quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Sporting seguiu os conselhos de Sócrates

Respondeu à crise. Com austeridade. Uma espécie de PEC 5 para a Europa ver.

Cinco anos e meio depois, a austeridade.


A conferência de imprensa de ontem, após o Conselho de Ministros, confirma que o Governo Socialista (este e o anterior) foi irresponsável e incompetente. Quando deveria acautelar-se, desdobrou-se em medidas eleitoralistas, como o aumento do IVA em 1% e o aumento dos salários dos funcionários públicos.

Quando teve de agir, agiu tarde. E agir tarde é sempre agir mal. Porque ficou limitado nas medidas severas que tinha de tomar.

As soluções ontem apresentadas são, de facto, de último recurso, de equilíbrio e de curto prazo. Mas, sendo certo que são bem vistas por aqueles de quem dependemos financeiramente, são soluções que comprometem o futuro da economia portuguesa.

Portugal estará, em 2011, pior do que está hoje. Os portugueses vão receber menos e vão pagar mais impostos. Vão ter mais despesas. As empresas vão vender menos, vão ter menos liquidez, vão passar pior. O desemprego aumentará. Ou seja, 2011 será, certamente, um mau ano para a economia portuguesa.

Pergunto. Como poderá o país responder a uma crise, não criando condições para que haja crescimento económico?

É que, não havendo dinheiro disponível, nem nas famílias nem nas empresas, além do já anunciado agravamento da situação económico-social dos portugueses, o aumento dos impostos não se traduzirá num aumento efectivo da receita fiscal do Estado.

Estou convicto de que as medidas ontem anunciadas serão ainda negociadas pelos partidos, em sede própria, e que haverá um consenso entre o PS e os partidos à sua direita para que Portugal possa ter um Orçamento de Estado capaz de credibilizar a imagem externa do país.

Mas uma coisa é certa. Por muito que Sócrates se desculpabilize com a crise internacional, os portugueses já não pagam agora apenas os efeitos dessa crise. Os portugueses pagam a factura dos sonhos faraónicos e das políticas irresponsáveis, facilitistas e eleitoralistas do Governo do engenheiro Sócrates.

Deveria ter ouvido o PSD. Mas também deveria, o PSD, ter falado em uníssono, quando era altura para falar. E não falou.

De todo o modo, como os milhões em falta são responsabilidade de Sócrates e do Governo Socialista (primeiro, porque agiu tarde; depois, porque agiu mal), parece-me que Sócrates não deveria ter medo. E, por uma questão de clarificação, deveria levar uma Moção de Confiança ao Parlamento.

É preciso clarificar para responder com firmeza e determinação. O superior interesse nacional prevalecerá. Já não estamos em condições de brincar aos políticos e o "assunto" é demasiado sério para que se possa continuar a jogar à batata quente.

Boa pergunta.

E agora?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Como é que era?

2005

2009



Uma alternativa chamada Paulo Portas


Um ano e um dia depois de ter alcançado um resultado histórico para o CDS, o líder da terceira força política mais votada deu uma excelente entrevista a Constança Cunha e Sá. O menos compreensível é que essa entrevista tenha sido dada, em directo, num canal por cabo, às onze da noite. Merecia mais, Paulo Portas.

Consistente nas suas ideias, fiel à linha que vem seguindo há já mais de dez anos, preparado, apontou caminhos alternativos, que vão de encontro às propostas que continuamente tem apresentado no Parlamento.

Mas Portas, além da sua consistência e preparação, demonstrou algo diferente de Sócrates e, até mesmo, do PSD. Portas assume a responsabilidade e mostra-se disponível para, desde já, ser parte de uma solução de governo para “regeneração nacional”.

Portas tem sido um deputado trabalhador, sabe o que é sentido de Estado, conhece o país (incluindo o país desertificado e esquecido) como poucos, é responsável e corajoso. As propostas que apresenta não são avulsas, está por dentro dos assuntos do país, não apresenta propostas sem, primeiro, se assegurar que serão consequentes e definitivas. Faz as contas.

