quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Basileia, pelo caminho

Foi absolutamente inesquecível esta nova viagem à Suíça, desta feita para assistir ao vivo e apoiar incondicionalmente a equipa do Sporting.
Na terça-feira, dia do jogo, acordei cedo, numa pequena localidade nas proximidades de Nyon e segui, auto-estrada fora, para Basileia. Ainda no centro de Nyon, numa das primeiras ruas que o GPS indicava no percurso, vejo, passeando sozinho na rua, como qualquer pessoa comum, o Presidente da Uefa, Platini. Faltavam, nessa altura, ainda, perto de 230 km até chegar a St.Jakobs Park, onde, às 20 horas e 45 minutos (horas suiças), iria jogar o Sporting.
O trajecto é feito a 120 km/h. E não podia ser feito de outra forma, porque há radares em todo o lado, na Suíça. Duas horas depois de entrar no carro, cheguei, finalmente, a Basileia. Pelo caminho, pude apreciar a beleza das paisagens suíças, onde predominavam duas cores: o verde dos campos cultivados e o branco da neve das montanhas. Era o primeiro indicador positivo que apontava para um dia, em cheio, ou seja, um dia verde e branco.
Depois de saber onde ficava o estádio, passeei um pouco pela cidade, principalmente no passeio próximo do rio Reno. Basileia é completamente diferente de outras cidades suíças, como Genève ou Lausanne, que ficam na Suíça francesa. É uma cidade muito mais industrial, muito mais alemã.
Cheguei ao estádio bem cedo e fiquei surpreendido com a presença de vários grupos de portugueses, vindos de Portugal, para ver um jogo que iria decidir pouco. Os primeiros três portugueses com quem falei vinham de Elvas e apanharam o avião para Basileia em Madrid. A esmagadora maioria dos adeptos do Sporting que estiveram, na noite de terça, em St. Jakobs Park, não eram emigrantes. E, disso, eu não estava, certamente, à espera.
Não esquecerei que no centro-comercial do estádio, por baixo dos apartamentos, pedi uma água. O empregado pegou num copo, encheu-o com água, e pediu-me 4 francos. Mais perto da hora do jogo, noutro café do estádio, esqueci-me do sucedido e voltei a pedir uma água. O empregado pegou num copo, mas desta vez encheu-o com água com gás. Mais 4 francos!
A hora do jogo aproximava-se, o estádio ía-se enchendo de 30 mil suíços e várias centenas de sportinguistas, espalhados por todo o estádio. Depois, veio o jogo, a vitória do Sporting e...a neve. Só depois vieram os 600 mil euros da vitória. Nunca tinha assistido a um jogo de futebol, à neve. Por isso, como adepto incansável do Sporting, sinto-me mais completo depois desta viagem a Basileia.
A viagem de regresso para Nyon, assim como a ida para Genève, no dia seguinte, foram por baixo de um nevão, que transformou a Suíça num paradisíaco manto branco. Temi que não pudesse viajar para Lisboa, porque foram cancelados vários voos, de Genève e de outras cidades suíças e alemãs. Mas, ouvindo cânticos do Sporting ainda no ar, cheguei mesmo a Lisboa. Com uma hora de atraso, mas mais feliz, porque o Sporting ganhou e com as ideias refrescadas, porque é assim que vem um português, quando chega ao seu país de origem, de um pequeno paraíso, em todos os domínios, que existe no centro da Europa.



Um reparo: penso que o Sporting deveria dar a perceber à UEFA, à FIFA e aos adversários em jogos europeus, que o seu nome não é Sporting de Lisboa (Lissabon). De Lisboa é o Benfica, que se chama Sport Lisboa e Benfica. O Futebol Clube do Porto é do Porto. O Sporting é, como todos sabem ou deviam saber, Sporting Clube de Portugal. E é assim que tem de ser conhecido. Em Portugal, na Suíça e em todo o Mundo.

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