segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A força da...mentira


Vivemos tempos engraçados.
Porque o mesmo ministro que disse que o aeroporto "jamais" seria na margem sul porque seria um investimento faraónico e passados alguns dias anunciou que era mesmo na margem sul que seria feito o novo aeroporto, acusou a líder da oposição de estar a enganar os portugueses.
Porque o Partido Socialista, adversário número um da construção do Centro Cultural de Belém, vê o seu líder e Primeiro-Ministro apresentar a sua moção de estratégia nesse mesmo local.
Porque essa moção tem o nome de "Força da Mudança", ou coisa semelhante, como se não fosse o Partido Socialista que esteve quatro anos no Governo e que governou 12 anos na última década e meia. Se está tudo bem na governação socialista, por que será que é preciso utilizar a expressão "mudança"?
Porque incluídas nessa moção vêm uma série de promessas para baixar impostos. Iguais às dos cento e cinquenta mil postos de trabalho (que ficaram por criar)...
Porque ouvimos o ministro das finanças dizer que afinal o PSD tinha razão: Portugal não estava preparado para a crise e o Governo não tomou, no tempo devido, as medidas necessárias (e constantemente propostas e defendidas pelo principal partido da oposição) para a combater.
Ouvimos o ministro dos Assuntos Parlamentares, completamente distante do sentido de Estado, falar de questões do foro interno do PSD, dizendo que era uma humilhação pública ter havido uma reunião entre a líder do partido e o líder parlamentar cujo único objectivo era o de aumentar o respeito pelo próprio parlamento. Mas o que ele não disse é que o seu colega de Governo, que tutela as Finanças, auto-humilhou-se, perante toda a sociedade portuguesa, reconhecendo que bastou uma mera meia dúzia de dias para se fazer um orçamento rectificativo, porque o OE anterior era, como dizia, e bem, toda a oposição, uma autêntica ficção.
Neste momento, há duas coisas fundamentais que separam o PSD do PS: a primeira é que o PSD fala verdade, aconselhando responsavelmente o Governo e a Assembleia a tomarem medidas, e a segunda é que o PSD tem a capacidade de prever e antecipar cenários, o que nos faz crer que se fosse este o partido de poder, as medidas teriam sido tomadas na altura e no conteúdo que se lhe exigiam e o país estaria certamente ainda em crise, mas também certamente, pelo menos um pouco, melhor. O que o PS faz, agora, é recusar na Assembleia, através da pouco democrática disciplina de voto, as propostas da oposição, para tempos depois, a reboque destas, fazer aprovar um texto idêntico.
Com verdade, neste momento, o que vejo nos partidos parlamentares é um CDS que acaba de fazer um debate útil num Congresso construtivo, um PCP, à sua imagem, unido e a apresentar propostas de acordo com a ideologia do partido, um PSD competente, responsável, alternativo e com fortíssimo sentido de Estado e o PS sem ideologia, numa guerrilha sistemática com o Bloco de Esquerda, por causa do Alegre, completamente à deriva, num desnorte autêntico, tomando apenas medidas avulsas, sem um plano sério, consistente e sustentado para construír um Portugal mais justo, mais desenvolvido, estando o nosso país cada vez mais longe do progresso.
Por isso parece-me evidente que o que os portugueses vão fazer quando reflectirem até às eleições é constatar que todas aquelas promessas, tudo aquilo que se dizia e vendia aos portugueses sobre os números, os resultados, as previsões era, afinal, tudo mentira. E que este Governo socialista, afinal, não foi mesmo nada "porreiro, pá".

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu já Há muito que vi isso tudo. Votei (mais a minha família) no Sócrates. Mas tal não acontecerá na próxima. Fui (fomos) enganado pelas mentiras bem orquestrdas. Não acredito nas sondagens que têm sido publicadas, porquanto, a serem verdade, sifnificaria que seriamos TODOS um bando de tótós.