quinta-feira, 12 de julho de 2012

E sem Relvas?



Não me vão ver, aqui, a escrever sobre  a licenciatura de Miguel Relvas. Aliás, o que penso não se distingue do que está escrito, e bem escrito, no texto que Pedro Santana Lopes escreveu no seu blogue pessoal, onde expõe ideias que partilho num texto que subscrevo na íntegra.
O que me preocupa não é Miguel Relvas. É, em vez disso, o tempo que o país perde a discutir o sexo dos anjos, quando deveria concentrar-se naquilo que é essencial para a governação do país. Preocupa-me, também, a finalidade que têm aqueles que, por mera conveniência, colocam notícias no ar, que são apenas fait-divers, divulgando-as com objectivos que não são nada mais, nem nada menos, que políticos.
Sendo certo que Relvas é um homem forte deste governo, não escondo que me preocupa esta irresponsabilidade de uma série de pessoas que o quer ver fora do governo. Pensam, e talvez não pensem mal, que o governo, sem Relvas, teria uma duração de vida muito reduzida. 
O que aconteceria numa situação dessas? Numa altura em que há portugueses a passar fome, a devolver casas e automóveis aos bancos, e sem emprego, como seria se, eventualmente, o país perdesse o governo ou, pelo menos, tivesse um governo muito mais fragilizado?
Sei bem que há quem pense que pagar a dívida é uma ideia de criança. É gente que não se distingue de Relvas pela licenciatura que tirou, mas que tem, em relação ao senhor ministro, uma diferença que é, essa sim, preocupante e que se encontra na falta de provas dadas durante uma vida inteira. 
O passado, que já foi, é completamente irrelevante. O que interessa, e nos deve alertar, é o presente e o futuro. Que deve ser encarado com acrescido sentido de responsabilidade.
Sem Relvas e sem este governo, iriamos voltar aos tempos que nos trouxeram até aqui, onde dois Primeiros-Ministros, pelo seu pé, se afastaram ao assumir que, estando a deixar o país no pântano, não eram mais capazes de combater uma situação que eles próprios criaram.
Sem Relvas e sem este governo, o país tornar-se-ia num navio sem rumo perdido alugres no meio de um mar turbulento. Porque a alternativa ao PSD, e ao CDS, não é nada. Nada. É vazia, frouxa, incoerente, inconsistente. E, em período de marés vivas, já sabemos que são os primeiros a saltar para fora. Salvam-se a eles, mas deixam o resto da tripulação entregue à sua sorte.
Felizmente, parece-me que o país já aprendeu a lição. E, pelas dificuldades por que passamos, já levámos uma injecção de tal maneira grande, que já sabemos, pelo menos, a direcção que não devemos seguir.
Não percamos mais tempo a discutir teorias da conspiração, a comentar novelas que, sendo verdadeiras ou não, não nos deixam avançar.
Este é um tempo de trabalho e sacrifício, em que temos de ter coragem e ousadia, determinação e espírito de missão, estando solidários com aqueles que, quando o navio naufragava, aceitaram tomar o leme.
E tão grande foi o exemplo que nos deram. E tão grande é o exemplo que nos dão.
O país não pára nem pode parar, e nenhum de nós pode desviar a sua concentração, perdendo a sua atenção com assuntos que não nos levam a lado nenhum.
Portugal está a mudar. O tempo é de trabalho. E todos temos de fazer a nossa parte. 
Esperemos que nós, os portugueses vivos, sejamos recordados pelos sacrifícios que fizemos e pelo sucesso que tivemos quando, depois da queda no abismo, fomos vindo, centímetro a centímetro, a sair do buraco onde nos deixaram.
Não há tempo a perder. Portugal não pode esperar. E estamos muito melhor com Relvas do que sem ele.
Imaginem só o que seria, se Relvas não estivesse neste governo, ou o que seria, se Portugal tivesse outro governo que não este, onde também está Relvas. 
Mesmo sendo só imaginação, mesmo sendo só um cenário, essa é uma hipótese que nos deixa, aos portugueses lúcidos e com memória, assustados. Mesmo muito assustados.
E, nas últimas duas décads, já apanhámos sustos a mais... 

3 comentários:

Joao Peixoto disse...

Subscrevo na integra.Óptimo !!!!!!!

Diogo Alexandre disse...

António não posso discordar mais de ti. Há alguns pontos que me parecem essenciais neste assunto e que tu dás respostas que carecem de alguma fundamentação.

"O que seria deste país sem o relvas?" A minha pergunta é: O que é que o Relvas fez por este pais? Mais, que reforma reestruturante foi feita pelo Governo?

Chamar a este caso Relvas "novelas" é também para mim um pouco estranho. Que imagem se dá aos jovens que constatam que para se ser o nº2 do pais não é preciso estudar? Basta andar nas bases de um de 2 partidos e aos trinta e tal anos inscrevemo-nos numa faculdade qualquer e num ano temos o canudo para abrilhantar o cv.

Ponto prévio do próximo ponto: sou um anti-socrates. Mas acredito que terás sido um dos que gozava com o facto de ser "engenheiro". Então agora as pessoas não podem gozar com o facto do relvas ser "licenciado"? Ou consideras mesmo aquilo uma licenciatura digna de alguém que toma decisões cruciais para a vida de uma sociedade?

Acho que Portugal realmente devia aprender uma grande lição mas era a que independentemente da cor política temos que exigir mais dos nosso políticos.

miguel vaz serra....... disse...

Caro Diogo Alexandre
Deixo aqui um link
http://educar.files.wordpress.com/2012/07/jtomarrelvas97.pdf
interessantíssimo que certamente fará o nosso amigo António ( por quem tenho uma imensa admiração e amizade )pensar sobre o assunto.
Amigo António, um amigo comum,PSL, disse-me uma vez que "o cemitério está cheio de insubstituíveis".
Não pode estar mais certo e neste caso então....
E já agora digo...era o homem forte deste Governo..Acabou.
É realmente uma novela. Venezuelana, barata, que já fez demitir o Reitor da Lusófona do Porto, o mesmo que lhe deu os 160 créditos e que põe a credibilidade da mesma Universidade onde eu fiz Sociologia e já me disseram que há Empresas que não nos querem, na mesmíssima corda bamba.
Eu estou chocado, mesmo....
Em puro estado de choque.
Eu que escrevi rios de tinta por causa "do" Sócrates e o seu maravilhoso Diploma de data de Domingo......
Um abraço