sexta-feira, 4 de setembro de 2009
A mentira
Podemos enganar muita gente durante um curto espaço de tempo.
Podemos enganar pouca gente durante um espaço de tempo um pouco maior.
Mas nunca podemos enganar toda a gente.
Podemos tentar enganar as pessoas sobre a nossa licenciatura, sobre as coisas que assinamos e que não fomos nós que as fizemos, sobre as falcatruas que fazemos durante a vida. Mas essa tentativa é sempre feita em vão. Porque nunca conseguimos enganar toda a gente.
Mas não podemos dizer às pessoas que vivemos numa casa luxuosa no centro da capital do país quando o nosso ordenado não corresponde com essa grandeza. Nem muito menos podemos tentar explicar às pessoas que, com um ordenado de deputado, se consiga passar férias num dos mais luxuosos resorts algarvios. E isso sei eu, que vivi os 21 anos da minha vida na mesma casa e sempre passei férias no mesmo local.
Há muita coisa por explicar. Muita coisa haverá, certamente, para investigar. Mas para isso era necessário que o jornalismo e a justiça fossem verdadeiramente independentes.
Hoje, quando passava na ponte sobre o Tejo, ouvia, na TSF, um programa sobre mentirosos compulsivos. E eu tenho, depois de ver uma certa notícia, provavelmente uma das últimas notícias independentes de um certo noticiário, o pressentimento de que apanhei hoje um mentiroso compulsivo. Eu e muitas pessoas que já foram, nem que seja uma vez na vida durante um mês de Agosto, a um resort no Algarve. Pessoas que vêem que a informação que foi dada e a realidade estão a bater certo.
É que lá está: nunca podemos enganar toda a gente...
E não é por se cortar o nariz que o Pinóquio (ou Pinocchio) deixa de o ser.
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