quinta-feira, 30 de abril de 2009

DERROTAR SÓCRATES

Sondagens das eleições europeias:
TVI - diferença de 0,4%;
RTP - diferença de 2%.
Isto está a mudar. E aqui está a resposta a um artigo que publiquei há dias: afinal não somos todos atrasados mentais!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Insanável

Significa incurável. Incorrigível. Irremediável.
E porque incurável, não tem cura.
Porque incorrigível, não tem como ser corrigido.
Porque irremediável, não pode sequer ser remediado.
Insanável é só isso. Tudo isso. E é isso mesmo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Vale tudo?


Vi hoje, no Público on-line, mais uma notícia de uma situação inadmissível.
Sempre acreditei na democracia e dificilmente há democracia sem partidos. Todos eles existem com vista à satisfação do interesse nacional. O que os distingue é a noção e a determinação do que é, ou não, o interesse nacional.
É inadmissível que o Estado se queira confundir como o dono de tudo. E é mais inadmissível ainda que um partido se queira confundir com o Estado.
O PS utilizou meios do Estado, que são de todos, para recrutar criancinhas. E enganou-as, assim como à escola e aos pais dos menores, porque não era para fazer publicidade a nada do ministério da Educação nem do Governo. Mas para fazer propaganda pelo Partido Socialista.
Além disso, os pais não deram autorização.
Cada dia que passa, que vejo, sinto e ouço as pessoas, aumenta a sensação de nojo perante todas estas promiscuidades.
Era o que faltava. O PS não é o Estado. Nem o Estado é o PS.
E já chega deste tratamento abusivo dos recursos estatais, para satisfazer interesses partidários.
Talvez fosse bom que os socialistas aprendessem que, em democracia, não vale tudo.
Aconteceu. Foi o primeiro tempo de antena do PS em 2009.

Será que somos todos atrasados mentais?

I - Mário Crespo fez hoje uma bela entrevista a Manuela Ferreira Leite. Entrevista em que, tendo em conta o tempo, foram feitas todas as perguntas. E foram dadas todas as respostas. Inclusivamente a uma pergunta sobre a possibilidade de nenhum partido vencer com maioria absoluta. Quem viu a entrevista, percebeu que será impossível haver um Governo de Bloco Central, com José Sócrates à frente dos socialistas. Percebeu que há diferenças insanáveis entre as ideias do PSD e do PS.
A única coisa que Ferreira Leite disse, no caso de não ganhar com maioria absoluta, foi que estaria disponível para governar desde o interesse nacional se sobrepusesse a qualquer outro. Minutos depois disse que o PS punha, acima do interesse nacional, as motivações eleitorais, dando exemplos constantes, desde a promessa da obrigatoriedade dos 12 anos de escolaridade às obras faraónicas.
Vejo que muita gente, inclusivamente na comunicação social, está a pegar num excerto da entrevista para induzir os portugueses em erro, vendendo a ideia de que Ferreira Leite está disponível para se aliar a Sócrates. Ou coisa parecida. Não está. Só os atrasados mentais podem ter tido essa interpretação ou então não viram a entrevista.

II - Os cartazes da propaganda socialista às eleições europeias querem vender uma ideia completamente falsa. Confesso que quando os vi, nem quis acreditar no tamanho da hipocrisia socialista. Porque só um atrasado mental pode acreditar que o PS é, por exemplo, o (único, exclusivo) responsável por termos aderido à moeda única. Só um atrasado mental pode pensar que se o PSD estivesse no Governo, Portugal, ao contrário da nossa vizinha Espanha, não iria aderir à CEE. E o mesmo no que respeita ao Tratado de Lisboa.
Foi o PS, porque era o PS que lá estava, na altura. Se fosse o PSD, tinha sido o PSD. Se fosse o CDS, teria sido o CDS.
Aliás, o que esses cartazes demonstram é que o PS esteve anos demais no Governo do País. Por isso, o País está como está. Mas quando é para falar do País, os socialistas já não põem estes cartazes. Antes preferem dizer que a responsabilidade é de Barroso, que é Presidente da Comissão Europeia(!), ou de Santana Lopes, que esteve poucos(!) meses no Governo, ou de Cavaco, que já não nos governa há quinze(!) anos. Desde então, Guterres (o do pântano) e Sócrates (o do pantanal) governaram 12! E só os distraídos caem na publicidade enganosa dos cartazes, só quem sofre de amnésia é que pensa que o PS não é o principal responsável pelo estado do País. Ou os atrasados mentais.

domingo, 26 de abril de 2009

O Sentido das sondagens, em Lisboa



São estas as sondagens, que foram publicadas no Correio da Manhã.
Aqui não há um sentido, mas dois, opostos: desde Janeiro, António Costa desceu, Santana começou a disparar.
Se assim continuar, certamente teremos uma Lisboa com Sentido ainda em 2009.

Continuam!

O Sporting começou o jogo deste sábado muitíssimo condicionado.
Desde logo, pelas lesões de Grimi, Rochemback, Izmailov e Vukcevic. Às quais Paixão resolveu juntar Moutinho, além de Derlei.
A todas essas adversidades lá apareceu mais uma. Chamada Vasco Santos, da A.F. do Porto. Que numa falta completamente normal de Polga, que curiosamente era a sua primeira falta, mostrou o quinto cartão amarelo. Logo não joga para a semana.
Esse senhor, quando um jogador do Estrela se lesionou, parou o jogo. Quando um jogador do Sporting estava caído no chão, a pedir assistência médica, e quando a equipa tentava desesperadamente ficar com a posse da bola para a pôr fora das quatro linhas, o árbitro não apitou. Foi nessa jogada que o Estrela fez golo. E, diga-se, um golo fabuloso. Que não aconteceria se o árbitro tivesse mantido o critério.
No último minuto, Vasco Santos voltou a ser protagonista. Marcou falta e a equipa do Sporting parou. Ao contrário da bola que continuou a rolar, entre jogadores do Estrela. Foi por cêntimetros que o Estrela não empatou. Mas a minha estupefacção não está na aselhice do jogador do Estrela. Mas no facto de um árbitro apitar e quando vê que vai haver perigo (porque a equipa do Sporting parou com o apito), diz que dá a lei da vantagem. Inacreditável!
Vasco Santos foi como a equipa do Sporting, no jogo de hoje: fez o que tinha de fazer. Mas foi pouco eficaz.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

