domingo, 10 de maio de 2009

Língua traiçoeira


Por ser uma língua traiçoeira, o português pode levantar múltiplas interpretações. Muitas delas desadequadas às que deviam ter. Porque o que importa é o contexto e a interpretação que é dada por quem diz o que é susceptível de ser interpretado.
De facto, o que Ferreira Leite afirmou pode ser interpretado como uma porta aberta ao Bloco Central. Mas para poder ter essa interpretação não se pode ter em conta o resto dessa entrevista, o resto das afirmações públicas da líder do PPD/PSD.
É impossível juntar quem, irresponsavelmente, diz "faça-se tudo" e quem, com bom senso, diz "faça-se o necessário, o reprodutivo".
Enfim. São interpretações. Legítimas, mas desadequadas à realidade.
Apesar de poder ser uma língua traiçoeira, é notável o tempo que se perde a discutir uma interpretação errada de uma afirmação retirada do seu contexto. Até porque o que a líder do PSD quer é levar o partido a vencer as eleições e mobilizar os cidadãos para que confiem ao PSD uma maioria que permita um Governo estável. E esta intenção, que toda a gente percebe, não pode nunca ter segundas interpretações. Por muito traiçoeira que a língua portuguesa possa ser.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro António:

Nesse caso a sua imagem é a mais adequada pois o que os jornalistas fizeram foi abrir o olho para uma frase(muito infeliz)e serem vesgos perante toda a realidade envolvente que como dizes não podia ser mais clara! O PSD quer ganhar as eleições e ponto!

CB