tag:blogger.com,1999:blog-377171032024-03-07T20:20:12.661+00:00TENHO DITO.www.vozpropria.blogspot.comAntónio Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.comBlogger1616125tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-80775725000459498302015-10-13T19:45:00.000+01:002015-10-13T21:25:42.066+01:00A democracia no caixote do lixo e o fim do mundo em cuecas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioQkEHkfKJo1W_n9MjS8OJL5-gNs4PZVhgQlyN-vhEcdaVNdpWCvSuD3TPPBf9kpvABAfWAHqaw6-O9ELYEJQuwX0TnpWNc9q6qKAN0X0Qr-h0bksbMhYv_jd2VY36uE3W4rZ0WA/s1600/votacion+robada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioQkEHkfKJo1W_n9MjS8OJL5-gNs4PZVhgQlyN-vhEcdaVNdpWCvSuD3TPPBf9kpvABAfWAHqaw6-O9ELYEJQuwX0TnpWNc9q6qKAN0X0Qr-h0bksbMhYv_jd2VY36uE3W4rZ0WA/s320/votacion+robada.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sintetizemos: mais do que em
pânico ou, pelo menos, com ansiedade e expectativa, o país está incrédulo.
Primeiro, porque Costa não devia ter tirado o tapete a Seguro. Segundo, porque,
tendo tirado, deveria ter ganho as legislativas com maioria absoluta. Terceiro,
porque perdeu as eleições e não se demitiu. Tudo o resto já é demais e faz-nos
demasiada confusão à cabeça.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No meio do caos, surgiu, porém,
uma evidência: caíu a máscara ao meu homónimo. O homem do rigor e da confiança
transformou-se no homem da desvergonha e da instabilidade. Nada nos chateia
mais do que a evidência de alguém que perde a cara, que não tem palavra e que,
colocando a democracia no caixote do lixo, depois de perder nas urnas, demonstra apenas que quer o
poder pelo poder.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que se está a passar em Portugal
é, como diria Pires de Lima, uma obscenidade. Eu talvez fosse mais longe do que isso e, recorrendo à expressão utilizada pelo camarada Garcia Pereira, o que se fez aos portugueses foi uma traição. Uma traição à
nossa história democrática, uma traição aos eleitores. E a ideia de que há uma
maioria, em Portugal, que é favorável a um governo entre o Partido da Bancarrota
e a esquerda extrema, antieuropeísta e radical é o maior embuste que alguma vez
alguém tentou vender.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A interpretação dos resultados
eleitorais é fácil de fazer: a coligação de governo ganhou de forma clara, mas perdeu
votos e deputados, o que é natural devido às políticas que foi forçada a
seguir. Mas ganhou. E só ganhou porque os portugueses, nas urnas(!), disseram
que não queriam que fosse o PS a governar. A conjugação desses dois fatores teve como consequência, um
aumento do número dos votos de protesto, canalizados, sobretudo, no Bloco de
Esquerda. Qualquer outra interpretação que possa ser tida no aumento dos votos
na extrema esquerda é uma tentativa, bizarra mas clara, de enganar os
portugueses, tal como nos tentaram enganar com os <i>outdoors</i>, ainda espalhados
pelas ruas, que nos diziam que “<i>é o seu
voto que decide”.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este filme, que contou com a
intervenção cultural de Carlos do Carmo e com a participação (ainda que apenas
como figurante) de Sampaio da Nóvoa, tinha todos os condimentos para consubstanciar
uma grande comédia, se não fosse o facto de se traduzir num suicídio do Partido
Socialista, se não fosse o facto de afundar um país que despertava para o
crescimento, se não fosse o impacto que vai ter na nossa carteira. </div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-14698581901809927902015-06-19T10:20:00.000+01:002015-06-19T10:20:11.620+01:00Futebóis 14/15 - fim de época<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGu3Q54__fJ-2AUWPpnD1WFjj0tV4xhPQ8QD64Nf2FejkYgSLML9DnE2lVlIJvRJT-y-vRzFc2JetBGs8bBqhupYSHBhxnjjyar_l11-tjvPLNGblUF2NR3bHfriCpanRXvKWj4Q/s1600/expulsao_benfica-moreirense_j5_2014-15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGu3Q54__fJ-2AUWPpnD1WFjj0tV4xhPQ8QD64Nf2FejkYgSLML9DnE2lVlIJvRJT-y-vRzFc2JetBGs8bBqhupYSHBhxnjjyar_l11-tjvPLNGblUF2NR3bHfriCpanRXvKWj4Q/s320/expulsao_benfica-moreirense_j5_2014-15.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><b><br /></b></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><b>1 – Benfica campeão</b></b></div>
<b><o:p></o:p></b><br />
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Podemos dizer que, se fosse a
exame, o campeão passaria com nota “suficiente”, um 9,5 de 0 a 20. Jogou um
futebol velho e chato, cansativo para quem gosta de “<i>futebol para a frente</i>”. Foi o QB que bastou para superar um Porto à
procura do norte e um Sporting que foi caminhando aos ziguezagues, ainda que
sem comprometer em demasia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sendo certo que Vitor Pereira foi
pai e mãe desta equipa, que aconchegou com um caloroso – e até afetuoso! –
colinho, o mesmo que aqueceu as costas do FC Porto durante trinta anos, ficamos
com a ideia que o Benfica vacilou menos que a equipa de Lopetegui. Mas o Benfica,
mesmo na fase decisiva do campeonato, deslizou em Vila do Conde e escorregou em
Guimarães. Chegou. E talvez tivesse chegado noutras circunstâncias, sem ajudas,
ajudinhas, colos e colinhos. O golo em Alvalade, no último minuto dos
descontos, faz-nos crer que este Benfica tinha a estrelinha que torna justa a
vitória dos campeões.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>2 – Taça de Portugal<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Logo que foram sorteadas as bolas
para a primeira eliminatória da competição onde entram os três grandes, todos
davam o Sporting como eliminado. Mas o Sporting jovem e fresco de Marco Silva foi
eliminar o Porto ao Dragão. Na linguagem corrente, ao som dos olés, o Sporting
deixou o Dragão com três batatinhas no saco.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seguiram-se algumas eliminatórias
mais acessíveis, que culminaram com a meia-final que pareceu ganha por acaso,
com um lance fortuito bem consumado por Mané, confirmado em Lisboa num dia em
que os jogadores pareciam jogar contrariados.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A estrela, que o Benfica teve em
Alvalade, no Dragão e no Bessa, acompanhou o Sporting até ao fim das grandes
penalidades no Jamor, depois de um empate caído do céu, na sequência de um
futebol frouxo, trapalhão e com pouca qualidade. Valeu pela festa (e que bonita
foi a festa!) e pelo regresso ao título por parte do “novo Sporting” que
acordou e já lavou a cara.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>3 – Jesus no Sporting<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi o choque do defeso, a cartada
que ninguém esperava. Foi a concretização de um sonho que eu tinha, apesar de
não esperar que ocorresse nestas circunstâncias.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em primeiro lugar, há que referir
que Jorge Jesus sai do Benfica por vontade do Presidente Vieira. Não quis
renovar. E pior: conhecendo a situação familiar de Jesus, Vieira quis que o
treinador fosse para bem longe. Pensou no dinheiro e não pensou no homem. E
Mendes também. Foi feio.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em segundo lugar, sobre a vinda
para o Sporting, há que referir três pontos. O primeiro, para dizer que foi a
(única) forma de Bruno de Carvalho salvar a face e reabilitar a sua imagem,
depois do desentendimento com Marco Silva. O segundo, para sublinhar que se
trata de uma aquisição que permitirá melhorar a qualidade do futebol do clube,
dotando a equipa de melhores condições para competir pelo primeiro lugar. E o
terceiro, para referir que, do meu ponto de vista, foi uma “jogada” do ponto de
vista financeiro. O que se perde no salário ganha-se na venda do passe dos
jogadores. E bastará que um “<i>Cedric</i>”
saia por 15 em vez de 5 (milhões de euros) para que o<i> “negócio Jesus”</i> seja lucrativo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não tenho dúvidas de que isso se
sucederá e que Jesus trará títulos e dinheiro a ganhar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>4 – A vergonha na
arbitragem<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há sempre uma componente
demasiado subjetiva (e afetiva) na análise a uma arbitragem. Pessoalmente, acho
que Marco Ferreira não esteve bem na final da Taça. Mas nenhuma das três
equipas esteve bem. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém, o desempenho (a meu ver,
medíocre) nesse dia não apaga a ideia que tenho sobre aquele que considero como
um dos três melhores árbitros portugueses. Foi despromovido. E toda a gente
percebe porquê.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com Marco Ferreira, na última
época, o Benfica perdeu em Braga (2-1) e em Vila do Conde (2-1). E viu-se
aflito para ganhar no Bessa (1-0). Os jogos arbitrados por Marco Ferreira
foram, portanto, muito difíceis para o Benfica. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por comparação com Capela, que, consecutivamente,
nos assola com arbitragens completamente desastrosas, e terríveis para quem gosta
de uma competição emocionante mas séria, o Benfica ganhou 5-0 em Barcelos, 6-0
em casa com o Estoril, 5-0 em Setúbal e 1-0, em casa, com o Gil Vicente. Foram
os tais jogos em que, contra 10 e com um “penaltizito” a favor, foi preparado a
festa que começou com espancamentos, atos de vandalismo, furtos e roubos e
culminou à “garrafada” no Marquês.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>5 – Os outros<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda no que respeita ao campeonato português, a grande
incógnita cumpriu bem. Falo do Boavista, que voltou. Ficou a 11 pontos da
descida e a 14 da Europa. Foi uma boa época.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No que respeita a surpresas, Moreirense e Guimarães estiveram
muito bem enquanto tiveram gás. E, quando o perderam, quem aproveitou foi o
Belenenses que, depois de muitas épocas complicadas, regressa à Europa. E vai
fazê-lo com o Ricardo Coração de Leão. Aperta com eles, Sá Pinto!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>6 – E a Europa<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Sporting ainda não teve equipa
para a Liga dos Campeões. Apesar do que aconteceu na Alemanha, o Sporting
também deve a sua eliminação à entrada com o pé esquerdo na Eslovénia. Este
tipo de erros paga-se caro. E a transição para a Liga Europa, provavelmente,
salvou os adeptos do Sporting de uma ou duas noites de pesadelos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O FC Porto cumpriu, e cumpriu
bem. Deu uma boa imagem em quase todos os jogos. Foi pena não ter comparecido
nos primeiros 45 minutos de Munique. Saiu sem argumentos e de forma trágica
numa noite de terror.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No que respeita às competições
europeias, o Benfica foi apurado para a Liga dos Campeões. Ficou no pote dos
mais fortes e teve sorte no sorteio. Mas, quando foi chamado, não apareceu.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-32212620672623991242014-11-25T13:30:00.000+00:002014-11-25T13:30:17.823+00:00À política o que é da política<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxEESYdlT6AaIfKsm4kvm3qHyKaKEQhqRsB5eHQMQ8YTgXu_EFvMaIhYWcWkWJgoN9seK2eaR1s9tP8X5mfoupU7b0b3UGEwJX6X8L2MuqmjgOAqP4owOm5IBMyakZ_1VT-JtoEg/s1600/1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxEESYdlT6AaIfKsm4kvm3qHyKaKEQhqRsB5eHQMQ8YTgXu_EFvMaIhYWcWkWJgoN9seK2eaR1s9tP8X5mfoupU7b0b3UGEwJX6X8L2MuqmjgOAqP4owOm5IBMyakZ_1VT-JtoEg/s1600/1.png" height="181" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Do ponto de vista criminal, e
ainda que esteja preso preventivamente, à espera da acusação e, eventualmente,
do julgamento, é importante sublinhar que <b>Sócrates é inocente até que se prove
o contrário</b>. Como tal, nesta fase, parece-me totalmente imprudente comentar a
investigação a José Sócrates, apenas me cabendo, por agora, demonstrar-me
solidário para com a sua família e amigos, naturalmente abalados e
surpreendidos pela notícia dos crimes que, a terem ocorrido, certamente,
desconheciam.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nesse sentido, parece-me correta
a reação dos responsáveis políticos e de alguns comentadores, recusando-se a
proferir comentários sobre um assunto que é da exclusiva responsabilidade do
Ministério Público e dos tribunais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Porém, se é correta a velha
máxima de que “à justiça o que é da justiça”, repetida insistentemente por
vários responsáveis políticos, deve-lhes ser dito que “à política o que é da
política”. Se, do ponto de vista criminal, a investigação cabe ao Ministério
Público e o julgamento cabe aos tribunais, deveremos relembrar que, do ponto de
vista político e evitando recorrer a perigosas ironias, Sócrates – e o “seu” PS”
– já foi condenado pelos eleitores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Do ponto de vista político, o PSD
não pode deixar de reavivar a memória dos portugueses, não se condicionando por
processos judiciais por que o PSD, de modo nenhum, se pode responsabiliz</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">ar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Reavivemos a memória.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sócrates chegou a
Secretário-Geral do Partido Socialista, substituindo Ferro Rodrigues, após o
escândalo do processo Casa Pia, tendo sido eleito Primeiro-Ministro na
sequência da dissolução da Assembleia da República, pelo PS (Presidente Sampaio).
Foram circunstâncias especiais, mas o que é certo é que Sócrates chegou a
Primeiro-Ministro, tendo quatro anos com maioria absoluta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Apelando à memória na perspetiva
de, rapidamente, a reavivar relativamente ao primeiro governo de Sócrates,
lembramo-nos de uma estratégia de desburocratização (</span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">Simplex</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">Empresa na Hora</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">,
etc.), do Plano Tecnológico e das Renováveis, além daqueles quase insólitos
computadores Magalhães. Sendo certo que estes aspetos não reduzem o governo de
Sócrates, certo também não deixa de ser que, para uns, foi poucochinho e, para
outros, tudo não passou de fogo de vista.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Do ponto de vista das reformas, o resultado foi curto para quem tem maioria absoluta, apesar de nos lembrarmos da implementação de um processo de avaliação dos professores, que,
pese embora as críticas naturais dessa classe, foi um ponto de partida
positivo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sabemos o estado em que Sócrates
deixou o país. Porém, é preciso rebater aquela ideia de que houve um primeiro
momento antes da crise internacional e outro momento, depois desta, a que o
governo socialista era alheio. Em boa verdade, não é bem assim.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entre 2005 e 2008, o crescimento
económico em Portugal foi inferior a metade do crescimento médio da União
Europeia. De ano para ano, Portugal afastou-se, portanto, da média do
crescimento da União Europeia. Ainda para mais, o crescimento português não era
sustentando, visto que o saldo negativo da balança corrente foi sempre em
crescendo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se o povo estava iludido?
