terça-feira, 24 de abril de 2012

Sporting Clube da Europa



Nós queremos que o nosso clube ganhe por duas razões. A primeira é a alegria que a vitória nos dá. A segunda é a História. Herdámos um Sporting cheio de História, e de histórias para contar, além de vitórias e feitos que nos orgulham. Queremos somar História e vitórias.

Sinto hoje, como nunca antes, que nada mais há que ganhar. O que queríamos, já o tivemos.

A campanha europeia desta época fez com que o Sporting estivesse nas capas dos jornais desportivos de várias cidades europeias. Vencemos boas equipas, como a Lazio e o Metallist. Derrotámos os aguerridos polacos do Legia. Eliminámos os milionários do Manchester City com o mundo inteiro a olhar para nós. E depois de termos ganho o respeito, ganhámos a admiração dos adeptos de clubes adversários. 

Essa é a missão impossível, muito mais impossível do que a simples vitória de um jogo ou de uma competição. Essa missão impossível transformou-se em real na última quinta-feira, dia em que o futebol recuou à sua essência, em que os clubes representavam povos e regiões, em que os adeptos conviviam em clima de festa.

Na quinta-feira, estiveram largos milhares de bascos em Lisboa. Visitaram-nos em clima de festa. E, depois do jogo, o que se viveu foi único, inigualável e nunca antes, por mim, visto num estádio de futebol.

No intervalo desse jogo, os adeptos do Sporting cantaram a versão leonina do “My Way” de Sinatra. A segunda parte foi monumental, cheia de sofrimento e emoção, com três golos e várias oportunidades de golo. O Sporting venceu por pouco. Mas isso foi o que menos interessou, tendo em conta que as várias claques do Sporting homenagearam, durante todo o jogo, um adepto basco que foi morto na Alemanha. Houve uma claque do Sporting que tirou a sua faixa e colocou uma faixa de homenagem ao Inigo. E houve outra que, após o jogo, se dirigiu aos adeptos do Athletic para entregar a faixa.

Depois de uma meia-final, houve palmas dos adeptos do Sporting para os adeptos e jogadores do Athletic. E houve um aplauso em sentido contrário. No fim do jogo, os adeptos do Athletic gritaram “Sporting”!

Foi lindo! Lindo! Lindo! Isso é o futebol. Essa é a sua essência.

Entretanto, há adeptos do Athletic que demonstram a sua admiração pelo Sporting, pela sua História e pelos seus adeptos.

Quando se lê "por la forma en que nos han recibido, por las condiciones que nos ofrecieron, por el homenaje a Iñigo y por el gran club que son, a partir de este día vamos a ser del Sporting para siempre”, o que se pode querer mais?

Nada. Nada mais se pode ganhar a partir daqui. E, mal por mal, que seja o simpático, amigo e único Athletic (que só joga com bascos) a ganhar a Liga Europa. Se não pudermos trazer a Taça para Lisboa, pois que a Taça fique com estes queridos amigos bascos.

A História já se fez. Com vitórias históricas. Com lances que ficam para a história das histórias do futebol, dos livres de Matias ao cabeceamento de Hart, passando pela velocidade do Capel, pelo calcanhar de Xandão e pelas defesas de São Patrício.

Ganhámos o respeito daqueles que defrontámos. E, mais do que o respeito, conquistámos a admiração, que é o mais difícil de ganhar.

Já ninguém esquece estes jogadores. As defesas de Patrício, o sofrimento de Boeck, o espírito de combate de João Pereira, o calcanhar de Xandão, o poder de Onyewu, o acerto de Polga, a garra de Insúa, o empenho de Carriço, a classe de Fito, a visão de Schaars, a atitude de Renato Neto, as fintas do André Martins, o espírito de sacrifício de Izmailov, as arrancadas (e o aplauso de pé) de Capel, a magia de Carrillo, a arte de Jeffrén, os tiros e malabarismos de Matias, a garra de Pereirinha, a vontade de Ricky e a raça de Diego Rubio.

Todos estes jogadores já estão na história. Basta adjectivar as suas exibições para que as imagens nos passem pela cabeça. E, a estas, juntam-se necessariamente as imagens de Sá Pinto, agarrado ao Paulinho, festejando os golos que fizeram tremer a Europa e vibrar o mundo sportinguista.

Não há nada, rigorosamente mais nada, que ainda se possa fazer. Não há nada que não se tenha conseguido. A missão está cumprida e o sonho está concretizado. Fomos e somos grandes, como os maiores da Europa.