Possivelmente, terá mais medo de Manuel Alegre do que deveria ter. Talvez o tempo lhe dê razão, não sei. De todo o modo, estou convencido de que, se tivesse o tempo de antena que merece, teria mais do que dez por cento. É que, olhando para o panorama político actual, Paulo Portas também já começa a merecer ser visto como alternativa séria para conduzir os destinos do país.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sócrates, o pior pesadelo.


Para que Sócrates sonhasse cinco anos, mais nenhum português pôde sonhar.
E Portugal com Sócrates é isso mesmo, um país sem sonhos.
Alguns portugueses ainda sonharam que Sócrates acordasse. Que antecipasse. Que governasse. Ainda sonharam tirar o sonho a Sócrates e devolvê-lo a casa de largos milhões de portugueses.
Infelizmente, foi só sonho. Tirámos a maioria absoluta a Sócrates, mas a concretização do sonho não foi alcançada. Acordámos demasiado cedo. A meio do sonho. E quando voltámos a tentar sonhar, já era tarde. O sonho tinha-se transformado em pesadelo.
Nesse pesadelo, Sócrates, principal protagonista, também entra. É, como todos os outros portugueses, um homem que também já não sonha. Está, porém, mais de encontro com a vontade dos portugueses: também já não quer ser Primeiro-Ministro.
Porquê? Porque sonhou demais. E acordou tarde. De repente, viu-se confrontado com uma maioria relativa, com um défice excessivo, com as condições económicas e sociais a degradarem-se.
Foi há um ano que ficou obrigado a negociar documentos tão importantes como o Orçamento do Estado. Mas Sócrates não gosta de negociar. Sempre fez o que lhe apeteceu fazer. E os portugueses que pagassem as suas fantasias.
Em cinco anos, Sócrates desgovernou, agravou a situação do país e agora, que se apela ao seu sentido de Estado, à sua responsabilidade, à sua capacidade para encontrar consensos numa situação extraordinária, não faz mais nada: ameaça que se vai embora. Porquê? Não é capaz de tirar o país do fundo do poço para onde nos levou.
Um ano depois das legislativas de 2009, podemos confirmar que Sócrates foi o pior pesadelo que os portugueses tiveram desde que a democracia chegou a Portugal.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Crónica

Ontem, escrevi esta crónica para o site do Sporting Apoio.



“Cumpramos as nossas responsabilidades!”




Salazar Carreira, quando escreveu os eternos Mandamentos do Sporting, pedia aos sportinguistas que respeitassem aqueles que nos representam.

É muito mais fácil dizer como se deve jogar, quando não se joga.

É muito mais fácil dizer o que o treinador deveria ter feito, sobretudo depois do final do jogo.

É muito mais fácil criticar, em vez de dar a cara, pegar nas rédeas e galopar para a frente.

E é muito mais fácil quando se recusa sofrer, quando se abdica de fazer centenas de quilómetros para apoiar o Sporting numa daquelas deslocações aos estádios pequenos e sem condições, sobretudo agora que a chegada do Outono já começa a fazer sentir o tempo frio e a chuva.

À primeira contrariedade, o caminho mais fácil passa sempre por atirar a toalha ao chão e virar as costas às responsabilidades que os sócios e adeptos também têm.

Nós, cá fora, teremos de reconhecer que não temos, nem teremos nunca, a capacidade para jogar futebol na equipa principal do Sporting.

Não temos os conhecimentos, o sangue frio, a capacidade para que possamos treinar o clube do nosso coração.

Ora, se não temos a capacidade para jogar ou para treinar, e tendo em conta a conjuntura em que o (ainda) novo presidente encontrou o Sporting, como é que, com a cabeça fria, lhe poderemos apontar o dedo?

Estamos, nesse aspecto, a meio de um caminho que não tenho dúvidas de que será percorrido. Teremos o tal pavilhão, que durante sete anos nunca avançou. Teremos maior saúde financeira. Teremos mais capacidade para competir com os nossos adversários, porque acredito de que, com o trabalho feito, iremos ter mais meios.

Quanto ao futebol, ao futebol jogado, verificamos que houve, dentro daquilo que foi possível, um esforço notável para afastar os pesos mortos e a mediocridade. Ao plantel, acrescentou-se-lhe valor. Mas como pode uma situação mudar completamente de um ano para o outro?

