sexta-feira, 13 de julho de 2007

O dia D - Domingo, 15 de Julho de 2007


Lisboa vai a votos no próximo dia 15 de Julho. Os lisboetas escolherão entre 12 candidatos. Hoje, todos conhecemos os candidatos e as suas ideias e creio que pode haver uma surpresa no próximo domingo.
Há 2 anos, os lisboetas deram uma larga maioria a Carmona Rodrigues, candidato que, na altura, encabeçava a lista do PSD, apoiado por um líder que se apresentou em ruptura total com os seus antecessores. Foi, de facto, uma grande vitória do PSD, de Carmona Rodrigues, mas também, e há que lembrá-lo que foi uma grande derrota do Partido Socialista e de Manuel Maria Carrilho. Mas permitam-me que diga que o PSD obteve esta votação há 2 anos porque os lisboetas caíram na ratoeira montada por Mendes e Teixeira da Cruz. Assim, não havia alternativa. Quem gostava do trabalho do Santana, votava no PSD, porque pensavam que Carmona traria uma continuidade e estabilidade do programa que Santana trouxe para Lisboa e quem não gostava de Santana também votava no PSD, que apresentava um homem que o PSD fez questão de apresentar como um “não politico profissional”. O que se verificou foi uma tentativa de Carmona Rodrigues e de alguns membros da sua equipa em prosseguir e ampliar o projecto que Santana Lopes trouxe para Lisboa e uma oposição interna feroz, levada a cabo pelos restantes vereadores e de alguns deputados municipais do PSD, nomeadamente da Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e Presidente da Distrital de Lisboa do PSD.
Foi feita uma enorme injustiça aos lisboetas, aos sociais-democratas e a independentes que deram o corpo por Lisboa durante 6 anos. Teixeira da Cruz zangou-se com Nogueira Pinto e a coligação PSD-CDS acabou. Gabriela Seara e Fontão de Carvalho foram constituídos arguidos e o PSD retirou-lhes a confiança política, rejeitando, sempre, o cenário de eleições intercalares. Hoje, Fontão já foi ilibado no Caso Epul. Mais tarde, Carmona foi constituído arguido e o PSD, sem alternativa, teve de lhe retirar a confiança política, tentando que Carmona se demitisse, o que não aconteceu. Carmona, de consciência tranquila, manteve-se, sempre, exemplar no respeito que teve pelos lisboetas que, legitimamente, lhe concederam o mandato.
O PSD é um grande partido e nos grandes partidos há que se saber reconhecer os erros. O PSD errou em Lisboa e possivelmente vai perder uma Câmara, que Santana Lopes, com o apoio de Durão Barroso, ganhou para o partido pela primeira vez. Parece-me evidente que se o PSD perder estas eleições, vão haver demissões imediatas. Para um grande partido como o PSD, ainda por cima, cujos lideres são os responsáveis pela situação de ingovernabilidade a que a Câmara chegou tem de ser assim. Um bom resultado para o PSD só passa, ou passa só, pela vitória. Qualquer outro resultado é um desastre, um fracasso!
Domingo é o dia D para Marques Mendes e Paula Teixeira da Cruz. Se o PSD perde, estes não têm quaisquer condições para continuar. Domingo é, também, o dia D para Paulo Portas. Se alcançar a eleição de Telmo Correia para vereador, alcança o seu primeiro objectivo desde que regressou à liderança do CDS. É o dia D para os pequenos partidos que, com razões para isso, na minha opinião, podem crescer na votação. É o dia D para a Portela, para a Baixa-Pombalina, para o Sporting, …! Enfim, domingo, dia 15 de Julho, é o grande dia, o dia das grandes decisões e cabe aos lisboetas decidir. E não é só a presidência da Câmara de Lisboa que está em causa. Eu só espero é que os lisboetas não se esqueçam disso e que compareçam, em força, todos nas urnas até para começar a escrever uma nova página da História da Liberdade e da Democracia em Lisboa e em Portugal.

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