domingo, 30 de agosto de 2009
O voto é coisa séria
Pode não parecer. Pelo pouco trabalho que dá. Mas o voto é mesmo uma coisa séria. Principalmente o voto que não é branco nem nulo.
A abstenção, o voto em branco e o voto nulo podem pôr muita coisa em causa. Basta olhar para os líderes políticos que estão na imagem.
Por isso, a responsabilidade de cada militante social-democrata é acrescida até 27 de Setembro. Há que fazer com que as pessoas, principalmente as mais conformadas e as menos crentes num futuro melhor, vão votar nas próximas eleições. Há que fazer com que os cidadãos se apercebam, a tempo, dos perigos que um mau resultado do PSD nas próximas eleições podem causar.
Esta é a altura para estarmos todos no mesmo barco, a remar com toda a nossa força.
Eu vou fazer o meu trabalho. Enquanto social-democrata. Enquanto português. E começo, desde já, a apelar a todos os que por aqui passarem para irem votar nas próximas eleições. Com confiança. Na verdade. Na competência. No melhor para o nosso País.
É mesmo importante irmos todos votar. Para não correr (mais) riscos. Para que à crise não se junte um cenário de ingovernabilidade.
O voto é coisa séria. E no dia 27 de Setembro vou votar no PSD.
sábado, 29 de agosto de 2009
O tolo calado passa por sabido
É verdade. O problema é quando o tolo fala. Tolo ou tola porque a tolice não tem género.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Com Sentido
A propósito do que escrevi aqui, leia-se o que escreveu (e bem) o dr. Pedro Santana Lopes no Jornal "SOL", esta semana.
"Podridão
Calúnias e ameaças de campanha
É bom que as pessoas saibam estas verdades antes das eleições, porque depois já ligam menos e fazem sempre interpretações variadas, consoante os resultados.
Imaginem só que o sistema político português chegou ao nível de existir um jornal, julgo que mensal, que é pago, em grande medida, por juntas de freguesia. E esse jornal, supostamente destinado a tratar de assuntos de uma cidade, vai tratando, acima de tudo, de atacar pessoas de um partido, com base nos interesses dos que são ‘inimigos’ dos atacados.
Não digo que seja tudo ‘farinha do mesmo saco’, mas várias das pessoas envolvidas nessas histórias já foram muito próximas ou mesmo muito amigas. Desde há tempos, os que eram subordinados ou colaboradores tudo fazem para destruir aqueles por cuja mão vieram. A velha história da criatura que se vira contra o criador!...
Se falo neste assunto é por dois motivos: em primeiro lugar, porque há dinheiro dos contribuintes envolvido, que deveria servir para outras finalidades; em segundo lugar, pelo facto de se arrastar pela lama da calúnia assuntos tão sérios quanto os do bom nome e da honra das pessoas.
Durante o processo de elaboração das listas, eu e colaboradores meus, fomos inundados com mails e telefonemas tentando impedir a candidatura de um dado presidente de Junta, senhor com mais de 60 anos – dizendo sobre ele tudo o que se possa imaginar, acerca de supostas condenações com trânsito em julgado nas mais variadas matérias.
Ao que apurei, nada correspondia à realidade ou, pelo menos, nada de relevante ou correspondente ao que me havia sido transmitido. Este caso é só um exemplo do que se passa, semana após semana, num processo absolutamente kafkiano. De facto, são tantas as histórias que tantos vêem e sabem e que fingem ignorar…
Tudo isto visa garantir esquemas de poder e de contrapartidas a várias pessoas, ligadas a alguns ‘pregadores’ de moral que por aí pululam. E manda a verdade dizer que é sabido de vários quadrantes partidários que vão mantendo a indiferença na esperança de verem tombar um qualquer adversário às mãos de mais uma infâmia forjada. Tentam que uma notícia em ‘folha de couve’ seja reproduzida em jornal nacional, que, eventualmente, perante a denúncia, haja a obrigação de um inquérito ou de uma investigação e que, assim, possa também haver mais um arguido(a) e, desse modo, mais um lugar numa lista.
Os cidadãos que não estão envolvidos nestas andanças da política não sonham o que, hoje em dia, temos de aturar de falta de escrúpulos de um conjunto de pessoas que se apresentam ‘trajadas’ de puritanas.
Se tivesse provas de matéria criminal, já as teria participado. Para já, tenho a certeza de que se trata de situações intoleráveis, cuja verdadeira dimensão só pude constatar nas últimas semanas. Jornal, queixas, ameaças, calúnias, chantagens, tudo misturado. À atenção de quem de direito."
Pedro Santana Lopes, Equinócios e Solstícios - 28 de Agosto de 2009, SOL
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Acredito neles.
Não naqueles que passam a vida a assobiar.
Não naqueles que assobiam o Yannick logo que ele toca na bola.
Não naqueles que querem que o Sporting perca só para que a sua teoria prevaleça.
Acredito nestes: no Presidente Bettencourt, no treinador Paulo Bento, no Rui Patrício, no André Marques, no Carriço, no Moutinho, no Veloso, no Yannick Djaló. Nestes e nos que estão no mesmo barco que eles.
Quem tudo deu em Florença não merece ouvir insultos miseráveis à altura apenas de quem os fez. E claro que Bettencourt fez bem em mandar calar. Já era altura.
