sexta-feira, 28 de março de 2008

Discutir o futuro


Para o Sporting, a época praticamente acabou. Confesso que a vitória na Taça da Liga era, para mim, mais importante do que uma hipotética ida à final da Uefa onde, se tudo correr de acordo com as probabilidades, o Sporting teria de jogar contra o todo-poderoso Bayern de Munique. É verdade que prefiro ir às finais e perder do que não ir às finais, mas ainda tinha um maior gosto em ir às finais onde posso ganhar...e ganhar! O problema é que a única final a que o Sporting podia chegar, sendo favorito, não ganhou, jogou mal e não a encarou como devia ter encarado.

Resta-nos um campeonato, que correu mal por todas as razões. Ninguém contava com tanta hegemonia do Porto nem com escorregadelas inacreditáveis contra equipas menores. Por isso, estamos hoje longe do lugar onde deveriamos estar.

Há, ainda, a Taça de Portugal. Mas temos de eliminar o Benfica. E, se passarmos, temos o Porto e o Vitória de Setúbal. Portanto, as duas equipas mais fortes na competição.

Falamos de azar. E então o Benfica? Que teve de jogar com terceiros e quartos centrais? Tiveram de pôr o Edcarlos a jogar, em vez do David Luiz. Não tiveram azar? Como nós, que perdemos logo nas primeiras jornadas o companheiro ideal para Liedson, houve outras equipas que ficaram azaradamente prejudicadas por lesões, que não constavam dos planos.

Também é verdade que o Porto não teve este azar das lesões. Mas quando teve de recorrer ao banco e a "reservas", foi ganhando sempre e a única vez que perdeu foi nos penalties...contra o Fátima, com quem foi eliminado.

O problema do Sporting é grave e complexo. Não há dinheiro. Como não há dinheiro não se investe. Como não se investe, o plantel não é competitivo. Como o plantel não é competitivo, a equipa não joga bem. Como a equipa não joga bem, perde. Como perde, os adeptos não vão ao estádio. E como os adeptos não vão ao estádio, o clube não ganha dinheiro. E por aí fora. Há ainda a dívida à banca, a política de contratações e a forma, gratuita, como vemos sairem jogadores como Douala, Paredes, João Alves e tantos, tantos outros...

Não há solução à vista, porque não vejo alternativa a Soares Franco. E não há dinheiro para se encontrar alternativa a Paulo Bento e aos jogadores que temos. Por isso, estou com eles, do lado deles, pelo menos até haver alternativa melhor.

E Abrantes Mendes, para mim, não representa alternativa. No meu entender, esta é a hora para Bettencourt.

Já agora, que se fala de como discutir o futuro do clube, sou pela opção Congresso. Mas um Congresso que só acabe com ideias e com soluções. Realizado entre sócios, em local seguro, e com portas fechadas.

Se houver eleições antecipadas, confesso que ainda não tomei uma decisão. Fui à famosa AG sobre a venda do património não-desportivo e ouvi, com atenção, o meu presidente. A Câmara de Lisboa e, sobretudo, o vereador Sá Fernandes atrasaram uma promessa do presidente do Sporting e um sonho de todos os sportinguistas. Que é o de ter um pavilhão junto ao estádio. Essa promessa será factor decisivo no meu voto. E, se for cumprida, estarei com Soares Franco, Paulo Bento, e tantos outros, até ao último dia.

E só vale a pena discutir o futuro porque somos o clube com mais títulos em Portugal. Somos um clube eclético. E temos a matéria-prima. Para ser um "grande, tão grande como os maiores da Europa". Como queria Stromp. E todos nós, sportinguistas.

Acredito, firmemente, que o Sporting vai viver dias mais prósperos. Mas, para lá chegar, é preciso, agora, discuti-lo. E arranjar soluções.

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