sábado, 27 de dezembro de 2008

2009


A meia-noite de dia 31 de Dezembro para 1 de Janeiro marca o ultrapassar de uma barreira psicológica, que nos leva todos a crer que, a partir da meia-noite, algo de novo recomeça.
2008 não foi um ano particularmente feliz. Nem para o Mundo. Nem para o País. Nem para mim.
O ano que vem será, certamente, um ano diferente, com novos episódios e, claro, novos protagonistas. 2009 será, por exemplo, o primeiro ano de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos.
Por cá, teremos eleições europeias, autárquicas e legislativas, que poderão marcar uma mudança necessária de políticas, depois do autêntico fracasso da governação socialista, cujos números já não conseguem mais disfarçar.
Será, por isso, muito difícil para Sócrates esconder a realidade aos portugueses, depois de nos iludir manipulando números e estatísticas. Será muito complicado que os portugueses, no fim de um mandato, continuem a acreditar num homem que sempre sacudiu as responsabilidades para o passado (e o passado são três anos de governação social-democrata!) e para a conjuntura internacional, para a qual, de resto, o País e o governo não estavam preparados.
E é importante que se faça um balanço final deste Governo Socialista. Nesse balanço, verificamos que o Governo não protagonizou as reformas que prometeu, não cumpriu as promessas que fez. E falhou nas matérias de Finanças Públicas (porque as contas públicas afinal não estão em ordem), falhou na Educação, na Saúde e na Segurança, deixando quase tudo de lado, agarrando-se às obras públicas, numa opção que, tendo em conta a dificuldade de recurso ao crédito, levanta muitas dúvidas nos portugueses.
Em suma, Sócrates prometeu e falhou em quase tudo. Por isso, para 2009 ser um bom ano para o País, será necessário que haja uma mudança clara de políticas, com mais verdade e muito mais rigor. Quanto às claustrofobia democrática, o país não pode aguentar muito mais tempo esta pressão enorme sobre as pessoas e sobre as famílias, levada a cabo pelo Governo, com a enorme ajuda da comunicação social, nomeadamente a imprensa escrita.
2009 marca o fim de um vazio político na Câmara de Lisboa. Percebemos que o tal Zé não fazia falta e que lesou os lisboetas e os contribuintes. Percebemos, também, que António Costa não tem uma ideia para a Câmara, a julgar por aquilo que não disse e por aquilo que não fez à frente da principal autarquia do País.
Por isso, a candidatura de Santana Lopes era tão temida na esquerda, completamente fragmentada, e tão criticada nos vários meios da propaganda socialista, expressão que resume, hoje, a maioria da imprensa socialista, à qual se junta uma certa e determinada estação de televisão.
Santana Lopes devolveu a esperança aos lisboetas: porque, quando exerceu o cargo de Presidente da Câmara, melhorou a vida a quem vive em Lisboa. É importante para a cidade que haja uma vitória, clara, que dê conforto a Santana Lopes para prosseguir um projecto que estava a fazer tão bem à cidade.
Para 2009 ser um bom ano para Lisboa, é estritamente necessária uma vitória confortável do PSD nas autárquicas na capital.
De resto, os votos que faço são pessoais, académicos e familiares. Faço votos para que seja bem sucedido no príncipio do fim da minha licenciatura. Faço votos para que eu e a minha família tenhamos saúde. E era uma grande alegria para mim ver o Sporting ser campeão nacional no próximo ano. Espero que 2009 seja um ano em que aumente a sensibilidade social, dos Governos e das pessoas, porque há muita miséria, muita pobreza e muita fome, no país e no resto do mundo, que exigem a nossa atenção e solidariedade.
A todos os mais próximos, aos meus amigos, conhecidos, a todos os leitores do meu blogue, desejo também um Bom, Próspero e Feliz Ano de 2009!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008


