segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O próximo combate


Depois de uma vitória história alcançada por Pedro Santana Lopes, em Lisboa, Durão Barroso aceitou um dificilmente recusável convite para presidir à Comissão Europeia. Para viajar para Bruxelas, Barroso foi a Belém para informar o Presidente da República de que lhe iria suceder Pedro Santana Lopes e que, assim, iria ficar garantida a estabilidade. Depois de Sampaio ter dado o aval a Barroso, este assumiu, então, a Presidência da Comissão Europeia. É, nestas condições, que Santana, com o único objectivo de servir o país, aceita esse difícil desafio.
António Pedro Carmona Rodrigues assume a Presidência da Câmara de Lisboa, porque era vice de Santana.
Foram tempos difíceis aqueles em que o PSD esteve no Governo da Câmara e do País, herdando um pântano que veio do tempo dos socialistas. O país estava, de facto, de tanga.
Sampaio, completamente despido de sentido de Estado, sem qualquer respeito pela cooperação institucional entre os órgãos de soberania, e depois de garantir estabilidade a Santana Lopes, dissolve a Assembleia da República, naquilo que foi, com verdade, um golpe de Estado. Porque Sampaio poderia ter marcado eleições. E, nesse cenário, Barroso dificilmente aceitaria ir para a Comissão. Mas a militância socialista era mais forte do que o cargo de Presidente da República e Sampaio, depois de ver o seu Partido mais organizado, com José Sócrates eleito, dissolve, repito, a Assembleia. Poderia ter demitido o Governo, mas não.
Perguntar-me-ão qual é a diferença entre demitir o Governo e dissolver a Assembleia. Na prática, em ambas as situações cai o Governo. Só que dissolvendo a Assembleia, Sampaio não precisava de dar uma explicação, ao contrário do que aconteceria se, simplesmente, tivesse demitido o Governo de Santana. Podemos concluir, portanto, que não havia razão para fazer caír o Governo que exercia, com legitimidade, essas funções, suportado por uma maioria democraticamente eleita pelos cidadãos.
Esse golpe de Estado gerou um evidente clima de vitória no Partido Socialista e foi sem dificuldade e nesse clima que Sócrates obteve uma confortável maioria absoluta. Santana volta à Câmara a tempo de concluir a esmagadora maioria das suas promessas eleitorais. Ficou por fazer o projecto do Parque Mayer, inviabilizado pela tal esquerda que, hoje, euforicamente, exalta o investimento público. De resto, a obra ficou feita e dificilmente os lisboetas se esquecerão dos problemas que Santana Lopes lhes resolveu, como é exemplo o Túnel do Marquês, que Sá Fernandes, hoje ao lado de António Costa, quis bloquear.
Marques Mendes não escolheu Santana para uma recandidatura. Critiquei Mendes e continuo a pensar que foi uma péssima decisão para o Partido e, mais do que isso, para a cidade de Lisboa. Carmona venceu a Câmara, mas a seu lado tinha uma equipa inexperiente, com algumas personagens algo grotescas, até.
Aconteceu, depois, o evidente. Houve, por parte das Comissões Políticas Distrital e Nacional do Partido uma sucessiva retirada da confiança política aos vereadores e, até, ao Presidente da Câmara. Até hoje, nada provou que Mendes e Teixeira da Cruz tinham razão. Houve uma cisão entre vereadores e foram marcadas intercalares em Lisboa. O PSD foi buscar uma quarta escolha. O PS levou o seu número dois. Carmona e Roseta candidataram-se como independentes. Naturalmente, ganhou o PS e Carmona levou a melhor sobre o PSD, que obteve um absurdo terceiro lugar, descendo mais de 30% nas urnas.
Hoje, a Câmara é governada por António Costa. E quase que é tudo que se pode dizer sobre a Câmara de Lisboa, completamente estagnada. Desde que tomou posse, Costa não resolveu nenhum problema. Houve incêndios e cheias, que causaram danos elevadíssimos. Os lixos ficaram por recolher. E as tais pequenas coisas, que Costa prometera resolver, continuam iguais: buracos nas calçadas e as estradas cada vez mais terceiro-mundistas. Acumulam-se casos pouco claros envolvendo vereadores de Costa e militantes do Partido Socialista.
Lisboa está pior, hoje, do que estava. Poderia ter tido um Parque Mayer, mas não tem. Porque o PS não deixou. Mas vamos ter agora uma muralha, de contentores, que nos vão impedir de passear e admirar o nosso Tejo.
E Santana voltará a candidatar-se, se Deus e a Comissão Política Nacional do PSD quiserem. Oxalá que queiram. Porque, com Santana Lopes, Lisboa iria ser sem, dúvida, e outra vez, uma cidade bem mais atractiva, dinâmica e, claro, mais feliz.

