sábado, 31 de maio de 2008

A mulher do momento


A cidade do rock estava pronta. Os bilhetes estavam completamente esgotados. Estavam reunidas todas as condições. Ou melhor, quase todas. Faltava, ou poderia faltar, Amy Winehouse.
A dúvida só terminou bem mais tarde. Depois de Paulo Gonzo ter aberto as honras, de Ivete Sangalo ter posto aquela multidão aos saltos e a dançar, os bares foram ficando com menos gente, os stands ficaram vazios, as filas para a casa de banho estavam mais curtas e cada vez menos demoradas. Mas a dúvida não tinha acabado.
Perto de cem mil pessoas concentraram-se pelo relvado, a varanda da tenda VIP estava "à pinha", os holofotes já só apontavam para o palco, assim como todas as câmeras e objectivas.
Passaram quarenta minutos da hora prevista e Amy teimava em não aparecer.
Cada segundo que passava e a dúvida, a ansiedade e a impaciência eram cada vez maiores. Aquele relvado nunca terá estado tão cheio...
A multidão assobiava e fez-se ouvir com toda a força. Até que, finalmente, se ouviu: "Ladies and gentlemen, Amy Winehouse!".
Eis que a mulher do momento apareceu. De carne e osso mesmo à frente dos nossos olhos! Visivelmente debilitada, mas não muito longe do seu estado "normal", veio mesmo a Portugal.
Bem sei que a sua voz não estava perfeita, mas cumpriu. É absolutamente notável que alguém, com a voz naquele estado, não desafine uma única nota...
É verdade que ficaram por cantar algumas músicas e que poderia ter corrido bem melhor. Talvez esse facto faça merecer o seu regresso a Portugal e mais uma ida a um concerto seu. Oxalá que sim. Mas ela reconheceu que estava mal, veio e respeitou Portugal.
Depois, Lenny Kravitz não ficou atrás daqueles que, antes dele, haviam pisado aquele palco. É também fabuloso!
Mas que me perdoem, que eu hoje quero mesmo falar de Amy Winehouse. Porque ela é um fenómeno. Em plena crise, um por cento da população portuguesa pagou 53 euros só para a ver cantar. Ou até, mesmo, só para a ver ao vivo. Dois estádios de Alvalade completamente cheios não chegavam para ela. E isso diz tudo!
Amy Winehouse é absolutamente fantástica. A sua voz e o seu talento são inigualáveis. Fascina qualquer pessoa! Em cerca de 50 minutos, cantou o que conseguiu e pediu desculpa pelo que terá ficado por cantar. Infelizmente, não dava para mais. Ela fez-nos rir, tratou-nos bem, cantou as suas músicas que a levaram, por exemplo, a vencer 5 grammys. Ela até chorou...
O seu talento, a sua voz, o facto de ter enchido a Bela Vista, assim como todos os prémios que já ganhou, quanto tem apenas 24 anos, não precisavam que eu falasse sobre ela e também respondesse à crítica, habituada a Ronaldas e a Rutes Marlenes.
Tudo isto só para dizer que foi um privilégio ter visto Amy Winehouse, ao vivo, a cores, mesmo ali à minha frente. Para mim e para mais um por cento da população de um país em crise. Fora os que a acompanharam pela SIC...

4 comentários:

Anónimo disse...

Para mim a cantora Amy Winehouse é simplesmente fabulosa! Pela voz e pelo tipo de música que canta. Ontem tambem fiz parte de 1% da população que estava no parque da bela vista, e senti-me privilegiada por estar quase ao pé da cantora e ouvi-la cantar. Fui e voltaria a ir.

Anónimo disse...

Sem dúvida alguma uma das mulheres do momento, não concordo no entanto que seja pela sua qualidade enquanto artista, mas tão só pelo outro espectáculo paralelo de degradação paralelo que proporciona. "Amy Vinho da casa" como lhe chamaram.

diogo disse...

E a outra mulher do momento? Gostava de a ver por aqui comentada António, com a isenção e imparcialidade habituais

Anónimo disse...

Ao contrário do que pensam acho que a artista Amy Winehouse está cada vez pior... a imagem dela é ridicula, quer dizer mete pena mesmo. Pode ter uma boa voz e uma banda fabulosa, mas tamos no sec. XXI! Achar uma grande mulher uma pessoa que está sempre drogada e "podre de Bebeda", por amor de Deus! Acho que toda a gente deve ter um minimo de senso comum. Eu nunca pagaria mais de 10 euros para ouvi-la cantar. Já agora gosto do seu blog, trata os temas mais actuais com genialidade e subtileza. Boa noite