O momento do Sporting, depois de Florença
Eu, definitivamente, não faço parte daquele grupo de sportinguistas que não se importa que o Sporting falhe os seus objectivos apenas para mostrar que eu tinha razão. Para mim, acima de tudo (no que ao futebol diz respeito), acima da minha opinião, está o meu querido Sporting.
Não sou daqueles que mostra lenços brancos, não escrevo numa lógica de bota-abaixismo, não assobio a meio dos jogos. E essa atitude, de apoio total à equipa e aos funcionários do Sporting, não impede que faça as minhas recomendações (já fiz algumas aos dirigentes e aos jogadores do clube) e as minhas críticas. Faço-as para dentro. E sempre numa lógica de contribuír positivamente para o clube.
Paulo Bento provou hoje que o Sporting não tem um plantel suficientemente equilibrado para jogar no "main event" do futebol europeu. Faltam-lhe defesas, faltam-lhe médios, faltam-lhe avançados. E estou absolutamente convicto de que dificilmente outro treinador do mundo conseguiria tirar mais rendimento daquele grupo de jogadores. Importa sublinhar que o Sporting nunca venceu, em toda a História, em Itália, vinha de um empate ingrato e a dois golos em casa, e estava sem Vukcevic, Izmailov, Caicedo e Hélder Postiga.
A ideia que eu tenho é que o Sporting pode ser campeão. Com Paulo Bento ao leme. Mas com muito mais adeptos no estádio. Em Alvalade, de norte a sul do país, nas ilhas e no estrangeiro. Mais adeptos dos que apoiam do princípio ao fim. Precisa de mais jogadores. Daqueles que não vacilem na hora de fazer um rasgo no meio-campo nem de travar um ataque adversário.
Foi engraçado que, no jogo da primeira mão, à minha frente estavam três pais com três miúdos da Fiorentina. Os miúdos sabiam quem era o Veloso, o Yannick, o Moutinho, o Liedson. A Europa, e sobretudo os mais novos, ganharam um carinho especial por uma equipa que, num jogo decisivo, mete sete ou oito jovens, do país do clube, a jogar.
Ao Sporting falta-lhe o mais importante: ganhar o campeonato. Não chega ficar em segundo à custa de um cansaço enorme provocado por campanhas europeias que, salvo um ou outro jogo, têm dignificado as nossas cores. Mas, para ganhar o campeonato, os adeptos têm de se consciencializar que o apoio tem de ser muito maior. Porque, tem sido quando tem mais apoio e, curiosamente, nos jogos mais difíceis, que o Sporting tem mostrado sem grande, tão grande como os maiores da Europa.
Eu gostava que o presidente do Sporting explicasse a razão de não haver mais reforços. Era importante que ele dissesse quanto dinheiro é que é preciso para se ir buscar mais um ou dois bons jogadores. É preciso chegar às 40 mil gameboxes? É preciso vender mais 75% de camisolas? O que é preciso mais? Se os adeptos soubessem, estou convicto de que tudo iriam fazer para ajudar.
Por tudo isto, importa dar uma palavra de parabéns à Fiorentina. Por quem tenho um carinho do tamanho da beleza daquela cidade e da dimensão daquela "curva". Têm uma equipa fortíssima, recheada de fabulosos jogadores. É por eles que continuarei a torcer em Itália. As duas boas exibições do Sporting engrandecem e justificam (e de que maneira!) a presença da Fiorentina na Liga dos Campeões Europeus.
Continuarei à espera que o Sporting se reforce e, em princípio, irei a Coimbra apoiar a equipa. Coimbra será um jogo importantíssimo, até porque, em tantos jogos, o Sporting já tem mesmo de começar a ganhar. Para ganhar o hábito. Mas, se até segunda não chegar nenhum reforço, tendo em conta que sou da opinião de que Paulo Bento tirou o máximo rendimento dos jogadores que tem, terei que pedir contas à direcção da SAD. Porque, sabendo das fraquezas da equipa, tem a obrigação de trazer jogadores capazes de reforçar a equipa, ao ponto de ainda podermos, esta época, ser campeões. Para isso, os árbitros não podem ser também tão parciais. Mas isso é outra conversa. Para outra altura.
Agora há que levantar a cabeça. Porque ao Sporting calhou a fava no sorteio. O Sporting fica fora da Liga dos Campeões sem ter perdido um único jogo contra a Fiorentina. E tinha as baixas que a Viola não tinha.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Um caminho errado, que me assusta
Uma das coisas que mais me assusta é quando existe uma possibilidade de regresso ao pior do passado. Assusta-me ainda mais quando esse regresso ao pior do passado é feito com a aposta em gente muito pouco competente, afastando alguns jovens. Jovens não só de idade, mas também de espírito. Jovens pelos quais, além de carinho pessoal, eu continuo a ter a maior das admirações.
O sangue novo é fundamental, porque, normalmente, os jovens não se perseguem uns aos outros, têm um olhar ambicioso e sonhador (enquadrando-se, por isso, como ninguém), refrescam e trazem dinâmica.
