Sempre defendi os "direitos dos animais",
nomeadamente no que respeita à responsabilização dos donos em duas
situações: de danos ou lesões causados pelos animais de estimação e do
abandono destes por aqueles, sobretudo quando chegam as férias.
O
facto de ter um cão em casa ajudou-me a sensibilizar para parte das
pretensões dos defensores dos "direitos animais". Nesse sentido, divulguei
acções da União Zoófila (UZ), cujas instalações já visitei. Ajudei com
aquilo que pude. E tenho mantido no blogue uma imagem que apela aos
leitores para doarem alguns cêntimos para a alimentação dos animais que
estão na UZ.
Em tempos,
cheguei a fazer uma abordagem para adoptar uma cadela. Iria para uma
herdade próxima de Lisboa, onde teria espaço e todas as condições e
acompanharia uma outra cadela que ali temos. A cadela, que me propus
adoptar, serviria para companhia, guarda e trabalho. Mas as dificuldades
e burocracias, que foram imediatamente levantadas, inviabilizaram a
minha intenção. A cadela continua, quase dois anos depois, na UZ, sem
ninguém que a adopte. Provavelmente, e sem amor, vai morrer ali.
Sábado à tarde, dois representantes da Federação Portuguesa de Entidades
Taurinas foram às instalações da UZ para doar 500 kg de ração. Não é
muito. Porque a UZ tem 500 cães e 200 gatos. Mas é alguma coisa.
A
UZ recusou essa oferta. E vai continuar a publicitar e fazer alertas de
adopções urgentes porque vai continuar a não ter comida para ajudar à
sobrevivência dos animais. Mas perdeu, com esta recusa, a credibilidade
suficiente para fazer, e ter sucesso, nos apelos que faz.
Dizem
que foi por uma questão de coerência, como se os cães soubessem a
origem dessas rações. Não vou entrar nessa discussão. Como filho de um
criador de gado bravo, tenho uma proximidade e sensibilidade maior para
estas questões. Sei que oferecemos dignidade à vida de cada vaca,
novilho ou toiro bravo, que a UZ, por insuficiência de meios, não
consegue dar aos cães e gatos que tem nas suas instalações.
Talvez,
os responsáveis pela UZ, não se alimentem da carne das vacas e toiros
que criamos. Talvez passem fome. Mas nós, amantes de todo o tipo de
animais (desde os animais de companhia ao gado bravo), não queremos que
nenhum destes animais (racionais inclusive) passem fome. Não queremos.
E
da mesma forma que não vemos nenhum responsável pela UZ "adoptar" um
animal bravo para o alimentar e tratar, dando dignidade à sua vida, nós,
que também somos pelo toiro e por termos a coerência do nosso lado,
sentimos o dever de publicamente repudiar o gesto da UZ, que atenta ao
bem-estar dos animais que tem nas suas instalações, inviabilizando
adopções ou ofertas que lhe são feitas.
O
fundamentalismo, muitas vezes, deita tudo a perder. E o fundamentalismo
da UZ retirou-lhe a credibilidade. Bastaria dizerem que, pelos animais
que "têm", se sentia forçada a aceitar a oferta, afirmando publicamente
que, apesar da aceitação, não se reviam nas corridas de toiros. Era tão
fácil...
Como assim não
foi, mantenho (pelos animais), de forma livre e gratuita, o anúncio da
UZ neste blogue, mas, por coerência, não irei continuar a fazer qualquer
oferta à UZ. Porque, para a UZ não ter aceite, os cães não devem estar
assim tão mal. Faço-o, não pelos cães, mas pela UZ. E também pelo toiro
bravo, que, pela vontade da UZ, deixaria de ter motivos para continuar a
ser criado em Portugal e no Mundo, facto que conduziria à extinção da
espécie.
Por fim e ao que parece, a UZ não aceitava ofertas depois das 17 horas, porque, a partir dessa hora, os seus responsáveis iriam estar numa manifestação. No dia-a-dia, também há horários específicos para fazer ofertas e instalações da UZ, o que só reforça a ideia de que, ao contrário de nós, que somos criadores de outros tipos de animais e doadores anónimos dessa instituição, os responsáveis da UZ têm mais preocupação em reforçar a notoriedade pública dos seus responsáveis do que a ajuda exclusiva à dignidade da vida de cada um dos "seus" animais.
Entretanto, houve outra instituição que, por ser idealmente contra a realização de corridas de toiros, não se quis identificar, e que aceitou a oferta dos 500 kg de ração, facto que fez pelos animais que tem nas suas instalações, apesar de sublinhar que não se revê na festa brava. Tal e qual a UZ deveria ter feito.
Por fim e ao que parece, a UZ não aceitava ofertas depois das 17 horas, porque, a partir dessa hora, os seus responsáveis iriam estar numa manifestação. No dia-a-dia, também há horários específicos para fazer ofertas e instalações da UZ, o que só reforça a ideia de que, ao contrário de nós, que somos criadores de outros tipos de animais e doadores anónimos dessa instituição, os responsáveis da UZ têm mais preocupação em reforçar a notoriedade pública dos seus responsáveis do que a ajuda exclusiva à dignidade da vida de cada um dos "seus" animais.
Entretanto, houve outra instituição que, por ser idealmente contra a realização de corridas de toiros, não se quis identificar, e que aceitou a oferta dos 500 kg de ração, facto que fez pelos animais que tem nas suas instalações, apesar de sublinhar que não se revê na festa brava. Tal e qual a UZ deveria ter feito.
2 comentários:
É por estas e por outras que raramente ajudo estas instituições, e não é porque me seja indiferente, que não goste de ajudar ou que estes casos não me comovam, mas há muito percebi que esta e outras instituições do género fazem peditórios usando os animaizinhos, criançinhas, famílias carenciadas, o que seja, como cabeça de cartaz, mas na realidade o que querem é dinheiro, apenas dinheiro...
Experimentem dar dinheiro e vão ver que aceitam na hora e nem vão sequer perguntar de onde vem...
Com a adoção de animais é o mesmo problema...se adotar fosse fácil e dessem par adotar todos os animaizinhos que lá têm, depois faziam peditórios para quê???
Uma tristeza :(
Estou chocado :(
Serão pessoas com "necessidades" especiais? ou simplesmente parvos?
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