Mesmo assim, e com a mesma postura do jogo da primeira mão, vou estar em Bilbao a confraternizar com dezenas de amigos, milhares de adeptos do Sporting, a admirar e conviver com os amigos bascos. Vamos na esperança de garantir o lugar na final, mas com a consciência tranquila de que tudo foi feito, e bem feito.

Vou a Bilbao porque é em Bilbao que esta caminhada pode acabar. E sem medo de perder, porque, tanto ou mais do que nós, os adeptos do Athletic, pela simpatia e coragem de jogar só com jogadores da região, merecem conquistar esta Taça. E porque esta caminhada já tem garantido o seu lugar na História.

Ao longo de vários meses, a Europa ficou vergada perante os leões de Lisboa que entraram em campo e, com coragem e espírito de sacrifício, vestidos de verde e branco, honraram o Clube e o nome de Portugal.

Como somos Clube de Portugal, e apesar da esperança ser ténue, não escondemos que temos a vontade de ser ainda maiores. Queremos ir a Bucareste. Queremos trazer a Taça para Lisboa.

Um dia, eu tive um Sonho.

Sorte e honra ao Athletic!

A ti, meu Sporting, te agradeço por tudo. Por tudo.

A Esperança persiste, o Sonho existe. E, como o Sporting vive, a Lenda continua.

Agora e como sempre, vamos lá, leões.

Em frente! Em frente!

Viva o Sporting.

domingo, 22 de abril de 2012

Outros quinhentos

Ir à Choupana e apresentar, em campo, uma equipa de reservas, cheia de jogadores jovens, foi uma resposta adequada. Ter ganho ali, nestas circunstâncias, tem, por isso, um sabor especial. Principalmente por se saber que o senhor Rui Alves continuará a falar sozinho. E sem cuidado com os telhados de vidro.
Interrompido apenas por meia dúzia de idosas que gritavam "Nacional", o que fica, do jogo de hoje, é o silêncio. O silêncio dos 3 golos. O silêncio dos 3 pontos. E o silêncio, pós-jogo, do "quinhentinhos", que, pela História e pela grandeza, devia ter mais respeito pelo Sporting. Não teve. E o Sporting, sem respeito pelo Presidente do Nacional, limitou-se a ir lá, ao terreno deste, e ganhar o jogo. Em campo. Com as reservas. Com 10 jogadores. E em silêncio, o mesmo silêncio com que, há meses, fomos à Choupana para, em detrimento do Nacional mas com justiça, carimbarmos o acesso à final da Taça. E quer ele ir à final da Taça, na secretaria, depois de ter perdido em campo. Mas isso são "outros quinhentos". São outros quinhentos do "quinhentinhos".

quinta-feira, 19 de abril de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A oferta que a UZ recusou

Sempre defendi os "direitos dos animais", nomeadamente no que respeita à responsabilização dos donos em duas situações: de danos ou lesões causados pelos animais de estimação e do abandono destes por aqueles, sobretudo quando chegam as férias.
O facto de ter um cão em casa ajudou-me a sensibilizar para parte das pretensões dos defensores dos "direitos animais". Nesse sentido, divulguei acções da União Zoófila (UZ), cujas instalações já visitei. Ajudei com aquilo que pude. E tenho mantido no blogue uma imagem que apela aos leitores para doarem alguns cêntimos para a alimentação dos animais que estão na UZ. 
Em tempos, cheguei a fazer uma abordagem para adoptar uma cadela. Iria para uma herdade próxima de Lisboa, onde teria espaço e todas as condições e acompanharia uma outra cadela que ali temos. A cadela, que me propus adoptar, serviria para companhia, guarda e trabalho. Mas as dificuldades e burocracias, que foram imediatamente levantadas, inviabilizaram a minha intenção. A cadela continua, quase dois anos depois, na UZ, sem ninguém que a adopte. Provavelmente, e sem amor, vai morrer ali.
Sábado à tarde, dois representantes da Federação Portuguesa de Entidades Taurinas foram às instalações da UZ para doar 500 kg de ração. Não é muito. Porque a UZ tem 500 cães e 200 gatos. Mas é alguma coisa.
A UZ recusou essa oferta. E vai continuar a publicitar e fazer alertas de adopções urgentes porque vai continuar a não ter comida para ajudar à sobrevivência dos animais. Mas perdeu, com esta recusa, a credibilidade suficiente para fazer, e ter sucesso, nos apelos que faz.
Dizem que foi por uma questão de coerência, como se os cães soubessem a origem dessas rações. Não vou entrar nessa discussão. Como filho de um criador de gado bravo, tenho uma proximidade e sensibilidade maior para estas questões. Sei que oferecemos dignidade à vida de cada vaca, novilho ou toiro bravo, que a UZ, por insuficiência de meios, não consegue dar aos cães e gatos que tem nas suas instalações. 
Talvez, os responsáveis pela UZ, não se alimentem da carne das vacas e toiros que criamos. Talvez passem fome. Mas nós, amantes de todo o tipo de animais (desde os animais de companhia ao gado bravo), não queremos que nenhum destes animais (racionais inclusive) passem fome. Não queremos. 
E da mesma forma que não vemos nenhum responsável pela UZ "adoptar" um animal bravo para o alimentar e tratar, dando dignidade à sua vida, nós, que também somos pelo toiro e por termos a coerência do nosso lado, sentimos o dever de publicamente repudiar o gesto da UZ, que atenta ao bem-estar dos animais que tem nas suas instalações, inviabilizando adopções ou ofertas que lhe são feitas.
O fundamentalismo, muitas vezes, deita tudo a perder. E o fundamentalismo da UZ retirou-lhe a credibilidade. Bastaria dizerem que, pelos animais que "têm", se sentia forçada a aceitar a oferta, afirmando publicamente que, apesar da aceitação, não se reviam nas corridas de toiros. Era tão fácil...
Como assim não foi, mantenho (pelos animais), de forma livre e gratuita, o anúncio da UZ neste blogue, mas, por coerência, não irei continuar a fazer qualquer oferta à UZ. Porque, para a UZ não ter aceite, os cães não devem estar assim tão mal. Faço-o, não pelos cães, mas pela UZ. E também pelo toiro bravo, que, pela vontade da UZ, deixaria de ter motivos para continuar a ser criado em Portugal e no Mundo, facto que conduziria à extinção da espécie.
Por fim e ao que parece, a UZ não aceitava ofertas depois das 17 horas, porque, a partir dessa hora, os seus responsáveis iriam estar numa manifestação. No dia-a-dia, também há horários específicos para fazer ofertas e instalações da UZ, o que só reforça a ideia de que, ao contrário de nós, que somos criadores de outros tipos de animais e doadores anónimos dessa instituição, os responsáveis da UZ têm mais preocupação em reforçar a notoriedade pública dos seus responsáveis do que a ajuda exclusiva à dignidade da vida de cada um dos "seus" animais.
Entretanto, houve outra instituição que, por ser idealmente contra a realização de corridas de toiros, não se quis identificar, e que aceitou a oferta dos 500 kg de ração, facto que fez pelos animais que tem nas suas instalações, apesar de sublinhar que não se revê na festa brava. Tal e qual a UZ deveria ter feito.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O sistema está vivo.

Paulo Pereira Cristóvão foi ontem constituído arguido pela prática do crime de denúncia caluniosa. Presume-se inocente, até que se prove o contrário. 
Há denúncia caluniosa quando alguém denuncia ou lança, sobre outra pessoa, em público ou perante as autoridades, suspeita da prática de um crime, tendo consciência de que essa imputação é falsa e com intenção de que, contra o denunciado, se instaure procedimento criminal.
Não sabemos qual a pessoa em causa. Não sabemos a que se refere a denúncia. 
O que eu pergunto é o seguinte: se foi constituído arguido pelo crime de denúncia caluniosa, por que razão a imprensa desportiva faz capas dando a entender que foi ele, ainda que por intermédio de terceiros, que pagou a um fiscal de linha nomeado para apitar um jogo do Sporting?
Faz pouco sentido que, sob pena de ser descoberto, se denuncie um crime junto das autoridades quando foi o próprio denunciante a cometer o crime. Faz pouco sentido. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Capitães de Abril


Três modalidades, três capitães.
Três meias-finais de competições europeias.
Um mês. Abril.
Um Clube, uma Cidade, um País.
Sporting, Clube, Portugal.
"Grande, tão Grande, como os maiores da Europa".
Foi esse o Sonho. É essa a realidade.
Vamos, leões! Vamos, rapazes!
Em frente!
Viva o Sporting!

