terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A seca e a crise, porque um mal nunca vem só


Nas eleições do ano passado, a ideia de construir um país que se voltasse a virar para o mar e a apostar estrategicamente na agricultura foi quase unânime entre os partidos. Estavam, porventura, embalados por um conjunto de iniciativas dos privados com forte impacto junto de cada português, tendo-se publicitado com sucesso a ideia de que devemos consumir o que é nosso.
Com a crise no sector do leite, cujo preço de revenda em alguns hipermercados é inferior ao preço com que o leite é vendido no produtor, seria natural que houvesse, na Assembleia, um debate muito sério que se comprometesse a encontrar soluções para os produtores de leite portugueses. Esse debate ainda está para vir. 
Entretanto, e a somar-se a uma crise com precedentes distantes, veio uma seca que tem arruinado a agricultura, nas suas três vertentes, de norte a sul do país. No que respeita ao sector agro-pecuário, temos visto hipermercados a anunciar que o porco está ao preço do frango e que a vaca está ao preço do porco. 
É natural que os consumidores prefiram o barato. Mas o preço da água, da electricidade e dos combustíveis subiu. As sementes não desenvolveram com esta seca. O feno e a palha, que já não há em Portugal e são importados de Espanha e França, estão demasiadamente caros. E as rações, para o sector agro-pecuário, estão caras, nem que seja devido ao suporte inicial do IVA.
Se é fácil, para o português comum, compreender que é difícil que um pequeno agricultor consiga o retorno mínimo esperado numa altura em que investiu as suas economias para, por força de uma seca extrema, nada conseguir colher, não se percebe como é que esta situação ainda não chegou à Assembleia da República.
Numa altura em que se tem discutido o problema do desemprego, não se consegue perceber como é que os deputados ainda não anteviram que, para reduzir custos e conseguir um mínimo de retorno nesta altura de seca, algumas das grandes sociedades agrícolas vão ser forçadas a despedir pessoas, aumentando o flagelo do desemprego.
O que se realça é que esta omissão, por parte dos deputados, é partilhada por todos os partidos que, como sempre, só discutirão os problemas depois de consumados os resultados da omissão de medidas de apoio aos agricultores portugueses, o que nos dá uma ideia de que, em vez de estarem a discutir opções estratégicas para o crescimento da economia portuguesa e para o desenvolvimento económico, os deputados continuam distantes dos problemas reais do país, a brincar continuamente ao Carnaval.
Depois do tempo das vacas magras, chegámos ao tempo das vacas mortas. Mas os deputados só se vão aperceber disso quando chegarem a um hipermercado e não encontrarem um produto português. Nessa altura, chamam o empregado que talvez lhe tenha de dizer que, se quer um produto português, pois, senhor Deputado, agora coma pedras.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um vazio


Numa bancada dividida, em que apenas metade o aplaude, é constrangedor ouvir Seguro, líder de um partido que governou quase ininterruptamente durante 15 anos e que, findo esse período, negociou um memorando de entendimento no sentido de assegurar ajuda externa, dizer que Passos Coelho, por governar o país há 8 meses, deve assumir as suas responsabilidades, como se Passos Coelho fosse, em todas as circunstâncias, um fanático pela austeridade.
Terminado o debate parlamentar, os portugueses partem para o fim-de-semana sabendo que o combate político em Portugal é hoje travado pelos partidos de governo e a extrema esquerda portuguesa, na sua vertente sindical (através da CGTP) e partidária (através do PCP e do PEV). O PS continua dividido em dois (o PS, Partido de Sócrates, e o PS, Partido de Seguro). Dividido, enfraquecido e vazio, o PS deixou de contar aos olhos dos portugueses. 
Ora, tendo em conta os resultados da governação do PS, esse pode ser um facto positivo. Mas, sendo certo que há pouca margem de manobra, seria, ainda assim, importante que, no centro político, houvesse uma alternativa forte e construtiva que ajudasse o país a enfrentar esta situação difícil onde Sócrates nos deixou antes de fugir para Paris.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O discurso do que poderia ter sido