Porventura, sim. Estava confundido com o discurso otimista e megalómano, não
condicente com a realidade económica portuguesa, que trazia, para cima da mesa,
assuntos como o TGV, a terceira ponte sobre o Tejo e o novo aeroporto
internacional de Lisboa, que, num dia, jamais poderia ser construído na margem
sul do rio Tejo e, no outro, tinha de ser feito em Alcochete, na margem deserta
daquele rio, tendo-se feito esse anúncio repentinamente, ignorando a opção, até
então, inflexível do governo pela Ota.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A crise internacional reforçou a
crise económica e deixou a nu o buraco nas finanças públicas. Como se não
bastassem as promessas incumpridas (a mais célebre foi a promessa dos 150 mil
postos de trabalho, num tempo em que o desemprego foi aumentando), as Agências
de Comunicação tornaram-se infrutíferas e impotentes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ainda assim, fizeram-se grandes
encenações, em torno de uma imagem de progresso, resultado da ótima conjugação
entre cor e tecnologia (aliadas ao inegável dom de retórica de José Sócrates),
que não condizia com a realidade. A solução adotada passou pelas questões
fraturantes, contra as quais me bati, do casamento entre pessoas do mesmo sexo
e da liberalização do aborto até às dez semanas de gravidez. E, com isso,
Sócrates ganhou tempo, recuperou o fôlego que fora perdendo, também, no Jornal
Nacional de Moura Guedes, mas o país ia caminhando em direção ao buraco.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Politicamente, o que deve ser
discutido é o resultado do período de governação do PS liderado por Sócrates.
Depois do primeiro, do segundo e do terceiro PEC, e da colaboração da oposição
no sentido de tentar salvaguardar a mínima estabilidade política e financeira,
o seu governo não resistiu ao quarto PEC e ao alerta de Teixeira dos Santos de
que a fonte por onde corria o dinheiro tinha secado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Forçado, pela conjuntura que
criou, pediu ajuda ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, assinando um
memorando de entendimento com a Troika que impôs, ao governo que se lhe seguiu
e ao povo português, a austeridade que, ainda hoje, estamos a pagar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Passaram três anos e meio de
dificuldades extremas, com algumas reformas importantes, e os indicadores
demonstram que o país está a melhorar. À semelhança do que ocorreu na segunda
parte do governo Barroso/Santana (chamados a governar na sequência da demissão
de Guterres e de se ter assumido o pântano), o PS reorganizou-se, tirando o
tapete a Seguro, que, sozinho, fez a longa travessia do deserto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem vemos? Ferro Rodrigues,
Vieira da Silva, Lacão, Silva Pereira, Santos Silva e António Costa, que, antes
de ser o autarca das taxas e das taxinhas, era o número dois de Sócrates, a
cuja memória apela. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois do esforço histórico feito
pelos portugueses na sequência do resgate, e sendo obviamente indesejável recorrer a
expressões do tipo “entregar o ouro ao bandido”, há que relembrar que os
senhores que agora voltam são os mesmos que estiveram politicamente com
Sócrates e que deixaram o Estado de bolsos vazios, sem dinheiro para pagar aos
funcionários públicos no mês seguinte. É por isso – e pelo que isso me custou,
como contribuinte – que condeno Sócrates e os governos que liderou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há que separar os campos. Mas
deve reforçar-se a ideia de que o que é da política deve ser debatido
politicamente. Bancarrota, memorando, resgate, desbaratização das empresas
históricas portuguesas que caem em mãos estrangeiras, perda de soberania
financeira, desemprego, falências, perda do poder de compra, recessão,
endividamento excessivo. Ainda que estejamos perante um processo judicial, há
que separar as águas. E ninguém se pode deixar condicionar e deixar de
relembrar os portugueses da política de empobrecimento que caracterizou o
período em que o país foi governo por Sócrates e pelos seus camaradas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sintetizados os resultados das suas governações, repito: o PS que nos governou é o mesmo PS que nos quer voltar a governar!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como tal, pese embora o que é da justiça, ninguém se pode negar ao debate político, sob pena de, à entrada para um ano de eleições, o nosso país correr o risco de ter, no governo, o regresso a um passado que não foi mesmo nada porreiro, pá.</span></div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-86013261357140306382014-07-22T16:59:00.000+01:002014-07-22T19:04:09.821+01:00De Guterres a Guterres, no PS, está tudo igual<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghqGGlhcBG60VruDsgsywF09lYjEyqLyfBY-6HwPagScyDz7cZ9_A5QxNqz8RB18-4jfFa4Kk18kXcZhz4Ltkx4jYkFJpILDcB2qXqV-e3XoOxWxtMZ7jThHamrngQiKtowGTGTg/s1600/guterres.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghqGGlhcBG60VruDsgsywF09lYjEyqLyfBY-6HwPagScyDz7cZ9_A5QxNqz8RB18-4jfFa4Kk18kXcZhz4Ltkx4jYkFJpILDcB2qXqV-e3XoOxWxtMZ7jThHamrngQiKtowGTGTg/s1600/guterres.jpg" height="270" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Entre os mandatos de Guterres e Sócrates, e entre Sócrates e Costa, o PS nunca viveu de convicções. Não ofereceu uma ideia ao
país, uma política alternativa, apenas tendo contribuído eficazmente para
aumentar o número de gente empregada no domínio do humor, inspirando dezenas de
jovens, nas rádios e televisões, com as célebres e inesquecíveis frases de que
as dívidas não são para pagar e que a Parque Escolar foi uma festa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E não há melhor transição de um
parágrafo para outro do que recorrendo à palavra que melhor caracterizou as
últimas governações socialistas. Foram festas, com fins anunciados em pântanos
ou no recurso desesperado a pedidos de resgate.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entre esses períodos, assolado
pelo terrível caso da Casa Pia, e na sequência do, nunca esclarecido, caso
Freeport, os tapetes foram tirados aos líderes de transição, Ferro Rodrigues e
Seguro, no mesmo dia da semana em que José Sócrates conseguiu fazer toda – ou quase
toda – a sua licenciatura. Ao domingo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aos olhos dos portugueses, é
completamente inaceitável a forma como, internamente, se movem os interesses
socialistas, apenas em função do calendário eleitoral, com sequentes e
consequentes tiradas do tapete.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porventura, a golpada mais grave,
do ponto de vista da estabilidade política, da ordem política e até
jurídico-constitucional, ocorreu durante a presidência de Sampaio, em que se
verificou uma conjugação perfeita de cenários, desde o caso Casa Pia à ida de
Barroso para a Comissão Europeia, a que correspondeu a reorganização interna no
PS, culminando na dissolução, nunca explicada, de uma Assembleia representativa
e legitimamente eleita pelos cidadãos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Evidentemente, não esqueço aqueles
que, à direita, fizeram o jogo rasteiro do Partido Socialista, assumindo que
nunca ajudei a eleger, para o que quer que fosse, a falsa moeda de Cavaco ou a
conjugação desastrosa que, de um homem pequeno com voz grande, não permite
fazer, de Marques Mendes, um político com pensamento, pelo menos, coerente.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém, quase como obrigação
cívica e, porventura até, moral, não poderia deixar de relembrar alguns
episódios de democracia duvidosa que espelham na postura adotada, hoje, pelos
principais agentes políticos, sobretudo aqueles que, voltam agora até ao país
(mais ou menos) real, para lhes pedir o voto, agora, nas insólitas eleições
primárias.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sendo evidente que se desembrulharam
temas como os que se prendem com as legislativas e presidenciais, não deixa de
ser curioso cair nas mesmas conclusões dos últimos 15 anos, em que o PSD (e o
CDS) foi chamado a governar na sequência de governações socialistas
completamente calamitosas do ponto de vista financeiro, em que o PS (e sempre
só o PS) foi para o governo com base em jogadas de bastidores encenadas através
da utilização dos poderes públicos e de uma espécie de segunda cara que o PS
adota internamente, e que permanece como uma espécie de face oculta aos olhos
dos portugueses.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em setembro, o PS terá um António
como líder, mas que surgirá, forçosa e justamente, enfraquecido aos olhos da
opinião pública. Se for Seguro, é o mais do mesmo, o líder frouxo, amorfo, sem
chama nem projeto. Se for Costa, tenderemos a concluir que o será por força de
circunstâncias mais do que previstas, tendo iludido os portugueses (sobretudo,
os munícipes lisboetas e os camaradas de partido) ao mesmo tempo em que, na
sombra, delineava uma estratégia que terminou de uma forma completamente
anómala, tirando o tapete ao líder do PS após duas vitórias eleitorais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Costa, a um nível interno, não fez
diferente daquilo que Sampaio foi capaz de fazer a nível nacional. E o PS,
decorridos todos estes anos, continua igual. Não tem projetos, não tem ideias e
vive com base numa lógica de deslealdade perante os seus pares em busca de um
eterno sonho de poder que culmina, sempre, com os cofres do Estado vazios.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em quinze anos, nada mudou no PS,
o que se evidencia na consensualidade que suscita o nome do pantanoso Guterres
para candidato a Belém. A propósito, e no seguimento da imperdível entrevista
de Santana Lopes ao Expresso, já é tempo de se falar, à direita do PS, de um
nome para Presidente. Porque o guterrismo teve o seu tempo, teve o seu preço e deixem-nos,
pelo menos, pagar a fatura que ele nos deixou.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-60054300297585251372014-06-19T11:28:00.002+01:002014-06-19T11:28:49.609+01:00A fotografia onde todos saem mal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUshKE1MKXk_Mg-nDXw9x_zJ2uXMGL_8z1IR67_UMYg1vcOeGb1BlaGba8t4QUAFlohwdsl-19hIZLQNw8cmc20lB4HGfijDJ42UBlrCf2bn62pkoc_o6i3zRxEX7Jn5YWbW6HQ/s1600/selfie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUshKE1MKXk_Mg-nDXw9x_zJ2uXMGL_8z1IR67_UMYg1vcOeGb1BlaGba8t4QUAFlohwdsl-19hIZLQNw8cmc20lB4HGfijDJ42UBlrCf2bn62pkoc_o6i3zRxEX7Jn5YWbW6HQ/s1600/selfie.jpg" height="293" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apesar de ser previsível, a
partir de determinada altura, um avanço de Costa para a luta pelo poder no PS,
ninguém poderia prever o que estava para acontecer na noite das eleições
europeias.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Resumidamente, a coligação obteve
o resultado que queria, uma derrota por margens mínimas. Seguro não teve a
vitória inquestionável que sublinhou no seu embaraçoso discurso de vitória. Mas
ninguém esperava que, após aquele discurso, e ainda na ressaca do que não
deixou de ser uma vitória, Costa avançasse para, de imediato, tirar o tapete ao
líder frouxo do PS.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Despistando a tempestade que
abalou o Partido Socialista, a coligação seguiu entre os pingos da chuva,
enquanto as diversas fações socialistas, alegremente, continuavam a disparar
tiros nos próprios pés. E não houve ninguém, no PS, que tenha saído bem na
fotografia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Naquele domingo, a maioria dos
portugueses considerava Costa como um homem capaz de gerar consensos. Contido
nas contas, conseguia criar convergências na esquerda, arrastando, para si
também, parte do centro-direita. Presidente de Câmara consensual, animal
vencedor de eleições, a ideia que os portugueses tinham de Costa era de um
homem que, internamente (no PS), sabia manter o seu lugar, leal a quem sempre
foi dirigindo o partido, apesar de garantir uma certa independência política
própria de quem tem um pensamento.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A partir da segunda-feira
seguinte, ficou descoberta a outra face de Costa, homem que, afinal, tinha uma
agenda própria. Estava apenas à procura do momento oportuno para tirar o tapete
ao homem a quem, tempos antes, jurava lealdade. E tirou-o na pior altura,
depois de uma vitória e na sequência do último ato eleitoral antes das
legislativas que, apesar de eu não o desejar, poderem determinar a mudança de
governo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seguro, frouxo, também saiu mal,
principalmente após aquele discurso fora do tempo e da realidade. Deveria, logo
ali, ter anunciado a realização de um Congresso extraordinário onde, depois do
partido ter vencido todas as eleições que enfrentou, apresentaria, ao PS e aos portugueses,
uma estratégia de governo para os próximos anos. Com isso, retiraria o espaço a
Costa e criava, no PS e, talvez também, no país, um ambiente de mobilização em
torno da mudança que Seguro iria liderar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com isto, o PS está a perder
tempo. Entre congresso, diretas ou primárias, a coligação segue o seu caminho,
já no pós-Troika, apenas com a oposição feroz de um Tribunal Constitucional que
julga à luz de princípios abstratos de uma Constituição, há muito,
ultrapassada.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Veremos como serão os próximos
tempos e quais serão as cenas dos próximos episódios. Até lá, vamos ganhando
certezas, pois, se Seguro não tinha ideias e era fraco, Lisboa continua cheia
de buracos e de lixo por recolher, pelo que vai ganhando forma, junto dos
portugueses, a ideia de que nem Costa nem Seguro nos oferecem garantias para
governar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E é por isso que, em vez de estarem a fazer o retrato do país, continuam a tirar retratos um ao outro.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-188794519900192402014-06-18T17:30:00.000+01:002014-06-18T17:30:09.778+01:00A seleção, espelho de um país<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLsp4dguEWBwqB7yw0DFgo6FmNCuFx3tZxw6HVbVx1gczdKOVqyOBgzYE84ayHHg6VWcJ3IdG01rG0rsfooS-TOUbDysaHl3sgx2Meq5wJ0D5hXRilw1ZoM-NTrXg7utuFmajYqA/s1600/1024.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLsp4dguEWBwqB7yw0DFgo6FmNCuFx3tZxw6HVbVx1gczdKOVqyOBgzYE84ayHHg6VWcJ3IdG01rG0rsfooS-TOUbDysaHl3sgx2Meq5wJ0D5hXRilw1ZoM-NTrXg7utuFmajYqA/s1600/1024.gif" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos nós, nas nossas vidas, já
tivemos derrotas com que não contávamos. Refiro-me às situações em que, apesar
de estarmos bem preparados, entramos com o pé esquerdo e, na “hora h”,
escorregamos e metemos a pata na poça. São coisas que acontecem, que custam a
digerir, que nos tiram o sono e nos fazem ter outro tipo de preparação para os
episódios seguintes das nossas vidas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A derrota com a Alemanha custa
ainda mais a digerir. E não pode haver bodes expiatórios quando foi evidente
que todos estiveram a um nível inexplicavelmente baixo face aos mínimos que poderíamos
expectar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Analisadas bem as coisas, o que a
seleção nacional fez naquele terrível jogo de segunda-feira foi espelhar, ao
mais ínfimo pormenor, a verdadeira imagem do país. Portugal é aquilo. E não me
refiro apenas à falência de uma lógica de mais do mesmo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Comecemos pelo princípio. A fase
de apuramento tinha sido muito turbulenta. E a escolha dos vinte e três
retrata, na perfeição, o que está a matar boa parte das empresas portuguesas.