Quantos anos demorou o Benfica a ser campeão nacional? Quantos anos estiveram fora da Liga dos Campeões? Quantos milhões gastaram?

Sejamos razoáveis.

O Sporting, agora, tem presidente. A tempo inteiro.

O Sporting, agora, tem treinador. Com garra e ambição.

O Sporting, agora, tem um director-desportivo. Que acabou com os tais “bufos”, que nós aqui, e às cegas, tanto criticávamos.

O Sporting, agora, tem uma equipa. A quem falta amadurecer defensivamente, um avançado finalizador e a tal pontinha de sorte, que nos fez empatar, em casa, com a Olhanense.

O Sporting, agora, vê, nas suas claques, o empenho que não via há já algum tempo.

Falta qualquer coisa? Pois claro que falta. Estamos a meio do caminho.

Mas é agora que vamos abandonar o barco? Da minha parte, abandonar o barco do Sporting? Nunca! Gosto demasiado para “saltar” fora.

Vou lá estar, a remar com toda a força, para que a corrente, que tem estado contra nós, não nos impeça de chegar onde queremos.

Se há ideias diferentes e alternativas, pois que sejam apresentadas e debatidas nos locais próprios. A seu tempo.

Mas cada um cumpre as suas obrigações. E nós, sócios e adeptos, também temos as nossas. Apoiar a equipa do princípio ao fim.

O Sporting é nosso grande amor. E há-de assim ser até à morte.

Domingo, compareçamos todos em Alvalade. Vamos criar um clima favorável, que motive a equipa e a embale para muitas vitórias.

Estou convicto de que juntos, todos juntos, nós, que somos o Sporting, vamos dar a volta!

António Lopes da Costa, sócio nº 52052, com Lugar Especial desde 2003



Nota: por lapso, em vez de Salazar Carreira escrevi, na crónica publicada, Salazar Correia. Enviei já um e-mail no sentido de que esse erro fosse rectificado. Pelo lapso, peço desculpa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dizia Afonso da Maia para Dâmaso Salcede


“Pois é verdade, tenho esse fraco português, prefiro touros. Cada raça possui o seu sport próprio, e o nosso é o touro... Mas sabe o Sr. Salcede qual é a vantagem da tourada? É ser uma grande escola de força, de coragem e de destreza... E acredite uma coisa: é que se nesta geração moderna ainda há em Lisboa uns rapazes com certo músculo, espinha direita, e capazes de dar um bom soco, deve-se isso ao touro e à tourada...Aquilo é que era dar a filosofia do touro! E havia imbecis que falavam em acabar com os touros! Oh! Estúpidos, acabais então com a coragem portuguesa!...Tiram a tourada, e não ficam senão badamecos derreados da espinha, a melarem-se pelo Chiado!..."

Retirado de "Os Maias", de Eça de Queiroz

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A ferida!



Mais tarde ou mais cedo, o país irá debater os seus problemas estruturais e irá pôr em causa os partidos políticos existentes. Fá-lo-á por uma razão simples. Se essa discussão não for feita, o país continuará permanentemente a viver em crise e a remediar o que tem, de uma vez por todas, de ser corrigido.
Comecemos pelos partidos. Pelos dois maiores partidos, porque são, os dois, e em conjunto, os principais responsáveis pela conjuntura nacional, que não é de agora, nem de ontem e também não vai acabar amanhã, ao contrário do que esses partidos vão dizendo.
Parece-me evidente que o PS, tendo governado quase ininterruptamente desde 1995, é o responsável número um pela estagnação. O PS é o partido de todos. Assegura saúde financeira a muitas, e demasiadas, famílias, que encontraram um lugar tranquilo no Estado.
Mas o PS, ao longo destes quinze anos, foi mais longe. Entrou pelo privado, nas empresas, nas construtoras, na comunicação social, na banca…entrou no mundo dos negócios.
Neste momento, os tachos impedem a tomada de medidas. No sector público, quantos são os tachos que não geram riqueza ao Estado? No sector privado, como pode um Primeiro-Ministro que é amigo do administrador da construtora, dizer-lhe que a sua empresa vai deixar de receber largos milhões de euros por uma questão de interesse nacional?
Quem é que, neste momento, em Portugal, se move pelo interesse nacional? Quem põe o interesse público à frente de um bom negócio, de uma boa amizade, do interesse político e da garantia de votos nas próximas eleições?
Sobre a estagnação, a pergunta deve ser feita ao contrário: como pode, nestas circunstâncias, o país deixar de estar estagnado?
Enquanto houver PS, ou enquanto houver este PS, não é possível que o país cresça.
Há uma solução óbvia para acabar com este problema, que passa por dar, a outro partido, uma maioria absoluta estável e duradoura, de modo a poder fazer a necessária “limpeza geral”.
A contrariedade é que o PS, nessa lógica corporativista, e os amigos do PS somam muitos votos. Ainda assim, uma votação massiva num partido alternativo continuaria a ser possível.
Sendo sensato, o partido alternativo de Governo é o PSD. E, não deixando a sensatez com que me exprimi na frase anterior, o PSD é, e tem sido, um partido demasiado partido, com demasiadas tendências e inimizades. Aqui não há quem se entenda ou, pelo menos, que se entenda durante o tempo necessário para ganhar eleições.
Voltando às perguntas, aqui deixo mais duas. Quantos partidos há no PSD? O PSD, tal como está, partido, fará sentido?
Muita gente, com coragem, tem dito que não. Que a mudança para o país passa também por uma nova configuração do centro-direita em Portugal. Mas no PSD também há interesses por salvaguardar. E, tornando-se oficialmente partido em partidos, quem ficava a ganhar era o PS. O PS e também este conformismo derrotista que assola as ruas do país.
Muitos portugueses, (pelo menos) nos últimos quinze anos, colocaram, a si próprios, as interrogações que acima fiz. Muitos abstiveram-se. Muitos votaram em branco. Muitos optaram por terceiras vias, como forma de protesto. Alguns, ainda assim, votaram no PSD. Mas o que é certo é que, só levando em conta as votações nos dois maiores partidos, o PS ficou sempre ganhar.
Poderemos, precipitadamente, pensar que encontramos aqui uma conclusão rápida: os portugueses preferiram uma imagem de unidade. Também preferiram. E sem dúvida que isso pesou. Mas há outra coisa que tem afastado os portugueses do PSD, que é aquilo a que muitos chamam de aparelho. Não falo, aqui, de quem se move por convicções. Falo do pior do aparelho. Que torna o PSD num partido constantemente em guerra. O corporativismo e egoísmo de alguns grupos militantes, que impede a estabilidade no partido, têm sido o maior aliado dos socialistas e o maior inimigo do país.
Eu sei que há tendências diferentes em todos os partidos, não só em Portugal, mas por todo o mundo. E também há, fora de Portugal, tendências em partidos cujos interesses extravasam o simples interesse por fazer algo pelo país. O problema é que algumas dessas tendências, no PSD, que, por vezes, até conhecem bem a realidade local, não têm tido a capacidade necessária para ter uma visão global do país. Não o conhecem, mas pensam que conhecem. Esse factor caracteriza, segundo algumas correntes filosóficas, a ignorância. E tem sido essa ignorância e essa mediocridade que têm impedido o PSD de ganhar mais do que eleições autárquicas. Porque, quando é para votar num rumo para o país, os portugueses, que pensam que os políticos só querem “poleiro”, olham para o PSD e aquilo que vêem é sempre muito, muito poucochinho.
Haja capacidade para vencer o PS, mas haja sobretudo capacidade e vontade de mudar e qualificar o PSD.
Se assim não for, mais vale desistirem da ideia de tirar o PS do Governo e o melhor é esquecerem esta nossa vontade, esta nossa enorme determinação, este enormíssimo sonho que temos, que é fazer, de Portugal, um país novo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Madaíl, Bento e Mourinho