Desejo um Feliz Natal e um Bom Ano Novo.
Um abraço

domingo, 21 de dezembro de 2008

Alvalade 2008


O Sporting não venceu no último jogo de 2008 e irá ver, a três jornadas do fim da primeira volta, outras equipas a cinco ou seis pontos de distância.
2008 não foi um ano em grande para o Sporting, como também não o foi para o desporto português, depois de uma eliminação do Euro e com os atletas portugueses a não conseguirem corresponder às expectativas legitimamente depositadas sobre si. Desde Naíde Gomes a Obikwelu, atletas com ligação ao Sporting, que não conseguiram aquilo que pretendiam nos Jogos Olímpicos.
Mas 2008 foi um ano em que aprendemos algumas coisas, graças a vários e sucessivos episódios ocorridos no relvado do Alvalade XXI. E o que não sabíamos, ficámos a saber ontem, no último jogo do ano!
Começando pelo fim, ontem ficámos a saber que é permitido que um guarda-redes agarre a bola com as maõs um pedacito fora da grande área. A única condição é que esse guarda-redes não seja o do Sporting.
Ficámos a saber que um livre pode ser marcado com rapidez e dar em golo quando é contra o Sporting. O contrário não se verifica. Isto, porque Messi marcou um dos cinco golos que o Barcelona fez em Alvalade dessa forma. Ontem, Liedson, da mesma forma, levantou o estádio. Mas, sendo Liedson jogador do Sporting, o golo não foi validado.
Ficámos a saber que para que seja golo do Sporting, não basta que a bola entre toda dentro da baliza, porque Postiga fez um golo desses, contra o Vitória de Guimarães, mas o fiscal de linha fez de conta que não viu nada. Sim, fez de conta, porque estou por cima do bandeirinha e vi, como todas as pessoas na bancada, mas ele fingiu que não era nada com ele.
Ficámos a saber que uma falta cometida por um jogador do Sporting a dois ou três metros da grande-área defensiva dá direito a...penalty! Claro, contra o Sporting. Foi assim logo no jogo da primeira jornada contra o Trofense.
Depois, as coisas normais: jogadores do Sporting expulsos quando o árbitro não viu! Neste ano, mas na temporada passada, um árbitro não viu, mas o fiscal viu um penalty cometido na grande-área do Benfica. O árbitro não viu, pelo que deixou jogar.
2008 foi mesmo um ano em que nós, sportinguistas, percebemos que não sabemos nada sobre as regras do futebol. Ontem, por exemplo, um jogador da Académica atirou a bola para fora e o árbitro marcou pontapé de baliza a favor...da Académica!
No que interessa ao futebol, que são os golos, ficámos a saber que não chega marcar mais golos que o adversário para ganhar os jogos. É também preciso que os árbitros os validem. Houve jogos em que o Sporting marcou 2, mas ganhou 1-0. Houve jogos em que o Sporting marcou 3, mas ganhou 2-0. Ontem o Sporting marcou 2, mas empatou...a zeros!
Que, em 2009, haja mais verdade desportiva e que os árbitros tenham mais respeito pelo clube que formou 1/4 dos melhores jogadores do Mundo dos últimos 8 anos! Esse é o meu primeiro voto para o ano que vem! Porque estou convencido de que, se as regras forem cumpridas, o Sporting ganhará mais vezes e por mais golos de diferença.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cooperação institucional?



Sócrates faz votos de uma "desejável frutuosa cooperação institucional com o Presidente da República"?
Cooperação instucional? Ouvi bem?
Se bem entendo o que Sócrates diz, ou está a fazer uma promessa de que irá dar orientações ao grupo parlamentar socialista no sentido de recuarem na questão do polémico Estatuto Político-Administrativo dos Açores ou então estará, mais uma vez, a mentir ao Presidente da República e...aos portugueses.
Isto, no dia em que sabemos que o Sócrates já não é líder do Partido Socialista, mas de um novo partido: o Partido Popular da Esquerda Moderada. Ou coisa do género.
Como diz o povo, "ele há com cada coisa"...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Anedotas