Os jovens talentos foram preteridos. As ultrapassadas e influentes velhas
guardas continuam presentes, mas escondidas, simplesmente à caça dos prémios. A
estes somam-se dois ou três atletas com valor duvidoso, que estão apenas para
picar o ponto e fazer número.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O chefe, mister Bento, é, mais do
que os 23, o elo mais fraco. Esconde-se, não dá o corpo às balas e
desresponsabiliza-se, como se tivesse feito o que podia. Com medo de inovar e
de impor um espírito ganhador e de equipa, já tem o que queria. Refiro-me ao
seu contrato, milionário.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por uma questão de respeito, delicadeza
e educação, não vou referir-me aos que estão acima de Bento e que chegaram às
funções da forma que é pública. Digo apenas que são responsáveis pela escolha
de Bento (que, olhando para o seu contrato, está para ficar), dos vinte e três
e do descalabro anunciado que ocorreu no jogo contra a Alemanha.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É tudo muito fraquinho. É o que
é. Mas o que, de diferente, poderíamos esperar? Que a coqueluche levasse a
equipa às costas? Que o guarda-redes nos defendesse de todos os erros? Além dos
jornalistas e dos vendedores de ilusões, só um tarado poderia exigir isso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esta seleção leva, ao Brasil, o retrato do que Portugal é hoje, dando, por isso, uma ideia de mediocridade. Mas oxalá que, na seleção, tal como no país, os poucos que têm valor saibam
ser profissionais e deixem, pelo menos, uma imagem digna, não daquilo que somos, mas do que poderíamos ser.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-22531736349806329552014-04-07T16:23:00.003+01:002014-04-07T16:23:50.754+01:00Justiça a Aristides, por comparação com outros heróis<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se há país de grandes homens,
esse país é Portugal. Porém, a História do século XX fica marcada pela
revolução de Abril que, tendo terminado com o Estado Novo, não deixou de ter os
seus contras, prudentemente apagados dos manuais de História, onde não surge
notícia da tomada de assalto de património privado, a nacionalização de
empresas a troco da ameaça à vida e a entrega do país ultramarino, responsável
pela esmagadora parte da nossa riqueza, ao Deus-Dará.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quase totalmente apagado da
História portuguesa surge Aristides, diferente dos heróis Soares, Alegre ou
Almeida Santos, responsáveis pela subtração de parte da riqueza nacional.
Aristides, claro está, era diferente. Nascido e criado num ambiente rural,
estudou Direito em Coimbra, tendo-se instalado em Lisboa depois de licenciado,
seguindo, depois, a carreira consular.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Porventura, neste país em que
todos têm de ser doutores, é pouco compreensível que se destaque um mero cônsul
em detrimento dos desconhecidos diplomatas. E talvez fosse uma afronta o facto
de se erguer a figura de Aristides, deixando para trás aqueles tais heróis que
reduziram Portugal a quase nada, deitando, no contentor do lixo, o esforço
patriótico dos visionários dos Descobrimentos, como se estes heróis do século
XX não tivessem criado as condições para que Portugal, na altura em que se
criava a ideia de uma verdadeira União Europeia, quase se tornasse comunista,
aprovando-se uma Constituição de esquerda e totalmente impeditiva do
desenvolvimento nacional.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fez, na semana passada, sessenta
anos que morreu Aristides e, no ensurdecedor silêncio à sua memória, apenas
justificável devido ao facto de ter exercido funções públicas no regime de
Salazar, resolvi invocá-lo, a título de exemplo, ainda no espírito de quem, há
menos de um mês, visitou o trauma do pequeno esconderijo de Anne Frank em
Amesterdão.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mais do que uma homenagem, sinto
uma certa obrigação na invocação deste homem que serviu Salazar e o Estado Novo
e, com isso também, o País, partilhando o lema, que também tenho como meu –
hoje, proibido – do <i>Deus, Pátria, Família</i>.
Essa obrigação surge do sentimento de enorme injustiça que causa o facto de,
deliberadamente, se apagar um herói da História Nacional.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aristides era católico,
monárquico, nacionalista e não era, de todo, um democrata. Não poderia, por isso, integrar-se
no Portugal de hoje, um país falido sem valores nem lei. A única característica
que se mantém é a inexistência da democracia, daí se fundamentando e fomentando
o silêncio perante o herói Aristides, sendo, agora, proibido ser-se de direita.
<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aliás, se Barroso não fosse
Barroso e fosse, por exemplo, Costa ou Soares, ou Alegre ou Almeida Santos, ou
Constâncio ou Sampaio, ou Guterres ou Vitorino, ou, simplesmente, do PS, teria
já, em Lisboa, uma estátua e uma avenida em seu nome.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Voltando a Aristides, nomeado por
Salazar, depois </span></span><span style="color: #1f497d; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">de ter estado colocado em países como o Brasil, os Estados
Unidos ou Bélgica, foi cônsul em Bordéus, desempenhando essas funções no
período traumático da Segunda Guerra Mundial.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sendo certo que a sua forma de
atuar estava longe de estar conforme às boas regras da disciplina, tendo
desrespeitado ordens governamentais e falsificado documentos, foi dessa forma
que salvou milhares de vidas de judeus que fugiam da invasão da Alemanha de
Hitler. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“<i>Se há que desobedecer, prefiro
que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus</i>” é, porventura, a
frase mais simbólica de Aristides e aquela que melhor representa o ato heróico
de correr o risco de ser preso para salvar a vida de milhares de judeus.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">À semelhança do próprio Salazar, que, evitando a entrada na Guerra, salvou
Portugal e os portugueses, Aristides é um dos heróis portugueses do século passado,
sendo que o segundo, menos disciplinado que o primeiro, demonstrou o seu
carácter Humanitário de uma forma mais evidente.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Muito foi o que mudou desde esse
tempo, sobretudo desde a altura em que começaram a erguer-se novos heróis.
Deixou de haver indústria, agricultura, comércio, serviços. Já para não falar
nos valores, na perseverança em defender costumes e tradições. Dizemos que
estamos mais desenvolvidos, só porque todos podem ter um curso, esquecendo-nos
que poucos são os que podem ter trabalho aqui. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Continuamos pobres, mas, agora sim
(!) – em Abril, quarenta anos depois - “orgulhosamente sós”, são os angolanos
que mandam em nós. Não reclamo do que foi feito, mas do modo que o foi. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na verdade, talvez seja altura de
mudar os manuais de História, e de alguém perguntar quanto dinheiro deram a
ganhar, ou quantas vidas salvaram pessoas como Soares, Alegre, Santos, Costa,
Seguro, Sócrates, Guterres, Ferro, entre tantos e tantos irresponsáveis de
esquerda que, heroicamente, nos tiraram a soberania económica e a independência
financeira.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É assim, aproveitando a comparação, que
realço a importância de Aristides, um dos melhores portugueses vivos do século
XX. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.8pt; text-align: justify;">
<span style="color: #1f497d; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Que lhe seja feita Justiça. Que
lhe seja feita Honra. Sobretudo, porque os outros heróis, os tais
revolucionários do cravo caracterizados, pelos próprios, como seres de
intelectualidade superior, ao pé de Aristides, são como o Romeiro de Frei Luís
de Sousa. Ninguém.</span><span style="font-family: Cambria, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-42029565162526070352014-03-04T04:18:00.000+00:002014-03-04T04:18:06.294+00:00Apelo aos sportinguistas,<div style="text-align: justify;">
Na altura em que escrevo, deve haver quem, no Benfica, já tenha encomendado as faixas e quem, nesse mesmo clube, já tenha recebido instruções para procurar, nos armazéns refundidos do estádio, todos os <i>confettis</i> e material de festa que ficou guardado das festas adiadas do ano passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Simultaneamente, a norte, vive-se o princípio do fim de um império que, durante décadas e imbuído de um enorme espírito de podridão, arruinou a verdade desportiva no futebol português, realidade de que quase não restam vestígios.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tendo sentido a necessidade de escrever sobre o Sporting, mas, passado um ano da difícil eleição de Bruno de Carvalho, que apoiei com entusiasmo desde as primeiras eleições e com noites mal dormidas pelo meio, sinto o dever de reavivar a memória daqueles que têm aquela característica doentia, ou criminosa, da memória seletiva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há um ano, o Sporting viveu a pior época da sua História, que não o foi apenas no âmbito desportivo, que certamente todos lembrarão. Há um ano, vivia-se um desnorte de liderança e a falência de um projeto que quase fez o clube terminar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Certamente, poucos são o que o saberão, mas, há menos de um ano, havia uma alternativa que passava por uma espécie de refundação deste Clube centenário, entregue à banca e com algumas contas em atraso, sem poder financeiro, sem capacidade para honrar os compromissos e sem condições desportivas para, com lucro, conseguir fazer face a essas dificuldades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O caminho seguido foi o mais duro, o menos popular, a última alternativa para salvar o Sporting, deixando o clube com uma equipa principal constituída por um plantel de quinze jogadores, baratos, complementados por soluções emergentes oriundas da Equipa B e, portanto, da formação do clube.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A conjuntura ajudou. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda que sendo, previsivelmente, campeão, com um plantel irresponsavelmente milionário, Jesus, no Benfica, já foi chão que deu (melhores) uvas. No Porto, vive-se o fim de um período que, para o mal ou para o mal, foi marcante. E em Braga, em Paços de Ferreira, a poeira acabou quando se lhe foi o vento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com isso, a nove jornadas do fim, o Sporting está no segundo lugar sem que, em qualquer momento, tenha cometido o erro de assumir a candidatura a um título que, face aos rivais, não tinha condições práticas para vencer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É importante, agora, continuar com os pés no chão, olhando o futuro com a prudência de quem sabe que, se tiver o azar que não têm tido os nossos rivais, o Sporting pode, daqui a um ano, estar a competir, novamente, com clubes do seu estatuto, mas com condições financeiras e desportivas (conjunturalmente) superiores, como o Barcelona, o Bayern, o Chelsea, o Real Madrid.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, fazendo o paralelo com o período que vive o país, é crucial que, após a austeridade (ou da intervenção externa), não se deite tudo a perder, pondo, simplesmente, a austeridade na gaveta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais do que os cinco - na prática, seis - pontos que nos afastam do clube que, ao colo, tem sido levado até ao título, os sportinguistas devem continuar cientes das dificuldades que o clube atravessa, participando ativamente no dia-a-dia do clube, indo ao estádio, comprando <i>merchandising</i>, reunindo poupanças para ter o canal do Sporting em casa, assinando ou comprando semanalmente o jornal do clube.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E sempre, sempre olhando com desconfiança para quem segue nos lugares atrás de nós, sem vergonha de não assumir aquilo que não temos condições práticas para ser, exige-se que, no domingo, haja uma invasão de leões a Setúbal e, depois, uma enchente de gente apaixonada pelo verde, no jogo contra o Porto, em Alvalade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nós somos assim, diferentes e leais, cientes das nossas responsabilidades. E, sem exigir aos outros o que não exigimos de nós, este é o momento em que, mais do que nunca, a História pede pela nossa comparência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Viva o Sporting!</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-49333945697539636262014-02-21T10:49:00.000+00:002014-02-21T10:51:29.936+00:00A life about to start<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O que muda é o nome do país,</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimDOoh8hkDbjg6Oz-uQHk_3k65z8bmNlwsyYP8eXmF2FJqFXZS_pRiR4UPx2fZAca-s_kHUCNRhaX5qIM9vOXXZOj7nKRth0ifxK-y0Fhd_UKXIcstW-4_h5r63rNBkV8Dk2ihzg/s1600/Ukraine-Russia-062779376243.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimDOoh8hkDbjg6Oz-uQHk_3k65z8bmNlwsyYP8eXmF2FJqFXZS_pRiR4UPx2fZAca-s_kHUCNRhaX5qIM9vOXXZOj7nKRth0ifxK-y0Fhd_UKXIcstW-4_h5r63rNBkV8Dk2ihzg/s1600/Ukraine-Russia-062779376243.jpg" height="122" width="400" /></a></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br style="box-sizing: border-box;" />Do you hear the people sing,<br style="box-sizing: border-box;" />Singing the song of angry men?<br style="box-sizing: border-box;" />It is the music of the people<br style="box-sizing: border-box;" />Who will not be slaves again!<br style="box-sizing: border-box;" />When the beating of your heart<br style="box-sizing: border-box;" />Echoes the beating of the drums<br style="box-sizing: border-box;" />There is a life about to start</span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">when tomorrow comes.</span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Will you join in our crusade?<br style="box-sizing: border-box;" />Who will be strong and stand with me?<br style="box-sizing: border-box;" />Beyond the barricade<br style="box-sizing: border-box;" />Is there a world you long to see?</span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Then join in the fight<br style="box-sizing: border-box;" />That will give you the right to be free!</span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br style="box-sizing: border-box;" />Do you hear the people sing,<br style="box-sizing: border-box;" />Singing the song of angry men?<br style="box-sizing: border-box;" />It is the music of the people<br style="box-sizing: border-box;" />Who will not be slaves again!<br style="box-sizing: border-box;" />When the beating of your heart<br style="box-sizing: border-box;" />Echoes the beating of the drums<br style="box-sizing: border-box;" />There is a life about to start<br style="box-sizing: border-box;" />When tomorrow comes!</span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br style="box-sizing: border-box;" />Will you give all you can give<br style="box-sizing: border-box;" />So that our banner may advance<br style="box-sizing: border-box;" />Some will fall and some will live<br style="box-sizing: border-box;" />Will you stand up and take your chance?<br style="box-sizing: border-box;" />The blood of the martyrs<br style="box-sizing: border-box;" />Will water the meadows of <b>Ukraine</b>!</span></div>
<div class="verse" style="box-sizing: border-box; line-height: 16px;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br style="box-sizing: border-box;" />Do you hear the people sing!<br style="box-sizing: border-box;" />Singing the song of angry men?<br style="box-sizing: border-box;" />It is the music of the people<br style="box-sizing: border-box;" />Who will not be slaves again!<br style="box-sizing: border-box;" />When the beating of your heart<br style="box-sizing: border-box;" />Echoes the beating of the drums<br style="box-sizing: border-box;" />There is a life about to start<br style="box-sizing: border-box;" />When tomorrow comes!</span></div>
<br />António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-36739521925696267592014-01-29T12:29:00.000+00:002014-01-29T12:29:18.977+00:00Coincidências<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheb2uB7pDChvuVSY2hK6iGBnc9T_eQQUrbkaNWjRxFcP0bhw0FcQBbngeo2ScyENhkJrmdFictbJnypZlahFftfiDBqH1Wa9Qze1QDPfecE1nzbtg-vuUnbDSjxzog0xzfSn1YlQ/s1600/Untitled.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheb2uB7pDChvuVSY2hK6iGBnc9T_eQQUrbkaNWjRxFcP0bhw0FcQBbngeo2ScyENhkJrmdFictbJnypZlahFftfiDBqH1Wa9Qze1QDPfecE1nzbtg-vuUnbDSjxzog0xzfSn1YlQ/s1600/Untitled.png" height="195" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Laurinda Alves lembra,
publicamente, uma definição muito própria do que entende por coincidências,
numa interpretação desse conceito que, como crente, tendo a partilhar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Coincidências são pequenos milagres em que Deus prefere ficar
incógnito”.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Serão, desse ponto de vista, algo
de demasiado maravilhoso e belo para que possam aplicar-se no jogo sujo em que
se tem tornado o futebol.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se o Benfica pode decidir
unilateralmente receber o Gil Vicente em casa emprestada, sem conhecimento do
clube visitante e em total desrespeito pelo Regulamento da competição, não
havendo qualquer sanção para o clube, isso não é coincidência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se o Duarte Gomes não assinala
dois penalties claros a favor do Sporting no estádio da Luz, nem vê um golo em
fora-de-jogo, alterando um resultado de 2-5 para 4-3, isso não é coincidência. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se esse mesmo árbitro continua a
arbitrar, apitando jogos decisivos, marcando um livre indireto num lance de
penalty claro (num Ac. Viseu – Sp. Covilhã) e, dias depois, é decisivo na
vitória do Sp. Braga frente ao Belenenses, isso não é coincidência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E o homem do talho, o senhor
Mota? O facto de, depois de ter aldrabado os adeptos do futebol ao prejudicar o
Sporting no jogo frente ao Nacional (que impede o Sporting de ser líder, neste
momento), ser nomeado para um jogo decisivo do FC Porto na Taça que ninguém Liga também não é
coincidência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Do mesmo modo, não é coincidência
o golo decisivo de fora-de-jogo de Varela no jogo frente ao Penafiel. Não é
coincidência o atraso de três minutos. Não é coincidência o Porto ter estado a
perder frente ao clube do presidente amigo. Não é coincidência o penalty, em
que se aplica a favor do Porto a lei da intenção, num lance fora da área. E não
é coincidência que o árbitro nomeado para esse circo fosse o Mota dos talhos!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aproveitando o tema, poderia
ainda referir-me a um jogador da Liga (que está em vias de ser transferido)
que, a cada jogo contra o Benfica, cada auto-golo, cada penalty! Nem vale a
pena Mexer nisso!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Falamos só do presente, porque o
passado será julgado na altura própria. E não vale a pena dizer-se que foi por
coincidência que se acabou com o Boavista, que foi por coincidência que foi no
ano dos trinta pontos que se castigou o Porto com seis, etc.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por coincidência, aí assim, foi à
ajuda divina que o senhor dos gases apelou quando tinha a justiça dos homens à
perna.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apesar de ser sportinguista, de
me rever nesta direção e de apoiar as suas decisões, entendo que, seja lá o que
