segunda-feira, 13 de julho de 2009
O metro de Lisboa
Há anos que se fala da expansão da rede de metro na cidade de Lisboa. E, curiosamente, verificamos que, apesar de não haver metro em algumas zonas históricas (como Belém ou Alcântara), o metro há poucos anos cresceu para locais cujo crescimento demográfico é relativamente recente.
O metro de Lisboa está nos meus pensamentos desde o ensino básico, quando estudava na Escola "Ave-Maria" e se falava, já nessa altura, de que o metro, finalmente, chegaria a Alcântara. É também, no metro, que penso quando se fala em investimentos públicos. Como é possível que se fale de TGV, de uma nova travessia (rodoviária) sobre o Tejo e de uma nova auto-estrada Lisboa-Porto quando a rede de metro em Lisboa, comparativamente com outras cidades europeias, é capaz de nos deixar envergonhados quando estamos com estrangeiros?
O alargamento da rede de metro em Lisboa seria, porventura, um investimento mais reprodutivo que o TGV. Uma linha de metro, articulada com uma linha ferroviária segura, certamente iria reduzir o tráfego rodoviário, sobretudo dos que se deslocam entre Lisboa e Sintra, Cascais, Oeiras, Odivelas ou a própria margem sul do Tejo. Seria mais vantajosa para os percursos entre a cidade e tornaria Lisboa mais apelativa para os turistas. Este investimento (cuja necessidade de ser feito não é de agora) poderia complementar uma desejada ideia de se "cortar ao trânsito (rodoviário)", pelo menos, o centro histórico.
De nada valem os esforços feitos e por fazer quando os autocarros não são, nem serão no curto prazo, alternativa ao automóvel. Não o são, nem serão, no curto prazo por várias razões. E de nada valem também quando a rede de metro é ineficiente (na parte que já existe), não cobre grande parte da cidade e não está devidamente articulada com outros transportes públicos, nomeadamente os comboios, que vão e vêem de concelhos limítrofes.
O primeiro passo a ser dado terá de passar pela aposta na linha férrea nacional. A que já existe. Importa torná-la mais segura e mais eficiente. Quiçá importe até expandi-la. Achei curioso que o investimento na manutenção, promoção e expansão da linha férrea nacional(projectada e construída noutro regime) fosse um dos objectivos do PSD para o mandato que começará ainda este ano, porque parecia que estava arrumado na gaveta há muitos anos.
E o segundo passa pela cooperação entre as várias autarquias, o Governo e a Metro de Lisboa para que a cidade tenha, finalmente, metro. Metro a sério! Que não sirva apenas os interesses de uma minoria de pessoas, mas que sirva os superiores interesses da Cidade e do País.
Porque um país não se torna competitivo quando tem bonitas carruagens e estações que são obras de arte. Não se torna competitivo por querer não ficar de fora do TGV. Não se torna competitivo com a construção de várias auto-estradas, sobretudo quando as que temos já servem os interesses das pessoas.
Um investimento, a sério, no metro da capital deveria ser, na minha opinião, uma das prioridades estratégicas do País. Pelo menos, para quando houver dinheiro. Caso contrário, aí sim estaremos mais terceiro-mundistas e menos competitivas relativamente à Europa moderna e desenvolvida.
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1 comentário:
De facto, também não entendo porque razão o metropolitano de Lisboa, sendo um transporte urbano por excelência, continua a expandir-se para a área suburbana, em vez de servir outras áreas da cidade. Mas o António não compare coisas incomparáveis, porque a expansão do metro não resolve os problemas da linha do Norte, como é óbvio. A alta velocidade ferroviária ("TGV") terá de ser implementada na mesma entre Lisboa e o Porto. É uma inevitabilidade... Quanto à suposta 3ª auto-estrada entre Lisboa e Porto, o António tenha cuidado quando a aborda, porque ao que me parece, e tendo em conta o seu nome de família e alguns posts que aqui colocou, o António terá pelo menos as suas origens na Chamusca. Devia saber pois que essa tal auto-estrada é o IC3, que vai servir esta região e dificilmente será uma alternativa à A1 ou à A8... Cumps
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