Eu nunca tinha ouvido falar nem fazia a mínima ideia de que existia, na Ucrânia, uma equipa chamada Metalist Kharkiv. Do mesmo modo que não conheço Myron Markevich, treinador dessa equipa.
Todos sabem que eu não tenho nenhuma estima particular pelo Benfica. Acusam-me, até, de criticar demasiadas vezes a equipa do lado de lá da Segunda Circular.
Mas se há coisa que eu não admito é que gozem o meu país. Mexe muito com o meu sistema nervoso! Por isso, não gostei nada dos insultos de Camacho ao futebol português, como também não gostei de quando Boloni, que era, na altura, o treinador do meu clube, quando criticou o nível do futebol praticado pelos portugueses.
O Benfica é uma equipa que, quer queiramos quer não, faz parte da História do futebol português, apesar de eu nunca ter sequer sentido o cheiro daquela grande equipa europeia, de há quarenta anos atrás. Eu, normalmente, desejo que o Benfica perca. E desejo que perca por duas razões: para que o Sporting possa ganhar pontos ao Benfica, na jornada; e para que possa enviar uma mensagem de gozo aos meus amigos benfiquistas, que tenho muitos, como eles me enviam para mim quando o Sporting não vence.
Amanhã, quinta-feira, quero que o Benfica ganhe. Mas mais do que ganhe, quero que ganhe por, pelo menos, oito a zero. Gosto muito de Portugal e, se o Benfica ganhar amanhã, pelo menos, por oito a zero, o meu País fica bem visto lá fora.
Não posso nunca admitir que um qualquer treinador, de uma equipa que eu completamente desconhecia, venha ao nosso país gozar com uma das nossas equipas. E fê-lo quando disse que "era uma anedota" o Benfica ganhar 8-0.
Eu não podia discordar mais. Há muitas razões para apoiar o Benfica amanhã, mesmo aqueles que não são do Benfica: primeiro, o Metalist é uma equipa desconhecida; segundo, trazem a segunda equipa; terceiro, até o Estoril lhes ganhou por 2-1.
Estou convicto de que o Benfica amanhã vai golear esta equipa. Não sei se ganha por 8-0. Tudo depende do discurso de Quique no balneário e na forma com os jogadores encararão o jogo de amanhã: ou preferem concentrar atenções no campeonato (como deseja o treinador adversário) ou sentem que podem dar tudo, neste jogo, entrando para a História do Clube e assegurando um lugar na memória de todos nós, portugueses.
Vamos ver quem conta anedotas a quem, amanhã à noite...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Portas abertas


Eu não pude acompanhar de perto as eleições do CDS. Não pude, mas, se quisesse, dificilmente poderia saber com pormenor as evoluções durante o dia de eleições internas nos democratas-cristãos. Porque as televisões não passaram as eleições do CDS como passaram, com directos sucessivos, por exemplo, o Congresso do Partido Comunista.
Nos jornais, foram poucas e curtas as referências aos 95% que Portas arrancou.
Hoje, alguns militantes do CDS vão provavelmente anunciar, em conferência de imprensa, que vão abandonar o partido. Esta conferência de imprensa foi anunciada com notas de primeira página em vários jornais, foi destaque matinal nas rádios e notícia nos telejornais, tratando a situação como se o CDS vivesse uma crise.
Na minha opinião, não há nenhuma crise no CDS, nem nenhuma divisão, e os 95% dos militantes que votaram em Portas conferem-lhe uma nova e reforçada legitimidade para levar o partido ao que espero ser um bom resultado eleitoral.
Por isso, a imprensa não diz, mas devia dizer, que os membros do partido que vão entregar o cartão fazem parte dos menos de 5% que não se revêem na liderança de Portas e essa percentagem é, como demonstram os números, insignificante.
Curioso que Sócrates tem vários notáveis a criticar as suas políticas. Provavelmente não haverá nenhum outro partido político português tão fracturado como o Partido Socialista, que, pelos vistos, se pode dividir em dois. Não há memória de um PS tão dividido como hoje! Isso é o que a mesma comunicação social esquece e tenta esconder dos portugueses. Sabe-se lá porquê.
O CDS está vivo e as eleições internas mostram que, além de vivo, está mobilizado e confiante em alcançar resultados positivos nas várias eleições do ano que vem.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O próximo combate