É importante rodearmo-nos por alguém que tenha valores. Mais do que valores, é elementar que aqueles que nos rodeiam tenham escrúpulos. E não façam um convite para dizer que o fizeram. Porque, depois de dada a resposta, não dizem mais nada.
É evidente que estou assustado com a mediocridade de algumas pessoas, que rodeiam outras. Mais do que por isso, estou preocupado porque uma vitória que se adivinhava e que estava a ser construída a pouco e pouco tem vindo a transformar-se numa derrota quase certa.
Será a derrota dos que quiseram estar por estar. Estar para outros não estarem. E assim poderá ser, infelizmente. Caso contrário, a derrota não existia. Era a vitória da ambição, da esperança, da vida, da alma, dos valores, dos escrúpulos, das convicções, de amigos e companheiros, de pessoas que ali estavam com o único intuito de, em equipa, alcançar essa mesma vitória. Para se valorizar, pois claro. Mas, em primeiro lugar, estava (sempre) o todo.
Sem organização, sem disciplina, sem escrúpulos, sem competência, sem amizade, sem palavra, sem gente que ponha o interesse de todos à frente do seu interesse próprio, não pode haver esperança em coisas boas. Tenho pena. Dos que ficaram de fora. Mas sobretudo daqueles que lá estão e não mereciam que o cenário actual fosse uma probabilidade grande de derrota.
Probabilidade grande, sim. Porque, como na imagem, quando a base não é sólida, o mais provável é mesmo o comboio caír.
Que vergonha esta caça à multa
Eu compreendo que existam operações stop de madrugada.Porque isso garante a segurança daqueles que não conduzem sob o efeito do alcóol. Mas não vi, no caminho entre a Foz do Arelho e S.Martinho do Porto, nenhuma dessas operações stop.
Eu compreendo que multem aqueles que impedem a circulação automóvel, ou mesmo aqueles que, por mau estacionamento, impedirem a circulação das pessoas, sobretudo as deficientes motoras. Mas, em S.Martinho e mesmo na Nazaré, não vi nenhum veículo multado por essas razões.
Agora, o que acho inadmissível é que multem um carro que não impede nem a circulação de automóveis nem de peões, quando não existe (pelo menos num local que possa ser apercebido) sinalização que indique a proibição de estacionar naquele local. Onde, de resto, estavam estacionados, numa mesma fila, à beira da estrada, dezenas e dezenas de veículos. Ainda por cima, não havia qualquer alternativa, senão aquela, para aqueles que queriam aproveitar um dia de praia nas férias de verão.
Para o ano, aqueles que foram multados, como não há estacionamento (não susceptível de multa), não vão à Praia dos Salgados. O bar da praia vai ter menos gente, assim como aquela zona, que vai sobrevivendo graças ao turismo. Ganham-se 60 euros de multa, mas perde-se tudo o resto.
São estas, possivelmente, as instruções que recebem os polícias da Nazaré. Que não impedem as cenas de pancadaria que existem várias vezes, durante todas as noites da terceira semana de Agosto. Que não fazem operações stop para garantir a segurança dos que conduzem sóbrios. Mas que multam os proprietários de veículos estacionados à beira da estrada e que se encontravam ali porque, nos outros locais, vários carros haviam caído numa vala e não havia outra alternativa. A não ser que o carro fosse falésia abaixo...
É uma vergonha esta caça à multa.
Eu compreendo que multem aqueles que impedem a circulação automóvel, ou mesmo aqueles que, por mau estacionamento, impedirem a circulação das pessoas, sobretudo as deficientes motoras. Mas, em S.Martinho e mesmo na Nazaré, não vi nenhum veículo multado por essas razões.
Agora, o que acho inadmissível é que multem um carro que não impede nem a circulação de automóveis nem de peões, quando não existe (pelo menos num local que possa ser apercebido) sinalização que indique a proibição de estacionar naquele local. Onde, de resto, estavam estacionados, numa mesma fila, à beira da estrada, dezenas e dezenas de veículos. Ainda por cima, não havia qualquer alternativa, senão aquela, para aqueles que queriam aproveitar um dia de praia nas férias de verão.
Para o ano, aqueles que foram multados, como não há estacionamento (não susceptível de multa), não vão à Praia dos Salgados. O bar da praia vai ter menos gente, assim como aquela zona, que vai sobrevivendo graças ao turismo. Ganham-se 60 euros de multa, mas perde-se tudo o resto.
São estas, possivelmente, as instruções que recebem os polícias da Nazaré. Que não impedem as cenas de pancadaria que existem várias vezes, durante todas as noites da terceira semana de Agosto. Que não fazem operações stop para garantir a segurança dos que conduzem sóbrios. Mas que multam os proprietários de veículos estacionados à beira da estrada e que se encontravam ali porque, nos outros locais, vários carros haviam caído numa vala e não havia outra alternativa. A não ser que o carro fosse falésia abaixo...
É uma vergonha esta caça à multa.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Quem me explica...?
Por que razão o árbitro não marcou o penalty ao minuto 4, no Sporting - Sporting de Braga no fim-de-semana que passou? É que num lance semelhante, noutro estádio e a favor de outra equipa (logo no dia seguinte), o árbitro apitou, marcou penalty e expulsou o jogador do Nacional da Madeira...