for decidido, o Sporting não deve participar em mais qualquer jogo desta Taça
da Aldrabice.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É que só por coincidência – os tais milagres em Deus intervém anonimamente
– pode haver verdade nesta competição. E, se o Sporting alguma vez vencer uma dessas Taças, tendo em conta o que se tem passado no futebol em Portugal, meus caros: isso é coincidência!</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-5593021060158328782014-01-23T11:30:00.000+00:002014-01-23T11:30:05.324+00:00Outros, por favor!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghKcCrI0AMJJUD2Ul27TtgGIuoO4HYXko1-6zVj4k6mva8R17KES12jRB94HPBzrp_CRks_GCwwJpBzQ9HVtsiLiGwWG77x8Mf2WAD-E2bB_6u8rnLUcPua2piTnFyIDGOtCFzBg/s1600/marcelo-rebelo-de-sousa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghKcCrI0AMJJUD2Ul27TtgGIuoO4HYXko1-6zVj4k6mva8R17KES12jRB94HPBzrp_CRks_GCwwJpBzQ9HVtsiLiGwWG77x8Mf2WAD-E2bB_6u8rnLUcPua2piTnFyIDGOtCFzBg/s1600/marcelo-rebelo-de-sousa.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Apesar de, convictamente, não ser propriamente um republicano, tenho, como cidadão e eleitor, o dever de encarar a realidade no sentido de escolher, entre as escolhas que me são oferecidas, o melhor para o meu país.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando elegemos um Presidente da República, elegemos, de facto, uma pessoa, em função das garantias que nos oferece e da visão que lhe reconhecemos. Elegemos pelos valores que o candidato mostra ter, pelas causas que demonstra defender, pelas características que aparenta ter.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sumariamente, entendo que o chefe de Estado, além de ser um garante da Constituição (que urge rever), deve ser um elo de ligação entre os partidos, um garante da estabilidade política, apesar dos poderes e deveres que a Constituição lhe atribui.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Gosto muito pouco de falar de nomes, mas, em Presidenciais, não nos resta outra alternativa. E, não sabendo em que candidato poderia votar, há, desde logo, um candidato em quem, em princípio, não votaria, da mesma forma em que não votei em Cavaco Silva. Esse candidato (que está entre o conhecido lote de candidatos a candidatos) é Marcelo Rebelo de Sousa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apesar do respeito que tenho pelo Professor Marcelo, não lhe reconheço a competência prática que se exige para um líder e, menos ainda, para um Chefe de Estado. Sendo um comentador muito mediático e um ótimo professor de Direito, fracassou no único momento em que pôde afirmar-se politicamente, numa conjuntura em que liderava o principal partido da oposição.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Idealmente, compreende-se o que Marcelo quis fazer, criando uma grande Aliança Democrática como sinal de união dos partidos à direita do PS, na perspetiva de mobilizar os portugueses em torno de um programa político alternativo. Fracassou.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sendo certo que não podemos julgar as pessoas através da constatação de apenas um facto, e muito menos uma pessoa cuja competência é consensualmente reconhecida por todos os portugueses, eu nunca apoiaria entusiasticamente Marcelo pelas duas únicas características que julgo que tem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desde logo, o comentário político do Professor não me cativa minimamente. Sinto, ou sentia quando o ouvia no jornal de domingo da TVI, que Marcelo não diz o que pensa. Diz o que lhe convém, quando lhe convém, na medida em que lhe convém, tentando, na lógica de quem dá uma no cravo e outra na ferradura, ser consensual junto dos cidadãos e de todos os quadrantes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Comentando todos os domingos, continuo a não saber o que Marcelo pensa sobre o exercício do cargo de Presidente da República, sendo que o apoio que continuamente presta ao Presidente Cavaco Silva não augura nada de bom.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa é, do meu ponto de vista, um teórico e, como tal, uma pessoa que, sendo competente, oferece poucas garantias de uma perspetiva mais prática. É, do meu ponto de vista, um situacionista numa altura em que o país entra num ciclo de viragem. Não sei sequer até que ponto Marcelo como candidato, e como Presidente, poderia ser um presente envenenado para “a direita” portuguesa, atualmente liderada, no PSD, pela ala que, em teoria, é contrária à de Marcelo, e no CDS pelo mesmo Paulo Portas que deu a sentença final quando Marcelo quis formar a AD.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pelo exposto, não poderia, pelo menos de uma forma convicta e entusiástica, apoiar Marcelo. E não posso assinar por baixo de quem escreve que é o melhor candidato que “a direita” pode ter para as Presidenciais que se aproximam. Prefiro outros.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-43138756633801541482014-01-22T16:38:00.003+00:002014-01-22T16:38:56.957+00:00Responsável? Ninguém.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHnpMY1SekLSk3M3VsC_mmoTG3cnQKYSVn1pqKhb9qZlefjSbYxIM3SMpzJ9ikziRTBm_ZsOvAOCWKDCKl6bI27rSArZJcwQ78Rp7xmrkWaM6fAqrlQsWUtMaPBiIi_5qSFkxfDQ/s1600/550.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHnpMY1SekLSk3M3VsC_mmoTG3cnQKYSVn1pqKhb9qZlefjSbYxIM3SMpzJ9ikziRTBm_ZsOvAOCWKDCKl6bI27rSArZJcwQ78Rp7xmrkWaM6fAqrlQsWUtMaPBiIi_5qSFkxfDQ/s1600/550.gif" height="239" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Novos caloiros, sejam bem-vindos
à Lusófona”. É assim que inicia um breve texto de boas-vindas e de apresentação
escrito pelo Presidente do Conselho de Administração dessa Universidade, no
site oficial da mesma. Esta primeira fase ganha um novo sentido e uma ironia
que alimenta a minha visão pouco conveniente sobre o assunto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É certo que a Universidade não é
tutora nem exerce qualquer tipo de responsabilidade relativamente aos
estudantes, normalmente maiores de idade, mais ainda quando os mesmos não estão
nas instalações daquela nem em iniciativas por si organizadas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém, a Universidade terá, certamente,
relações com a Comissão de Praxes. Pelo menos, sabe que existe. Permite que
exista. Devendo ter conhecimento das suas ações, mesmo que não o tenha,
conforma-se com as iniciativas, que, não se opondo, acaba por fomentar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não querendo encontrar bodes expiatórios,
sempre fui defensor de uma cultura de responsabilidade, em que todos devem
responder, equitativamente, na medida da sua culpa. Ainda que não tenha nada
que ver com o assunto, não me posso conformar que os responsáveis continuem a
cortar sistematicamente para canto. Muda-se uma cabeça, abre-se um inquérito e,
para o ano, continua tudo na mesma.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sabe-se, agora, que, depois do
Estado <i>“ter feito o favor”</i> de
encontrar os corpos, está a ponderar investigar o assunto. Um mês depois, o
pobre doente continua com amnésia seletiva (o meio mais comummente utilizado
para enganar a namorada, os pais, os professores e os nossos superiores
hierárquicos) sem ter, até ao momento em que escrevo, sido ouvido pelas entidades
competentes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Bem-dito Salazar”,</i> é o que nos apetece dizer neste país em que
ninguém é responsável por nada.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez tivesse sido diferente,
fosse um daqueles seis miúdos filho de um deputado, de um membro do governo, de
um notável ou de um membro daquelas seitas que vão gerindo as nossas vidas e que
são quase tão obscuras como a verdade que se esconde atrás desta tragédia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não quero alimentar conspirações,
nem levantar curiosidades, mas o assunto é muito mais sério do que as
autoridades portuguesas o estão a encarar. É, aliás, um tema que deve ser
encarado como motivo de reflexão nacional, desde os responsáveis pelas
universidades ao próprio legislador. Não estamos a falar de cortes nos
salários, de finanças ou futebol. Estamos a falar da vida das pessoas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos (!) têm (!) de ser chamados
à responsabilidade. Universidade(s), alunos, comissão de praxes, pais, PJ, Ministério Público.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O legislador,
que adora criar legislação sobre quase tudo e quase nada, poderia, também,
tirar um dia para tratar da questão das praxes, regulando-as ou proibindo-as,
responsabilizando, especialmente e a nível criminal, todos aqueles que, direta
ou indiretamente, participam em planos que humilham, que ofendem, que matam
jovens.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Normalmente, o que se faz a
quente é, tendencialmente, precipitado e errado. Mas este assunto não pode cair
no esquecimento. E era o que faltava que, numa legislatura, se dedicasse mais
atenção ao número de cães e gatos que um cidadão pode ter em casa do que o
tempo que se investe a tratar de direitos fundamentais, direitos constitucionais,
direitos humanos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Num momento em que apelo à honra e à memória dos jovens, não posso deixar de referir que este será, provavelmente, o
melhor – e também o mais triste – retrato do que é a sociedade portuguesa nos
dias de hoje, nos tempos em que vivemos.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-54670820724332886992014-01-08T12:22:00.002+00:002014-01-08T12:22:38.821+00:002014 <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>2014. O meu país.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-weight: normal;">Veio ventoso e com chuva, trouxe um mar agitado e levou, para junto dos Anjos, uma referência nacional. Mal chegou, deixou-nos de luto, como quem quer marcar uma viragem definitiva na nossa História, unindo-nos e pacificando as vozes menos ignóbeis. </span></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Eis que surgiu o 2014, por que todos, ainda que prudente e ansiosamente, aguardávamos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ano de partida da Troika, o tempo está propício a consensos. Portugal reconquistará, pelo menos, boa parte da soberania que perdeu no último governo de Sócrates. Porém, em véspera de eleições, com António Costa a morder os calcanhares, veremos como agirá Seguro, adivinhando-se que será, entre todos os líderes políticos nacionais, aquele que estará mais suscetível à pressão, nomeadamente aquela que vem, legitimamente, das ruas e aquela que ferve em lume brando, internamente, no Partido Socialista. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Além das movimentações a que, certamente, iremos assistir no que respeita às Presidenciais, Seguro, que lidera as sondagens, não estará entre a espada e a parede, mas estará entre a defesa do consenso por que anseiam os nossos credores e a nossa economia e a defesa dos interesses da máquina socialista, que desespera pelo poder que já julgava ser seu por direito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ano que antecede eleições, parece-me que Passos Coelho estará, em 2014, mais próximo do partido e das bases, convidando a um clima de euforia e mobilização entre o fim da primavera e o verão, aumentando e endurecendo o discurso ao posicionamento do Partido Socialista, que irá - ou deverá - desafiar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>2014. O meu clube.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O ano que passou foi suficientemente duro para os sportinguistas, na medida em que, perante a pior época de sempre da equipa principal de futebol, e confrontando-se com uma direção que esticou em demasia a corda da incompetência, os sócios, mobilizados, criaram o ambiente de mudança que, meses depois, vieram a consumar, elegendo uma nova direção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como signatário da convocatória da AG extraordinária, que não chegou a realizar-se, ajudei, ainda, a eleger Bruno de Carvalho, sendo que estou satisfeito com o seu trabalho, do mesmo modo que me sinto orgulhoso com a diferença que o Sporting, através dos seus sócios, veio demonstrar face aos seus rivais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O Sporting não é candidato ao título e, provavelmente, não será campeão. Está, todavia, no rumo certo, projetando o seu futuro com pés e cabeça. 2014 será o ano decisivo para o canal de televisão, para o desenvolvimento de novas parcerias com entidades nacionais e internacionais, em que as próprias camisolas terão, além do símbolo mágico do Clube, uma nova marca.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Espero que, na vanguarda da luta por um desporto mais transparente, o Sporting marque o novo ano reassumindo, também, o estatuto de clube que se bate pela verdade desportiva, pela defesa do atleta português, continuando virado para os sócios, na defesa da sua honra, nomeadamente cumprindo com os compromissos assumidos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;">2014. O meu eu.</b><br />
<b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;"><br /></b>
<b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;"><br /></b>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De uma perspetiva mais pessoal, este será também o ano da transição moderada. Será um bom sinal continuar a não ter tempo para partilhar opiniões através deste blogue. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">2013 foi, para mim, uma espécie de ano zero em quase tudo. Foi o ano do meu primeiro ano com contrato de trabalho. Foi o ano em que fixei, e paguei na totalidade, um pivot de rega. Foi o ano em que comecei a gerir a criação de equinos. Apesar do incêndio, esse trauma que vivi e de que ainda não recuperei, cumpri alguns sonhos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">2014 será o ano um. Será o ano em que nascerá o futuro da coudelaria. Adivinho que poderão nascer poldros de qualidade, com tamanho, cor, funcionalidade e boa constituição morfológica. Serão o resultado da primeira época de cobrições que planeei. Espero, em 2014, poder continuar a preparar a apresentação de cavalos em provas. Possivelmente, levaremos um animal a concurso. Logo veremos. Caminharemos sem pressa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como disse, o que desejei, quando passavam poucos segundos da meia-noite de dia 1, foi uma transição moderada. Que continuemos todos cá. Para nos lermos e vermos uns aos outros. E que, daqui a um ano, com voz própria - como sempre! - estejam a ler o escreveu um rapaz, com 26 anos, noivo e tio pela sexta vez.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Votos de um Feliz Ano Novo,</span></div>
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span>António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-70640007854058140122013-10-02T21:08:00.002+01:002013-10-02T21:08:46.173+01:00Avante!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOoF_-TJqNw_RPgj5uZD4LQlUcRqXh4-_C9KQVi7I__YEQobpF7K2hafUpanh3q3xNZog1L8pHRf-gfhGOUzngHFmGWUnRTQMyY_xMEpXqr4_yUtR7OJtZ6y5wNUJ6H2-C3DtHkw/s1600/psd+comunista3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOoF_-TJqNw_RPgj5uZD4LQlUcRqXh4-_C9KQVi7I__YEQobpF7K2hafUpanh3q3xNZog1L8pHRf-gfhGOUzngHFmGWUnRTQMyY_xMEpXqr4_yUtR7OJtZ6y5wNUJ6H2-C3DtHkw/s200/psd+comunista3.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Lisboa, numa coligação com outros dois partidos, obtiveram 51 mil votos, que não chegavam para encher o estádio da Luz, e 22%, muito menos de metade dos 51% que obteve António Costa, numas eleições em que o Bloco e o PCP também foram a votos. Em comparação com o resultado de 2009, perderam mais de 50 mil votos e 3 vereadores. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
No Porto, uma maioria absoluta de 47,5% transformou-se num 3º lugar. 21% com apenas 24 mil votos, que, mesmo bem distribuídos, não chegavam a uma meia casa no estádio do Dragão. O PSD, no concelho do Porto, é o partido das “zero freguesias”. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Gaia, de 62% desceu-se para 20%. As contas não são difíceis. São menos 42%, quase 65 mil votos. De vereadores, cortou-se a parte esquerda do 8. Agora são 3. E foi por pouco que não ficaram no lugar 3, por uma diferença de menos de 400 votos. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Sintra, outra maioria absoluta em 2009, outro 3º lugar em 2013. Feitas as contas, sempre de subtrair, são menos 31%, são menos 45 mil votos (que dava para encher 16 vezes o estádio do Sintrense, e ainda ficava gente cá fora). Como no Porto, em Sintra, o PSD também ficou sem qualquer freguesia. Zero. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Poderia, e talvez até devesse, continuar a exemplificar. Mas não vale a pena. Já encontraram os culpados. Culpados que são sempre os outros. </div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas a verdade é só uma. Quiseram que o Luis Filipe Menezes fosse para o Porto. Acharam que Seara seria a escolha natural e que, pela consensualidade, poderia remediar os previsíveis danos em Lisboa. Não quiseram apoiar Aguiar em Gaia e preferiram avançar com um candidato contra Marco Almeida, quando este já tinha apresentado a candidatura.</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
A responsabilidade também não é do governo. E não estou a ser irónico. As pessoas sabem distinguir as coisas. O problema é que, no PSD, não se preparam as coisas. Não se decide com base em projetos ou objetivos. Decide-se com base nos nomes e nas caras.</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Daí que seja necessário perseguir quem apoia candidatos que não são apoiados pelo PSD, fazendo censura. Censura política, a que se refere o camarada Cunhal. Perdão, censura política a que se refere o camarada Aguiar Branco.</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
Avante com as expulsões e, qualquer dia, já não sobra ninguém!</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-57799754274495539242013-09-18T11:38:00.003+01:002013-09-19T08:50:36.999+01:00Um adeus à Bê<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-_fH3NDvUCNaBPJuZL8MgsAx4peZhZUfiGziAg_RoEj1YppSj_SW7t-muyq3cj9Ktw1YjMeasnNIPKFgUPTaO9NKPnyn2A-nQwTWhV2bbfoX133M5MCfzq7XeeJb560JtzJ5BMQ/s1600/20828_10152723262215506_552172178_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-_fH3NDvUCNaBPJuZL8MgsAx4peZhZUfiGziAg_RoEj1YppSj_SW7t-muyq3cj9Ktw1YjMeasnNIPKFgUPTaO9NKPnyn2A-nQwTWhV2bbfoX133M5MCfzq7XeeJb560JtzJ5BMQ/s320/20828_10152723262215506_552172178_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Aprendi, sobretudo no último ano,
que o fundamento de uma desilusão é uma grande ilusão. Conformei-me. Não vale a
pena vivermos com ilusões. E, sendo certo que a maior ilusão se prende com a
eternidade ou a imortalidade, temos de aceitar a falibilidade, a efemeridade e
a mortalidade como algumas das poucas certezas que temos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por essas razões, nas alturas de
maior tristeza, tendo a recuperar, na memória, as coisas boas que aconteceram,
tentando confortar-me com a última festa e o último beijo que dei na manhã de
ontem, naquele que foi o último dia da vida feliz da Bê.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Subiu montados, percorreu
quilómetros, sempre corajosa diante do gado bravo. Foi terna com as pessoas,
protetora do território, deu sempre sinal quando julgou necessário. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Trabalhou dia e noite, entre o
gelo dos graus negativos e o calor infernal dos verões. Brincou, caçando. Foi
uma autêntica professora para a Bolota, com quem sempre demonstrou toda a
paciência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi leal até ao último instante.