24 de Abril

Portugal, no 24 de Abril de 2009, é o país que protege as grandes fortunas conseguidas de forma corrupta, mas que leva o senhor que rouba duas galinhas ao banco dos réus.
É o país da fruta no futebol, da autarca que fugiu à justiça, instalando-se no Brasil. É o país dos tios, dos sobrinhos e respectivas contas bancárias.
É o país que reprime a liberdade de imprensa, com processos contra os jornalistas que, profissionalmente, investigam e publicam factos indesmentíveis.
É o país governado por um Primeiro-Ministro que insulta os profissionais de um canal de televisão.
É o país em que o poder central e local faz acordos com o ex-poder, do mesmo partido, para que, a troco de largos milhões de euros, coloque uma muralha de contentores à beira-Tejo.
É o país que vê no poder da capital o homem que bloqueou a resolução dos problemas.
É o país que viveu duas recessões em seis anos, que vive uma crise que tem mais de uma década, que está constantemente a afastar-se do crescimento e desenvolvimento europeus.
É o país dos 500 mil desempregados, inscritos em centros de emprego. É o país dos 2 milhões de pobres.
E é nesta mesma conjuntura que Portugal é o país onde se discutem TGV's, novas pontes, novas auto-estradas e até se quer construír um novo aeroporto internacional.
É o país em que o Presidente e o Primeiro-Ministro mandam recados um ao outro.
Guterres foi embora para evitar o pântano.
Sócrates não foi, não evitou e até o tenta esconder.
E cá estamos, nós, em Portugal, no 24 de Abril de 2009.
À espera de um 25 Abril que trará mais esperança, mais vida, mais Sentido. Pelo menos aos lisboetas...

O sentido dos números, em Lisboa


Quem perde 2 minutos a ver as notícias apercebe-se logo do nervosismo crescente do Partido Socialista perante a grande e real possibilidade que tem de ser derrotado por uma coligação alargada de apoio a Pedro Santana Lopes.
Da mesma forma que António Costa acordou tarde para liderar Lisboa, o PS manteve-se adormecido, pensando que o facto de nada fazer chegaria para se manter à frente da capital. Agora, nota-se que os socialistas têm a máquina de construír opinião muito bem montada. Mas isso nem sempre chega. Principalmente quando o adversário é Pedro Santana Lopes, a quem o tempo tem vindo a dar razão, como nas questões do túnel do Marquês, do Casino e, certamente, do próprio Parque Mayer. Santana Lopes, quando pôde resolver, resolveu. E fê-lo com rapidez, eficácia, coragem e muita determinação.
Uma notícia que me chamou a atenção nesta quarta-feira foi o facto de uma petição que apelava à convergência da esquerda em Lisboa ter chegado a 1000 assinaturas. E fiz, depois, algumas contas.
Ora vejamos: mil assinaturas, em 500 mil pessoas, equivale a 0,02%. Mil assinaturas são metade das participações que o "OUVIR LISBOA", da campanha de Santana Lopes, recebeu logo nos primeiros dias.
Os números revelam muita coisa. E ajudam a esconder muitas verdades. Será que 0,02% dos 0,02% dos lisboetas que assinaram a petição defendem que seja António Costa a liderar uma união das esquerdas? Duvido muito. Porque Costa cativa tanto a esquerda como os lisboetas. Ou seja, não cativa. E há coisas que os números não escondem...
Por exemplo, quando Santana Lopes venceu a Câmara de Lisboa obteve 131135 votos. Costa ganhou as intercalares com 57907. Ou seja, Costa teve menos de metade dos votos que fizeram com Santana Lopes vencesse em 2001.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que a vitória de Santana Lopes na capital era uma simples questão matemática. E não será necessário fazerem-se muitas contas para perceber que Santana tem vantagem. Uma larga vantagem. Merecida. Porque o mérito é seu e do trabalho que realizou no seu mandato como Presidente da Câmara de Lisboa.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Se o árbitro que apitou ontem na Amadora tivesse assinalado a grande penalidade, a castigar falta de Fucile dentro da área do Porto, será que os azuis e brancos aguentariam a pressão e chegariam à final da Taça?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um ou dois?

Será possível a pessoa que diz que a oposição está a fomentar uma campanha negra contra a sua pessoa ser a mesma que agora critica o silêncio sobre esse caso?

Será possível a pessoa que critica a política do "recado", fazer recados em directo no canal público de televisão para que o PR se mantenha distante porque é ano de eleições?

Será possível a pessoa que se acha corajosa como ninguém, afirmar publicamente que se orgulha de ter um candidato às próximas eleições que não é próximo dele?