Há um ano, critiquei com veemência aqueles que se serviram do Sporting para ganhar visibilidade para outro tipo de negócios, com objectivos exclusivamente pessoais. Mas chega. Chega! O que poderia ter acontecido, simplesmente, poderia ter acontecido. Mas não aconteceu. E, se não aconteceu, não aconteceu. Ponto final. 
Para ter acontecido, os estatutos teriam de ser outros. Mas não eram, não foram. E, porque não eram nem foram, não eram nem foram. Acabou! 
Criticar, hoje, o que aconteceu e não deveria ter acontecido e dizer que o que poderia ter acontecido seria diferente para melhor, é assumir um discurso inconsequente e marcado por uma incerteza que nunca, nunca mesmo, pode vir a ser sequer demonstrável. É assumir um discurso que não se diferencia do discurso que, há um ano, se criticava. Porque esse discurso, sendo assumido hoje, não serve os interesses do Sporting, não prossegue sequer o ideal sportinguista numa das vertentes que Salazar Carreira deixou para a eternidade em 1924. Serve, exclusivamente, interesses pessoais numa busca incessante de um protagonismo oportunista, que merece total condenação, porque é uma janela de protagonismo que é aberta e aproveitada à custa de um mau momento do Clube que todos devemos servir.
Dentro da liberdade que a lei nos confere, temos o direito e, por vezes, o dever de criticar. Mas, numa altura em que as decisões estão tomadas, e devendo todos continuar atentos e exigentes, cabe-nos a todos defender os superiores interesses do nosso Clube. 
Em Janeiro, e depois de uma exibição pouco conseguida, um site de apoio colocou uma imagem antiga que dizia que "se soubessem o que este leão significa para nós, morriam em campo para nos dar a vitória". O novo treinador sabe o que este leão significa para nós. E sabemos, todos, o que este leão significa para o novo treinador. Estamos, por isso, em perfeita sintonia. Não a quebremos. E não percamos tempo, olhando para o passado, ainda que possamos discordar ou, simplesmente, lamentar. 
Não há nenhum de nós que esteja acima do Sporting. Não há nenhum de nós nem nenhum dos outros. Permaneçamos, por isso, fieis ao que está acima de nós. Porque os Domingos acabam à segunda-feira. E o Sporting continua... 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os cavalos grandes


Se perguntarmos a cada criador a forma como define um cavalo Puro Sangue Lusitano, dificilmente podemos encontrar duas respostas iguais. Tendo sempre como ponto de partida o cavalo que surge como padrão da raça, e que determina uma maior ou menor pontuação na aprovação como reprodutor, as respostas variam em função do modelo de cavalo que, em cada casa, o criador se propõe criar.
Na minha opinião, mais importante do que a morfologia, que não pode, ainda assim, fugir muito do estabelecido para padrão da raça, o cavalo Puro Sangue Lusitano distingue-se dos outros, sobretudo, pela cabeça. Para mim, um bom exemplar da raça é um cavalo inteligente, nobre e leal, em plena sintonia com o seu cavaleiro e cujos andamentos são naturais. É um cavalo com um passo descontraído e com um galope redondo, ainda que, a mando do cavaleiro, possa ser mais curto, até porque o galope curto é essencial no Puro Sangue Lusitano que, além de outras funcionalidades, é, sobretudo, um cavalo para uma equitação de trabalho. É da inteligência do cavalo coligada às intenções do cavaleiro que resulta a harmonia que, num conjunto vasto de animais, nos permite identificar imediatamente qual é o Puro Sangue Lusitano.
É assim que eu vejo o Puro Sangue Lusitano, como um cavalo de ensino fácil e cujas aptidões são vastas, dependendo daquilo que cada criador quer fazer. Tanto pode servir como cavalo de equitação de trabalho ou toureio, como de laser ou dressage. Dependendo da morfologia e da qualidade do trote, o cavalo Puro Sangue Lusitano pode ser também um bom cavalo para a atrelagem. Sendo, no meu entendimento, versátil por natureza, pode também ver-se o Puro Sangue Lusitano, em alguns casos, como um bom cavalo para a iniciação aos saltos de obstáculos, com alturas mais pequenas.
Nos últimos tempos, até pelo impacto de teve em alguns criadores, têm sido criticadas algumas reprovações na pontuação que confere ao cavalo a aprovação como reprodutor e a consequente inscrição no livro de adultos. 
Tenho acompanhado, com preocupação, o que se tem dito, o que se tem discutido e os resultados dessas mesmas pontuações e, no meu entendimento, parece-me que devem ser alargados os critérios de aprovação dos cavalos, porque, além de se querer seguir uma lógica de fazer aprovar o cavalo da moda (que ainda está para nascer e que, porventura, até poderá não ser um Puro Sangue Lusitano), se está a seguir um caminho demasiado redutor.
Apesar de todos sabermos que o Puro Sangue Lusitano é um cavalo que deve rondar o metro e sessenta ao garrote, pedem cavalos grandes. Estou contra esse factor, mais a mais porque entra em confronto com o que se exige no cavalo-padrão da raça. 
Têm ido a aprovação cavalos grandes, de uma linha de cavalos que teve enorme influência na criação da raça, que é a linha Andrade. São reprovados.
Pergunto. Se querem cavalos lusitanos grandes, por que razão os reprovam nas pontuações?
A criação do cavalo lusitano em cada casa depende apenas de duas razões que estão muito próximas: por um lado, a forma como o criador vê o modelo de cavalo Puro Sangue Lusitano e as funcionalidades que dele quer retirar e, por outro, a sensibilidade do criador.
Na nossa criação de cavalos, apesar de termos cavalos de linha Andrade, com outro tipo de poderio físico, o que nos interessam são os cavalos com boa cabeça, que sirvam às pretensões do seu proprietário. E os cavalos de metro e sessenta têm uma elasticidade que é muito mais difícil encontrar em cavalos grandes, que têm um galope menos fluído e que, por ser anti-natural, necessita de um muito maior esforço e ensino por parte do cavaleiro.
Ainda que consiga alcançar um galope mais redondo e que possa, por força do trabalho, parecer com um passo mais descontraído e fluído, esse cavalo grande é, naturalmente, um bom trotador. Apesar de não ser o típico lusitano (que sobressai pelo seu passo e galope), não deixa de ser um cavalo lusitano com outro tipo de constituição física e, por força desta, está mais habilitado para disciplinas focadas em cavalos com um bom trote. Um cavalo desses tem funcionalidade. Por exemplo, para a atrelagem, para a equitação de laser ou para a caça a cavalo. Sendo menos versátil, é funcional. E, em função da genealogia, não deixa de ser um cavalo lusitano e um potencial reprodutor.
Ora, na minha opinião, o que os júris querem é um cavalo grande e bem constituído fisicamente que tenha, simultaneamente, andamentos mais redondos e fluídos. 
Não digo que um cavalo com essa morfologia não possa alcançar a beleza de andamentos típico de um cavalo-padrão da raça tal como esse padrão existe na actualidade. Digo apenas que um cavalo grande, por regra, tem andamentos mais pesados. É um cavalo menos confortável para o cavaleiro, com o qual é mais difícil alcançar a sintonia, por exemplo, no galope, que é característica de um bom e típico cavalo Puro Sangue Lusitano.
Conseguimos perceber, com poucos meses de idade, se um determinado poldro pode vir a ser, ou não, um bom reprodutor. Depende da sua constituição física, do seu temperamento e da beleza e naturalidade dos seus andamentos. Se o poldro for excelente nesses três factores, será um cavalo excelente e, consequente, um excelente cavalo para as éguas. Um cavalo grande, mais pesado, pode ter uma boa morfologia e até vir a ter, depois de trabalhado, andamentos muito bons. Se for excepcional depois de bem montado, pode e deve ser aprovado como reprodutor. Mas tem de se ter em conta que a sua descendência perderá a naturalidade dos andamentos, necessitará de um esforço acrescido por parte de criadores e equitadores e perderá uma das maiores virtudes que encontro num cavalo Puro Sangue Lusitano.
Esta é a minha opinião, que resulta de uma verdade indesmentível e relativamente básica: porque eu posso ter poucas capacidades para ser um bom astrónomo e depois de estudar e empenhar-me nessa área durante anos ser um astrónomo aceitável. Mas isso não faz de mim, naturalmente, um astrónomo de excepção, porque, naturalmente, eu tinha outras capacidades. E, acima de mim, existiam outras pessoas com aptidões naturais para que fossem excepcionais a estudar corpos celestes, como as estrelas.
Considero, assim, que, além da morfologia, o cavalo lusitano tem de ser nobre, inteligente e leal, que constitua, com o cavaleiro, uma sintonia que faça que da soma dos dois nos pareça resultar um só, e uma harmonia perfeita. Tirar, ao Puro Sangue Lusitano, essa naturalidade que o torna versátil, funcional, eficiente nas funções para que os criamos, (sendo, ainda por cima, de uma beleza inigualável) é seguir uma utopia, descaracterizando a raça, retirando-lhe valores que, durante décadas de trabalho de vários criadores, já eram dados como assentes.
Sendo certo que um reprodutor tem de ter uma boa constituição física e, por isso, uma altura mínima ao garrote e que a raça pode, e deve, ser melhorada e desenvolver-se, parece-me que se está a criar, ainda para mais com intenções duvidosas e pontuações que revelam critérios muito discutíveis, um mito. 
Querem o melhor dos dois mundos, ou seja, um cavalo maior, mais forte e mais pesado, morfologicamente perfeito, com andamentos naturais e de excepção. Querem que esse seja o protótipo de um bom reprodutor Puro Sangue Lusitano.
Mas o Puro Sangue Lusitano não é assim. E esse cavalo, que querem, não existe.

