Ficou conhecido, na Assembleia da República, como o “número
curioso”. E, no futebol, desde que decorra um segundo sobre um determinado
minuto, o registo que fica é o do minuto seguinte.
Quando a imprensa desportiva dava conta de duas grandes penalidades
supostamente mal assinaladas num daqueles fait-divers que são os jogos das
equipas B, o que fica registado foi o que aconteceu, no Funchal, ao minuto 69.
Quando vejo as imagens, quando a vi em directo num stream
que encontrei e que era comentado em árabe, na minha cabeça não conseguiu sair
uma frase que, na rádio, se ouve muito.
“Está lá dentro!”
Estava. A bola entrou. É possível ver, de todos os ângulos,
que a bola tinha de ter entrado. E, mesmo que houvesse dúvida, ter-se-ia de a dar
em favor de quem atacava.
Mas não há dúvida. A bola entrou. Entrou mesmo. E ficou por
validar o segundo golo legítima e legalmente marcado pelo Sporting na Madeira.
O minuto 69 marcou, portanto, a história deste jogo e deste
campeonato. Que ficou ainda mais manchado quando se assinalou, a minutos do
fim, uma falta inexistente em frente da área do Sporting. Foi um convite a
rematar, um convite ao golo. Foi um convite ao roubo.
Esta é uma realidade de que ninguém fala porque não dá
jeito. Há quem não queira ver, quem não queira perceber. Mas, sendo uma realidade, será revelada.
O Sporting jogou pouco e mal. Falta, a esta equipa, um
extremo direito. Pelo menos isso. Carrillo pode desequilibrar, mas já não está
no Perú e tem de ser muito mais competitivo. Quanto ao resto, tenho esperança
em Viola e Labyad. E fé que Sá Pinto abra os olhos.
O Sporting tem de jogar mais. Muito, muito mais.
O início de época é alarmante, mas o Sporting depende de si
para ser campeão.
De qualquer maneira, nesta luta entre grandes, há duas
coisas que se salientam.
A primeira é que o Sporting não precisou de vender nenhum dos
seus melhores activos.
A segunda é que o Sporting foi prejudicado, pela arbitragem,
na Madeira. Prejudicado num golo.
A bola entrou, mas não contou.
E foi ao minuto 69.
Ele viu, mas fingiu.
E já que a expressão está na moda, que se lixe, também, o Carlos Xistra!
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