É possível, mas pouco provável. Se calhar, os Gato Fedorento é que tinham razão quando diziam que havia dois "José Sócrates"...
Ou então só há um. E está completamente desorientado.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A nostalgia do "tema livre"


A entrevista desta noite de José Sócrates fez-me recordar a minha infância e o tempo da escola primária.
Lembrei-me daquelas redacções que a professora me pedia para fazer, em que o tema era livre. Também as professoras de educação visual me pediram, não raras vezes, para fazer um desenho. Muitas vezes era também de tema livre.
Como sempre gostei de escrever, nas redações em que era eu que escolhia o tema, punha sempre no papel a minha criatividade. Curiosamente, quando entrei para os Salesianos, no 7ºAno, a redação era de tema livre. E garanto-vos que no texto que escrevi para esse teste, conjuguei, numa folha A4, as formigas e outros animais com os livres do Roberto Carlos. Era ali que eu me sentia à vontade. E, a julgar pelo resultado, saí-me bem.
Infelizmente, no desenho não era assim. Nunca soube desenhar um cavalo e ainda estou para perceber como é que se consegue fazer um desenho de uma pessoa com mais qualidade do que os desenhos da minha afihada, que fez sete anos no mês passado. Quando era tema livre, eu fazia estádio de futebol, com as linhas mais ou menos onde deviam estar, com uns riscos para de cima para baixo e outros da esquerda para a direita. E, nesses desenhos que eu fazia, aparecia sempre o marcador, em que aparecia sempre o Sporting a ganhar. Em desenho, nunca soube fazer bem outra coisa que não sejam estádios de futebol. Então era isso que eu escolhia, sempre, no tema livre. Como não eu sabia fazer bem outra coisa, fazia sempre a mesma.
Não vi toda a entrevista inteira que o Primeiro-Ministro deu hoje aos seus inferiores hierárquicos. Mas, nas partes que vi, lembrei-me do "tema livre". E ai de quem nos peça aquilo que não queremos. É tema livre e ponto final: falamos do queremos, pomos em causa as perguntas legítimas às quais não queremos responder e somos nós que conduzimos as coisas como melhor entendermos.
No "tema livre" ninguém nos confronta com contradições. Há seis meses, o ministro das finanças dizia que Portugal estava imune à crise. Hoje, o Primeiro-Ministro disse que a crise começou em 2007. Para não falar do ministro Pinho, que veio dizer que "a crise acabou totalmente".
Ai de quem nos diga que estamos a desviar um caso de corrupção para uma questão de licenciamento!
Ai de quem nos diga que não estamos a cima da lei! Porque qualquer cidadão é livre de denunciar à Justiça aquilo que julgar relevante. Neste aspecto, o caso em que Sócrates parece estar envolvido não é nenhuma raridade. Há outros políticos nas mesmas circunstâncias. Sobre questões praticamente irrelevantes.
Ai de quem nos diga que revelamos pouca sensibilidade e cultura democráticas e que não temos condições para governar. Porque entrámos em guerra com o chefe de Estado. Porque falhámos em todos os sectores. Porque estamos envolvidos em casos que agravam, a cada dia, a imagem de Portugal lá fora. E cá dentro. Porque cá dentro também a confiança, há muito, deixou de existir.
Foram momentos. Apenas alguns. Os suficientes, para me lembrar da minha infância e do "tema livre": em que eu fazia o que queria, o melhor que conseguia para que o resultado final não saísse demasiado medíocre.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Qual estofo?


E se Sócrates, em vez de ir dar a entrevista à televisão pública, fosse aos privados responder às perguntas de jornalistas como Mário Crespo ou Manuela Moura Guedes?
Ou só dá entrevistas a pessoas que dependem de si? Por que é que, quando foi aos privados, deu a entrevista ao irmão do seu número dois?
Eu sei que é sempre complicado lidar com a verdade. Sobretudo quando já nenhum dos vários camaradas, que se encobrem uns aos outros, a consegue esconder. E isso torna muito duro o facto de se viver num país livre e democrático.
Mas Sócrates, em vez de se disponibilizar para que tudo fique esclarecido e pôr o interesse nacional à frente do seu interesse individual e em vez de pegar o touro pelos cornos, prefere mais uma encenação: vai abraçar-se a um bezerro manso com o ar de quem está a pegar, de caras, um touro bravo.
É ridículo. Ou alguém acha que Sócrates não sabe as perguntas antes? Se o ministro queria saber as perguntas que Mário Crespo iria fazer, como este próprio afirmou, alguém acredita que o Primeiro-Ministro, que está entre a espada e a parede, vai a uma entrevista, dada por um "seu" "empregado", sem saber as perguntas?
Onde é que está o estofo de Sócrates?

domingo, 19 de abril de 2009

Uma mega fraude


O campeonato português é uma mega fraude.
Ontem à noite, foi o que foi. E sobre ontem já escrevi tudo no artigo anterior.
Hoje, em Coimbra, a pouca vergonha continuou, quando o árbitro fez vista grossa a uma falta evidente de Raúl Meireles dentro da área do FC Porto. Era penalty, amarelo para Meireles e, provavelmente, a Académica iria para o intervalo a ganhar.
Não sei se o Porto viria a ganhar 3-0. Apesar do terceiro golo ter acontecido graças a um fora-de-jogo evidente. De estar convicto que a Académica transformaria em golo a grande penalidade. E de acreditar que, noutro país qualquer, Raúl Meireles não estaria em campo para cruzar para o primeiro golo do FC Porto.
O problema é que este não é o primeiro ano em que um árbitro marca penalty por bola no peito e deixa por marcar vários penalties evidentes dentro.
Se a Paixão de ontem tivesse dado bom resultado e se a Benquerença de hoje também, o Porto era, hoje, praticamente campeão. E o Benfica, que afinal pressiona árbitros antes dos jogos, ficava a um ponto da Champions League.
Valeu o profissionalismo e o empenho dos jogadores do Sporting para travar tamanha injustiça.

Paixão a mais...


Eu sei que existe, na cidade-berço, uma paixão muito grande pelo maior clube local.
Contudo, hoje a Paixão foi outra. Como é hábito sempre que que é com Paixão que se arbitram os jogos do Sporting.
Diga-se, sumária e previamente, que o Sporting foi, em Guimarães, uma equipa que, apesar de desfalcada(sem Grimi, Rochemback, Vukcevic e Izmailov), se superiorizou durante 80 ou 85 dos 90 minutos do jogo. Atirámos duas bolas à barra, marcámos três golos e criámos várias oportunidades de golo.
Mas, também ao longo de todo o jogo, o critério do árbitro foi manifestamente penalizador para os jogadores do Sporting. Por exemplo, Luís Filipe faz uma falta igual àquela em que Derlei foi amarelado. Mas Luís Filipe teve uma segunda oportunidade. E só à segunda viu o amarelo. Outro exemplo é o de uma falta de Nuno Assis (que deu origem aos protestos justos e à expulsão não tão justa de Paulo Bento), igual à que Moutinho cometeu quando viu o cartão amarelo.
Nos casos de Moutinho e Derlei tratava-se do quinto cartão amarelo, que suspende os atletas durante um jogo. Eram os únicos que que estavam nessa condição. Paixão sabia disso. "Tratou" disso. E fê-lo de forma clara.
Foi um roubo do princípio ao fim e o Sporting teve de ser muito melhor para ganhar o jogo. Porque se bastasse só ser melhor, o Sporting teria empatado. Ou perdido. Por culpa da Paixão.
Outra vez, um golo limpo foi invalidado. Nas imagens, vê-se que não houve protestos do jogador do Vitória, que perdeu a bola. Vê-se que Carriço não toca no jogador do Vitória. Viu-se que o árbitro não marcou nenhuma falta. Mas a Paixão falou mais alto quando a bola entrou na baliza, Paixão essa que, apressadamente, travou os festejos dos jogadores do Sporting, anulando um golo regular.

Uma palavra ainda para o Vitória. Acredito que o balneário do Vitória, depois do jogo, deveria estar de rastos. Desde logo, Nuno Assis e Luís Filipe, recém-chegados do Benfica, clube com quem o Vitória fez um protocolo. Que lesou (e de que maneira!) os minhotos. Até Manuel Cajuda, que continua a justificar os maus resultados e o fracasso de uma época que prometia ser memorável. Devem estar "de rastos". Mas que lhes console o facto de, com este resultado, se ter poupado uma enorme injustiça a três milhares de sportinguistas que foram ver o jogo ao vivo. E a um conjunto de jovens, promissores e profissionais, que foram prejudicados. Mesmo assim, ganharam.
Por fim, para os que gostam das curiosidades, aqui fica mais uma: na primeira volta, em Alvalade, tinha acontecido algo idêntico: o Sporting, nos dois jogos contra o Vitória, marcou, em cada um deles, três golos. E tanto em Alvalade como em Guimarães, foi-nos roubado um golo limpinho.
Fica à Liga o critério de dar continuidade a estes tipo de "malandrices". Porque nós, sportinguistas, estamos pelos cabelos com estes Lucílios e Paixões, que atentam continuadamente à verdade desportiva. Que prejudicam, constantemente, a equipa do Sporting. De resto, a nomeação de Paixão para este jogo foi uma afronta, clara, ao Sporting. Porque todos ainda nos recordamos bem de quem arbitrou e de como arbitrou no jogo que afastou o Sporting da Taça de Portugal.
Mas num campeonato que começou, logo na primeira jornada, com um penalty (contra o Sporting) numa falta a três metros da área, já tudo é de esperar.
Há Paixão a mais no futebol português. E vergonha a menos. Por isso, na próxima semana teremos de encher o estádio, de apoiar completamente esta equipa e de protestar, outra vez, contra esta pouca vergonha.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A democracia portuguesa está doente?


Há quem lhe chame situacionismo. Mas como não se gosta de quem lhe dá esse nome, critica-se. Ou não se dá importância.
Eu não sei se é, ou não, situacionismo. Chame-se o que se lhe quiser chamar. Mas chame-se qualquer coisa. E chame-se várias vezes. Bem alto.
O PSD promoveu, ontem, em Aveiro mais uma sessão do fórum "Portugal de Verdade". Chamou muitas pessoas, de reconhecida competência e valor, que não militam no partido. Nomes como Belmiro de Azevedo, Daniel Bessa, Isabel Vaz, João César das Neves, Maria José Nogueira Pinto, José Manuel Canavarro, José António Barreiros estiveram presentes nesse fórum que visa ouvir a sociedade civil e debater os grandes problemas de fundo com que se depara o país.
A comunicação social passou alguma coisa do que lá se passou? Falou sequer que iria decorrer? Do que iria ser falado? Do que foi dito? De quem lá esteve?
Se a comunicação social fizesse o seu papel, e o desempenhasse bem, com isenção, de certeza que o nosso país seria mais democrático, mais pluralista. Estou até convicto de que Portugal seria um país melhor!
Se a comunicação social fizesse o seu papel, com certeza que eu não teria de receber esta informação por um blogue. Um único. Esse, sim, fez o seu papel. E fê-lo de forma exemplar.


(Fonte: Diogo Agostinho, psicolaranja)

Falar verdade - o desemprego


A crise funciona como um lenço negro que tapa nos nossos olhos e que não nos permite ver a realidade. Pasmo-me quando vejo a insistência do Governo em tapar os olhos às pessoas, fazendo com que os portugueses andem a jogar à cabra cega.

Mas importa falar verdade. Importa reavivar memórias.

O Governo e o Partido Socialista disseram aos portugueses até ao final do ano que passou que Portugal não vivia em crise e que estava completamente protegido, imune de potenciais efeitos da crise internacional.

Hoje, quatro meses e meio depois de cair na realidade, para a qual o Governo acordou tarde, é a crise que encobre as políticas falhadas dos socialistas. Afinal de contas, a crise não só afectou a realidade económica (e social) do nosso país como também é motivo de justificação para o fracasso governativo.

O que o Governo não diz é que o problema não é de agora. A crise, em Portugal, terá começado com o guterrismo. E o desemprego, como demonstram todos os gráficos e dados, cuja veracidade é confirmada pela realidade, que afecta cada vez mais pessoas e famílias, é um fenómeno que não começou em 2009. Nem foi a crise (internacional) que levou ao número de desempregados que há em Portugal.

