quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Música portuguesa, canção proibida

Uma das poucas coisas que, normalmente, faço questão de fazer aos domingos é vir, para Lisboa, a ouvir música portuguesa. Sabe-me bem chegar a Lisboa dessa forma, sobretudo na vista que se tem para a cidade, ao fim do dia, da Ponte Vasco da Gama.
Talvez seja um meio que encontrei para aligeirar o impacto da chegada de uma segunda-feira, mas é mesmo assim. 
Este domingo, como em muitos outros, lá vinha eu, à procura de uma rádio que passasse música portuguesa. Mas foi preciso dar duas voltas, passar duas vezes por todas as estações, para ouvir o Sei de Uma Camponesa, do Rui Veloso. Já em Lisboa, lá passou outra música, uma comercial de uma nova banda portuguesa.
Claro está que havia ainda a Rádio Amália, com os seus fados, mas, como a conversa era mais que a música, preferi, desta vez, optar por outra estação.
É inconcebível como isto pode acontecer. 
Apesar de gostar muito do Pedro Abrunhosa, ele não teve toda a razão naquilo que disse, este mesmo domingo, na gala final do Ídolos. Sim, abrimos as portas aos brasileiros, e eles não nos abrem a nós. Mas nós, portugueses, continuamos presos ao que é estrangeiro. E a responsabilidade é nossa. É das rádios, dos autores, dos políticos e dos cantores. Não é dos brasileiros.
E, assim, a música portuguesa não vai longe. Simplesmente, porque, se nós não nos ouvimos, não podemos exigir aos outros que nos ouçam.

Sem comentários: