quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A minha paixão egoísta pelo Sporting


Vivo o Sporting da mesma forma que vivo a vida. De forma apaixonada. Com uma paixão desinteressada, mas intensa. Penso, e sempre pensei, pela minha cabeça. E vivo o Sporting de uma forma exclusivamente pessoal e egoísta. Um golo sofrido é um murro no meu estômago. Um golo marcado é uma alegria demasiado grande para que não possa ser partilhada. 
A História do Clube, os títulos que ganhamos, os golos que marcamos não contribuem para mais do que para a minha vaidade pessoal. Ser do Sporting faz-me ser vaidoso. E a dimensão da História, que tomo como Herança, é de uma riqueza grande, mas tão grande, que se sobrepõe aos momentos pontuais em que o clube não é feliz.
Se estou preocupado com o futuro do Clube? Estou. Muito. Se acho que posso fazer alguma coisa para mudar? Posso. Aliás, sinto, até, que tenho ajudado com tudo aquilo que posso. Nos locais próprios. Junto das pessoas que têm responsabilidades.
Fui convidado para integrar uma lista ao Conselho Leonino. Não aceitei o convite por várias razões. Desde logo, não conhecia pessoalmente, nem as ideias, do cabeça-de-lista. Não era um lugar elegível. Não acredito no órgão. E sinto que a inexperiência e indisponibilidade temporal por motivos profissionais não fariam, de mim, uma mais-valia. Temos de reconhecer as nossas fragilidades.
De qualquer modo, e sempre dentro desta paixão fervorosa, razão desta taquicardia que me tira saúde e me dá enormes alegrias, vou votar nas eleições do próximo mês. Votarei, novamente, na mudança. Na ruptura. Votarei em quem for diferente de Godinho Lopes, de Bettencourt. Votarei para cortar com os tempos das falsas lendas. 
Por ser uma paixão egoísta, olho o Sporting como me olho a mim. E, se um dia morrer, quero morrer íntegro de carácter, fiel a quem sempre fui. Posso passar mal, mas não vendo a alma ao diabo, nem o corpo a quem dele quer usar e abusar. Viver calado, usado, injustiçado e conformado não é viver.
Não desejo isso do Sporting. Que não se ouve porque não fala. Que se prostitui de borla. Que vende o "carácter" centenário a troco de negócios pessoais. 
Como disse, olho o Sporting como me olho a mim. Desculpem-me por isso. Para o Sporting, eu quero o melhor. O melhor possível. E, se não aparecer ninguém melhor que Bruno de Carvalho, que me perdoem, mas votarei, sem complexos nem ilusões e de consciência tranquila, para que o Clube não cometa os erros que cometeu, induzido sistematicamente em erro, durante anos a mais. 
Votarei nele. Por egoísmo. Por amor ao Sporting.

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