Se bem me lembro, as últimas eleições legislativas realizaram-se a 20 de Fevereiro de 2005. Sócrates tomou posse depois.

Em 2004, o desemprego era de 6,7% e subiu para 7,6% logo no primeiro ano de governação “socrática”. Voltou a crescer no ano seguinte e chegou aos 8% em 2007. Caiu apenas no ano seguinte, mantendo-se, ainda, acima dos números de 2004.
O desemprego chegou em Fevereiro deste ano aos 8,5%. Nessa altura, cerca de 470 mil pessoas estavam inscritas nos centros de emprego. Desde então, esse número continuou a subir e os despedimentos têm continuado a crescer a um ritmo verdadeiramente alucinante.

A grande responsabilidade por esta realidade não é nem do PSD, nem dos Estados Unidos que foi, segundo dizem, o país onde a crise internacional terá começado. A realidade do número assustador de desempregados é da responsabilidade exclusiva de um incompetente Governo do Partido Socialista. Porque, “sem crise”, o desemprego aumentou muito. Porque não anteviu, como deveria ter antevisto, a crise internacional e o seu impacto na nossa economia. E porque não respondeu aos efeitos da crise como e quando deveria ter respondido.

Esta é a verdade. A mesma que o Governo quer encobrir. A mesma que afecta, todos os dias, cada vez mais pessoas, cada vez mais famílias.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

António Costa e a convergência de esquerda


«O Bloco de Esquerda é completamente alérgico a assumir qualquer responsabilidade e a assumir os riscos de governação».

«(O Bloco de Esquerda) é um partido oportunista que parasita a desgraça alheia e incapaz de assumir responsabilidades».

(no Congresso do PS, FEVEREIRO DE 2009)


Agora quer unir-se a eles.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

The only one


Uma coisa é dizer-se que no futebol tudo é possível porque são onze contra onze e a bola é redonda.
Outra, completamente diferente, é dizer-se que são onze contra onze, mas que um desses onze é Cristiano Ronaldo.
E foi essa a grande lição de hoje à noite.
Cristiano Ronaldo respondeu à altura, sobretudo aos que o criticam. Com um remate do meio da rua. Mesmo no cantinho. E foi assim que o Porto foi eliminado. E que o Manchester, o de Ronaldo, seguiu em frente.
Contra factos não há argumentos e os críticos de Ronaldo têm de perceber que ele foi eleito, com mérito, o melhor jogador do planeta e que é graças a ele que a equipa onde este joga é campeã inglesa, da Europa. E do Mundo.
Ah! Importa ainda relembrar que "there's only one Ronaldo".

A escolha do PSD para as Europeias


Hoje, escrevi um artigo, aqui no blogue, que falava de escolhas.
O PSD fez, hoje, uma, que importa abordar.
Antes de mais, gosto do risco. Porque o risco demonstra coragem. E quem não arrisca, geralmente, não o faz por ter medo. Por isso, escolher Paulo Rangel seria uma opção arriscada, pela proximidade que tem para com a líder e pelo facto de ser uma escolha (aparentemente) pessoal de Ferreira Leite.
Porque o PSD poderia ter jogado pelo seguro e apostado numa figura consensual, numa figura de facção, numa figura de continuidade ou até poderia ter ido buscar algum grande nome à sociedade civil, que estivesse mais ligado à àrea do PSD. Todas essas opções seriam simpáticas, recolheriam a possível unanimidade e o resultado das Europeias seria isso mesmo. E nada mais. Mas Ferreira Leite, ao escolher aquele que é, dentro do PSD, um dos homens que está mais próximo de si, revelou uma coragem, que merece ser sublinhada.
Se, por um lado, a vitória de Paulo Rangel poderá abrir caminho a uma vitória nas legislativas, por outro, uma derrota sua (digo, do PSD) poderia despertar as diversas facções que, no interior do partido, têm ideias divergentes das que tem Ferreira Leite. Facções essas que têm estado adormecidas. E, mesmo que esse despertar não acontecesse, a líder do PSD sairia sempre fragilizada com a derrota de quem é o seu representante número um no parlamento.
É um risco. Que o PS preferiu não correr. Porque o PS teve medo. O PSD não teve.
Essa é a primeira conclusão que tiro desta escolha do PSD sobre o seu cabeça de lista para as eleições europeias.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ouvindo...


Xutos & Pontapés - Sem eira nem beira (do novo álbum)



Merece ser ouvida a nova música dos Xutos, mais uma de intervenção. Para conseguir "encontrar mais força para lutar". Talvez o "senhor engenheiro" nos dê "um pouco de atenção". A nós. E aos Xutos & Pontapés.

"Escolher é excluir"

A frase é de Henri Bergson.
Aparece aqui, aparentemente fora do contexto, por uma razão: é uma frase importante, hoje, porque 2009 está, e continuará, a ser um ano de escolhas.
E quando se escolhe B em vez de A, verificamos que A está a ser excluído.
Esperemos que todos os que temos as responsabilidades de escolher, possamos fazê-lo bem. Na certeza de que não é possível agradar a gregos e a troianos. Pelo menos, ao mesmo tempo.
A escolha é um poder que temos. É, também, um direito e uma liberdade. E muitas vezes é essencial para obtermos os resultados pretendidos, sejam eles pessoais, colectivos ou até nacionais.
Se para escolher bem à primeira é preciso que tenhamos sorte, para se alterar as escolhas erradas só é preciso ser-se inteligente.
Oxalá que tenhamos a sorte e a inteligência necessárias para que façamos as escolhas certas. E que percebamos, a tempo, que temos de mudar atempadamente quando fazemos as escolhas erradas.

Observando...