Esta questão nada tem que ver com o mérito de vitória do Braga em Alvalade. Foram melhores que nós e ganharam. Culpa de uma defesa completamente permeável e de um ataque que não marca golos. Basta ver que os golos do Sporting esta época foram marcados através de 2 auto-golos, um de Vukcevic (médio esquerdo), Yannick Djaló (estava a médio direito) e Veloso (trinco). Os golos sofridos devem-se a hesitações do guarda-redes, bolas paradas defensivas e falhas inacreditáveis dos defesas...
Mas alguém tem de explicar. Não só o facto de se terem tomado decisões diferentes em lances iguais. Mas também aquele lance, no último minuto em Paços de Ferreira, anulado por fora-de-jogo (mal tirado) ao ataque pacense.
E será impressão minha ou o Benfica tem uma média de um penalty por jogo? Não é que não devessem ser marcados. Mas, como os do Benfica, também tem de haver coragem para se assinalar grandes penalidades, seja qual for a equipa.
Esta questão nada tem que ver com o mérito de vitória do Braga em Alvalade. Foram melhores que nós e ganharam. Culpa de uma defesa completamente permeável e de um ataque que não marca golos. Basta ver que os golos do Sporting esta época foram marcados através de 2 auto-golos, um de Vukcevic (médio esquerdo), Yannick Djaló (estava a médio direito) e Veloso (trinco). Os golos sofridos devem-se a hesitações do guarda-redes, bolas paradas defensivas e falhas inacreditáveis dos defesas...
Mas alguém tem de explicar. Não só o facto de se terem tomado decisões diferentes em lances iguais. Mas também aquele lance, no último minuto em Paços de Ferreira, anulado por fora-de-jogo (mal tirado) ao ataque pacense.
E será impressão minha ou o Benfica tem uma média de um penalty por jogo? Não é que não devessem ser marcados. Mas, como os do Benfica, também tem de haver coragem para se assinalar grandes penalidades, seja qual for a equipa.
sábado, 22 de agosto de 2009
Com Sentido (e sem azias, se faz favor!)
Quando a fome de tacho é maior que a vontade de servir (com sentido) uma cidade como a de Lisboa, parece que se junta a clientela toda.
Mas a memória não é curta. Sobretudo a memória de uma certa e determinada azia que o agora cabeça de lista da candidatura do PS (coligado com o movimento Cidadãos por Lisboa e com um Zé que provou, nestes anos, que não fazia mesmo falta nenhuma e a ninguém) à freguesia dos Anjos teve num jogo. Azia que as cores da gravata não me fazem esquecer. E que também não se apaga com a cor de fundo do seu cartaz.
A política, enquanto jogo, deve-se pautar pela verdade. E, com verdade, ganha sempre o melhor. Para uma Lisboa Com Sentido tem mesmo de ser assim. Até porque "comprar" um árbitro não significa, necessariamente, vitória no campeonato.
Só come quem quer
É verdade. A caldeirada à Costa só come quem quer.
Estão de parabéns as Distritais das duas juventudes partidárias.
Praia Maria Luísa - 21 de Agosto de 2009
Para qualquer pessoa que costume com alguma frequência ir à Praia Maria Luísa, a tragédia que aconteceu hoje foi uma notícia que, além de inesperada, acaba por mexer connosco.
Mas em situações destas muitas vezes surge logo a pergunta: morrem cinco pessoas numa praia, soterradas, e de quem será a responsabilidade? É evidente que todos sentem, e muitos (principalmente aqueles que frequentam a praia) partilham a dor de quem ali perde um familiar ou um amigo. Não há quem deixe de compreender a sua revolta. Mas é preciso deixar passar o tempo do choque, tudo fazer para que se encontrem todos os corpos e dar, a quem compete, a calma e o espaço necessários para que se desencadeie esse trabalho.
Mais tarde, se o problema esteve na sinalização e na não interdição da zona, se esteve numa obra feita por cima da falésia ou se esteve noutro motivo qualquer, ou inclusive em vários factores, há que apurar responsáveis. Porque o que acontece é que, logo após a tragédia, esta interrogação acaba por ser tão repetitiva que, passados poucos dias, já ninguém dá importância. E, assim sendo, o hábito, em Portugal, é que a culpa acabe por morrer solteira.
Uma coisa é certa: eu estive, exactamente naquele local, há poucos dias. Vou ali há vários anos e até tenho um vídeo que fiz, ali, num fim da tarde com o meu cão. Se estava lá uma placa (a dizer "zona de risco" - e estava mesmo!), eu nunca reparei nela.
Mas a altura não é para lamentar o que não deveria ter acontecido. É de pesar. De partilhar a dor de quem perdeu alguém. A Praia Maria Luísa, sem aquele local, mais ou menos fechado mas a céu aberto não será nunca mais a mesma. Mas aqueles que adoram esta praia, tanto ou mais do que eu a adoro, teriam compreendido que se tivesse cortado o mal pela raíz e não se tivessem perdido, desta forma tão fortuíta, as vidas de cinco banhistas.
Ainda assim, a ideia que quem conhece bem aquela praia tem é que a tragédia poderia ter sido muitíssimo maior. Bastava que tivesse desabado ou para a direita (de quem está virado para o mar) ou mesmo para dentro. Teriam-se perdido muitas mais vidas. Mas, depois deste choque e deste pesar, haverá tempo para, com certezas, procurar os responsáveis. Não só por aquilo que aconteceu, que foi trágico. Mas também por aquilo que poderia ter acontecido. Que ainda mais trágico seria.