(Santo António) Costa, o namoradeiro


Pode não arranjar solução para os problemas do quotidiano das pessoas, mas parece que a Câmara Municipal de Lisboa, em conjunto com Catarina Portas, quer ser solução para aqueles que, em dia de namorados, querem arranjar namorado ou namorada. Se não acredita, e até porque é para não acreditar, clique neste link.
Essa notícia do Público explica-lhe o que deverá fazer, se anda nessa busca desenfreada pelo parceiro ou parceira dos seus sonhos. Só não prometem é que seja uma morenaça com "salero" ou uma loiraça encantadora. Mas talvez valha a pena tentar.
Posto isto, só podemos mesmo dar razão aos que vão dizendo que, por força de prioridades trocadas, anda mesmo tudo louco. Tivesse isto acontecido noutros tempos,...

Hoje é dia de São...


...Valentim???

Agora, e sempre, com Sá Pinto!



Costumo falar pouco, aqui no blogue, de conversas privadas. Não acho que sejam para aqui chamadas. E sempre considerei que, por amor ao Sporting, há certas coisas que podemos dizer em privado, mas que, em público, não as devemos divulgar.
É público que não votei em Godinho Lopes. É público que o apoio agora. E apoio esta direcção desde o dia em que fui confrontado com a real situação do clube e os desafios que hoje se nos colocam, factos que me foram transmitidos em privado, numa reunião para a qual fui convidado com os dirigentes do Sporting, incluindo o Presidente, no Estádio José de Alvalade.
Nesse mesmo dia, antes dessa reunião, e em privado, disse a um assessor do Presidente que Domingos era uma escolha de risco. É do Porto. Desde pequenino e sê-lo-á até morrer. Tem, pelo Porto, a mesma paixão que eu tenho pelo Sporting. E isso é doentio. 
Sendo um treinador do melhor que há e um profissional de mão cheia, Domingos foi uma das razões que me levou a não apoiar Godinho Lopes em Março do ano passado. Porque Domingos, em jogador, recusou-se a vestir a camisola do Sporting. E, enquanto jogador, não consigo tirar da memória um jogo em Alvalade, onde o Porto festejou o seu título, e em que essa equipa do norte venceu por 1-0 num penalty bem assinalado por falta de Iordanov e convertido por...Domingos. 
Essa tarde, que tinha sido trágica em Alvalade, e essa noite de derrota sportinguista frente ao Porto lembram-me parte dos piores momentos que vivi enquanto adepto. Lembro-me perfeitamente que, depois dos acidentes dessa tarde, fiz uma birra enorme porque a minha mãe não me deixou ir ao estádio, o meu pai, que vinha cansado da Chamusca, também não queria ir. E foi em casa que assisti a essa derrota do Sporting e à correspondente vitória do Porto e de Domingos.
Domingos, mesmo sendo um dos melhores treinadores portugueses, só tinha hipóteses no Sporting, se conseguisse vitórias e uma colagem aos primeiros classificados. Foi isso que eu sempre disse em privado. Aos meus amigos e a pessoas com responsabilidade na direcção do Sporting. 
Fez, ainda assim, um bom trabalho, era relativamente consensual e tinha um projecto a longo prazo que acaba por terminar demasiado cedo. A questão é que, no passado recente, me foi parecendo que o Sporting não tinha desistido de Domingos, mas que Domingos já tinha desistido do Sporting. Porventura, disse-o eu na passada quarta-feira, após a vitória frente ao Nacional, Domingos já estava a preparar o seu futuro. Isto, porque o Benfica vai ser campeão este ano, porque Pinto da Costa precisa de um sucessor para Vitor Pereira e porque, entre as hipóteses possíveis, Domingos e Pedro Emanuel são os seus mais prováveis sucessores.
Se foi isso que aconteceu, é uma derrota pessoal de Godinho Lopes. Se não foi isso que aconteceu, então parece-me que foi uma decisão precipitada, na medida em que, antes do tempo, Sá Pinto é chamado para treinar a equipa principal.
Fazendo, já, a transição do passado para o futuro, também me foi parecendo (em conversas que fui mantendo com membros de um grupo iniciado pelo meu amigo João Faria) que Sá Pinto seria, naturalmente, treinador do Sporting. Nunca pensei que fosse para agora. E o que temo é que esta chamada tenha sido feita cedo demais.
Numa altura em que só nos fazem lembrar da agressão a Artur Jorge e a Liedson, Sá Pinto é uma referência, personificando o ideal sportinguista que aqui recordo com frequência. Ele é o Esforço, a Dedicação e a Devoção. E, a juntar-se a isso, fez um bom trabalho na União de Leiria e um fantástico trabalho nos juniores, tendo vulgarizado, em pleno Anfield Road, uma equipa jovem do Liverpool. No campeonato, deixa o Sporting 13 pontos à frente do Benfica num trajecto que, em 22 jogos, faz somar 19 vitórias a 3 empates.
Na minha opinião, penso que o Sporting deveria procurar, para e equipa técnica, pessoas com outro tipo de qualificações que possam auxiliar o Sá Pinto. Mas é com Sá Pinto que eu estou a cem por cento, os mesmos cem por cento com que todos devemos apoiar o esforço notável que os actuais dirigentes estão a fazer para dar, ao Sporting, o futuro que o Sporting merece.
Conscientes da situação actual, honrados pela História que herdamos e extremamente motivados nesta missão de vida que é pôr o Sporting num lugar que nunca deixou de ser o seu, temos a obrigação de continuar, com calma, a caminhar de mãos dadas, atrás de Godinho Lopes e de Sá Pinto.
Com a mesma garra de Sá Pinto, gritamos, agora ainda com mais firmeza e determinação:
Força Sá Pinto! Viva o Sporting!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Uma frase para começar a semana