Depois de uma vitória história alcançada por Pedro Santana Lopes, em Lisboa, Durão Barroso aceitou um dificilmente recusável convite para presidir à Comissão Europeia. Para viajar para Bruxelas, Barroso foi a Belém para informar o Presidente da República de que lhe iria suceder Pedro Santana Lopes e que, assim, iria ficar garantida a estabilidade. Depois de Sampaio ter dado o aval a Barroso, este assumiu, então, a Presidência da Comissão Europeia. É, nestas condições, que Santana, com o único objectivo de servir o país, aceita esse difícil desafio.
António Pedro Carmona Rodrigues assume a Presidência da Câmara de Lisboa, porque era vice de Santana.
Foram tempos difíceis aqueles em que o PSD esteve no Governo da Câmara e do País, herdando um pântano que veio do tempo dos socialistas. O país estava, de facto, de tanga.
Sampaio, completamente despido de sentido de Estado, sem qualquer respeito pela cooperação institucional entre os órgãos de soberania, e depois de garantir estabilidade a Santana Lopes, dissolve a Assembleia da República, naquilo que foi, com verdade, um golpe de Estado. Porque Sampaio poderia ter marcado eleições. E, nesse cenário, Barroso dificilmente aceitaria ir para a Comissão. Mas a militância socialista era mais forte do que o cargo de Presidente da República e Sampaio, depois de ver o seu Partido mais organizado, com José Sócrates eleito, dissolve, repito, a Assembleia. Poderia ter demitido o Governo, mas não.
Perguntar-me-ão qual é a diferença entre demitir o Governo e dissolver a Assembleia. Na prática, em ambas as situações cai o Governo. Só que dissolvendo a Assembleia, Sampaio não precisava de dar uma explicação, ao contrário do que aconteceria se, simplesmente, tivesse demitido o Governo de Santana. Podemos concluir, portanto, que não havia razão para fazer caír o Governo que exercia, com legitimidade, essas funções, suportado por uma maioria democraticamente eleita pelos cidadãos.
Esse golpe de Estado gerou um evidente clima de vitória no Partido Socialista e foi sem dificuldade e nesse clima que Sócrates obteve uma confortável maioria absoluta. Santana volta à Câmara a tempo de concluir a esmagadora maioria das suas promessas eleitorais. Ficou por fazer o projecto do Parque Mayer, inviabilizado pela tal esquerda que, hoje, euforicamente, exalta o investimento público. De resto, a obra ficou feita e dificilmente os lisboetas se esquecerão dos problemas que Santana Lopes lhes resolveu, como é exemplo o Túnel do Marquês, que Sá Fernandes, hoje ao lado de António Costa, quis bloquear.
Marques Mendes não escolheu Santana para uma recandidatura. Critiquei Mendes e continuo a pensar que foi uma péssima decisão para o Partido e, mais do que isso, para a cidade de Lisboa. Carmona venceu a Câmara, mas a seu lado tinha uma equipa inexperiente, com algumas personagens algo grotescas, até.
Aconteceu, depois, o evidente. Houve, por parte das Comissões Políticas Distrital e Nacional do Partido uma sucessiva retirada da confiança política aos vereadores e, até, ao Presidente da Câmara. Até hoje, nada provou que Mendes e Teixeira da Cruz tinham razão. Houve uma cisão entre vereadores e foram marcadas intercalares em Lisboa. O PSD foi buscar uma quarta escolha. O PS levou o seu número dois. Carmona e Roseta candidataram-se como independentes. Naturalmente, ganhou o PS e Carmona levou a melhor sobre o PSD, que obteve um absurdo terceiro lugar, descendo mais de 30% nas urnas.
Hoje, a Câmara é governada por António Costa. E quase que é tudo que se pode dizer sobre a Câmara de Lisboa, completamente estagnada. Desde que tomou posse, Costa não resolveu nenhum problema. Houve incêndios e cheias, que causaram danos elevadíssimos. Os lixos ficaram por recolher. E as tais pequenas coisas, que Costa prometera resolver, continuam iguais: buracos nas calçadas e as estradas cada vez mais terceiro-mundistas. Acumulam-se casos pouco claros envolvendo vereadores de Costa e militantes do Partido Socialista.
Lisboa está pior, hoje, do que estava. Poderia ter tido um Parque Mayer, mas não tem. Porque o PS não deixou. Mas vamos ter agora uma muralha, de contentores, que nos vão impedir de passear e admirar o nosso Tejo.
E Santana voltará a candidatar-se, se Deus e a Comissão Política Nacional do PSD quiserem. Oxalá que queiram. Porque, com Santana Lopes, Lisboa iria ser sem, dúvida, e outra vez, uma cidade bem mais atractiva, dinâmica e, claro, mais feliz.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Uma introdução ao próximo combate