O nervosismo da esquerda relativamente às próximas autárquicas, em Lisboa.
Com blogues de campanhas destrutivas. Com petições apoiadas por várias figuras da esquerda. Com muitos anúncios. Com muitos cartazes. Com anúncios, até na televisão.
Eu sou novo, sou ainda muito jovem. Mas nunca vi, nos anos que vivo, um nervosismo tão grande...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A continuidade de Quique Flores


Como todos sabem, não sou do Benfica, não gosto do Benfica e tenho até uma antipatia fora do vulgar em relação ao clube.
Mas preocupa-me, hoje, o futuro do futebol português. Preocupa-me a falta de verdade desportiva, a falta de civismo dos dirigentes desportivos e da incompetência que reina em várias instituições portuguesas, sejam elas desportivas, sejam de outro âmbito. Por isso, gosto de Quique Flores, enquanto pessoa e interessa-me que continue, durante pelo menos mais dois anos, como treinador do Benfica. Interessa-me que o Benfica ganhe, que chegue longe nas competições europeias, porque se o Benfica atingir a grandeza que o seu potencial lhe permite atingir, todos os seus competidores directos beneficiarão.
Nunca vi jogar uma grande equipa do Benfica. Já não sou desse tempo. E tenho a certeza absoluta de que o Benfica pode voltar a ser um colosso europeu, se apostar num projecto a médio-prazo, com um treinador como Quique Flores, extremamente bem educado, ambicioso e com a irreverência de quem está ainda no início de uma carreira.
Quique Flores cometeu erros, que o Benfica pagou bem caro. Desde logo, a questão do guarda-redes. Foi um erro. Assim como o facto de não vermos no Benfica laterais que possam ser indiscutíveis.
Se o Benfica apostar no que tem, mesmo que não ganhe hoje, estou fortemente convicto de que um onze com jogadores como Moreira, Sidnei, Miguel Vitor, David Luiz, Ruben Amorim, Di Maria e Cardozo, aos quais se juntarão Fábio Coentrão e Adu, pode vir a ser uma equipa muito forte. Sem Reyes nem Aimar's. E muito menos com Carlos Martins. Mas com a experiência de Nuno Gomes. E relativamente a contratações, eu, no Benfica, faria poucas: João Pereira, para lateral direito, e investia forte num lateral esquerdo experiente, que pudesse alternar com Sepsi. Vendendo Quim, Luizão e Katsouranis, três pesos pesados da equipa, o Benfica encaixaria o dinheiro suficiente para poder construír uma boa equipa, que fosse mais jovem, com maior potencial e mais portuguesa.
De uma vez por todas, o Benfica tem de perceber que não pode fazer revoluções todos os anos. Não pode pedir ao treinador para ganhar logo na primeira época. Há que ser paciente, que compreender os problemas e ser mais tolerante perante a juventude da equipa. Até porque há sempre um período de adaptação.
O problema do Benfica, para mim, não é Rui Costa nem muito menos Quique Flores. O problema é outro. E só espero que os benfiquistas não cometam o mesmo erro, uma vez mais.
Relativamente a Quique Flores, o seu primeiro ano termina agora. Foi mau? Foi. Eliminação humilhante da Uefa e a conquista do campeonato tornou-se impossível com uma antecedência inesperada. Mas não há maior injustiça do que mostrar lenços brancos e pedir a cabeça do treinador quando aquela equipa do Benfica fez, provavelmente, o seu melhor jogo da temporada. Há dias assim, em que a bola não entra. E foi por isso, só por isso mesmo, que o Benfica perdeu no último fim-de-semana. Porque foi demolidor do princípio ao fim. E terá sido até, na minha opinião, a equipa que melhor futebol praticou, pelo menos nesta última jornada.
Ao futebol português, faz falta um Quique Flores. Seja no Benfica, seja noutro clube qualquer. Pela educação, pelo desportivismo, sobretudo nas horas em que esteve por cima. Pela humildade. Pela transparência. Pelo seu sentido humano.
Pessoalmente, eu gosto de Quique Flores. E tenho a certeza absoluta de que o Benfica teria muito a ganhar se ficasse com ele. Porque ao contrário do que muitos podem pensar, faz mais falta um Quique Flores do que meia dúzia de vaidosos que comandam a vida em função das malditas primeiras páginas dos jornais desportivos...
E desses, o Benfica tem vários. Esses sim são dispensáveis.

Marley & eu


Marley & eu, por ser uma história assustadoramente real, fascina qualquer um.
Ainda para mais, pessoas que têm a sorte de ter um cão. Sorte que eu tenho. Um cão que dorme no meu quarto, que corre atrás das cadelas, arrastando quem o passeia, que adora deitar-se na terra depois de tomar banho, que ladra a meio da noite sempre que ouve um barulho estranho. Por mais pequeno que seja esse barulho.
Que ressona naquelas noites de insónias, em que não conseguimos dormir. E que precisa de ir à rua mesmo naqueles dias de frio intenso, em que chove inimterrupta e abundantemente.
Mas que se senta à porta do meu quarto, quando a tenho trancada, à espera que eu apareça para ir brincar com ele. Que fica ao pé de mim, no meu quarto, quando estou doente, por mais barulho que haja na sala, por mais pessoas que estejam em casa. É ele que está comigo quando escrevo, também, aqui no meu blogue.
O facto de Marley & eu ser um filme fascinante é exactamente isto: é tão, tão real, que se confunde com a nossa vida. Pelo que merece mesmo muito ser visto.