Mas em situações destas muitas vezes surge logo a pergunta: morrem cinco pessoas numa praia, soterradas, e de quem será a responsabilidade? É evidente que todos sentem, e muitos (principalmente aqueles que frequentam a praia) partilham a dor de quem ali perde um familiar ou um amigo. Não há quem deixe de compreender a sua revolta. Mas é preciso deixar passar o tempo do choque, tudo fazer para que se encontrem todos os corpos e dar, a quem compete, a calma e o espaço necessários para que se desencadeie esse trabalho.
Mais tarde, se o problema esteve na sinalização e na não interdição da zona, se esteve numa obra feita por cima da falésia ou se esteve noutro motivo qualquer, ou inclusive em vários factores, há que apurar responsáveis. Porque o que acontece é que, logo após a tragédia, esta interrogação acaba por ser tão repetitiva que, passados poucos dias, já ninguém dá importância. E, assim sendo, o hábito, em Portugal, é que a culpa acabe por morrer solteira.
Uma coisa é certa: eu estive, exactamente naquele local, há poucos dias. Vou ali há vários anos e até tenho um vídeo que fiz, ali, num fim da tarde com o meu cão. Se estava lá uma placa (a dizer "zona de risco" - e estava mesmo!), eu nunca reparei nela.
Mas a altura não é para lamentar o que não deveria ter acontecido. É de pesar. De partilhar a dor de quem perdeu alguém. A Praia Maria Luísa, sem aquele local, mais ou menos fechado mas a céu aberto não será nunca mais a mesma. Mas aqueles que adoram esta praia, tanto ou mais do que eu a adoro, teriam compreendido que se tivesse cortado o mal pela raíz e não se tivessem perdido, desta forma tão fortuíta, as vidas de cinco banhistas.
Ainda assim, a ideia que quem conhece bem aquela praia tem é que a tragédia poderia ter sido muitíssimo maior. Bastava que tivesse desabado ou para a direita (de quem está virado para o mar) ou mesmo para dentro. Teriam-se perdido muitas mais vidas. Mas, depois deste choque e deste pesar, haverá tempo para, com certezas, procurar os responsáveis. Não só por aquilo que aconteceu, que foi trágico. Mas também por aquilo que poderia ter acontecido. Que ainda mais trágico seria.
Sporting - Fiorentina
Fui do Algarve a Lisboa para ver, de propósito, as minhas duas equipas preferidas: o Sporting, que é o clube do meu coração, e a Fiorentina, clube que sigo há vários anos, de uma cidade (onde apenas estive dia e meio) pela qual me apaixonei.
Vi sozinho, do meu lugar, um grande jogo de futebol. Arrepiei-me com as mensagens de boas vindas das claques do Sporting, com o tocar do hino da competição com as duas equipas lado a lado, com os gritos de "Sporting" dados pelos adeptos italianos. Pensei, várias vezes, que o mais justo passava pelo apuramento das duas equipas.
Contudo, apesar de um jogo espectacular e disputado até ao último segundo, a arbitragem manchou todo aquele sonho que tive o privilégio de poder viver. Não falo da expulsão de Vukcevic. Uma coisa é a lei estar mal. Está. Mas não se pode condenar um árbitro que fez cumprir a lei. O segundo amarelo a Vukcevic foi uma das poucas coisas que o húngaro Kassai fez de acertado durante os noventa minutos.
Não se compreende como é que Gamberini continuou em campo depois de ter agredido um jogador adversário. A Fiorentina jogaria 80 minutos com um jogador a menos (e talvez tudo pudesse ter ficado resolvido) e não jogaria a segunda mão, assim como Daineli (que deveria ter visto o segundo amarelo por falta cometida sobre Moutinho).
Vi ainda um penalty claríssimo, mesmo à minha frente, por falta sobre Liedson. Eu estava na linha do fiscal de linha. Eu vi, ele também. O árbitro provavelmente também terá visto, mas não marcou. Como também não expulsou dois jogadores italianos.
É inacreditável que, depois do afastamento do Vitória na época transacta, o Sporting seja agora privado de jogar na competição europeia que corresponde ao seu valor, graças a uma arbitragem miserável de um senhor terá, de certeza, entrado em campo com a intenção de fazer com que os italianos seguissem em frente.
Foi um nojo de arbitragem o que impediu uma memorável vitória do Sporting e um apuramento tirado a ferros.
Em Florença, o Sporting não jogará contra a Fiorentina. Até porque as boas relações atenuam a rivalidade. Jogará contra todos os mais altos interesses que existem no futebol. Interesses esses que mereciam uma tomada de atitute das várias entidades nacionais dos países que um certo grupo de pessoas trata como a Europa de segunda classe.
Aproveito para dar os parabéns ao Benfica pela vitória e desejar muita sorte ao Nacional. Cada vez é mais importante haver uma união dos portugueses à volta das equipas nacionais. Caso contrário, o futebol português terá ainda menos peso na Europa do futebol.
