quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
28 anos depois
Faz, hoje, 28 anos que morreu Francisco Sá Carneiro e continuamos, ano após ano, sem saber, com verdade, o que foi que levou ao seu falecimento. Terá sido acidente ou terá sido atentado? Há 28 anos que colocamos essa questão, sem nunca encontrar uma resposta definitiva. É, porém, legítimo que várias cabeças, nomeadamente as sociais-democratas, como a minha, se inclinem para a segunda hipótese.
E há variadíssimas razões para pensarmos dessa maneira. Porque a Justiça sempre encobriu certas coisas e sempre, de forma pouco parcial, foi cúmplice de vários julgamentos públicos, feitos quase de forma sumária, a vários militantes do partido que Sá Carneiro ajudou a fundar.
É evidente quem ganhou e quem perdeu com a sua morte. E, em relação a quem perdeu, todos sabemos que, com a morte de Sá Carneiro, perdeu o PSD e perdeu Portugal.
O facto de não sabermos com certeza, passados 28 anos, se Sá Carneiro morreu por acidente ou se foi vítima de um atentado, pouco digno num Estado de Direito Democrático, só pode fazer com que nós, cidadãos, sociais-democratas, nos unamos, no espírito reformista de Sá Carneiro, ambicionando um Portugal melhor, mais livre e mais justo, mas também mais desenvolvido, com os olhos postos no progresso e na esperança de construír um futuro melhor.
Estará Portugal, hoje, pior em quase todos os domínios, em relação ao Portugal dos dias de Sá Carneiro, comparando, evidentemente com as realidades (de há quase 30 décadas e de hoje) da Europa e do Resto do Mundo.
Hoje, além de ser o dia de recordarmos Sá Carneiro, porque o recordamos todos os dias, é o dia de reflectirmos sobre o estado actual do nosso Partido e do nosso País. Porque, se fisicamente Sá Carneiro morreu, continua ainda vivo na memória de todos.
Sá Carneiro continua a ser um símbolo e o seu pensamento e a sua obra continuam a ser o mais rico dos patrimónios que o PSD tem.
Há 28 anos, as pessoas queriam Justiça, enquanto choravam a morte do seu Primeiro-Ministro, eleito com maioria absoluta. Curiosamente, 28 anos depois, podemos dizer que se Sá Carneiro é um exemplo que deve ser seguido por todos, a Justiça, que se lhe não fez, não foi, e continua a não ser, exemplo para ninguém.
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