Já ninguém tem paciência para as providências cautelares feitas no intuito de encerrar algumas discotecas. Providências cautelares que apenas visam favorecer aqueles que são prejudicados por essas mesmas discotecas, concorrentes, que lhes tiram a clientela.
O que acontece é isso mesmo: em vez de se melhorar o espaço, o atendimento, o preço, a música, lá vai mais uma providência cautelar. Acaba por ser o caminho mais fácil. O que, neste caso concreto, pode vir a ser prejudicial para aqueles que, aproveitando as férias de verão, gostam de bons espaços para se divertirem à noite.
Soube, por um jornal desta semana, que se avançou para uma providência cautelar (PC) para se fechar duas discotecas do Algarve. Falo do Manta Beach e do Faces. E o fundamento dessa PC residia no facto de esses espaços serem temporários. Sendo o Algarve um local onde predomina o turismo sobretudo entre Julho e Setembro, será que esse fundamento basta?
Faça-se a Justiça que se fizer, mas se for encerrado, por esse motivo, um local como o FACES, quem perde é o Algarve. Porque o FACES, pelo espaço, pela música e por tudo o resto, ajuda a que muitos jovens venham e fiquem durante mais tempo. E sem as noites do FACES, com as outras boas discotecas a quilómetros de distância, as noites do Algarve perdem quase tudo o que têm de bom (e só não digo o mesmo do Manta porque ainda não fui lá). Até porque as alternativas mais próximas, entre Albufeira e Vale do Lobo, não têm argumentos para compensar essa perda. Assim sendo, não posso deixar de criticar a Associação de Discotecas do Sul e Algarve, cujo dirigente é proprietário de duas outras discotecas por uma providência cautelar que, espero eu, tem de ser inconsequente. Para bem da noite algarvia.
Ser-se melhor em tudo não quer necessariamente dizer que se esteja a fazer concorrência desleal.
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