Os portugueses não acreditavam que iria haver algo tão mal gerido como o despedimento do antigo seleccionador nacional. Mas houve: foi a contratação de um novo seleccionador, que vem substituir aquele que tinha acabado de ser despedido.
Madaíl, com a imagem muito perturbada depois da novela Queirós, não ficou por meias medidas. Meteu-se no avião e foi a Madrid, tentar que Mourinho viesse a Portugal dirigir dois jogos. Sim, disse bem. Dois jogos!
Deveria ser o único português e o único cidadão do Mundo que achava que o Real Madrid, que investiu uma obscena quantidade de milhões de euros para contratar o melhor treinador do mundo, iria deixar que Mourinho viesse a Portugal fazer um..."biscate"!
Poderão, os portugueses mais distraídos, pensar que, para Portugal se apurar para o Europeu de 2012, terá apenas de ganhar dois jogos. Longe disso! Mourinho apenas viria para remediar um estrago que o próprio Madaíl ajudou a criar.
Mourinho até disse publicamente que sim. E, nessa estratégia, Madaíl salva o pouco que poderia salvar da péssima imagem com que ficou depois destas novelas. Aproveitou, este, para ir ao Estádio da Luz entregar a taça de campeão ao Benfica, em clima de festa.
Poderão também, os portugueses mais distraídos, que o Benfica tinha de receber a taça neste jogo. Mas não. O Benfica foi campeão na época passada e já tinha feito dois jogos em casa, frente à Académica e ao Vitória de Setúbal.
Entretanto, enquanto já todos os portugueses sabem que o próximo seleccionador nacional vai ser Paulo Bento, Madaíl insiste em falar de Mourinho, o que diminui o já diminuído tempo de antena do novo seleccionador nacional.
É importante que se diga aos portugueses que Paulo Bento é um bom treinador, que fez milagres num Sporting sem meios, onde ganhou duas taças, duas supertaças e sabe Deus, Lucílio Baptista e os seus assistentes, por que razão Paulo Bento não chegou a ganhar uma Taça da Liga.
Estando desempregado, é uma solução razoável para as finanças da Federação. Não é treinador de choradinhos, é um homem com personalidade que pode voltar a dar identidade a uma selecção desfeita.
Na minha opinião, Paulo Bento é uma boa solução para a selecção nacional. E tem uma coisa que nenhum outro, e aqui incluo José Mourinho, podia oferecer, que é a disponibilidade total para assumir a função de seleccionador nacional até ao final do Campeonato da Europa de 2012.
Além disso, Paulo Bento é um promotor de jovens, o que é muito importante já que estamos em hora de renovar uma selecção que começava a estar já vencida pela idade.
O mínimo que Madaíl pode fazer agora é dar palco a Paulo Bento, que tem de ser apresentado como a primeira opção, como a melhor solução. Paulo Bento merece isso e a selecção também.
Espero que o "forever" de Paulo Bento na selecção dure mais do que o tempo que falta até ao Natal. Não tenho dúvidas de que levará Portugal ao Europeu e que ficará por muito tempo.
Por razões óbvias, o mesmo não posso desejar a Gilberto Madaíl. Tendo sido um bom presidente durante vários anos, terá de tomar consciência de que o seu tempo já passou. A sua presença tem gerado muitas novelas e turbulência.
E, como diria o próprio Paulo Bento, o que é preciso é...tranquilidade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Políticas de plástico


Depois de muitos anos de rigidez, entrámos na fase das políticas de plástico.
E o que são, então, as políticas de plástico?
São como os produtos de imitação, esteticamente idênticos aos originais, mas sem a composição que faz com que o produto original seja mais caro.
Os efeitos de comprar a imitação, em vez do original, não se notam no imediato. O produto funciona, de modo a enganar suficientemente bem o cliente, durante um determinado período de tempo. Mas quando se estraga, estraga-se definitivamente, porque já não tem reparação.
Há, porém, uma diferença entre as políticas de plástico e os produtos de imitação. É que aquelas, para terem boa aparência, e ao contrário do que acontece com estes, não são baratas.
As políticas de plástico são também resultado de um tempo novo na política global, que dá demasiado valor à imagem, em detrimento da substância do discurso político e das medidas concretas.
Reconheço que vejo, em Sócrates, um sonhador. Sonha com um país mais evoluído, mais qualificado, mais competitivo e mais inovador, sobretudo no que toca ao sector do ambiente e das novas tecnologias. O problema é que Sócrates, ao longo de cinco anos como Primeiro-Ministro, não tomou medidas de fundo. Apenas plastificou o seu sonho.
Veja-se, como exemplo, o que aconteceu na educação. Foram distribuídos computadores, retirou-se exigência ao ensino, etc.! A estatística diz-nos que há mais licenciados, que há mais gente no ensino superior, que muitos portugueses aderiram às também plásticas, porque socráticas, Novas Oportunidades. Mas isso não quer dizer que os portugueses estão, de facto, mais qualificados.
O problema não está, também, nessas estatísticas, aparentemente positivas, mas pouco conclusivas. Está noutras. Nas que mostram a dimensão do défice, nas que revelam a despesa pública, ou nas que alertam para o crescimento, em flecha, do número de desempregados.
Outro exemplo tem que ver com o Empresa na Hora. É certo que muitas empresas foram criadas. E ainda bem que foram. Mas também isso é plástico. Quantas dessas empresas sobreviveram? Quantas, das já existentes, fecharam as portas?
Estes exemplos servem para dizer que faltam, em Portugal, políticas de fundo. E uma oposição com ideias fortes, sustentadas, que não apresente o plástico como alternativa ao plástico.
O país já está demasiado plastificado. E atenção a isso, se continuar durante muito tempo. Porque políticas de plástico não têm conserto.
Só há, portanto, uma solução. Que não passa pela reparação, mas pela substituição de quem está no Governo, substituição que quanto mais depressa acontecer, mais e maiores males conseguirá evitar.

domingo, 12 de setembro de 2010

Memória - ter e não ter!



Uma das coisas que tenho mantido ao longo do tempo é a memória, à qual dou uma relevância enorme.
Porque se pode compreender, porque se pode desculpar, mas nunca se deve esquecer.
E eu não esqueço.
No programa Eixo do Mal da SIC Notícias deste fim-de-semana, após um período em que o país falou muito de um estranho homicídio ocorrido no Brasil que está a ser investigado e de algumas condenações, exemplares, num processo de pedofilia, Pedro Marques Lopes, sobre este segundo processo, disse que tem muitas dúvidas. Que tem ele, que têm todos os portugueses. As pessoas continuam com dúvidas mesmo após uma sentença clara no sentido de condenar determinados arguidos.
Após essa afirmação, durante um período de amnésia, disse que é importante que se retenha esta lição, porque muitas vezes se condenam publicamente pessoas quando ainda há dúvidas.
Ora, há tempos foi exactamente isso que Pedro Marques Lopes fez quando, sem provas, baseado num testemunho de uma pessoa que nunca foi provado, praticamente condenou dois militantes do Partido Social Democrata.
Entretanto, e sobre um dos visados, um processo foi arquivado. Porquê? Não houve provas. A Justiça falou e falou com uma clareza com que raramente costuma falar. Afastou todas as dúvidas.
Pedro Marques Lopes precipitou-se porque fez uma condenação pública. Mas, nessa altura, Pedro Marques Lopes não pediu desculpa. Não assumiu o erro.
Cá estaremos para ouvir o que Pedro Marques Lopes dirá no futuro sobre algumas suspeições completamente infundadas. Sobre casos muito menos graves, que nada têm de homicídios ou pedofilia.
Mas, no caso de ter posto mesmo a mão na consciência, teremos então de esperar, pelo menos, pela razoabilidade de um pedido de desculpas.
Caso contrário, a memória continuará a registar que Pedro Marques Lopes falou, numa altura, a condenar umas pessoas, para depois, numa outra altura, dizer o contrário, para defender outras. Só porque lhe dava jeito.
E é muito grave quando se muda de opinião, porque dá jeito, sobre este tipo de questões.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Para seleccionador nacional!


Sempre preferi o que é nacional.
E, assim sendo, gostava muito que o próximo seleccionador fosse português.
Manuel José seria uma opção interessante, mas está fora do sistema e é uma carta fora do baralho.
Paulo Bento, muito falado, tem tempo para lá chegar.
Manuel Fernandes tem, ainda, muito para fazer em Setúbal para ajudar a salvar um clube histórico do futebol português.
José Mourinho, no Real Madrid, já disse que só aceita ser seleccionador nacional daqui a alguns anos.
Não vendo outra solução possível, se dependesse de mim, o seleccionador deveria ser Jorge Jesus.
Fez milagres em Lisboa, nos dois clubes que treinou. Colocou o Belenenses na Europa. E foi campeão com o Benfica.
Tem uma carreira digna de um grande treinador e não tem de provar nada a ninguém.
Tem uma dinâmica de vitória e um sonho, que é ser campeão europeu.
Não o podendo ser com o Benfica, por que não ser com a selecção do seu país? Já em 2012!
Pouco falado, porque treina o Benfica, eu não hesitaria em convidar Jorge Jesus. É, entre todos os nomes, aquele que tem melhores condições para nos fazer motivar quando joga a selecção e de recolocar Portugal no caminho das vitórias.
Para Jorge Jesus, ser seleccionador nacional é agora ou nunca!