terça-feira, 10 de abril de 2012

A (des)Ordem de Marinho Pinto


É muito difícil, quase impossível, que uma sociedade de advogados empregue um jovem que não tenha feito o mestrado depois da licenciatura. Ou seja, na melhor das hipóteses, o jovem tem cinco anos e meio de estudos superiores, repartidos por licenciatura e mestrado.
Depois, vai para a Ordem ter aulas. No fim das aulas, tem cinco exames. Só pode aceder ao estágio, se for aprovado nesses cinco exames. O estágio dura dois anos. E depois do estágio tem novo exame. Para que, ao fim de oito anos, possa finalmente exercer advocacia.
Tudo isto tem custos. Desde a licenciatura aos mestrados, passando pelos livros. A própria inscrição nas aulas da Ordem, de preparação para os cinco exames para aceder ao estágio, custa mais de 700 euros. 
Na última avaliação (depois do estágio, dos exames de acesso ao estágio, das aulas na Ordem de preparação do exame de acesso ao estágio, do mestrado e da licenciatura), 59% dos candidatos a Advogados chumbou. 
Segundo o Bastonário, a Ordem não quer vender cédulas profissionais como acontecia antigamente. Ou seja, parte dos advogados que exerce profissionalmente a advocacia só o pode ser e fazer porque comprou cédulas profissionais. Mas os jovens, que estudaram e foram, com mérito, aprovados por Universidades e pela própria Ordem (no caso dos cinco exames de acesso ao estágio), já não podem ser advogados. Não por serem desqualificados, porque não são. Mas porque, simplesmente, não os deixam ser. Porque não querem que sejam.
Neste processo, que demora tanto tempo como um processo judicial e que sai demasiado caro, não há qualquer transparência. Bastava dizerem quais são as faculdades que não servem os interesses dos alunos e da Ordem, como acontece, por exemplo, com os arquitectos. Mas a Ordem não faz isso. E como tem medo de dizer que nada presta, a Ordem (com a política deste Bastonário) continua, de forma travestida mas inconstitucional, a impedir o acesso à profissão.
O Bastonário, quando faz as suas críticas, deveria olhar para o seu umbigo. Porque as críticas que faz (aos juízes e aos políticos) são do género "olhem para o que eu digo e não para o que eu faço". É uma vergonha, uma grande vergonha aquilo que se passa. E valeu a pena pensar noutro caminho. Por agora. 
E assim continua este país, este triste país. 
E assim continua a Ordem. Ou a desordem. Com um Bastonário que, talvez por se ter licenciado com uma média de onze valores, desconhece a Democracia, a Liberdade e a Constituição.

Não sou grande fã do Sérgio Godinho

Não sou grande fã do Sérgio Godinho. Não gosto da maior parte das suas músicas. Ainda assim e mesmo sabendo que é sempre melhor ganhar por um do que empatar ou perder, e depois de sair de Alvalade, a única coisa que me passa pela cabeça deixar hoje escrita sobre o jogo de hoje é uma citação de parte do refrão de uma das suas canções. Pelas oportunidades que tivemos e que desperdiçámos. Hoje soube-me a pouco.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A propósito do Benfica e do Sporting

Fui ver o Chelsea - Benfica num café em Veneza. Sentado, sozinho numa mesa com o seu Ipad, estava um chinês. Perguntou-me, se eu ia ver esse jogo. Disse-lhe que sim, porque era português e que era adepto do Sporting. Eu disse-lhe que era o Sporting, de Lisboa, de Portugal. Ele respondeu-me, admirado, a dizer que conhecia o Sporting, aquele que tinha eliminado o Manchester City. Fiquei contente. Foi, de facto, um feito bonito, aquele que os jogadores do Sporting protagonizaram para o mundo inteiro ver. E o respeito que ganhámos, tornando-nos conhecidos aos olhos daqueles que não conhecemos, honra-nos muito. 
Nessa noite, torci contra o Chelsea. Prefiro dizer assim. Mas, nesse jogo, o Benfica foi muitíssimo superior, deveria ter ganho o jogo, que não ganhou porque o árbitro foi completamente tendencioso. Principalmente, na hora de mostrar os cartões. O Benfica mostrou estar em grande forma. Com sinceridade, não sei mesmo até onde este Benfica poderia ter ido numa Liga dos Campeões justa.
Já em Ljubljana, não consegui (ou não quis porque não conseguia) ver o jogo do Sporting. Fui sabendo, segundo a segundo, o que se passava na Ucrânia. E festejei muito depois do apito final. É um orgulho imenso sentir que a minha equipa, entre milhares delas, é uma das oito que ainda está nas competições europeias. Vai ser difícil esta batalha das meias-finais. Vamos jogar contra equipas superiores. Mas não há nada que a força do trabalho e o tamanho do sonho não possam derrotar.