"A persistência é o caminho do êxito".
Charles Chaplin

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O país precisa de tudo, quase tudo, menos Carnaval


Numa altura em que há milhares de jovens qualificados a emigrar em busca de emprego, e em que pessoas no meio da sua vida se confrontam inesperadamente com a situação de desemprego, era o que faltava que aqueles que têm a felicidade de ter um emprego, um trabalho, um salário mensal, pudessem ter um dia livre para brincar ao Carnaval. Era mesmo o que faltava! 
Infelizmente, o país andou demasiados anos a brincar aos Carnavais. Foram, curiosamente, os tempos em que a situação económica e financeira do país se ia mascarando. Mas caiu a máscara. E a altura é de vestir o fato de trabalhador. E trabalhar muito.
Não se poderia dizer a uns portugueses para irem lá para fora porque o país não tem condições para lhes oferecer a vida digna que eles merecerem, não se poderia dizer a outros para se empenharem na construção de novos e próprios negócios, não se poderia pedir aos que vivem com a corda ao pescoço por força de uma carga fiscal fortíssima, dizendo-se-lhes, simultaneamente, que esse esforço seria para pagar salários a pessoas que querem brincar aos Carnavais. 
Para que serviriam aqueles vídeos que todos partilhamos sobre a nossa História e sobre as nossas virtudes, se, na hora da verdade, o sinal que iríamos dar era de um Estado que tirava de uns para dar a outros, para que estes pudessem festejar o Carnaval?
Em tempo que não está para festas nem para Carnavais, esteve bem, muito bem, Pedro Passos Coelho. É com ele que estamos. A cem por cento. Até porque, entre outras coisas, se trata, também, de uma questão de honra!
Com honra, trabalhamos. Para puxar o país para a frente. Queremos mudar Portugal. E é isso que fazemos!
Ao trabalho!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Registamos.