O debate do Sporting


Não é bom sinal que se realize um debate, que, a priori, seria muitíssimo importante para o futuro do Sporting, mesmo a seguir ao jantar, quando algumas famílias ainda estão juntas à mesa, num Domingo de Páscoa. Essa decisão, desde logo, fez disparar o alarme aos sportinguistas.
O debate entre Dias da Cunha e Soares Franco, na televisão, era completamente dispensável. Porque há locais próprios para se discutir o clube. Porque tanto Dias da Cunha como Soares Franco são duas figuras que se confundem com os últimos dez anos do clube. E o que interessa não são os dez anos que passaram, mas os cem anos que virão. Se é que esses anos virão...
O responsável por isso é Dias da Cunha, que insultou publicamente o líder máximo do meu querido Sporting e desafiou, várias vezes, o presidente, dizendo que o mesmo tinha medo de comparecer.
Sobre o debate, em si, não se discutiu nada de relevante. Não adiantou nada. Explicou pouca coisa.
Quem ganhou foi Soares Franco, mas, entre os que perderam, o principal derrotado foi o Sporting.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Começou


Fala-se muito, hoje, da imagem. Do poder que tem. Da influência que exerce.
De facto, a imagem tem um papel importante e ajuda muito nas campanhas publicitárias. Mas, enquanto cidadão, penso eu, responsável, julgo que uma campanha política não pode ser vista como publicidade. Porque quando a foi, há pouco mais de quatro anos, o Partido Socialista iludiu os portugueses à custa de uma publicidade enganosa.
O cartaz do PSD, de introdução a um intenso combate eleitoral que se adivinha em 2009, pode não ser, à primeira vista, muito apelativo. E isso pode merecer as críticas várias que tenho ouvido. Só que, neste momento, é o que o PSD tem para oferecer aos portugueses. E, diga-se, é o que o país precisa, agora: de política, de competência, de verdade.
Numa altura de crise profunda, nada pode ser mais perigoso do que caír numa fortíssima estratégia de marketing.
O país não precisa de um produto, de uma imagem. Mas de competência, experiência, rigor, transparência. Manuela Ferreira Leite é isso mesmo. Por muito que isso incomode a esquerda, cada vez mais nervosa e dividida.
Por todas estas razões, e por muitas mais, concordo plenamente com o "logotipo" escolhido para todas as eleições em 2009. É um dos gestos que fazemos, todos. Um "V". De verdade. De vitória. Do PSD. E do País.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Outro


Deixei passar algum tempo, para ter a certeza absoluta de que não iria haver réplicas de mais uma tremida arbitragem em jogos de competições portuguesas. Outra vez, a favor do Benfica.
Falo de um penalty. Outro. Que foi marcado depois de uma falta cometida fora da área. Outra vez. Que teve influência directa no resultado. Foi mais um erro. Mais um. Determinante. A favor do Benfica. Uma semana depois...
Eu não vi o lance. Nem o quero ver no futuro porque já não levo a sério o futebol português e desprezo as constantes influências directas de árbitros nos resultados dos jogos. Sobretudo a favor do Benfica.
Estes erros irritam-me, não porque afectem muito o Sporting, que ganhou com conforto em Matosinhos, mas pelo facto de terem tirado um ponto a um conjunto de homens, profissionais de futebol, que não treinam nem recebem ao fim do mês, de há uns meses para cá.
Claro que ninguém vai ser penalizado. Nem quem simula. Nem quem arbitrou mal, a favor do Benfica.
É sempre assim. Mas os que são roubados é que têm mau perder.

Porto-gal



É verdade que o Futebol Clube do Porto encontrou ontem, no Old Trafford, um Manchester United na pior fase da temporada. Mas o Bayern, que o Sporting apanhou, era também, na altura, uma equipa frágil, que tinha perdido o fulgor do princípio da época. E a resposta dada pelas duas equipas portuguesas, nestes jogos da Liga dos Campeões, foi muitíssimo diferente.
Porque jogava fora, porque jogava contra a equipa que tem o melhor jogador do Mundo, porque jogava diante do campeão inglês, da Europa e do Mundo, o resultado e sobretudo a exibição dos dragões demonstraram que este Porto, o de Jesualdo, tem capacidade para jogar nos grandes palcos, contra as melhores equipas e tem estofo para poder voltar a colocar o nome de uma equipa portuguesa no "top of the tops" do futebol europeu.
De facto, como os próprios comentadores da RTP fizeram questão de referir repetidas vezes, a belíssima exibição colectiva foi resultado de um esquema táctico pormenorizadamente montado para jogar de igual para igual contra um todo-poderoso Manchester United. E, no que respeita à equipa do Porto, o todo, ontem, foi igual à soma das partes.
É cedo para dizermos que o Porto é candidato à conquista da Champions League, porque em competição, neste momento, ainda existe um Chelsea, um Barcelona, um Arsenal, um Bayern, um Liverpool. E porque o Porto ainda tem 90 minutos para consumar, ou não, a eliminação do detentor do troféu e, consequentemente, chegar às meias-finais. E mesmo que siga em frente, o FC Porto não deixará de ser um outsider, até ao fim da final.
O FC Porto demonstrou ontem que é uma equipa onde não há birras nem amuos. É uma equipa onde não há bebedeiras a meio da semana. Há, pelo contrário, concentração total. E cultura de vitória. Que não permite que os jogadores entrem em campo a pensar se estão bonitos e se está tudo bem com o seu penteado. Naquela equipa pensa-se em ganhar. E isso explica quase tudo sobre o desempenho nas competições europeias das equipas portuguesas nas últimas épocas.
Acima de tudo, o Porto mostrou, ponto por ponto, por que razão se prepara para ser tetra campeão.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Que raio de oposição, esta...

Hoje, nos telejornais e nos jornais desportivos, pude ler que a oposição à actual direcção do Sporting avançará com um nome para candidato no dia seguinte à Assembleia Geral.
Agora, noutro jornal desportivo, pode-se ler que a oposição sugere o adiamento da Assembleia. Isto, depois de manifestarem o seu desejo de antecipação de eleições.
Eu não sei quem é a oposição. Não sei quais são as suas ideias nem os seus trunfos. Não sei se, entre todos os que criticam Soares Franco, existe alguém capaz de propor um caminho e projecto sólido, sustentável e alternativo. Não sei. Mas sei que estas posições são, todas elas, desintegradas de um plano e muito pouco coerentes.
Na minha opinião, as eleições deveriam ser realizadas no final da época e o período de apresentação de candidaturas deveria ser apresentado quanto antes, para que as pessoas tenham tempo para conhecer e debater novas ideias. Para que se vá preparando a próxima temporada desportiva. E tudo deve ser decidido, só, no final da presente época. Até para apreciarmos com maior clareza e rigor os verdadeiros resultados da direcção em funções.

