Por Luís Filipe Coimbra, que assistia ao jogo acompanhado pela sua filha de 16 anos.
Do lugar onde me costumo sentar (Sector A12, Fila 17, Lugar 5) estava eu a assistir à tradicional troca de mimos entre as tribos de Al Valade e de Ben Fika (esta situada no lado oposto do estádio) quando tudo começou, ali mesmo ao meu lado.
Diz-me a minha filha de 16 anos (que também apanhou) que a cena inicial talvez tenha tido a ver com dois berberes verdes que começaram à chapada entre si. Não sei.
Só sei que em segundos e pela porta supra entraram dezenas de babuinos beduínos a bater em tudo o que mexia, sem descriminação de sexo, idade ou cor da pele.
Acossados pelos "garantes" da ordem, a desordem foi total: centenas fugiram bancada a cima. Só que lá não há saídas e eles continuavam à cacetada a torto e a direito naquela gente apinhada. Mas a seguir à compressão, seguiu-se, muito termodinamicamente falando, a descompressão: e vai daí passaram a meu lado vindos lá do alto e até voando sobre as cadeiras, muitos beduínos em conjunto com alguns berberes verdes. Dos sectores laterais em relação a este campo de batalha começaram então a chover cadeiras o que fez com que as forças da (des)ordem desaparecessem num ápice, túnel dentro. Tudo acabado? Não! Tratava-se apenas do reagrupamento das tropas. Dois minutos depois, lá sairam eles do túnel para, de surpresa, esvaziarem desta vez a bancada inteira.
Disseram-me já a caminho do metro que os de Ben Fika tinham ganho e merecidamente por dois. Dois: um segundo lugar no campeonato. E também com inteiro mérito.
Para concluir só tenho três questões:
1) ao contrário dos ventos que sopram em todas as arábias, quem terá comandado os opressores desta noite? O Kadafi?
2) e se no final dos jogos de futebol a análise anti-doping também fosse feita às forças da (des)ordem?
3) para que servem os "seguranças" à entrada dos estádios, se hoje, por todas as bancadas rebentavam bombas e voavam "verylights" de má memória?
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