesma Universidade.
Começou por explicar o motivo de ter aceite o convite, elogiando Manuel Monteiro pela coragem de se mostrar como um político profissional.
Em relação ao que haviam dito Francisco Sarsfield Cabral e Paulo Otero, Santana Lopes disse que era importante separar casamento de união de facto e concordou com ideia de dar uma maior importância à memória, ao património e à Pátrias, apesar de pensar que se deve dar relevância ao Estado, enquanto regulador.
No que diz respeito à distinção esquerda-direita, Santana atribuiu à esquerda a responsabilidade por, hoje, quase não conseguirem distinguir os seus ideais, dizendo que nos nossos dias “ninguém acredita nas nacionalizações”. Continuou, num tom irónico, achando “interessante ver os socialistas a pensar em que lado de uma OPA estão”, porque isto significa, no fundo, perguntar em que lado do capitalismo acham mais certo estar.
Foi muito objectivo na caracterização do trabalho e da popularidade da direita e dos seus líderes desde o 25 de Abril, dizendo que todos os lideres de direita falharam, exceptuando Cavaco Silva e Francisco Sá Carneiro. Ele próprio falhou. Balsemão falhou. Marcelo Rebelo de Sousa falhou. Até Durão Barroso, Manuel Monteiro e Paulo Portas falharam. Na esquerda, todos os líderes acabaram por triunfar, deixando o exemplo de António Guterres, que, apesar de tudo, governou durante 6 anos. É neste contexto que nasce a necessidade de se restaurar o equilíbrio.
Mas o grande momento estava guardado para o fim, quando Santana disse que é impossível pensarmos em partidos unidos se tiverem diferenças ideológicas tão grandes, acrescentando que é totalmente diferente uma pessoa ser movida pelas suas convicções de outra que é movida pelos seus interesses particulares. Continuou dizendo que é natural assumir essas diferenças e essas fracturas.
Disse também o actual deputado que “a política não pode ser uma passerelle” e que as eleições são cada vez mais “fulanizadas”, dizendo também que cabe à direita repor a procura dos valores e das ideologias. Aliás, Santana chegou ao ponto de dizer que “Portugal está perto da Coreia do Norte e da Rússia, pois há várias notícias que correm na net e nas quais todos falamos, mas que não saem cá para fora”.
Santana trouxe mais ideias, ao revelar acreditar que as pessoas querem seriedade, estabilidade, honestidade e poder de decisão, o que pode ser interpretado como uma crítica à liderança de Marques Mendes ou até à postura de José Sócrates. Outra ideia é a valorização da diferença.
Pedro Santana Lopes acabou esta sua intervenção em grande ao dizer que “quem gosta de política, gosta do poder e da oposição, gostando de lutar nos dois lados”.


E já agora, falo do que o Marcelo disse sobre isto.
Em primeiro lugar, Marcelo não estava no auditório, logo não viu o que lá foi dito. O que sabe vem de um resumo que as televisões fizeram sobre as declarações destas pessoas. A minha teoria quanto a isto é que quem não estava, quem não sabe, não fala.
Em segundo lugar, julgo que Marcelo não percebeu a ideia da conferência. Não foi uma tentativa de Santana revelar que a divisão da direita pode culminar com o aparecimento de novas organizações ou partidos, mas um debate muito útil sobre a actualidade, o passado e, sobretudo, o futuro da direita no panorama político nacional e mundial.
Por último, no meu entender todos os partidos, organizações ou, simplesmente, opiniões de pessoas são muito úteis para a democracia, independentemente dos resultados que alcançam nos actos eleitorais. Ao dizer “falar para 6 ou 7 gatos pingados”, Marcelo estava a referir-se a várias mulheres e homens que ali estavam na qualidade de pessoas livres, verdadeiramente interessadas pela causa pública. Pior do que isso, é ridicularizar um partido, a Nova Democracia, simplesmente por ser menor (ter um menor peso, digo!) e por ter alguns ideais distintos dos seus. Isso não é respeito, tolerância nem útil para melhorar o futuro da direita. Isso não é democracia. E não me revejo nisso.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia da mulher



Todos nós, nas nossas vidas, temos mulheres especiais. Visto que hoje é Dia da Mulher, queria deixar aqui o devido agradecimento e homenagem a todas as mulheres que têm sido fundamentais na minha vida.