Se tudo correr como o previsto, na terça-feira começa mais uma enorme batalha do PSD em Lisboa.

Para antecipar essa grande e difícil batalha, é importante recapitular um pouco sobre o passado recente do PSD, da Câmara e da cidade de Lisboa.
Estávamos em 2001 e o Partido Socialista estava confortavelmente no Governo há vários anos e tinha em seu poder as duas maiores Câmaras do país. O Presidente da República era o, também socialista, Jorge Sampaio. O PSD vinha de um período difícil, com sistemáticas crises de liderança, desde 1995. Nogueira saíra depois de uma derrota eleitoral pesada com Guterres. Marcelo caíra quando também caíu a AD e desse cenário surgiu um Congresso do qual saíu eleito Durão Barroso. Era ele que iria chefiar a oposição a um Governo que nos levou ao pântano.
O PSD não via grandes sinais de que o cenário político nacional se pudesse alterar, quando Santana Lopes foi anunciado como candidato à Câmara de Lisboa. No Porto, Rui Rio tinha a também difícil batalha de vencer, para o PSD, a Câmara da Invicta.
Nasci em Lisboa e foi sempre nessa lindíssima cidade que estudei. Vivi, intensamente, a campanha de Santana, que mobilizou o Partido e a Cidade, com várias iniciativas a levar os pavilhões e os outros espaços a transbordar de gente, de esperança e de alegria. O adversário era João Soares, filho de Mário Soares, que é o mais importante de todos os militantes do Partido Socialista. O PSD nunca tinha vencido a Câmara e dias antes das eleições aparece uma sondagem que coloca Santana 10 pontos atrás de Soares.
A vitória de Santana e do PSD em Lisboa foi histórica. Tenho a certeza absoluta de que ninguém, senão Santana, teria conseguido levar o PSD à Câmara. No Porto, Rui Rio vence surpreendentemente com alguma vantagem. E é nesse clima de mudança que tomou conta do país que Guterres, Primeiro-Ministro, aparece, pedindo a demissão e a marcação de eleições antecipadas. Segundo o próprio, o país estava no pântano e, por isso, houve também eleições internas no Partido Socialista, de onde saiu eleito Ferro Rodrigues.
Vencidas as duas principais Câmaras do País, o Partido entrou em euforia, mobilizando-se em torno de Durão Barroso e o PSD alcança, com maioria relativa, o Governo.
Depois, todos sabemos o que aconteceu. Mas o que eu realço foi o trabalho notável em todos os domínios protagonizado pela equipa foi eleita, com Santana, para a Câmara. O PS, como a restante esquerda, sempre quis apenas bloquear a solução que Santana deu, e bem, aos problemas.
A vitória inesperada de Santana Lopes foi a catapulta da vitória nas legislativas. Foi a lufada de ar fresco que fez com que, hoje, passados sete anos, o cenário político nacional tivesse sofrido uma enorme alteração.
Hoje, Durão Barroso é o Presidente da Comissão Europeia. Rui Rio mantém-se como Presidente da Câmara do Porto. Cavaco Silva é o Presidente da República.
Mas todos sabemos que o principal objectivo do PSD é constituír Governo. Em 2009, como em 2001, as autárquicas, que se antevêem difíceis, podem ser a catapulta do PSD para conseguir, numa só jogada, recuperar a Câmara de Lisboa e voltar a ser Governo de Portugal.
A bem do país, que assim seja.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Basileia, pelo caminho