Nós, quem?


A resposta imediata de Vitalino Canas, ontem, deu razão ao PSD e ao CDS/PP, que tinham pedido um esclarecimento público dos socialistas.
Como é que os portugueses podem votar no PS, nas eleições europeias, quando a posição oficial desse partido é oposta à do seu cabeça-de-lista, relativamente a uma questão tão importante como a do apoio a uma eventual recandidatura de Durão Barroso à presidência da Comissão Europeia?
Votar nos socialistas é dar um tiro no escuro. Afinal, iremos votar numa decisão do cabeça-de-lista ou na do Partido? Qual destas vingará?
Não poderia ter começado pior, para o PS, esta fase de pré-campanha, numa semana em que encheram as ruas de Lisboa com cartazes, cujo slogan era "nós, europeus".
Ficamos sem saber quem é que constitui o "nós"...

domingo, 5 de abril de 2009

Opinião de José Ricardo Costa


Este é um artigo de opinião, muitíssimo interessante, de José Ricardo Costa, publicado, a 20 de Março, no Jornal Torrejano, de Torres Novas, que coincide com o que eu penso e que chamei, há dias, de Bandalheira.

A Idade das Trevas

Como o meu filho ia ter um teste de História, estive a estudar com ele e a fazer-lhe perguntas. A matéria era relativa à Idade Média. As classes sociais, o modo de vida de cada uma delas, pronto, esse tipo de coisas. Foi uma experiência muito engraçada, sobretudo para quem acompanha jornais e telejornais.
Estava eu a estudar os privilégios da nobreza e dei logo comigo a pensar que em Portugal, ainda não saímos bem da Idade Média. Na Idade Média, a mobilidade social era praticamente nula. A nobreza vivia fechada sobre si própria usufruindo dos seus próprios privilégios. Relacionavam-se entre si, casavam-se entre si, frequentavam os mesmos castelos, participavam nas mesmas festas e banquetes, olhando para o povo do alto dos seus privilégios sociais e económicos.

Ora, se virmos o que se passa em Portugal, temos de chegar à conclusão que no Estado há décadas dominado pelo PS e pelo PSD, existe cada vez mais uma feudalização da sociedade assim como uma organização social cada vez mais endogâmica.

Um bom símbolo da nossa miséria é o casamento entre a filha de Dias Loureiro, amigo íntimo de Jorge Coelho, e o filho de Ferro Rodrigues, amigo íntimo de Paulo Pedroso, irmão do advogado que realizou a estúpida e milionária investigação para o Ministério de Educação e amigo de Edite Estrela que é prima direita de António José Morais, o professor de José Sócrates na Independente, cuja biografia foi apresentada por Dias Loureiro, e que foi assessor de Armando Vara, licenciado pela Independente, administrador da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, que é amigo íntimo de José Sócrates, líder do partido ao qual está ligada a magistrada Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a investigar o caso Freeport.

Talvez isto ajude a explicar muito do que se passa com a Justiça, a Economia, a Educação. Sobre a Educação, a minha área, vale a pena pensar um bocadinho. Haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública? Outra vez: haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública? Há. Claro que há.

Ora bem, quer entender porquê? E quem são? Quer mesmo? É fácil. Experimente a sentar-se um pouco com o seu filho a estudar História.


www.ponteirosparados.blogspot.com

Por: José Ricardo Costa

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Maradona - reagir a uma derrota catastrófica


Vi os dois últimos jogos da selecção argentina. Dois contrastes autênticos.
Se, no jogo contra a Venezuela, a Argentina conseguiu fazer um jogo perfeito e vencer, com toda a justiça, por 4-0, ontem, na Bolívia, a história foi outra.
Por estranho que pareça, aconteceu o inesperado: os bolivianos dominaram do princípio ao fim e a Argentina muito pode agradecer ao seu guarda-redes por ter reduzido a dimensão da derrota. Mesmo assim, a Argentina foi humilhada, com uma derrota por 6-1. Números que se justificam, diga-se.
Maradona, seleccionador argentino, poderia-se ter queixado da altitude, argumento utilizado por todos os treinadores de equipas que jogam na Bolívia. Não o fez. Disse que "a Bolívia ganhou bem, não há nada a dizer. O resultado é inexplicável, mas a Bolívia jogou um bom futebol. Eu sofri juntamente com os adeptos, cada golo da Bolívia foi uma punhalada no meu coração... O Carrizo (guarda-redes da Argentina)? Teve uma tarde muito boa".
Houve jogos, recentemente, em que os treinadores justificaram os maus resultados pelas pressões da imprensa ou pelas arbitragens. Maradona, não. Disse que a Bolívia foi, de facto, muito forte. E foi mesmo assim que aconteceu. Atrevo-me mesmo a dizer que, na noite (em Portugal) de ontem, não havia nenhuma equipa do Mundo capaz de evitar tamanha derrota contra aquela equipa da Bolívia.
Com as derrotas recentes por 7-1 do Sporting em Munique e de Portugal no Brasil, a lição que devemos tirar é que derrotas expressivas acontecem. E nem sempre merecem a reacção destrutiva que muitas vezes nós, portugueses, temos.
Maradona, que terá sido um dos melhores jogadores da História do futebol mundial, está agora a dar uma lição aos outros treinadores do mundo. Até porque tudo pode acontecer quando são onze contra onze, quando a bola é redonda e o jogo é futebol.