Até ao último instante. Mas, antes disso, deu a conhecer a Herdade à Bolota,
que lhe faz companhia há uns meses. Levou-a a Santo Estêvão, aturou
brincadeiras, mostrou-lhe o perigo das valas e ensinou-lhe as formas de passar
pelas vedações. Ensinou-a a caçar coelhos, a estar desperta perante a visita noturna
dos javalis e a entreter-se atrás da raposa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A Bê foi uma lutadora, com uma
dignidade e um carácter de tal forma imensos que envaidecem os seus donos. E,
em vez de deixar um vazio, deixa um legado. Um legado de amor àquele local, um
legado de proteção, um legado de trabalho.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Morreu ontem naquela que foi, e
continuará a ser, a sua casa, vestindo a camisola até ao último segundo. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tendo sido sempre feliz,
conquistou a imortalidade pela sua postura exemplar que continuará a inspirar
os vivos, continuando, por isso, a fazer parte da história das coisas boas que
aconteceram na Formiga.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-90265780358547243342013-08-30T11:13:00.001+01:002013-08-30T11:13:33.827+01:00Liberdade para os vianenses<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEdOEzO6zzakHK3V5o1A1ymWmTfprJkeXoB6yxhaFcy_FNFseyfn3uabFwpGdHgpXUCD6RG46xtUZll0EUcgvOOOvzkU1_TfLRSQEddr_zg41Xp7Lo1sj1k26zxfSIxuXbZjXjhQ/s1600/1157605_630385766995813_2087492906_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEdOEzO6zzakHK3V5o1A1ymWmTfprJkeXoB6yxhaFcy_FNFseyfn3uabFwpGdHgpXUCD6RG46xtUZll0EUcgvOOOvzkU1_TfLRSQEddr_zg41Xp7Lo1sj1k26zxfSIxuXbZjXjhQ/s400/1157605_630385766995813_2087492906_n.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Haja liberdade, haja tradição e democracia.<br />
Viva Portugal!António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-63510687074627385192013-08-28T11:09:00.000+01:002013-08-28T11:09:20.149+01:00O escândalo de Bale<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg2iD40SXF7YpGudfD6-FyvScQ8UgrK8bCNGYVZbK2EWFYIu0Z1RHcxmjgG8TOFqdWZPNnR3GTPjIOINtwLfJ1U9gDwZx4PHI_jP2eFE8k3NhfWTgFDGt2RWvREkR3FZBoipCKlg/s1600/top.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg2iD40SXF7YpGudfD6-FyvScQ8UgrK8bCNGYVZbK2EWFYIu0Z1RHcxmjgG8TOFqdWZPNnR3GTPjIOINtwLfJ1U9gDwZx4PHI_jP2eFE8k3NhfWTgFDGt2RWvREkR3FZBoipCKlg/s320/top.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ninguém tem dúvidas de que Bale é um grande jogador, que
desequilibra, que joga e faz jogar, que traz qualidade ao jogo, que marca e dá
a marcar, fazendo a diferença. Mas Bale é galês, joga no Tottenham, que, apesar
de ter uma belíssima equipa que foi construída nos últimos cinco anos, “está a
milhas” dos principais colossos europeus.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por muito bom que seja, Bale valerá metade do que vale
Messi, metade do que vale Ronaldo. Valerá, talvez, pouco mais do que vale Di
Maria, valor que terá, neste momento, apenas por estar numa equipa com menor
dimensão, sendo, por esse motivo, mais decisivo do que, previsivelmente,
poderia ser numa equipa de maior nomeada.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não sendo certo que a transferência venha mesmo a
consumar-se, colocar-se a hipótese de haver um clube com um passivo milionário,
de um país que vive uma crise profundíssima, disposto a pagar uma centena de
milhões de euros por Bale é um escândalo universal.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outro escândalo, da mesma dimensão, é o facto de Platini
dizer publicamente que pensa que o valor é perfeitamente normal, ignorando a
real situação financeira do Real Madrid (que está muito distante dos milhões virtuais que esse clube, anualmente, queima em falsos reforços), a situação económica espanhola e a
profunda crise que persistentemente assola o continente europeu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bale não vale cem milhões. É inaceitável que se possa pensar
que possa valer mais do que esses cem milhões. Ou que valha pouco menos de cem
milhões mais jogadores ou outras contrapartidas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A novela “Bale”, que marca este período de transferência,
apenas tem o mérito de demonstrar, aos jovens, o exemplo que ninguém deve
seguir, porque, além de ser condenável que se ofereça esta fortuna em tempos de
crise, com o apoio dos principais responsáveis por essa atividade profissional,
a atitude do internacional galês – que nunca chegará aos pés dos melhores
jogadores do mundo – é de repudiar com veemência. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Faltar ao trabalho, incumprir o contrato, forçar a saída de
um clube que tudo lhe deu é um ato vergonhoso, constituindo um sinal de
absoluta falta de profissionalismo, que se está a alastrar por todos os clubes
de todos os campeonatos, e que merece reprovação por parte de todos os agentes
desportivos, por todos os agentes não desportivos, por todos os cidadãos do
mundo.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez haja motivos para desafiar a Judite Sousa, que, nesta
fase da sua vida profissional, não está “a dar uma para a caixa”, a entrevistar o Florentino Pérez,
sugerindo-lhe que, em vez de pagar estes milhões por quem não os vale, o clube
merengue distribua essa quantia obscena pelos pobres que há no mundo,
começando, claro está, pelos milhões de desempregados espanhóis.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-28026221431638169332013-08-27T15:29:00.002+01:002013-08-27T15:29:24.066+01:00Outra ameaça à paz mundial<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK4TQjRl8TOktcRalSDCRoPrxkS41VAUpPmpcWrfA8t2IFGS2KHEXfEIzzzMwwFoctqw_cgGKHrGF0hgptmiP4Djk3NwR1yCoLUiYd7gZci9wFLfVVoYkQ0pZ9iuPRaeNYdZR6Rw/s1600/syria_flag.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK4TQjRl8TOktcRalSDCRoPrxkS41VAUpPmpcWrfA8t2IFGS2KHEXfEIzzzMwwFoctqw_cgGKHrGF0hgptmiP4Djk3NwR1yCoLUiYd7gZci9wFLfVVoYkQ0pZ9iuPRaeNYdZR6Rw/s400/syria_flag.png" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mundo é pequeno e começa a
ficar cada vez mais perigoso. Não falo das tendências cada vez mais autoritárias
que os alemães têm mantido em relação a uma Europa contra quem, noutros tempos,
já combateram, tendo precisado da ajuda daquela para se reerguer enquanto país,
e enquanto potência económica. Não me refiro, também, à constante frieza russa,
país cuja relação tenta ser preservada, por todos os países, de uma forma
sempre delicada. Também não refiro à persistente ameaça norte-coreana, país
que, isolado do mundo moderno, continua a intimidar a mais poderosa potência
económica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A situação na Síria não faz
adivinhar nada de bom para uma Europa que continua a não sair da cepa torta,
que estagnou e, sem saber o que quer de si própria, continua a falar através de
várias e diferentes vozes. Um ataque na Síria, com fundamentos semelhantes aos
que desencadearam a guerra no Iraque, seria também ruinoso para os Estados
Unidos, cuja economia continua com enormes dificuldades, sendo previsivelmente
superada pelo dinamismo chinês, ainda que seja construído através de sucessivos
ataques à dignidade da vida humana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não sei o que fundamentou o
cancelamento unilatera</div>
l (pelos Estados Unidos) do encontro que estava previsto
realizar-se com a Rússia, em Haia. Não sei, também, se existe algum fundamento
para crer que houve um ataque feito através de armas químicas na Síria. Mas
parece-me que, ainda para mais na atual conjuntura económico-financeira, os
Estados Unidos e os seus aliados europeus deveriam ser mais prudentes
relativamente a uma eventual intervenção militar no país liderado por Bashar
al-Assad.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É perfeitamente compreensível,
para o comum ocidental, que os Estados queiram reprimir o “uso” de civis
inocentes para desencadear um ataque químico que mata indiscriminadamente. É,
também, compreensível que se repudie o atraso sírio em aceitar o pedido da comunidade
internacional de permitir o acesso de inspetores das Nações Unidas ao local
onde o referido ataque alegadamente terá ocorrido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Impulsivamente, a posição dos
Estados Unidos ficou mais dura, havendo uma pressão de alguns congressistas no
sentido de enviar navios para a Síria para atacar o território através de
mísseis. A má vontade, que me parece ser inequívoca, por parte dos sírios,
ajuda a esse impulso.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todavia, numa altura em que
persiste o medo relativamente a ameaças permanentes, como a russa ou a
norte-coreana, mas também de movimentos islâmicos radicais, há que ser
especialmente cauteloso com a questão da Síria, sobretudo após os avisos do Irão
e da China, que apontam para retaliações em caso de ataque.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O cenário que ficou montado com o
alegado ataque químico era totalmente indesejável pela comunidade
internacional, mas, depois da “agressividade” na forma como os norte-americanos
disseram que esse ataque era indesmentível, defendendo-se um ataque imediato ao
território sírio, não pode deixar de se ter em conta os avisos ameaçadores do
Irão e da China.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A bola está no lado de Obama, que
tem finalmente a sua prova de fogo, e a quem cabe evitar (ou não) um ataque que
pode ter consequências gravíssimas, sobretudo na atual conjuntura, para os
Estados Unidos e para os aliados ocidentais e que, a ocorrer, terá certamente repercussões,
também, em Portugal.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Veremos o que nos dirão os
próximos capítulos, com a expectativa de quem receia que esta história, que
começou torta, possa não acabar direita. </div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-62265343522927979782013-08-27T10:25:00.000+01:002013-08-27T10:25:00.370+01:00As minhas autárquicas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1xbgaPQ2kGwGOf37hHaSic3tumnPfPR5MiByGfqcmf79EGBSJb5euq3I6L9tc1CNPuxR2hPGCKBzN9L0fuOVoa-HSyQabaSTC0ZFJGIFZqz9ypw549aHDxjtgfG0e_2nddmI-ZQ/s1600/Voto2013-384x217.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1xbgaPQ2kGwGOf37hHaSic3tumnPfPR5MiByGfqcmf79EGBSJb5euq3I6L9tc1CNPuxR2hPGCKBzN9L0fuOVoa-HSyQabaSTC0ZFJGIFZqz9ypw549aHDxjtgfG0e_2nddmI-ZQ/s320/Voto2013-384x217.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A pouco mais de um mês das
eleições autárquicas, os mares ainda estão calmos, porventura demasiadamente
calmos, tendo em conta o facto de estas serem as eleições que, pelo menos em
teoria, vão fazer uma verdadeira revolução no poder local.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em tempos, escrevi, neste blogue,
que discordo, em absoluto, da forma adotada pelo PSD para a composição das
listas, tendo desaproveitado uma oportunidade única para renovar, renovar a
sério o poder local, abdicando dos dinossauros que marcaram um período em que o
mapa autárquico esteve pintado em tons de laranja, com saldo positivo e obra
feita.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A participação cívica e política
deve, no meu entendimento, pautar-se por uma lógica de meritocracia, de
reconhecimento público do trabalho desempenhado (fora do poder autárquico) pelo
candidato, sendo essas algumas das razões que me fazem defender a não
eternização nos cargos e a rotatividade que, a meu ver, é totalmente desejável
no sentido de preservar uma democracia plena e saudável.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A lei, quando não é totalmente
clara, é suscetível de ser interpretada, mas não podemos esquecer que a lei é
feita por homens, sendo redigida em resultado do pensamento maioritário – neste
caso, pensamento político – de vontades livres. Se é questionável o espírito do
legislador, não deveria ser, por uma questão de sensatez, igualmente
questionável aquela que deveria ser a sua vontade. A perpetuidade num
determinado cargo público (ainda que alternando o local) é ruinosa para a nossa
democracia e, pior do que isso, é um contributo enorme para abalar ainda mais a
confiança que os portugueses deixaram de ter nela.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O meu apoio, ou a falta dele, em
algumas candidaturas não se justifica por uma questão pessoal, nem por uma
questão partidária. É por uma questão de acreditar em determinados princípios
orientadores que possam contribuir para uma democracia mais saudável. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aliás, como militante do PSD,
como social-democrata, revejo-me em muitas das ideias que Seara ou Menezes
partilham. Tendencialmente, em circunstâncias normais, votaria sempre num
candidato do PSD.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém, as razões que descrevi, e
os termos em que foram descritas, impedir-me-iam de apoiar os candidatos “salta-pocinhas”,
que, impedidos legalmente de se recandidatar à presidência de determinado
concelho, contornam a lei e candidatam-se a outras Câmaras Municipais, algumas
delas limítrofes da anterior, apenas afastadas por uma estrada, por um rio, por
uma ponte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nas circunstâncias em que se
apresentam estas candidaturas, se fosse eleitor em Lisboa, não votaria em Seara.