Terrorismo


Há dias, Paulo Pereira Cristóvão, na sua página do Facebook, publicou algumas palavras cirúrgicas, para que toda a gente pudesse ler.
Dirigiu-se, naquele espaço público, a José Eduardo Bettencourt, a quem dizia “deixa-me que te diga, José Eduardo: ÉS INAPTO PARA A FUNÇÃO, ÉS MIMADO, ÉS RESSABIADO E ÉS O MAIOR ERRO DE CASTING DO DIRIGISMO DESPORTIVO EUROPEU! Graças a Deus que estás de passagem!!!”.
Nessa mesma lógica, continua a escrever aquele que já foi o blogue referência do reino leonino, assim como os jornais que, diariamente, insistem em vender, só, o que é contra o Sporting.
Mas esta onda concertada e terrorista perante o Sporting Clube de Portugal não pára.
Há dias, foi feito um documentário, num canal desportivo sobre um jogador da Academia que passou ao lado de uma grande carreira.
Parece-me evidente que o objectivo subjacente a esse documentário era só um: dizer que Academia Sporting, recentemente distinguida internacionalmente, passou a ser uma academia de talentos perdidos.
O jogador “usado” foi Fábio Paím, que, muito cedo, demasiado cedo quero eu dizer, foi rotulado de super-estrela.
Não chegou lá, como também não chegaram muitos outros jogadores preguiçosos saídos de Alcochete, mas também do Seixal, de Vila Nova de Gaia, de Guimarães, de Braga, de todo o país.
Mas Fábio Paím diz uma coisa naquele documentário que achei curiosa. Diz que já ganhou muito dinheiro, mas que agora SÓ(!) recebe 1000 euros por mês.
1000? Quantos jovens da sua idade recebem, de ordenado, 1000 euros? Há muitos portugueses que trabalharam toda a vida e que nunca chegaram a receber 1000 euros num mês.
Daí que, mesmo querendo fazer passar a ideia contrária, aquele documentário acaba por me fazer sentir uma ideia. Paim é um flop. E um flop, que sai da Academia, tem um salário de um milhar de euros. Paim deve isso ao Sporting e à Academia. A ninguém mais!
O Sporting, além de formar os melhores jogadores do mundo, também promove boas condições de vida aos que não chegaram a esse patamar.
Mas a ideia do documentário é outra. É terrorismo, puro e duro, contra o Sporting. Que faz parte de um projecto terrorista comum que apenas visa acabar, de uma vez por todas, com o Sporting Clube de Portugal.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O ponto



Antes fosse um ponto final, mas não é.
Menos ainda será um ponto de exclamação.
Quanto muito seriam os três pontinhos das reticências, porque falo do "ponto a que isto chegou", que não é nada bom e que, ao que tudo indica, está para ficar, para continuar.
Diz-se que o Governo não governa. E diz-se com toda a razão. Mas o que é que funciona, neste momento, em Portugal? Quem é que se pauta profissionalmente apenas de acordo com os interesses que deveria defender? Apenas as excepções!
Mesmo que alguma coisa comece, há sempre um ponto em que tudo pára. Porque não dá para continuar. É que este é amigo daquele, que é primo do tal que era sócio do outro. Há sempre negócios para fazer, interesses por defender, amigos para encobrir, sobrinhos para proteger, gente para empregar.
Em Portugal tem sido assim com o Partido Socialista, que governou durante muito tempo e que se instalou em todos os sectores. É a cultura do amiguismo e do compadrio levada ao seu limite. Porque quem paga, mais do que devia pagar, são os oprimidos deste regime, a classe média sufocada e alguns corajosos que ousaram enfrentar a corte.
É preciso mudar o tal ponto de que falei, que é o ponto a que isto chegou.
Mas há uma pergunta que se impõe: será que a alternativa oferece confiança para fazer diferente?
Pessoalmente, acho que os portugueses estão desconfiados...