Cada dia que passa, as mulheres têm cada vez mais poder. No desporto, no trabalho, na política. Na sociedade. E hoje o dia é delas...

Um vereador ao estilo do Gato Fedorento


Teve muita sorte, porque o programa Prós e Contras, da RTP1, deu muito tarde, na passada segunda-feira. Mas se tivesse sido hora e meia antes, com um número grande de lisboetas e portugueses, ligados à RTP, Carmona Rodrigues poderia ter tido mais um grande problema. Quando falo de Carmona é como se estivesse, também, a falar de Paula Teixeira da Cruz e de Marques Mendes. Isto porque o vereador Sérgio Lipari, questionado sobre as salas de chuto, disse que iria "aproveitar o consumo" para que os toxicodependentes tivessem melhores condições, impedindo vírus como o do HIV. Parecia um novo sketch do Gato Fedorento...

(Se alguém tiver imagens das afirmações de Lipari, peço que me envie, porque, incrédulo, na altura, me ri muito...)

50 anos de televisão


O dia de ontem fica marcado pelo 50ºaniversário da televisão, em Portugal. A RTP foi a estação que mais se deparou com as mudanças e as inovações do Mundo na segunda metade deste último século. Trouxe aos portugueses os grandes feitos, de onde se destaca a chegada do Homem à lua, percorrendo um longo caminho até aos dias de hoje, atravessando mesmo a passagem do regime ditatorial para o regime democrático, em que vivemos.
Nos últimos 50 anos, onde houve notícia, a RTP esteve sempre no sítio certo para dar conhecimento aos portugueses do que se passara pelo Mundo fora.
Tive a oportunidade de estudar pormenorizadamente toda a História da televisão, incluindo a portuguesa, da qual se destaca e sempre se destacará a RTP. Isto porque realizei, no semestre passado, um trabalho com o tema "televisão: perigo para a democracia?". Contudo, não queria entrar, neste artigo falando apenas do ponto de vista histórico da RTP.
Queria aproveitar esta oportunidade para elogiar a estação, visto que considero que a RTP pode ser definida como a televisão positiva, sempre fiel aos seus princípios e objectivos, acompanhando o desenvolvimento. A RTP foi, é e espera-se que continue a ser número 1. É uma segunda escola, onde aprendemos muito, todos os dias. Não é a televisão dos BigBrothers ou "Fiel ou Infiel", mas da cultura. É na RTP que aprendemos a História de Portugal e do Mundo. É na RTP que sabemos, todos os dias, as notícias que queremos. Com isenção.
É na RTP que podemos ver grande parte dos jogos das Selecções Nacionais ou os grandes debates políticos. Lembro-me, por exemplo, do Prós e Contras, que é, para mim, o melhor programa televisivo, na medida em que nos esclarece melhor sobre vários assuntos.
É na RTP que o povo português apreende a nossa cultura.
Mas acima de tudo, a RTP é uma estação "caça talentos". Os programas como a Operação Triunfo ou o Aqui Há Talento são exemplo disso. É a única estação que se preocupa, empenhadamente, com o futuro de Portugal.
Exemplar, a RTP fez 50 anos. De televisão positiva.

segunda-feira, 5 de março de 2007


O VozPropria alcança, hoje, a fasquia das 100 postagens.


Nestes quase 6 meses, o blog mostrou a intenção de debater politicamente as situações da vida nacional e, sobretudo, no PSD.


Nestes 6 meses, é preciso dizer-se que houve evoluções, visto que, após uma vitória de uma lista contra a apoiada pela Direcção Distrital e Nacional do Partido, consegui filiar-me no PPD/PSD. Mas as vitórias pessoais não passam só por aí. Este blog foi várias vezes criticado, pois não se sabia ao certo quem escrevia aqui, mas rapidamente me apresentei e me dei a conhecer às várias pessoas que por aqui passaram.


Este post nº100 revela a vitalidade do blog, pois sempre que achei oportuno, decidi intervir sobre a Política, o Cinema, o Desporto, sem esquecer, claro, a literatura. É que não chega pôr um videos, umas músicas ou trazer ideias mesquinhas para se ter um papel mais activo. É preciso estudar-se a matéria e dizer-se coisas que interessem. Não se devem procurar vitórias num momento de derrota clara. Talvez seja isso que faça a diferença entre o VozPropria e outros espaços de opinião.


Espero que tenham gostado desta primeira fase deste espaço de opinião, que agora terá, também, um novo objectivo: Semanalmente, durante os próximos 2 meses, vou colocar um post intitulado "Portugal, Sempre", tentando mostrar o que há de melhor pelo país fora. Porque o que é Nacional é bom.


Resta-me agradecer pela sua visita e dizer que estou sempre aberto a discutir novas ideias. De resto são as novas ideias que caracterizam o VozPropria, visto que estou convicto que é preciso trazer um novo rumo ao PSD e ao País.


Tenho dito.


António Lopes da Costa

Resta-nos uma Taça


Depois de mais uma exibição bem conseguida do Sporting, a equipa de Alvalade voltou a não ser eficaz no ataque, somando mais um empate, que diminui as hipóteses do Sporting em chegar ao título nacional, estando, neste momento, a 9 pontos do Porto e sem Liedson para o jogo do tudo ou nada no Dragão.


Contudo, o Sporting voltou a ser vítima da arbitragem, no lance em que Liedson é expulso. Isto, não obstante se aceitar a decisão do árbitro no que diz respeito ao avançado brasileiro, mas porque esta agressão resulta de um lance onde deveria ter sido marcada uma grande penalidade a favor do Sporting. O Sporting e os seus jogadores voltaram a ser prejudicados, havendo, mais uma vez, dois critérios, consoante a cor das camisolas.


Muitas vezes, Bueno estava em posição regular quando se isolava para a baliza leiriense, mas o mesmo fiscal de linha que expulsara Liedson marcou, mal, fora-de-jogo ao craque uruguaio.


Num campeonato em que já perdemos um jogo com um golo marcado com a mão e com muitos pontos perdidos à custa da arbitragem, o Sporting vê-se afastado da luta pelo título.


Não se entende porque é que a direcção do Sporting não protestou o jogo com o Paços de Ferreira, que nos custou, pelo menos dois pontos, visto que o golo do Paços foi marcado de forma irregular.


Na semana passada, um golo foi mal anulado ao Sporting, por alegada falta sobre o guarda-redes do Aves, no fim da primeira parte, que nos custou mais dois pontos.


E em Leiria, repetiu-se a dose. O Sporting foi impedido de chegar à vitória, por falha da arbitragem, perdendo mais dois pontos. E vão seis pontos, perdidos, por falhas da arbitragem, que devia ter marcado penalty a favor do Sporting, aos 23 minutos de jogo, apesar de Liedson ter sido bem expulso.


Espera-se que a direcção do Sporting tome uma atitude em relação a estes atentados à verdade desportiva e que continue a estar atento, ajudando a Justiça, nos casos de corrupção que existem no futebol português.


Mas o Sporting tem tudo para vencer a Taça, estando nas meias-finais, contra o Beira-Mar, num jogo que se disputará em Alvalade, podendo jogar com Braga, Belenenses ou Varzim na Final.

sábado, 3 de março de 2007

Eclipse


No Bíblico terceiro dia, do terceiro mês
do, também, Sagrado, ano Sete,
dois milénios após o início da contagem,
a Lua iluminava a noite da cidade eterna, onde o Mundo começara.
Horas poucas, minutos alguns e segundos imensos
e a imensidão da luz lunar se apagara.

