quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009, mudar de vida


Começou algo cinzento o ano de 2009.
Pela primeira vez, em toda a minha vida, quando, no dia da entrada num novo ano, ligo a televisão ou leio o que as pessoas dizem e ainda quando olho os olhos das pessoas, o que vejo é apreensão, ansiedade, pessimismo e pouca esperança.
Por isso, o discurso de hoje do Presidente da República pode ser um início de um virar de página, que o País tanto precisa.
Desde logo, o Presidente falou verdade, o que é uma novidade, olhando para o que ouvimos, nos últimos anos, nos discursos de quem exerce os principais cargos políticos do país. Saímos finalmente de um país das maravilhas, onde os números manipulados escondiam as dificuldades reais dos portugueses, que eram enganados por um Primeiro-Ministro, devidamente apoiado pelo Partido Socialista e por uma comunicação social tendenciosa, que lhes ía vendendo ilusões.
Sabemos que o Mundo enfrenta extremas dificuldades, que se repercutirão, certamente, em Portugal, afectando o emprego, a economia, o poder de compra e o bem-estar das pessoas, em geral. Mas sabemos também devemos olhar para 2009 encarando-o como o ano zero de uma mudança pela qual o país anseia. Sabemos que não foram tomadas as medidas necessárias para proteger o país dos efeitos de uma grave crise financeira internacional. Sabemos que o Governo não estava preparado nem para governar nem para enfrentar uma crise com a complexidade da que o país e o Mundo vivem agora. Sabemos isso pelo desprezo com que o Governo e o PS trataram os sucessivos alertas dos vários líderes da oposição, adiando o anúncio das dificuldades e as medidas necessárias para salvaguardar os portugueses das adversidades com que hoje se deparam, utilizando, com muita magia, os números e as estatísticas.
A verdade é que, com tanta coisa que sabemos, já devíamos, portugueses, ter dado o primeiro passo para virar a página. Não o fizemos, também, porque não estavamos preparados para o protagonizar. Talvez, 2009 possa ser diferente.
Eu acredito numa mudança neste novo ano, porque só assim o país poderá ultrapassar os desafios que se lhe colocam e se colocarão no futuro. Mais do que nunca, é importante que se fale verdade. E, nesse aspecto, há duas pessoas que nos dão garantias: a primeira é a líder do principal partido da oposição e candidata a Primeira-Ministra, Manuela Ferreira Leite, que antecipou cenários e apresentou sempre propostas alternativas; a segunda é o Presidente da República, cada vez mais interventivo e activo, assumindo-se como o garante da qualidade da nossa democracia. Não vejo como será possível o país em que acredito ser viável se tivermos um Primeiro-Ministro que, além de se revelar como sendo incompetente, não fala verdade. Não vejo como será possível enfrentar as dificuldades do futuro se não tivermos, entre Primeiro-Ministro e Presidente da República, uma verdadeira cooperação institucional, colocando o interesse do país à frente de mesquices político-partidárias.
Por isso, acredito que enfrentaremos muitas e duríssimas dificuldades. Mas estou absolutamente convicto de que o País assistirá a uma mudança no panorama político. Porque, desta vez, o País precisa mesmo (e muito) de mudar.
Que essa mudança aconteça, é o meu primeiro voto, que faço na qualidade de cidadão responsável e preocupado.

Sem comentários: