segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
A imunidade do futebol
Um dos princípios mais consagrados e mais tido como dado adquirido é do princípio da igualdade. Contudo, frequentemente constatamos que o conceito "igualdade" é pouco preciso e raras vezes é aplicado. Esse facto reflecte-se, e reflecte-se claramente jornada após jornada, no futebol português.
É importante relembrar que Paulo Bento esteve suspenso por ter dito verdades, o que, na opinião da Liga era (não sei o termo preciso) ofensa à arbitragem, logo era facto que iria dar origem a uma suspensão do treinador do Sporting.
Agora, antes do Marítimo - Porto, a equipa técnica do FC Porto perturbou a acção do árbitro Pedro Henriques, que, apesar de já ter cometido erros prejudiciais ao meu Sporting, não deixa de ser o melhor árbitro português, pelos comentários feitos por Jesualdo antecipando essa partida. Consequências para Jesualdo? Cá as esperamos.
Nesse mesmo jogo, Lisandro Lopez tem uma entrada com algumas semelhanças a muitas outras que, em tempos e cometidas por jogadores do Sporting, foram alvo de sumaríssimo, dado que Lisandro deveria ter sido expulso, mas nem um cartão amarelo foi exibido. Consequências para Lisandro? Cá as esperamos.
Mas Lisandro deveria ter sido expulso. Claro que devia. Estava 0-0, na altura. O Porto venceu 3-0 com 2 golos de Lisandro. Nem é preciso imaginar muito para perceber qual poderia ser o resultado desse mesmo jogo se Lisandro tivesse sido, correctamente, expulso.
Noutro jogo desta jornada, o Benfica enfrentou a Naval, depois de um jogo da Taça em que o Benfica viu o marcador mudar de 0-1 para 2-1, a seu favor, graças a duas grandes penalidades. Não vi o jogo porque não estava cá. Não vi, não sei se era penalty. Se não fosse, nem um nem outro, não custa nada perceber que o Benfica agora já estaria arredado da luta pela conquista de todas as competições.
Mas voltemos ao Naval - Benfica, deste fim-de-semana. A 10 minutos do fim, houve um penalty evidente a favor da Naval. Estava 0-1, ganhava o Benfica, e o penalty não foi assinalado. Sabe-se lá porquê. Admitindo que a Naval marcava esse penalty, estaria 1-1 a 7 ou 8 minutos do fim. Como poderia ter sido diferente esse resultado...
À semelhança de Paulo Bento, Vieira, Presidente do Benfica, clube que por esta altura, dadas as promessas desse senhor, já devia ser a melhor equipa do Mundo, insultou Liga e arbitragem. Foi bem pior que Paulo Bento. Por analogia, devia também ser suspenso e alvo de multa. Não o foi. Nem sabemos se será alvo de qualquer consequência.
Cada vez mais me parece que há pessoas que estão acima das leis do futebol e que tudo, na Liga e nos árbitros, é decidido com um único critério: a cor das camisolas.
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