Se fosse eleitor no Porto, não votaria em Luís Filipe Menezes. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apesar de não gostar da forma
demasiado populista como tenta ganhar cada voto, não hesitaria, perante as
candidaturas existentes, em votar no António Costa. De um ponto de vista
global, fez um trabalho positivo, apenas superado pelo empreendedorismo de
Santana Lopes. Costa demorou a arrancar, mas Lisboa está mais bonita, na antiga
Musgueira, nos jardins do Campo Grande, vai ficar mais bonita no Terreiro do
Paço e talvez até tenha ficado mais exuberante e funcional na Avenida da
Liberdade e na zona do Marquês. Reconheço, porém, que a oposição construtiva
que Costa teve foi um contributo fundamental, que ajudou a cidade a recuperar o
seu esplendor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No Porto, a questão é diferente.
Votaria em Rui Moreira, pela outra explicação que acima já dei. Vem da
sociedade civil, de um grupo de pessoas com competência e capacidade, que
merece ser premiado. Além do mais, é do Porto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Noutros municípios, votaria
claramente no PSD, como na Figueira da Foz, Albufeira, Benavente, Oliveira de
Azeméis, Braga, Guarda, Cascais, Vila Franca de Xira, Montemor, Santarém e, em
geral, em quase todos os outros.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma das exceções é a de Sintra. Penso
que Marco Almeida fez um trabalho notável, que me parece ser reconhecido pelos
sintrenses, merecendo a oportunidade de liderar os destinos da autarquia
durante, pelo menos, dois mandatos. Se fosse eleitor em Sintra, não hesitaria
em votar no movimento independente encabeçado pelo Marco Almeida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como Oeirense, reconheço que,
neste ano, a escolha se dificulta. Parecendo-me evidente que o candidato do PS
será esmagado nas urnas, a escolha resume-se à opção entre Moita Flores, do
PSD, e Paulo Vistas, no IOMAF.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sendo militante do PSD, nunca
hesitei em pensar pela minha cabeça. Temos o direito, mas também o dever, de
ter convicções. Temos o direito a engraçar ou não engraçar, a rever-nos ou a
não nos revermos, temos até a possibilidade de apenas não ir com a cara. O que
digo é totalmente de uma perspetiva pessoal, mas, ainda hesitante, o tempo
começa a escassear-se. Por esse motivo, e pelo excecional trabalho que foi
feito em Oeiras, começa a ganhar força a probabilidade de votar no Paulo
Vistas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Confesso que ainda não conheço (ou
não sei quais são) os candidatos à minha Junta de Freguesia, reservando essa
decisão para a altura em que os conhecer. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Distante da realidade do partido,
totalmente descomprometido perante qualquer candidatura, tenho sentido que me
tenho tornado cada vez mais livre. Confesso que, pela estima que tenho pelo
Marco Almeida, apenas a sua candidatura me deixa mais expectativas, sendo,
inclusivamente, bastante provável que eu participe nas suas ações de campanha,
contribuindo, com aquilo que puder, para a vitória que não tenho dúvidas que
ele merece, e que certamente acabará por conseguir.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como social-democrata militante,
e apesar das considerações que repito neste texto, não deixo de desejar que o
PSD consiga vencer as autárquicas, por duas razões fundamentais: para preservar
a estabilidade na governação do país e para premiar o trabalho brioso que foi
desempenhado pelos autarcas social-democratas de norte a sul do continente e
nas ilhas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-34370028401241113272013-08-26T11:17:00.001+01:002013-09-08T07:58:04.479+01:00No fim do pesadelo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS3J4GlKUiXTN7CRWtlqVfp8RJOql9hcBc3ZqDfmx2Up1ob-NH4VWkn9ET54svuAOcxbyN01sQGqs7-cTxY5SDJQLEYgnVgH23ce1a3wAb_w11-jmB7X6y1h0i97THnPfUdLJJuQ/s1600/2013-08-20+18.46.42.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS3J4GlKUiXTN7CRWtlqVfp8RJOql9hcBc3ZqDfmx2Up1ob-NH4VWkn9ET54svuAOcxbyN01sQGqs7-cTxY5SDJQLEYgnVgH23ce1a3wAb_w11-jmB7X6y1h0i97THnPfUdLJJuQ/s400/2013-08-20+18.46.42.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi com uma onda de fumo, que se
via de Lisboa, que me apercebi da dimensão da tragédia que tornava assombroso
um cenário que, até então, se assemelhava a um pequeno paraíso terreno.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
À chegada, obtive a confirmação,
constatando que um imenso mar de fogo estava de passagem pela Formiga. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Confesso, porém, que fiquei com a
primeira sensação de que tudo estava a controlar-se. Apesar das várias frentes,
os poucos bombeiros presentes no local e a segurança, quase leviandade, com que
se deslocavam dentro da herdade, não se orientando pelos conselhos que eu e o caseiro
lhes dávamos – no sentido de lhes indicar os melhores acessos e de explicar o
estado do terreno – faziam-me crer que os estragos se ficariam por ali. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aliás, na altura em que cheguei,
as chamas estavam a alastrar-se junto a uma vala e a uma zona de pasto que não
tinha mato. Seria, do meu ponto de vista (de alguém desqualificado para este
tipo de situações), improvável que se multiplicasse o número de frentes e que o
fogo tomasse conta de outros locais dentro da herdade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa sensação de controlo não me
tirou a preocupação. Conhecendo cada canto e recanto, meti-me num jipe com o
caseiro, fomos dar uma volta pela herdade para ver o estado das coisas, numa
altura em que ardia de um lado e do outro da A13, que corta a herdade ao meio.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A meio da herdade, existe um
túnel, contrapartida pela expropriação originada pela construção da A13 e que
serve, além de acesso interno e privado, para a passagem do gado. Esse túnel
está junto a uma pequena barragem, numa zona que, como todo o resto da herdade,
tem vários socalcos. Com o portão aberto, para facultar a circulação dos
bombeiros, passámos para o outro lado e vimos até onde pudemos ver. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O estado de pânico começou quando
queríamos regressar a casa. Junto à barragem, começou uma nova frente de fogo,
que praticamente nos cercou. Entre o mato e os sobreiros, formou-se uma parede
que nos impediu de seguir em frente e nos forçou a alterar o trajeto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não era possível chegar a casa,
nem às cocheiras, sem que tivéssemos de sair pelo segundo portão, seguindo pela
Estrada Nacional, passando por fora da herdade. Foi o que fizemos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse momento, tudo de
descontrolou. O que, à chegada, estava controlado e localizado ficou
descontrolado, começando a adivinhar-se o pior. Foi nessa altura que, exaltado,
saí do carro e tentei explicar aos bombeiros que o fogo estava a avançar por
uma zona que, apesar de estar junto a uma vala cheia de água, estava seca. Se
passasse daquele local, veríamos, dentro de minutos, o fogo tomar conta dos
barracões, das cavalariças e da casa. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O meu aviso foi seguido,
tendo-se formado um “muro de combate ao incêndio” que o impediu de se alastrar,
evitando que chegasse à zona das cavalariças.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessa altura, avisei, também, que
os socalcos existentes na zona, bem como algum mato (que não corresponde a
qualquer incumprimento da lei e que, se fosse cortado, poderia matar vários
sobreiros), fariam com que, se as chamas passassem daquele local, em minutos, a
casa estivesse a arder.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não havia tempo a perder. Pus-me
no carro e, antes de ir a casa, fui ao parque junto à casa, que ainda não
ardia, para soltar quatro poldros que ali estavam. Num instinto de
sobrevivência, efetivamente milagroso, os poldros correram na minha direção
logo os chamei, passando de um portão para o outro sem hesitar. Saíram daquele
local em segundos, numa altura em que esse parque começou a ser consumido pelas
chamas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O tempo começava a escassear. Eu
sabia que, em circunstâncias normais, dentro de três ou, com alguma sorte,
quatro ou cinco minutos, a casa estaria a arder, sem que houvesse um único
bombeiro no local.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por sorte, era terça-feira. A
Eugénia, que ali vai nesses dias da semana para limpar a casa, estava ali.
Regou, com uma pequena mangueira, toda a zona junto à casa. Gritei, chamei os
bombeiros para o local, abri todos os portões, fui até casa e liguei a rega.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
À medida que acelerava a força
devoradora de um fogo imensamente brutal, o tempo para o combater começava a tornar-se cada
vez mais curto. Foi aí que, finalmente, mas com toda a calma, chegou a primeira
de três ou quatro carrinhas de bombeiros. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não é possível descrever os cinco
minutos seguintes, porque não há explicação para o desespero. O ar ficou irrespirável,
o calor insuportável, a casa foi assaltada por um gigantesco fumo cinzento. Uma
chama quase me engoliu numa altura em que eu estava junto a um depósito de água
situado atrás do balneário para onde me dirigi, a pedido dos bombeiros, para
desligar a rega.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Confesso que não sei como é que a
casa não ardeu. Não sei como é que os balneários ficaram intactos. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A determinada altura, a casa ficou sem
água e sem eletricidade. Instintivamente, quando fui ligar a rega, abri a
piscina (normalmente protegida por uma cobertura). Foi o que serviu para
colmatar a falta de água dos carros de bombeiros, que se serviram daquela água
para apagar o resto das chamas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Num ápice, o fogo circundava toda
a casa, desde os balneários à zona da piscina, passando pelas traseiras, pela
casa do caseiro, a que se somaram pequenos focos de incêndio junto ao portão e
ao relvado. Nessa altura, temi o pior. O fumo tornava impossível a visão de
parte da casa. Os bombeiros recuaram e eu próprio, vomitando a desidratação
que, entretanto, comecei a sentir, fui até casa buscar garrafas de água para os
bombeiros. Fui até casa do caseiro, que tinha a porta aberta e estava mais
fresca. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessa altura, começou a arder por
trás dessa casa, chamei os bombeiros, que apagaram imediatamente aquele fogo.
Entretanto, o incêndio tinha passado entre os barracões até ao fim da herdade,
tendo consumido uma diagonal completa que arrasou sobreiros e centenas de espécies de
seres vivos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquela gigante nuvem negra transformou-se,
entretanto, num conjunto disperso de nuvens cinzentas, graças a cerca de
duzentos bombeiros, cinco tratoristas, o senhor Carlos, o senhor Leonel, o
Luís, o senhor Zé Afonso e a Eugénia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não estando, ainda, completamente aliviado, nem tendo qualquer sentimento que se assemelhasse àquele que se tem em
situações de controlo e de vitória, olhei à volta e, pelo menos com maior
controlo sobre o meu estado de desespero, lembro-me de, entre ordens, ter
abraçado o comandante dos Bombeiros do Cartaxo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em cada homem, em cada rapaz e
rapariga, vi um herói. Entre lágrimas, a calma chegou, finalmente, aos homens
exaustos, quando a noite chegou.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passou uma semana desde esse
incidente e, confesso, ainda hoje tenho dificuldades em dormir. Acordo
sobressaltado a meio da noite. As pulsações ainda estão demasiadamente aceleradas
para poder descansar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No dia seguinte ao incêndio, no
dia seguinte ao seguinte, nos dias seguintes a esse, dei sozinho várias voltas
à herdade, não para fazer contas aos estragos, não para me deprimir no meio de
um cenário que de paradisíaco se tornou lunar, mas para beber um pouco da força
da resistência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ardeu metade da Formiga. Centenas
de sobreiros ficaram queimados. O que era verde e amarelo ficou preto e
cinzento. O cheiro fresco dos eucaliptos tornou-se pesado. O canto dos pássaros
transformou-se num ruidoso e aflitivo silêncio. O cenário tornou-se desolador e
penoso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Penso que vivemos, os que
estávamos na Formiga, uma espécie de guerra. E, numa guerra, até os vencedores
perdem. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que me fascina, na Formiga, é a
biodiversidade. É a dignidade da vida dos toiros e das vacas. É a excelência e
o carácter daqueles cavalos e poldros, a quem, com esforço e trabalho, dou de
comer. É a sabedoria das corujas, a imponência dos milhafres, o passo
desengonçado dos javalis, a rapidez dos coelhos, a ratice da raposa e a “rasteirice”
dos saca-rabos, a pureza dos pássaros, a calma das cegonhas, o canto das rãs. É
a história que cada sobreiro tem para contar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É por isso que aquele local é
único. É isso que me acalma do stress do quotidiano. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No último grande passeio que dei,
dois dias após o fogo, com o cheiro das cinzas, e apesar de não me tirar o
sentimento de algum pânico e sobressalto que ainda mantenho, senti a verdadeira força
da natureza, da resistência perante o que foi a intensidade brutal de um mar
devastador de fogo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fiquei com a esperança de que
parte dos sobreiros ardidos ainda vai recuperar. Não acredito que a (Herdade
da) Formiga tenha esse nome apenas por causa dos milhões de seres dessa espécie
que, dia e noite, de verão a verão, ali trabalha para viver com dignidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ali, todos somos formigas,
inerentemente apaixonados pela vida, coligados num governo de salvação de toda
a vida que pudermos salvaguardar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse dia, entre o trote do Puro
Sangue Lusitano que montava e o galope desarticulado e rápido da Cão de Gado
Transmontano que comprei no inverno passado, já ouvia, ainda que de forma
envergonhada, o canto afinado dos pássaros. A mãe cegonha sobrevoava a várzea à
procura de alimento para a cegonha bebé. O casal de milhafres voltou. As vacas,
com os vitelos ainda novos, comem feno de forma digna e serena. Os cavalos
estão calmos, pedem por passeios. Os poldros estão deitados junto aos novilhos
e, entre eles, de forma sábia e matreira, está a raposa, numa altura em que os coelhos já saem da toca.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pressinto que, entre todos
aqueles animais, existe o medo que o faz estar juntos, mas a confiança de que,
finalmente, a situação se está a normalizar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não temos qualquer sentimento de
vitória. Mas o sentimento de derrota não se sobrepõe à imensa esperança de
reerguer cada sobreiro, de revitalizar os sobreiros que, até à próxima primavera,
tudo farão pela sobrevivência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Temos, isso sim, conforto. Todos.