4 comentários:

Anónimo disse...

"acumulam-se casos pouco claros envolvendo vereadores de Costa e militantes do Partido Socialista."

As ultimas que me lembro sao sobre o PSD...
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=37E0F22A-2A40-4F57-A5F0-5F6A66C61E85&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093

(...)custou ao Tesouro público o ‘namoro’ de Pedro Santana Lopes com o arquitecto Frank Gehry tendo por cenário o idílico Parque Mayer: 2.503.786,21 euros. Mais de dois milhões e meio de euros.(...)

(...)2,3 milhões em honorários para o seu estudo de recuperação da área (...) nao vai a camara andar nas lonas...

Anónimo disse...

anonimo: Ponha Frank Gehry no google e veja as imagens porque vale a pena! Nao acha que era melhor termos um projecto desses em vez de uma mexeruquice qualquer? Se o Gogenheim ou lá como se diz fosse feito da forma que o Costa quer fazer com o parque Mayer ninguem iria conhecer e no entanto Bilbao é conhecida tambem por isso! Tambem poderiamos ter umas igrejinhas em vez dos Jerónimos! Eu acho que o teatro precisa de um estimulo e aquele projecto (para mim que sou actriz) era francamente aliciante. Venha o Santana e que esteja mais 8 anos em Lisboa para por a cidade a mexer!
Gostava que nao se deitasse fora aquele sonho que o Santana deu aos artistas!
VIVA LISBOA! VIVA SANTANA LOPES!
Cumprimentos, parabens pelo blog e obrigada, Inês C

Anónimo disse...

A sua tese não está nada mal vista. O tempo avalia muitas coisas. Se António Costa era a luz ao fundo do túnel (não do Marquês) apagou-a com o Sá Fernandes ao lado, que ainda ninguém percebeu para o que é que serve. Muita gente não gostou disso e o PS vai perder votos.

Anónimo disse...

Bom, eu digo que maior trapalhada do que aquela que o executivo de Santana Lopes fez em relação ao Parque Mayer é impossível, posto que a trapalhada que este executivo fez só teve 2 resultados práticos até hoje:

* O Casino Estoril viu aprovada pelo Governo uma lei à exacta medida dos seus propósitos, obtendo uma licença para construir um casino, que afinal não é nem no Parque Mayer, nem no Cais do Sodré, nem junto a Santa Apolónia, mas em plena zona residencial da antiga Expo;

* A Bragaparques, proprietária do Parque Mayer (juntamente com o Grupo Amorim), conseguiu ver o preço dos terrenos do P.Mayer sobrevalorizados de tal maneira que lhe garantirem direito de construção e exploração aos terrenos da Feira Popular, em Entre-Campos.

Enquanto isso acontecia, Frank Gehry veio duas vezes a Lisboa, disse umas larachas, comeu umas sardinhas assadas, foi escoltado por batedores da Polícia Municipal, encaixou (para utilizar a expressão do Prf.Carmona) uns milhares de contos, e anunciou que o seu projecto, a ir para a frente, só mesmo daqui a 10 anos.

Portanto, a CML ainda não "encaixou" nada com Gehry, muito menos Lisboa.

Se a isto juntarmos o facto do teatro de revista ser um género que muito dificilmente consegue encher as cadeiras de 1 teatro (muito menos de 3 ou 4), se pensarmos que os teatros que lá estão (à excepção do Capitólio, Imóvel de Interesse Público e reconhecido internacionalmente) são barracões que por acaso têm espectáculos, e se reconhecermos que os lisboetas não usufruem da Avenida nem do Jardim Botânico como podiam e deviam, então concluiremos que a solução menos onerosa, mais potenciadora de bem estar e que mais mais-valias traz em termos de qualidade de vida para os lisboetas é, sem sombra de dúvida, a criação de um JARDIM no Parque Mayer.