Foi absolutamente inesquecível esta nova viagem à Suíça, desta feita para assistir ao vivo e apoiar incondicionalmente a equipa do Sporting.
Na terça-feira, dia do jogo, acordei cedo, numa pequena localidade nas proximidades de Nyon e segui, auto-estrada fora, para Basileia. Ainda no centro de Nyon, numa das primeiras ruas que o GPS indicava no percurso, vejo, passeando sozinho na rua, como qualquer pessoa comum, o Presidente da Uefa, Platini. Faltavam, nessa altura, ainda, perto de 230 km até chegar a St.Jakobs Park, onde, às 20 horas e 45 minutos (horas suiças), iria jogar o Sporting.
O trajecto é feito a 120 km/h. E não podia ser feito de outra forma, porque há radares em todo o lado, na Suíça. Duas horas depois de entrar no carro, cheguei, finalmente, a Basileia. Pelo caminho, pude apreciar a beleza das paisagens suíças, onde predominavam duas cores: o verde dos campos cultivados e o branco da neve das montanhas. Era o primeiro indicador positivo que apontava para um dia, em cheio, ou seja, um dia verde e branco.
Depois de saber onde ficava o estádio, passeei um pouco pela cidade, principalmente no passeio próximo do rio Reno. Basileia é completamente diferente de outras cidades suíças, como Genève ou Lausanne, que ficam na Suíça francesa. É uma cidade muito mais industrial, muito mais alemã.
Cheguei ao estádio bem cedo e fiquei surpreendido com a presença de vários grupos de portugueses, vindos de Portugal, para ver um jogo que iria decidir pouco. Os primeiros três portugueses com quem falei vinham de Elvas e apanharam o avião para Basileia em Madrid. A esmagadora maioria dos adeptos do Sporting que estiveram, na noite de terça, em St. Jakobs Park, não eram emigrantes. E, disso, eu não estava, certamente, à espera.
Não esquecerei que no centro-comercial do estádio, por baixo dos apartamentos, pedi uma água. O empregado pegou num copo, encheu-o com água, e pediu-me 4 francos. Mais perto da hora do jogo, noutro café do estádio, esqueci-me do sucedido e voltei a pedir uma água. O empregado pegou num copo, mas desta vez encheu-o com água com gás. Mais 4 francos!
A hora do jogo aproximava-se, o estádio ía-se enchendo de 30 mil suíços e várias centenas de sportinguistas, espalhados por todo o estádio. Depois, veio o jogo, a vitória do Sporting e...a neve. Só depois vieram os 600 mil euros da vitória. Nunca tinha assistido a um jogo de futebol, à neve. Por isso, como adepto incansável do Sporting, sinto-me mais completo depois desta viagem a Basileia.
A viagem de regresso para Nyon, assim como a ida para Genève, no dia seguinte, foram por baixo de um nevão, que transformou a Suíça num paradisíaco manto branco. Temi que não pudesse viajar para Lisboa, porque foram cancelados vários voos, de Genève e de outras cidades suíças e alemãs. Mas, ouvindo cânticos do Sporting ainda no ar, cheguei mesmo a Lisboa. Com uma hora de atraso, mas mais feliz, porque o Sporting ganhou e com as ideias refrescadas, porque é assim que vem um português, quando chega ao seu país de origem, de um pequeno paraíso, em todos os domínios, que existe no centro da Europa.



Um reparo: penso que o Sporting deveria dar a perceber à UEFA, à FIFA e aos adversários em jogos europeus, que o seu nome não é Sporting de Lisboa (Lissabon). De Lisboa é o Benfica, que se chama Sport Lisboa e Benfica. O Futebol Clube do Porto é do Porto. O Sporting é, como todos sabem ou deviam saber, Sporting Clube de Portugal. E é assim que tem de ser conhecido. Em Portugal, na Suíça e em todo o Mundo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Tantos porquês



Por que é que a imprensa de hoje não fala da oposição interna do PS, que ontem, com uma confortável maioria absoluta, poderia ter tido um enorme abanão em plena Assembleia? É que esse é o tema central, e não a falta de vários deputados.

Por que é que a imprensa não foi investigar as razões de várias faltas? Ou acham que os deputados faltosos foram só os do PSD? Ou acham que estes faltaram só porque lhes não apeteceu ir?

Por que é que a imprensa de hoje não dá um maior relevo à guerrinha entre o Primeiro-Ministro e o Presidente da República sobre o polémico Estatuto dos Açores?

Por que é que não há julgamentos públicos, semelhantes aos que se fazem, e mal, a militantes do PSD, nomeadamente na questão da falta de concurso público que vai originar um muro entre Lisboa e o seu rio, pondo vários milhões nas mãos de uma empresa, cujo administrador é um militante e amigalhaço do Partido Socialista?

Por que é que a comunicação social não fala do eclipse de ideias, de projectos e de obra existente na CML desde que Costa foi eleito?

Por que não há igualdade de tratamento, na comunicação social, entre o PS e o PSD?

Por que é que as palavras de um presidente da Câmara de Gaia têm maior relevância, para a comunicação social, do que as sucessivas divergências entre vários históricos do PS para com o caminho trilhado por Sócrates? É que nessas vozes divergentes do PS temos Manuel Alegre ou Mário Soares...

Porquê tanta euforia à volta do Magalhães, em vez de se falar do desnorte em que entrou a educação desde que este legislatura iniciou? Por que é que não apareceu em todas as primeiras páginas que Sócrates deu Magalhães às crianças só para a fotografia, tendo pedido às crianças que devolvessem o computador depois da cerimónia?

Muita comunicação social tem dado razão a Manuela Ferreira Leite, pois constatamos que a DEMOCRACIA ESTÁ SUSPENSA EM PORTUGAL.

Assim, Portugal tem andado para trás, afastando-se todos os dias da Europa Moderna. Somos menos ricos, menos desenvolvidos, mas também menos livres e menos democráticos.

(Sobre)vivemos numa ilusão, porque, ao certo, sabemos que nos foram e continuam a ser ditas várias mentiras. Afinal de contas, nem sequer sabemos, com verdade, se Sócrates é ou não engenheiro.

Faz de conta que sim.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

No bom caminho

Estou convicto de que, custe o que e a quem custar, o Sporting vai ser o campeão, este ano. Porque tem a melhor equipa, porque pratica o melhor futebol e porque é justo que um clube que tanto tem dado ao futebol português, com a formação de vários excelentes jogadores, como o próprio recém-eleito melhor jogador do Mundo, comece a colher frutos do seu próprio trabalho.
Mais do que isso, o Sporting tem conseguido vencer, mesmo quando são invalidados, enganosamente, golos limpinhos como a água. Ganhou na Figueira e em Leiria por 1-0, marcando 2 golos limpos em cada um dos jogos. Ganhou ao Vitória por 2-0, tendo colocado legalmente a bola dentro da baliza. Num primeiro comentário, porque não vi nenhuma repetição, nada me conseguiu ainda provar que o golo anulado foi bem invalidado. Outra vez, marcámos mais um golo do que aqueles que aparecem no resultado final. Postiga não estava fora-de-jogo, porque a bola lhe chegou por via de um mau corte de um defesa da equipa adversária. E foi isso que o árbitro marcou: fora-de-jogo. Mesmo que a bola tivesse saído, sería canto e não pontapé de baliza.
Curioso também aquele amarelo ao Izmailov que nem tocou sequer no adversário, numa "falta" a meio campo.
São esses sucessivos "erros" da arbitragem que me fazem crer que o Sporting vai ser campeão nacional este ano. É que, mesmo contra adversidades extra, vamos ganhando os nossos jogos, por via de belas exibições.
Hoje, o Sporting ganhou. E ganhou bem! Porque na parte em que se previa uma reacção do Estrela, o Sporting foi absolutamente demolidor e pareceu, durante várias jogadas, que estava a jogar sozinho. A atitude e a boa exibição do Estrela, até ao 2-1 e ao anulado 3-1, só engrandeceu mais esta vitória.
Estamos a meio de um caminho e estamos a seguir pelo sentido certo.
Voo amanhã, já, para a Suíça, onde espero assistir a mais uma vitória do Sporting, desta feita na Champions League. O Sporting tem de perceber que a filosofia que se deve adoptar no clube é a de que ganhar tem de ser um hábito da equipa.

O quarto grande


Havia piadas, no final da época passada, que diziam que os adeptos do Benfica haviam assaltado a sede da Fúria Azul, claque do Belenenses, e tinham furtado a faixa que dizia "o quarto grande somos nós".
Sem piadas, não faltam razões para dizer que o Benfica é, hoje, o quarto grande clube de Portugal.
Este ano, nas competições europeias, o Sporting foi o primeiro a classificar-se para a fase seguinte da Liga dos Campeões e o Porto foi o segundo. Entre os que não chegaram à maior competição de clubes da Europa, o Braga conseguiu, hoje, o apuramento para a próxima fase da Uefa. O quarto grande, neste aspecto, terá de ser o Benfica, que é a única que ainda compete nas competições europeias, mas não conseguiu o apuramento. Para passar, terá de vencer o seu jogo por 8 a zero. E, para salientar a magia do número em causa, 8 é o dobro de 4.
Para a reputada Federação de História e Estatística, o Benfica é a quarta melhor equipa portuguesa, sendo que, nesse ranking, que mede as melhores equipes do Mundo, o Sporting aparece em 19º lugar, o Porto em 50º, o Braga em 67º e o Benfica apenas na 120º posição.
Em relação à principal liga do futebol português, também o Benfica tem de ser considerado como a quarta melhor equipa, pois, no último campeonato, o Porto ficou em primeiro, o Sporting em segundo, o Vitória de Guimarães acabou no terceiro lugar e o Benfica, pois, ficou em...quarto!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

28 anos depois


Faz, hoje, 28 anos que morreu Francisco Sá Carneiro e continuamos, ano após ano, sem saber, com verdade, o que foi que levou ao seu falecimento. Terá sido acidente ou terá sido atentado? Há 28 anos que colocamos essa questão, sem nunca encontrar uma resposta definitiva. É, porém, legítimo que várias cabeças, nomeadamente as sociais-democratas, como a minha, se inclinem para a segunda hipótese.
E há variadíssimas razões para pensarmos dessa maneira. Porque a Justiça sempre encobriu certas coisas e sempre, de forma pouco parcial, foi cúmplice de vários julgamentos públicos, feitos quase de forma sumária, a vários militantes do partido que Sá Carneiro ajudou a fundar.
É evidente quem ganhou e quem perdeu com a sua morte. E, em relação a quem perdeu, todos sabemos que, com a morte de Sá Carneiro, perdeu o PSD e perdeu Portugal.
O facto de não sabermos com certeza, passados 28 anos, se Sá Carneiro morreu por acidente ou se foi vítima de um atentado, pouco digno num Estado de Direito Democrático, só pode fazer com que nós, cidadãos, sociais-democratas, nos unamos, no espírito reformista de Sá Carneiro, ambicionando um Portugal melhor, mais livre e mais justo, mas também mais desenvolvido, com os olhos postos no progresso e na esperança de construír um futuro melhor.
Estará Portugal, hoje, pior em quase todos os domínios, em relação ao Portugal dos dias de Sá Carneiro, comparando, evidentemente com as realidades (de há quase 30 décadas e de hoje) da Europa e do Resto do Mundo.
Hoje, além de ser o dia de recordarmos Sá Carneiro, porque o recordamos todos os dias, é o dia de reflectirmos sobre o estado actual do nosso Partido e do nosso País. Porque, se fisicamente Sá Carneiro morreu, continua ainda vivo na memória de todos.
Sá Carneiro continua a ser um símbolo e o seu pensamento e a sua obra continuam a ser o mais rico dos patrimónios que o PSD tem.
Há 28 anos, as pessoas queriam Justiça, enquanto choravam a morte do seu Primeiro-Ministro, eleito com maioria absoluta. Curiosamente, 28 anos depois, podemos dizer que se Sá Carneiro é um exemplo que deve ser seguido por todos, a Justiça, que se lhe não fez, não foi, e continua a não ser, exemplo para ninguém.