Todos os que fomos, e somos, formigas. Todos os que, perante o maior susto da
vida, tudo fizemos para salvar a vida uns dos outros. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A natureza, e a biodiversidade
que cultivamos, sofreu apenas um duro e cruel revés, mas não há nada mais belo
e mágico do que o pequeno conforto de sentir que a vida, naquilo que foi
possível, resistiu. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na tentativa de virar esta
página, realmente negra da nossa vida, resta-me desejar que este dia seja
recordado, não pelo que aconteceu, mas pelo que se evitou que acontecesse, e
que nunca seria possível sem a ajuda das pessoas que referi, da solidariedade
dos bombeiros, dos tratoristas da Companhia das Lezírias, da Proteção Civil, de
cada bombeiro que ali esteve. Também não seria possível sem o instinto de
sobrevivência de cada animal e sem a Sorte, a que apelei em desespero, e que
veio dos Céus.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tendo vivido a situação desde o
momento em que o incêndio se descontrolou, e visto a forma como o fogo devorou
toda a zona junto à casa, só posso acreditar que foi a Mãe que protegeu a vida
que o Pai criou.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É só mesmo por causa disso que,
cansado mas com esperança, posso finalmente dizer que o pior já passou, que
tudo poderia ter sido muito pior, e que, com felicidade, podemos dizer que
seguimos. Que seguimos, vivendo.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-51406644827957919452013-08-06T16:25:00.001+01:002013-08-06T16:25:38.294+01:00Foi há 10 anos, e eu estive lá.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikHAdCpQVl1h57by6V1sE83EABneAhEmcp8vpXoQJuXfWvqHbgdBISrOG1XFRDQfve7aEzvK5gbaq5IBTnHNwRkXJGnxvE2ebr4Hx4iH-ItnHdFsqpVxG8aI42Mwbil1843SwRLw/s1600/ng1770E7A2-D33B-441B-BB07-9B1C430369E9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikHAdCpQVl1h57by6V1sE83EABneAhEmcp8vpXoQJuXfWvqHbgdBISrOG1XFRDQfve7aEzvK5gbaq5IBTnHNwRkXJGnxvE2ebr4Hx4iH-ItnHdFsqpVxG8aI42Mwbil1843SwRLw/s320/ng1770E7A2-D33B-441B-BB07-9B1C430369E9.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;">O dia há-de nascer,</span></div>
<span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Rasgar a escuridão,</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Fazer o sonho amanhecer</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Ao som da canção</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
E então:</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
O amor há de vencer</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
A alma libertar</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Mil fogos ardem sem se ver</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Na luz do nosso olhar,</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Na luz do nosso olhar!</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Um dia há de se ouvir</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
O cântico final,</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
Porque afinal falta cumprir</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
O amor a Portugal,</div>
</span><span style="background-color: white; font-family: 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><div style="text-align: center;">
O amor a Portugal!</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
(Letra da música cantada por Dulce Pontes, na inauguração do novo Estádio José de Alvalade, há precisamente 10 anos, num dos momentos mais arrepiantes e bonitos que vivi em toda a vida.)</div>
</span>António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-11746695431852196942013-07-09T23:14:00.000+01:002013-07-09T23:14:01.682+01:00Brumices<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimFCbS1iWcZVq_yW5OANEmjmGfaBJGIlbvqCKPw8gF6uIRlwkFwX6NVySVnuvpUAN78VmCRh3bcWoyzo19-uyrljZZ-h-ean010-10D2JZp_cQYVN1XUR9kawZguaoXiP-_if9pQ/s1600/brumas12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimFCbS1iWcZVq_yW5OANEmjmGfaBJGIlbvqCKPw8gF6uIRlwkFwX6NVySVnuvpUAN78VmCRh3bcWoyzo19-uyrljZZ-h-ean010-10D2JZp_cQYVN1XUR9kawZguaoXiP-_if9pQ/s320/brumas12.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Faz capas de jornais, é tema para páginas e mais páginas de um folhetim diário, é o assunto na ordem do dia das televisões sempre que falam do Sporting. Falo do Bruma, da novela. </div>
<div style="text-align: justify;">
Imaginem o que seria, se o Sporting não quisesse ficar com o jogador. Imaginem o que seria, se o Bruma não adorasse o clube e não quisesse mesmo ficar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todos sabem que o melhor, para Bruma, é ficar em Lisboa, vestindo de verde e branco. Sabe Bruma. Sabe o Sporting. Sabe o único clube que verdadeiramente acredita nas suas potencialidades, que oferece milhões (três Nolitos e meio, três David Villas) para que o jogador fique emprestado no Sporting. Sabe o seu empresário e sabe o seu advogado, pobre incompetente que pensa ter descoberto o petróleo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Penso que a novela, que existe, terá um fim. Bruma fica no Sporting, potencia-se, assume o lugar de Nani na selecção, dá o salto a troco de uma pequena, mas justa, fortuna, e vai assumir-se como um dos grandes jogadores do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A outra possibilidade seria a de Bruma sair já, para um clube onde não será titular, perdendo o combóio do Mundial e correndo o risco de, tal como Paim, ter de se dedicar aos saltos para a piscina.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que registo, que é apenas o que pressinto saber, é que Bruma, em Portugal, só jogará de verde e branco, jogando, em Alvalade, pelo menos mais um ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
Registo ainda outras coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
O caso Bruma irá resolver-se em benefício para todas as partes, mas há outros Brumas, Brumas verdadeiros em Portugal, que estas falsas peripécias ligadas ao verdadeiro Bruma têm escondido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quantos Brumas existem no FC Porto? É mais provável Atsu jogar no Sporting ou no Benfica do que ficar no Porto. É um bom jogador, que sairá pela porta dos pequenos, vendido por uma pechincha. E Rolando? O tal que o Porto tenta oferecer ao seu rival? Ninguém fala dele? </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não é só na invicta que há brumices. Em Lisboa, também as há.</div>
<div style="text-align: justify;">
Imaginem, agora, que Bruma tinha feito mais do que meia dúzia de jogos. Que era uma peça fundamental. Que tinha sido a terceira contratação mais cara da História do clube. Que era o grande goleador. Aquele que resolvia. Que tinha marcado, em jogos oficiais, na equipa principal do clube, mais de uma centena e meia de golos. Imaginem que o clube queria despachar esse jogador, detentor de um pé esquerdo que decidia jogos, um dos melhores avançados da Liga, um dos melhores goleadores da história do clube.</div>
<div style="text-align: justify;">
Imaginem, já agora neste "suponhamos", que o clube punha, no mercado e em desespero, o passe do jogador. E que o mercado, sorrindo, nada dizia, apenas se oferecendo propostas irrisórias por esta peça fundamental, vindas de um clube recém-promovido em Inglaterra e de um clube de um campeonato secundário que está impedido de ir às competições europeias.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nós, no Sporting, não temos 105 jogadores, estamos em fase de uma reestruturação que reduzirá orçamentos, mas temos dinheiro para ir fazer um estágio lá fora. Não somos uma empresa de compra e revenda de jogadores, nem uma empresa de televisão. Não ganhamos, também, à conta da fruta, do chocolate ou da meia de leite.</div>
<div style="text-align: justify;">
Temos, para resolver, a situação de Bruma. Iremos resolvê-la. E fá-lo-emos no devido tempo, provavelmente numa altura em que o Atsu estará, lá para Gaia, a correr sozinho e numa altura em que Cardozo continuará vinculado a um clube, que não o quer, e onde aquele, de todo, também não quer ficar.</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-72668730483019544422013-07-08T18:20:00.001+01:002013-07-08T18:20:26.680+01:00Seja, então, o tempo novo!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJQgPKF7zXi6fLQ0KYTTcGWxKJq6YQXz71orknvT4cYIrvjW5-CL3craQGHj-0nyFJ1Lc4iTqrBkBT9B33k37csDKvXeUb_Fa9hjWxqmk2viBFcrTmxRquTBg8vsDMMIe4Z0mgVQ/s1600/ng1548132.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJQgPKF7zXi6fLQ0KYTTcGWxKJq6YQXz71orknvT4cYIrvjW5-CL3craQGHj-0nyFJ1Lc4iTqrBkBT9B33k37csDKvXeUb_Fa9hjWxqmk2viBFcrTmxRquTBg8vsDMMIe4Z0mgVQ/s320/ng1548132.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando foi divulgada, nos órgãos
de comunicação social, a notícia da demissão de Paulo Portas, tive a clara
percepção de que o país, finalmente, caíra no precipício.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No decorrer de um plano de
assistência financeira, tive a sensação de que o país, após dois anos de
políticas de empobrecimento, não tinha soluções. Pensava, aliás, que Portugal
se confrontava com o pior de todos os mundos, numa conjuntura particularmente adversa,
em que, perante a, na altura, provável queda do Governo, tinha a pior oposição
desde que Portugal se democratizou, tendo, simultaneamente, o pior Presidente
do Portugal democrático. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Compreendi os motivos que levaram
à carta de demissão de Portas que, imprudentemente, foi tornada pública.
Revi-me na forma como entendeu ter chegado o tempo para uma mudança de
políticas, mais orientadas para o crescimento económico, de forma a dar um novo
impulso às famílias e empresas, eventualmente descendo alguns impostos, sem
comprometer os objetivos propostos e as receitas fiscais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma pessoa engole um sapo. Engole
dois. Engole até três, quatro, dez, vinte ou cem. Fá-lo com a consciência de
que, a cada sapo engolido, contribuía para a solidez de um governo que, caso
caísse, levaria Portugal para uma situação semelhante à grega, em que, numa
fase de desespero, se mostrava ingovernável aos olhos dos portugueses e dos
credores.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não acredito que Paulo Portas
tivesse a certeza absoluta de que a sua saída seria irrevogável. Pelo
contrário. Creio que sabia que colocaria a batata quente nas mãos de um
Presidente que, rapidamente, a iria passar para uma Assembleia da República sem
propostas ou para um Primeiro-Ministro forçado a ceder. Terá sido esse o
contexto em que Portas escreveu ao Primeiro-Ministro, sem conhecimento de mais
ninguém, nem mesmo do próprio partido que liderava e lidera.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Numa altura em que o risco é
total, há que jogar todas as cartas. E foi isso que Portas fez, desiludindo,
pelo menos momentaneamente, aqueles que votaram em si. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O governo demorou tempo a
remodelar-se, nas políticas, nos ministros. Era tarde para que surgisse,
novamente, com a cara lavada, com uma nova energia para uma segunda fase do
mandato em que, a um ano da saída da Troika, se começa a discutir o Portugal
pós-Troika.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não sei, se Portugal assistiu, na
semana passada, a uma brincadeira de miúdos, a que muitos chamaram de garotos.
Não sei. Pelo menos, pareceu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Partilhei o nervosismo que
assolou a casa de quase todas as famílias portuguesas. Partilhei o sentimento
de condenação perante aquilo que considerei ser a imprudência de Portas, a
falta de flexibilidade e diálogo de Passos e a inação permanente de um
Presidente da República, que não ajudei a eleger, e que nunca exerceu, pelo
menos de uma forma inequívoca e visível, os poderes que lhe estão legalmente
confiados, incluindo na Lei Fundamental.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Hoje, tenho uma percepção
diferente. Como teria sido com outro que não Portas? Como teria sido com outro
que não Cavaco? </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sem Portas, Portugal estaria sem
governo, com um governo minoritário ou com um governo maioritário mas sem
comunhão de ideias.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sem Cavaco, Portugal estaria a
caminho de eleições (estando, pelo menos durante dois meses, sem governo) ou
com um governo de iniciativa presidencial numa coligação alargada ao Partido
Socialista, o que, em caso de fracasso, poderia pôr em causa o fraco, mas necessário, sistema
partidário existente.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez Portas tenha agido bem.
Talvez a inação de Cavaco tenha, finalmente, dado frutos. Hoje, em vez da
ansiedade, temos esperança. Numa maioria refrescada, num governo onde todos
estão em sintonia, numa política diferente que permita, ao país, dar uma
nova resposta perante as dificuldades.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O tempo novo chegou a Portugal. E
oxalá que, daqui em diante, se ponha o interesse nacional à frente de um
compromisso que nos tem levado à miséria, castrando o nosso futuro.