Fim da linha.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

No Sporting, como no Real Madrid.


O mercado fechou há uma semana e os órgãos de comunicação social nacionais insistem que o Sporting não contratou nenhum avançado. Avançam, em uníssono, que isso se deveu a uma incapacidade de Costinha de contratar o tal pinheiro que Paulo Sérgio pediu há dois meses.
Dizem que o Sporting quis contratar vários jogadores, como Morientes. E os que dizem, nas entrelinhas, que o Sporting deveria ter convencido Morientes a ingressar no clube são os mesmos que criticaram os falhanços das contratações de Angulos e afins.
Talvez por incapacidade, falta de trabalho de casa ou apenas por anti-sportinguismo agudo, esses jornalistas, colunistas, repórteres, moderadores se estejam a esquecer de que, no lado de lá da fronteira, um clube milionário chamado Real Madrid, curiosamente treinado pelo português José Mourinho, não contratou o avançado que este pedira logo quando assinou contrato.
Não será o Real Madrid um clube suficientemente aliciante para os avançados?
Não terá, o Real Madrid, capacidade financeira para contratar jogadores para a frente de ataque?
Será, Valdano, um homem sem capacidade para atrair e contratar grandes jogadores?
Ou será que Mourinho não é um homem com a influência suficiente para que sejam cumpridos todos os seus desejos a este nível?
A sério, esta questão do pinheiro já enjoa. E começa a faltar quem diga que Tiago, Stojkovic, Rui Patrício ou Hildebrand são muito melhores que os guarda-redes do Benfica, incluindo aquele tal pelo qual o Benfica pagou oito milhões e meio de euros, num negócio que, se tivesse sido feito pelo Sporting, teria feito cair o Carmo e a Trindade.
O Sporting está melhor, joga melhor, ganha com maior regularidade. Isso começa a incomodar cada vez mais gente, que curiosamente, é cada vez mais lá do norte.
Oxalá que, sem o tal avançado, o Sporting e o Real Madrid ganhem os campeonatos dos respectivos países. Se assim vier a ser, muitos sapos serão engolidos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Miguel Relvas


Já ninguém tem dúvidas.
Os portugueses querem uma mudança.
Uma mudança de caras, uma mudança de protagonistas, uma mudança de políticas.
Mais do que isso, os portugueses querem uma mudança de paradigmas.
Estamos já fartos, fartíssimos, e até cansados, de dizer e ouvir dizer que estamos no fundo do poço.
Precisamos, todos, de uma injecção, de preferência com dose reforçada, de optimismo. Mas não de um optimismo qualquer. Para isso já nos bastaram demasiados anos de José Sócrates. Precisamos de um optimismo moderno, realista, visionário. De um optimismo conhecedor profundo da realidade nacional, sobretudo no que toca aos recursos. De um optimismo capaz de projectar o país para um futuro diferente.
Os portugueses já sabem que há, no PSD, quem antecipe os cenários e saiba, na altura devida, contornar obstáculos.
Sabem, agora, que o PSD tem, na pessoa do seu secretário-geral, um dos seus maiores trunfos. Um homem que, mais do que conhecer a realidade, conhece bem as reais aptidões do país. Talvez por assim ser tenha uma maior legitimidade para se apresentar como um optimista por natureza.
Além das já conhecidas “reservas morais e intelectuais” de muitos ilustres militantes do partido e de umas bases que representam transversalmente a sociedade portuguesa, tem sido Miguel Relvas, mais do que qualquer outro, a puxar por um país que Sócrates deixou demasiado conformado, demasiado descrente.
Mas mais do que o presente, estou absolutamente convencido de que Miguel Relvas terá, certamente, um papel determinante no futuro da política em Portugal. Porque se é Relvas o elo de ligação dentro do PSD, terá de passar, também por si, a árdua tarefa de voltar a unir os portugueses em torno de um projecto mobilizador.