Ao longo dos últimos dez anos, fui a estádios de futebol, pelo menos, duas vezes por mês. Logo aos domingos, corria para a televisão depois de jantar, para poder ver as repetições e as análises. As discussões e os comentários eram impossíveis de perder às segundas-feiras. Comprava os jornais, ia aos sites desportivos, enfim, tinha uma série de hábitos que, independentemente do resultado que o meu Sporting tivesse tido nesse fim-de-semana, faziam parte da minha rotina.
Faz já algum tempo que não vou a um estádio, que não vejo o que se diz nos jornais, que não perco as noites das minhas segundas-feiras a ouvir a já cansativa cantiga dos dois contra um. Alguns dos jogos já prefiro nem ver. Por causa dos relatos. Que são fracos, que são tendenciosos, que são um convite a mudar de canal.
O bichinho, que ainda existe e sempre existirá, vai sendo alimentado com o sportinguismo, que é também um ideal que se vive a cada dia, e com os jogos do Real Madrid. E tão bem que soube aqueles dois confrontos entre Barça e Real, com uma realização televisiva do melhor que alguma vez já houve, comentado (para os portugueses) pelo Freitas Lobo. Isso sim. Isso é futebol.
No que toca à forma como se aborda o futebol, não há nada melhor que o comentário de Freitas Lobo e a análise de André Pipa. Os outros, e se me escapa algum, peço que me perdoe, são personagens. Personagens. Nunca provaram nada. Não sabem nada. São rancorosos e pequenos. São parciais. E, para dizer qual é a chave do Euromilhões depois do jogo, que é o que parte deles fazem, vejo a Marisa Cruz. E que bem que ela diz os números! E tenho a certeza que, com apenas 2 euros, ao domingo à noite, era de caras que ganhava a sorte grande da sexta-feira anterior.
Sobre o Sporting, que é o que a mim me interessa, confesso que já estive preocupado. Já não estou. Agora pensamos pela nossa cabeça, indiferentes ao que dizem (e tanto dizem agora) sobre nós. Tem sido feito um esforço notável. De todos. Desde o Presidente ao roupeiro, passando, sobretudo, pelo treinador e pelos jogadores. Não tenho dúvidas nenhumas de que será com grande parte destes jogadores que, brevemente, seremos campeões nacionais. Agora estão em baixo. E não há mal nisso. Faz parte. Uns estão em baixo, outros estão em cima. E não conheço ninguém que tenha estado sempre em baixo, nem sempre em cima.
Não queremos mudar nada. Vamos continuar a seguir este caminho e, com a mesma persistência, a motivação irá voltar e, com ela, as vitórias. Não há nada que, sendo maravilhoso, tenha sido feito de um dia para o outro.
A única coisa que me preocupa é a questão financeira, que aqui irei abordar em breve, quando surgirem mais dados. Posso, contudo, começar por dizer que o Sporting é dos sócios. O Sporting são os sócios. Somos, de certa forma, os herdeiros de José de Alvalade e dos restantes fundadores. Mas nada disso, do meu ponto de vista, é posto em causa com a entrada de capital estrangeiro.
Mas voltando ao essencial do texto, que é o afastamento do futebol, não podia deixar de repudiar o nível, baixo e deseducado, com que profissionais que deviam ser responsáveis têm abordado o Sporting. Com as derrotas e os empates, voltámos a ser capa de jornal. Com a auditoria, também. Mas nós nada escondemos. E temos memória. E não a podemos perder. Não vamos esquecer o que nos têm feito, o que têm dito de nós. Não vamos esquecer quem fez, nem quem disse. E este campeonato está cheio de histórias: desde a recusa dos árbitros às reportagens sobre os túneis. 
Também não vamos esquecer a forma como se ocultou. Com essas ocultações, construíram-se mentiras. Que, repetidas mil vezes, continuam a ser mentiras. Só neste fim-de-semana, como demonstram as imagens, o árbitro viu um penalty numa falta fora de área (que já vai sendo habitual na Taça da Liga), mas não viu outro dentro da área. Com isso, o Sporting foi afastado da Taça (que ninguém) Liga. E ninguém disse isso. Desde os comentadores da SIC, que se mostraram favoráveis às decisões do árbitro, aos analistas de meia tigela. É assim connosco. E é bem diferente com os nossos rivais. Com sentido de humor, ironia e verdade, falou o treinador do Feirense (que perdeu 1-2 num jogo que poderia, pelo menos num determinado momento, estar 2-0 a seu favor). Este fim-de-semana falou o Luís Olim do Marítimo, que disse, logo depois do jogo contra o Benfica, que "o importante é que o Benfica venceu e o povo português está feliz. Esta semana vai ser produtiva e o povo vai esquecer que não terá tolerância de ponto no Carnaval".
O conforto que tenho, não indo ao estádio, não vendo as análises, não assistindo aos comentários, não lendo os jornais, prende-se exactamente com algo que, excepcionalmente, não nos podem tirar: a memória, de que falei. Temo-la. E, mesmo não vendo o Sporting pronunciar-se sobre nada, é com gozo e conforto de que sinto que estamos, todos, a registar tudo. 
Agora, há uma coisa que tem de ser certa: depois do ensurdecedor silêncio das nossas palavras, a memória terá de servir para alguma coisa...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O PSD e Lisboa