Renegoceie-se a dívida, peça-se o perdão de parte dela, ressuscitem-se os
portugueses, dando-lhes um pouco mais de ar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A partir de agora, apenas pedimos, e mesmo por favor, que sejam responsáveis.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E nunca se esqueçam que, sem
dinheiro e sem economia, não se pagam dívidas. </div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-14952801310039191962013-06-15T00:19:00.002+01:002013-06-15T00:19:29.584+01:00O circo que cheira a fruta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA1N-uByq0LKoZOOeW4_lPywrgGA7cb1q1dbmvw0TFcHgSxsKEgKP1xtFl8THeWt0gueH5PsJhVUGoXKbodAJfHgeXlX4CeTwh4wHjc94L11xaevuzwgpL3tPFimSXSNIkIjOn8g/s1600/1289598580BIOPw0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA1N-uByq0LKoZOOeW4_lPywrgGA7cb1q1dbmvw0TFcHgSxsKEgKP1xtFl8THeWt0gueH5PsJhVUGoXKbodAJfHgeXlX4CeTwh4wHjc94L11xaevuzwgpL3tPFimSXSNIkIjOn8g/s320/1289598580BIOPw0.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há quem pense que as migalhas tiram a fome, que o circo, quando montado, desconcentra o povo e que, para que o circo possa entreter seja forçosamente necessário haver palhaços.</div>
<div style="text-align: justify;">
A questão é que só é palhaço quem quer, que a vida não pode ser só circo e que é muito mais provável que, à fome, morra a cigarra cantadeira que a formiga trabalhadora e silenciosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Querem fazer com que o Presidente do Sporting seja visto como um Vale e Azevedo, pensando que os benfiquistas se confortam com esse facto, aliado ao lugar que o Sporting obteve na época que terminou. Não vale a pena tentarem fazer isso. O Sporting já teve o seu Vale e Azevedo. Ou até teve vários. Cometeram loucuras financeiras, desconhecendo a mística que identifica o clube e o distingue dos outros. Estiveram no Sporting, não para ajudar o clube, mas para se governar, a si e aos seus, em lógicas de compadrios (a que, educadamente, alguns quiseram chamar de reinado).</div>
<div style="text-align: justify;">
Querem, também, pisar o Sporting, algo típico daqueles burgessos do FC Porto, clube que teve décadas de vitórias desportivas que nós, sportinguistas, não reconhecemos por não terem sido obtidas com mérito.</div>
<div style="text-align: justify;">
É verdade. O Sporting, no tempo dos Vale e Azevedos, fez maus negócios com o FC Porto. Esses negócios fazem parte de uma história que nos envergonha, mas que está ultrapassada e perfeitamente enterrada. </div>
<div style="text-align: justify;">
O Sporting voltou a ser o que sempre quis ser desde 1906, pioneiro na luta pela verdade desportiva. Nesse sentido, não temos relação com o clube da fruta, assumindo, porém, a fraqueza, por não termos capacidade de conviver saudavelmente com gente deseducada, filha da podridão e do dinheiro, sem qualquer tipo de categoria e carácter.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não queiram, porém, fazer esquecer que, no momento do desentendimento público, se realizou uma final entre equipas dos dois clubes. Mandaram-nos passear. Chamaram-nos bananas. Perderam. E, no que depender de nós e do nosso trabalho, sem fruta nem chocolate, vão mesmo ter de se habituar a perder.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quiseram dar uma bicada, como se fossem abutres, dizendo que se reforçaram com um jogador da cantera. Como foi que disseram? Um dispensado que fez alguns jogos de juniores e uma série de jogos na equipa B que não se contam com dedos de mais de uma mão?</div>
<div style="text-align: justify;">
Que vão passear. Que se divirtam com os milhões. Que continuem a esbanjá-los em jogadores da nossa formação e a pagar favores, a árbitros, empresários e prostitutas!</div>
<div style="text-align: justify;">
Se querem que o circo continue, pois então que prossiga o espectáculo. Mas substitua-se o palhaço. Ponham, nesse papel, o homem dos gases, o tal papa das brasileiras, o bimbo cujas chamadas telefónicas a deturpar a veracidade no desporto chegam, diariamente, a nossa casa através do novo canal do Correio da Manhã!</div>
<div style="text-align: justify;">
Já não se aguentam as historietas compradas dos pasquins que muita gente ainda compra ao engano, escritas por gente que, por estarem entre o homem e o animal, não sabe para mais do que para escrever a história da carochinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
A propósito destas imitações ranhosas das maravilhosas fábulas de La Fontaine, já enjoa o que se tem escrito sobre a constituição do plantel do Sporting para a próxima época. Por que não dizem que o treinador do Sporting era aquele que estava contratado (!) pelo FC Porto? </div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto ao defeso, admito que tenho as minhas expectativas, próprias de quem se revê numa lógica de premiar o profissionalismo dos atletas, mas também olha para a próxima época como um ponto de partida em que se deve jogar com jogadores próprios para fazer um campeonato que nos catapulte, de novo, para as grandes lides europeias.</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho, por isso, que o Sporting deve vender jogadores. Entre Schaars, Rojo, Boulahrouz e Capel, acho que o Clube pode, e deve, fazer dinheiro. Acho, também, que Rui Patrício deve sair. Para seu bem. Merece lutar para ser campeão numa das melhores ligas do mundo. Admito a possibilidade de venda, mas admitiria também a possibilidade de ser emprestado, fazendo dinheiro com outros jogadores.</div>
<div style="text-align: justify;">
Preocupa-me, apenas, um jogador. Labyad. O talento deve valer mais do que o dinheiro. Deveria ficar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto a Bruma, é um talento, um craque em potência, para ser lançado, rentabilizado e, talvez depois, transferido. Estou certo de que será o que vai acontecer, independentemente do que for sendo escrito naquele desperdício de recursos a que, talvez apenas por cortesia, chamamos de jornais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ilori é outro nome, envolvido na mesma história, talvez por ser do mesmo empresário. O que se escreve dá jeito ao empresário, mas não interessa a mais ninguém, até porque Ilori, mesmo tendo apenas como concorrente o Nuno Reis e o Rojo, ou mesmo o Boulahrouz ou o Onyewu, que ainda pertencem ao clube, não seria titular de caras. Se não o é no Sporting, quem acredita que o seria num outro clube, de um outro campeonato, com um outro tipo de poderio financeiro neste momento?</div>
<div style="text-align: justify;">
De qualquer forma, parece-me que Ilori será, também, jogador para ficar, pelo que as páginas que se têm escrito sobre ele serão para guardar e utilizar, em estado de necessidade, quando faltarem acendalhas para a lareira que nos aquecerá no próximo inverno.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não me parece, por isso, que os sportinguistas possam deixar de estar suficientemente entusiasmados. Não podemos negar as dificuldades com que vivemos, mas, pior do que não ter dificuldades, por muito grandes que sejam, é não viver. E, estando vivos, vale a pena fazê-lo de acordo com uma identidade centenária, confiando num Presidente que, não se deixando iludir, tem perfeita consciência de que, apesar da humildade e espírito trabalhador que nos caracteriza, no Sporting, temos a obrigação de pensar em grande. No mercado e na competição.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para o ano, estamos de volta. Seremos nós, novamente. Com dificuldades acrescidas, por força dos tentáculos do polvo que tudo comanda. Mas não vamos competir em duelos de lama nem nos vamos bater apenas pela honra. Essa, por muito que nos queiram tirar, ficou eternamente gravada na nossa História. Vamos lutar para ganhar. Jogo a jogo. Com brio. </div>
<div style="text-align: justify;">
Estão autorizados para continuar o circo. Mas não ousem sequer tentar domar os leões. Basta brincarem aos palhaços, às aves raras e amestradas, que assistência continua a aplaudir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pode ser que, um dia, caia a máscara, a corda estique demais e o artista caia no chão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pode ser que, um dia, a tenda venha abaixo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Saber esperar é sinal de sapiência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pois, então, aguardemos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Viva o Sporting!</div>
António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37717103.post-35884100485028536262013-06-06T12:33:00.000+01:002013-06-06T12:33:52.711+01:00Todos com Passos Coelho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzDomYPsXhGzhJKVlK9G-owm4wSlj2OlUgBvzZDTE2sO5kRwLrUD1_OmeYeh4zgLab7gfvpgXxTGsgCGokG-DPoP5PBh05S2wgbgrCcH-IEzo8fUXeLTkhO1iHfZxjJZ5uCVuxxg/s1600/passos_coelho_congresso_psd_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzDomYPsXhGzhJKVlK9G-owm4wSlj2OlUgBvzZDTE2sO5kRwLrUD1_OmeYeh4zgLab7gfvpgXxTGsgCGokG-DPoP5PBh05S2wgbgrCcH-IEzo8fUXeLTkhO1iHfZxjJZ5uCVuxxg/s320/passos_coelho_congresso_psd_0.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pedro Passos Coelho, quando
chegou a Primeiro-Ministro, fê-lo em circunstâncias adversas num ambiente em
que se projetavam, logo aí, grandes dificuldades para os portugueses, com a
quebra da atividade económica, com os portugueses obrigados a viver com a corda
ao pescoço e com as empresas em sérias dificuldades para continuar a laborar.
Esse cenário, que se antecipava com certezas absolutas na altura das últimas
eleições legislativas, foi resultado de um redondo fracasso de intermináveis
anos de governação socialista.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os portugueses fazem, hoje, o seu
balanço sobre a primeira metade do mandato deste governo de coligação, que,
para muitos, não pode ser positivo tendo em conta que, para muitos cidadãos,
não há, sequer, poder de compra. Nem muito, nem pouco. Contam-se os cêntimos
para chegar até final do mês e será certamente curioso saber qual foi a
percentagem de portugueses que viram o seu saldo bancário baixar para valores
negativos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se, numa empresa, é possível que
o ativo possa, momentaneamente, ser inferior ao passivo, sem que isso baste
para pôr em causa a sua solvabilidade, o mesmo não se pode dizer para as
famílias, que têm forçosamente de pagar as contas e ter, após esse pagamento,
pelo menos uma margem mínima para poder sobreviver. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como jovem, licenciado,
trabalhador por conta de outrem mas também por conta própria, como alguém que
sempre olhou para Portugal como um país em crise, onde seria difícil reunir as
mínimas e necessárias condições para poder construir uma vida sustentável, vejo
que existem pontos deste governo que são positivos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Independentemente do memorando,
foi o Governo de Passos Coelho aquele que, após quase quarenta anos de
democracia, pôs fim ao Estado Gordo, aquele que sustentou a geração que me
antecedeu, aquele que todos viam como o guarda-chuva a que, gratuitamente, se
recorria em casos de necessidade. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi o Governo de Passos Coelho
que olhou para o Estado Social com o intuito de o tornar sustentável,
controlando custos, restringindo-o a funções básicas e constitucionais do
Estado, salvaguardando a sua existência.<b> </b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Durante anos, referi-me a um país
que teria de se fazer profundas alterações na sua estrutura, criando condições para
que pudesse crescer. Falei de problemas como a desertificação do interior, a
saturação das grandes cidades, facto que viciou a nossa economia. Novos serviços,
demasiada competitividade, baixa exagerada dos preços, mas menos poder de
compra, menos receitas, prejuízos, necessidade de despedir. Este flagelo urgia
ser combatido e certo é o facto de que está mesmo a ser.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O tempo soube trazer um novo tipo
de empreendedorismo. Este não é só o tempo para que aqueles que pouparam
invistam. É também o tempo dos visionários, daqueles que conseguem ver novos
modelos de negócios e dos que, não se encaixando nesse perfil nem tendo
trabalho, possam rumar a novos espaços do país, reabitando-os, cultivando as
terras, criando gado, invertendo o ciclo que parecia estar a levar o país rural
para um buraco sem saída.<b> </b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não conheci os governos antes
daquele que foi liderado por Cavaco Silva, mas, entre aqueles que vi, não
consigo lembrar-me de outro que, ainda para mais perante as circunstâncias com
que se depara o Estado Português, tenha feito tanto no incentivo aos jovens ou
novos agricultores.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O país está a assistir a um
momento de viragem neste aspeto, que não pode ser apenas interpretado na mera
lógica de combate à desertificação do interior. Relançar-se-á, a médio prazo, a
economia local, contribuindo para o crescimento do produto interno produto,
combatendo o desemprego e sustentando a balança comercial a favor do país.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais do que algumas reformas
setoriais, Portugal tem assistido a uma verdadeira mudança de paradigmas. É um
ciclo que se inverte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No meu entendimento, parece-me
que, no futuro próximo, nada fará baixar o desemprego. Pelo contrário. As
empresas, sobretudo as grandes (que ainda têm lucros) estão cheias de gente com
vícios, gente dos direitos adquiridos, que, por não contribuírem para a
construção de riqueza, terão forçosamente de ser despedidas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse fenómeno, que não tem que
ver apenas e diretamente com o atual governo, ao qual já estamos a assistir – a
que as empresas, com a natural falta de coragem para chamar os bois pelos
nomes, têm chamado de reestruturações – tem ocorrido também na função pública,
que, tantos anos depois, está verdadeiramente a ser reformada. E, neste aspeto,
revejo-me integralmente na lógica de requalificação dos quadros, na tentativa
de pôr fim à velha e viciada visão de funcionalismo público, bem como na
tentativa de rescisão por mútuo acordo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfim. Apesar de não haver ainda
grandes resultados, por força da conjuntura, é inegável a ideia de que o atual
governo está a levar a cabo reformas que são cruciais. O erro crasso deste
governo prende-se com a política financeira, que está muito ligada ao memorado
de assistência financeira assinado pelo governo anterior.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parece-me evidente que não há
país que resista a tanta austeridade, e a tanta austeridade durante tantos
anos. Parece-me, também, que é inevitável fazer-se um acordo com os credores no
sentido de permitir que, económica e financeiramente, o país possa recuperar,
bem como outros países da União Europeia que passam por dificuldades
semelhantes, facto que contribui para que o projeto europeu esteja a fracassar
a olhos vistos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com esta carga fiscal, não há
economia que possa funcionar. É preciso aliviá-la, criando, dessa forma,
condições para que o país possa voltar a ser suficientemente aliciante até para
que consiga captar investimento externo, muito necessário.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse sentido, creio que é
inevitável começar a romper com a política financeira de Gaspar,
aproveitando-se a oportunidade para alterar o ministro das finanças e fazer uma
remodelação governamental, não meramente cirúrgica, mas que permita dar um novo
fôlego ao governo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estamos a meses de eleições
autárquicas, que exigiam atenção acrescida, visto que muitos dos históricos
autarcas do PSD não podem, do ponto de vista legal, voltar a recandidatar-se. O
PSD, que tinha todo o tempo do mundo, não aproveitou o mesmo para se preparar
devidamente para estas eleições.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cometeu o erro de afrontar
decisões judiciais apenas por ter uma interpretação diferente de uma lei que o
próprio partido ajudou a fazer aprovar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A meu ver, o PSD agiu mal. Este
era o tempo para abrir o partido à sociedade civil, renovando os quadros e os candidatos
ao poder local, criando ainda as condições necessárias para aquelas sucessões
que, do ponto de vista da sociedade civil, pareciam naturais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É inconcebível que o PSD tenha
perdido a oportunidade de apoiar candidatos como Rui Moreira ao Porto ou Marco
Almeida a Sintra. Foi um erro que, certamente, sairá muito caro ao partido, por
serem candidaturas fortes que irão forçar a dispersão dos votos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Concretamente, prefiro não me
pronunciar sobre outras candidaturas, umas que são mais do mesmo, outras apenas
tiros ao lado, sendo que as demais são autênticos tiros nos pés.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De qualquer forma, não podemos,
como militantes do PPD/PSD que somos, dar como perdidas as próximas autárquicas,
apesar da impopularidade do Governo e da falta de preparação do próximo ato
eleitoral.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Numa altura de sacrifício
nacional, chegou o momento de voltar a mobilizar os militantes, chamando, a
esta onda de mobilização, o eleitorado social-democrata e cidadãos
independentes. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parece-me, por isso, que o PSD
deveria fazer um Congresso antecipado, ou um ato institucional semelhante em
que vários militantes pudessem participar, de forma a limpar a imagem,
renovando-a, e chamando todos os militantes para o combate nesta hora difícil
do país, mas, necessariamente, também, do partido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este é o momento do relançamento.
Do arejamento. Do apelo à unidade, ao sentido patriótico e de Estado. Este é o
momento de dar um novo e necessário alento a este governo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se não for agora, o PSD
arrisca-se a discutir-se num momento em que, liderando um governo frágil, pode
sair esmagado das autárquicas, entregando, ao fim de décadas, o poder local aos
socialistas.</div>
<span style="text-align: justify;">Num período crítico da vida deste
governo, num momento em que o país enfrenta uma crise com precedentes distantes,
Portugal não pode continuar a ter um PSD apagado e frouxo. Pelo contrário,
exige-se um partido interventivo e impulsionador do movimento de mudança que se
quer assistir no país, assumindo, todos os militantes, total solidariedade com
o Primeiro-Ministro e a missão espinhosa que tem enquanto líder do Governo.</span>António Lopes da Costahttp://www.blogger.com/profile/12868552038840928801noreply@blogger.com3