Com a luz, contida,
de uma noite que sumiu,
a Lua, escondida,
no Céu, perdida,
de nos encontrar não desistiu.

Mudaram-se os tempos
e as marés do Mar,
mas a Lua, Rainha,
Sua Alteza teimava em não brilhar.

A Terra reflectiu-se na Lua,
que nos alertou para a realidade,
apontando a nua, crua
e triste verdade.

Na campanha prometeu-nos o Mundo,
no governo põe-nos num buraco. Sem fundo.
Hoje a Lua nos ensinou
a não sermos compreensíveis nem tolerantes com quem nos enganou.
É que é esse e é assim o momento actual.
De eclipse, em Portugal...

"Eu tenho os Estados Unidos da América"


A espionagem, contra-espionagem e traição nos períodos difíceis da 2ªGuerra Mundial e da Guerra Fria.


O BOM PASTOR é a história nunca, antes, revelada, do nascimento da CIA, Agência Central de Informação, vista através de um Homem que acredita na identidade e valores norte-americanos, usando todos os meios para proteger o seu país, chegando inclusivamente a pôr os EUA à frente da própria família.

"Não é possível compreender o presente sem compreender como aqui chegámos. "O Bom Pastor" diz-nos como.” — Richard C. A. Holbrooke, Embaixador dos EUA nas Nações Unidas, 1999-2001

Um bom filme. Nos cinemas.

150.000, um número curioso


150.000 é um número que está, sem dúvida, na garganta deste governo socialista. Há pouco mais de 2 anos, na campanha eleitoral, José Sócrates prometera aos portugueses aumentar em 150.000 o número de postos de trabalho em Portugal. O desemprego foi aumentando, atingindo, mesmo, o maior número dos últimos 9 anos. Mas um facto é que foi à volta dos 150.000, o número dos trabalhadores que se manifestaram, hoje, em Lisboa, contra a política do governo em relação ao trabalho, que tem agravado as condições de vida das pessoas.


O líder da CGTP pretendeu confrontar o Primeiro-Ministro, José Sócrates, com os números do desemprego e com as promessas feitas pelo mesmo em campanha eleitoral, com a situação da saúde, educação e segurança social, entre outros temas, exigindo, mesmo, ao Governo, o crescimento real dos salários, a criação de emprego com direitos e a dinamização da contratação colectiva.


Engraçado é que neste mesmo dia é feita mais uma Sondagem em que o PSD volta a cair. O PCP e o PS sobem. Por falta de alternativas credíveis.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Apesar de aparecer, de há uns meses a esta parte, todos os dias na imprensa(excepto, talvez, no SOL, sabe-se lá porquê!), deixou de ser notícia


A propósito da polícia e da segurança


Em Algés/Miraflores, há mais de um ano que as pessoas que vivem perto da Avenida dos Bombeiros Voluntários se têm deparado com um problema de segurança, que a polícia não conseguiu ainda resolver.

O problema nem sequer passa por pessoas, mas por cães, que andam à solta, atacando os outros cães e, até mesmo, as pessoas. Infelizmente, sou testemunha de dois destes ataques, visto que o meu cão foi ferozmente atacado, com mordidelas perto do olhoe com feridas em todo o corpo. Pior do que isso, foi quando um rapaz de 17 anos foi mordido da perna e um senhor mais velho que andava de bicicleta foi também atacado. Fui à polícia, mas levaram a situação na brincadeira. Aliás, vários vizinhos fizeram também queixa. Sem consequências. O mesmo aconteceu quando perguntei na Junta se não podiam fazer nada pelas pessoas que cá vivem e que lidam todos os dias com este problema.

Indiquei o local onde costumam estar os cães, onde dormem e quem lhes dá comida. Em vão. Passado um ano, tudo está na mesma e cada vez pior.

Infelizmente, por falta de vontade da Junta e por incompetência(ou seja lá o que for!) da PSP, tenho medo de ir à rua.