Sendo o partido que maioritariamente suporta o governo, ainda para mais nestes tempos difíceis, é natural que o PSD concentre as suas atenções na governação do país. Mas o tempo passa. E, à medida que vai passando, vai-se aproximando o termo dos mandatos de vários autarcas, o que aumenta a necessidade de, rapidamente, se chegar a uma solução que permita ao PSD encontrar bons cabeças-de-lista, que possam ganhar Câmaras para o PSD e, simultaneamente, dar um contributo aos concelhos a que se vão candidatar.
Tenho acompanhado as notícias sobre alguns concelhos, como Sintra, onde a candidatura anunciada de Marco Almeida, actual vice-presidente, surge com naturalidade, perante o consenso popular que, em Marco Almeida, encontra o perfil ideal para dar continuidade ao trabalho que vem sido feito pelas maiorias do PSD. Será, certamente, o homem que, entre todos os partidos e mesmo fora dos partidos, tem melhores condições para liderar o concelho, depois de uma vida dedicada a Sintra.
Com interesse acrescido, por ser a capital, observo o que se diz sobre a possível candidatura a Lisboa. Mas a política não pode ser uma dança das cadeiras. E não acho que seja, sequer, sério que um autarca que liderou uma Câmara Municipal durante mais de uma década possa, findo o limite legal de mandatos nessa autarquia, candidatar-se a um concelho vizinho. Na mesma linha, e porque considero que vai contra os objectivos da lei que limita os mandatos, sou contra candidaturas que se apresentem com um novo cabeça-de-lista, colocando o actual Presidente como candidato a futuro Presidente da Assembleia Municipal. Não violando a lei, vai contra as suas intenções. E, se isso se aceita num clube de futebol, não se pode aceitar num partido político. Sendo legal, não deixa de ser batota, uma batota que põe em causa o ideal reclamado da meritocracia e que dá mais um argumento aos que, hoje, já desconfiam das intenções dos titulares de cargos públicos.
A minha discordância para com uma eventual opção por Seara não tem nada de pessoal. É um homem sério, competente e íntegro. Mas Lisboa exige, do PSD, algo diferente. Diferente dos socialistas, diferente para a cidade. Para mudar por mudar, sem convicção nem dinâmica, e para que Lisboa continue parada, pois então lanço o desafio de que o PSD apoie António Costa. Porque Costa reúne os argumentos que são apresentados para que se crie uma vaga de fundo para Seara: é consensual e também é Presidente da Câmara Municipal de Lisboa sem o querer ser.
Digo isto, não com base em convicções pessoais, mas em factos. Já ouvi dizer que Seara só trocava Sintra pelo Benfica ou pela FPF. Vieira ainda não o deixou ser Presidente do Benfica. E Fernando Gomes cortou-lhe o sonho de vir a liderar o futebol português. Foi, creio eu, nesse sentido que Seara chegou mesmo a dizer, por ter saudades de ir a tribunal, que iria, depois de Sintra, retomar a sua actividade enquanto advogado. 
Dito isto, e tendo todos a perfeita consciência disto, com que motivação e ambição se apresentará um cabeça-de-lista e um projecto político para Lisboa? 
O PSD, em Lisboa e para Lisboa, precisa de encontrar um bom cabeça-de-lista. Mas, independentemente do nome, esse homem ou mulher tem de ser aquele ou aquela que melhor possa apresentar e defender um projecto inovador, dinâmico e coerente para a cidade. Tem de ser alguém que os munícipes possam imediatamente identificar como tendo um trabalho de grande proximidade de Lisboa e dos lisboetas. Alguém com dinâmica, com um projecto e uma visão que possam, novamente, fazer levantar Lisboa. E, mais importante do que tudo isso, o(a) cabeça-de-lista do PSD a Lisboa tem de ser alguém que não queira ser outra coisa, senão Presidente da Câmara da capital do país.
Concluo dizendo que Seara, sendo sério e competente, pode prestar serviços de grande utilidade ao país. Mas a sua personalidade é uma antítese do que o PSD e Lisboa precisam.