Vi sozinho, do meu lugar, um grande jogo de futebol. Arrepiei-me com as mensagens de boas vindas das claques do Sporting, com o tocar do hino da competição com as duas equipas lado a lado, com os gritos de "Sporting" dados pelos adeptos italianos. Pensei, várias vezes, que o mais justo passava pelo apuramento das duas equipas.
Contudo, apesar de um jogo espectacular e disputado até ao último segundo, a arbitragem manchou todo aquele sonho que tive o privilégio de poder viver. Não falo da expulsão de Vukcevic. Uma coisa é a lei estar mal. Está. Mas não se pode condenar um árbitro que fez cumprir a lei. O segundo amarelo a Vukcevic foi uma das poucas coisas que o húngaro Kassai fez de acertado durante os noventa minutos.
Não se compreende como é que Gamberini continuou em campo depois de ter agredido um jogador adversário. A Fiorentina jogaria 80 minutos com um jogador a menos (e talvez tudo pudesse ter ficado resolvido) e não jogaria a segunda mão, assim como Daineli (que deveria ter visto o segundo amarelo por falta cometida sobre Moutinho).
Vi ainda um penalty claríssimo, mesmo à minha frente, por falta sobre Liedson. Eu estava na linha do fiscal de linha. Eu vi, ele também. O árbitro provavelmente também terá visto, mas não marcou. Como também não expulsou dois jogadores italianos.
É inacreditável que, depois do afastamento do Vitória na época transacta, o Sporting seja agora privado de jogar na competição europeia que corresponde ao seu valor, graças a uma arbitragem miserável de um senhor terá, de certeza, entrado em campo com a intenção de fazer com que os italianos seguissem em frente.
Foi um nojo de arbitragem o que impediu uma memorável vitória do Sporting e um apuramento tirado a ferros.
Em Florença, o Sporting não jogará contra a Fiorentina. Até porque as boas relações atenuam a rivalidade. Jogará contra todos os mais altos interesses que existem no futebol. Interesses esses que mereciam uma tomada de atitute das várias entidades nacionais dos países que um certo grupo de pessoas trata como a Europa de segunda classe.
Aproveito para dar os parabéns ao Benfica pela vitória e desejar muita sorte ao Nacional. Cada vez é mais importante haver uma união dos portugueses à volta das equipas nacionais. Caso contrário, o futebol português terá ainda menos peso na Europa do futebol.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
A euforia acabou logo à 1ªJornada
Para a maioria das equipas da Liga, o campeonato começou este fim-de-semana. Para a maioria e não para todos porque existe uma excepção: o Benfica. É que o campeonato que os benfiquistas gostam de ver, o único em que o Benfica mobiliza as suas gentes e é sempre campeão já acabou. E acabou, aliás, em beleza graças a uma magnífica vitória de um a um contra o AC Milan. Curiosamente, foi esse o último jogo da temporada 2009/10 em que o Benfica defronta um colosso europeu, na medida em que, mais uma vez, não participa, certamente, na Liga dos Campeões.
Se eu lesse os jornais desportivos, se eu visse os jogos da pré-época, se eu levasse a sério o que diziam os benfiquistas até ao dia de hoje, estaria muitíssimo preocupado. Porque, se eu tivesse feito tudo isso, poderia pensar que o Sporting está numa posição miserável: é uma equipa que falha penalties, que não gastou fortunas em pseudo-vedetas, que pode não ir à Liga dos Campeões, que não joga um futebol suficiente para ganhar.
É que os jornalistas e os benfiquistas iam dizendo isso sobre o Sporting, que estaria em depressão. Contrastando com a euforia do Benfica.
Hoje, por muito que queiram tapar isso, o Benfica não ganha, não tem qualquer hipótese de ir à Liga dos Campeões este ano, gastou fortunas em segundas e terceiras linhas de outros clubes e jogadores sem categoria, manteve o pior dos seus guarda-redes como titular, continua sem um lateral direito, falhou um penalty, empatou em casa contra uma equipa forçada a jogar com algumas das suas segundas opções, etc.!
Mas não era o Sporting que estava mal? Será que um empate contra o Nacional, na Madeira, um resultado assim tão mau? E empatar em casa com o Marítimo? Será que o apuramento para o playoff de acesso à Liga dos Campeões não convence? E os penalties? Não eram o tormento do Sporting? Ou será que o mérito é do guarda-redes que defendeu o penalty do super-Cardozo?
O que eu vejo é um Sporting a crescer e um Benfica que não me consegue convencer. A grande diferença entre os dois clubes de Lisboa está no dinheiro gasto, sobretudo nas últimas três épocas, que contrasta com os resultados: quem gastou mais ficou atrás. O Benfica, com tanto reforço e com um plantel quase só estrangeiro, não vai ser campeão. Mas isso é uma evidência.
O FC Porto parte como favorito. Tem sido sempre assim. O Sporting, estou certo de que demorará tempo para crescer. Precisa ainda de reforços, que encontrará nas últimas oportunidades do mercado, que é a melhor altura para trazer os melhores jogadores. Precisa de um médio e de um lateral direito. Se não conseguir encontrar esses dois jogadores, dificilmente poderá ambicionar ser campeão. A não ser que, em Janeiro, ainda esteja a tempo de o conseguir.
Os outros que fiquem com o estádio cheio e com o maior número de sócios. Mas este ano, como sempre, as contas vão ser feitas no fim. E não agora. Ou ontem. Porque ontem, para muita gente, o Benfica já era o campeão.
Mas não se percebe que o Sporting, estando muito melhor a nível de resultados e de aproveitamento de recursos (muito mais escassos que os recursos do Benfica e do Porto) seja o patinho feio. Porque o Benfica está igual ou pior, mas todos os dias até agora se foi semeando e cultivando uma euforia exagerada e muitíssimo precipitada.
Também sobre o Benfica falou o presidente do Sporting. Em palavras que subscrevo inteiramente. Mas faltou-lhe uma coisa: entre tanta euforia, tanta mobilização, tanto esbanjamento, ao Benfica não lhe resta nada senão a obrigação de ganhar.
Uma última nota: apenas para dizer que, do que vi no resumo do Benfica-Marítimo e no jogo Nacional-Sporting, as arbitragens não poderiam ser mais exemplares. Já o tinham sido na final da Supertaça. Que assim continuem, para bem do futebol e da verdade.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Ai Nossa Senhora, como isto vai…
Ironicamente falando, poderemos dizer que “sabe Deus” como o PS tem tentado, nos últimos tempos, fazer propaganda, socorrendo-se das coisas mais inacreditáveis.
E o PS segue esse caminho porque está com medo. De perder. Tanto nas eleições autárquicas como nas legislativas. Do mesmo modo que perdeu as duas últimas eleições: presidenciais e europeias. Aliás, o facto de ser possível o PSD fazer o “pleno”, ganhando todas as eleições é um pormenor que merece ser sublinhado.
Mas voltemos ao tema deste post: o aproveitamento político que o PS, nacional e local, tentar tirar de tudo quanto lhe for possível. É que já se tinha chegado ao limite. Tomando a crise para encobrir o fracasso do Governo, crise essa que o Governo Socialista não conseguiu prever e que, várias vezes, disse mesmo que não nos iria afectar ou que já tinha acabado. Ou até servindo-se do caso Freeport, do qual o PSD nunca falou, dizendo que era o PSD que estava por detrás de uma campanha negra. Aliás, o PS, que nem sequer consegue convencer a sua ala esquerda, diz-se como o grande partido da esquerda(?) democrática.
Entre estes e vários outros casos, tudo foi fundamento de aproveitamento político por parte dos socialistas. O limite, é certo, foi atingido. Mas agora conseguiu ser ultrapassado.
É que o PS, que curiosamente, foi o partido (entre aqueles que são alternativa de poder) que mais afrontas fez à Igreja e aos ideais católicos, utilizou a imagem do Santuário de Fátima para propaganda política.
Além de ser obviamente intrigante para os católicos, esta atitude merece ser condenada. Não só pelo reitor do Santuário. Não só pelos católicos. Mas por todos, sobretudo aqueles que votam em Fátima. Condenação que deve ser feita nas urnas.
Há limites para tudo. E não se pode estar calado perante quem mistura a política com algo Todo-Poderoso. Essa comparação é, de resto, elucidativa sobre o que os socialistas pensam de si próprios.
Já só falta que, na altura das eleições legislativas, o candidato do PS a Primeiro-Ministro apareça a vitimizar-se a dizer que tem gripe A.
E terminando, também com ironia, o PS, querendo confundir-se com o que é Todo-Poderoso, será derrotado pelo poderoso voto do povo. Tanto nas autárquicas como nas legislativas.
Agora importa não arredar o pé. Não chega rezar para que o PS perca. Há que trabalhar para convencer os portugueses de que vale a pena ir às urnas. Para votar no PSD, que é o único partido capaz de retirar o poder aos socialistas.
Com o trabalho e o empenho de todos, falando só de políticas e não se aproveitando politicamente de nada que não seja da política, o PSD vai mesmo ganhar os próximos dois actos eleitorais. Se Deus quiser e para bem dos portugueses…que assim seja.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Organização e disciplina
O primeiro factor que conduz à vitória numa guerra é a organização: cada um tem e sabe qual é o seu papel, cada um é parte de um mesmo exército, cada um é uma parte de um todo que partilha o mesmo objectivo. Quando assim não é, a derrota é certa.
Basicamente, é como aquela história da boa e da má moeda. E, na minha opinião, a má moeda não constrói a fortuna.
Quando há soldados que, acima da vitória, querem protagonismo, ou que dão facadas nas costas de outros soldados do mesmo exército, a derrota é sempre o cenário mais previsível.
Sendo a política, sobretudo em período eleitoral, uma espécie de guerra, o burro é aquele que ousa enfrentar estas regras, que são as mais elementares. E que pensa que o bom soldado está disposto a suicidar-se numa guerra que estará, a priori, irremediavelmente perdida.
Basicamente, é como aquela história da boa e da má moeda. E, na minha opinião, a má moeda não constrói a fortuna.
Quando há soldados que, acima da vitória, querem protagonismo, ou que dão facadas nas costas de outros soldados do mesmo exército, a derrota é sempre o cenário mais previsível.
Sendo a política, sobretudo em período eleitoral, uma espécie de guerra, o burro é aquele que ousa enfrentar estas regras, que são as mais elementares. E que pensa que o bom soldado está disposto a suicidar-se numa guerra que estará, a priori, irremediavelmente perdida.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
A margem de manobra de Paulo Bento
Será Paulo Bento um treinador limitado? Ou será que, com mais jogadores de qualidade, poderia fazer melhor? São estas as duas interrogações que os sportinguistas colocam acerca do seu treinador. A primeira questão é a que mais preocupa, porque, se Paulo Bento for mesmo um treinador limitado, o Sporting perdeu muito tempo numa aposta que não dá garantias de estar certa. A segunda questão é a que vai mantendo, ano após ano, Paulo Bento como treinador da equipa principal do Sporting.
É verdade que, com Ronnys, Abeis, Toneis, Romagnolis, Farneruds, Purovics, Alecsandros e Tiui, os resultados do Sporting têm sido um milagre. As apostas de Bento saíram normalmente vencedoras, tanto na altura de pôr Veloso e Vukcevic de parte (porque são, agora, duas mais-valias preciosas do plantel), como na altura de, sem dinheiro, apostar em jogadores jovens (Rui Patrício, Carriço e Pereirinha) e mexer-se no mercado (comprando Izmailov, Vukcevic, Fernandez e Caicedo, este último, ex-titular do Manchester City, que vem por empréstimo e valerá provavelmente os dez milhões que pedem por ele).
O futebol, ou melhor, a qualidade do futebol praticado é que não é suficiente. Mas cá está aquela dúvida: será que, com melhores jogadores, o Sporting poderia ser, com Paulo Bento, campeão e jogar, ao mesmo tempo, futebol de qualidade? Uns dirão que, provavelmente, sim. Outros dirão que não.
Eu sou daqueles que "se passa" com o Paulo Bento em algumas alturas, sobretudo naquelas em que a sua teimosia extravaza. Mas, tendo em conta a diferença de orçamentos (e de plantel) face a Benfica e Porto, creio que o segundo lugar, a presença na Liga dos Campeões e os títulos conquistados sempre couberam merecidamente ao Sporting. E esse mérito terá de ser, irremediavelmente, de Paulo Bento, apesar de, num ano, ter contado com a aselhice de Cajuda e nos outros com os erros do Benfica. Que, este ano, outra vez, me parece que não conseguirá ir além do terceiro lugar. Apesar da euforia de início de época, que, por culpa(!) dos seus dirigentes aumenta de ano para ano, a par do seu passivo.
Também é certo que o que Paulo Bento ainda não fez, ou seja, fazer do Sporting um clube tão constantemente ganhador como o Porto, nenhum outro treinador conseguiu fazer nos últimos 25 anos. Mas, para mal de Bento, no passado recente, um Sporting (também com um plantel limitado) jogou bom futebol, mereceu ser campeão e chegou à final da Uefa com Peseiro. E, nos últimos dois anos, o Sporting nem mereceu ser campeão, nem jogou bom futebol e apenas numa época conseguiu superar o seu passado na milionária Liga dos Campeões. Estes anos de jejum de títulos nacionais, de cabeça baixa no final dos jogos, em que, muitos jogos, em vez de terem sido ganhos pelo Sporting, foram perdidos pelos seus adversários, com Bento como homem do leme têm agravado a situação de Paulo Bento.
A sua margem de manobra é, neste ano, mais reduzida. Mas, ao contrário dos dois anos passados, é reduzida ao ponto de ter de pôr o Sporting a jogar à bola. Porque um meio campo com Veloso, Moutinho, Fernandez e Izmailov (quando voltar e, possivelmente com mais um reforço) tem a obrigação de jogar bom futebol. Porque um ataque com Liedson e Caicedo tem de ser produtivo. Porque ter no banco jogadores como Rochemback, Adrien, Pereirinha, Djaló e Postiga dá muito mais garantias. A defesa, que é o sector aparentemente mais fraco, tem sido o sector mais eficaz. Ou seja, tudo isto somado não dá razão para depressões. Nem margem de manobra a Paulo Bento. Que, com uma época igual às duas que passaram, terá assegurada a sua saída.
Mas eu espero que Bettencourt lhe dê a confiança necessária para sobreviver a um possível complicado início de época. Porque, desde que sou vivo, o Sporting que chegou a campeão foi aquele que começou mal a época e que cresceu ao longo do campeonato. O mesmo aconteceu com Porto e Benfica no ano passado: o que começou bem ficou em terceiro, o que começou mal acabou campeão. E só não se confirma essa regra quando é o Porto que começa bem. Porque a verdade é que, bem ou mal, o normal é que o Porto acabe em primeiro lugar.
Não sabendo se é Paulo Bento que é limitado ou se as limitações estão ao nível do plantel, vou torcer, sempre no estádio, para o sucesso do treinador. É do lado dele e atrás dele que todos os sportinguistas têm de estar. Na mesma luta, no mesmo fim, mas agora sem margem de manobra para falhar.
Até porque seria bom sinal que, no final da temporada, um estádio cheio a entoar cânticos de vitória tivesse uma faixa a dizer "Paulo Bento Forever". Mas, para isso acontecer, Paulo Bento terá de ser, também, um treinador mais ambicioso.
sábado, 8 de agosto de 2009
As providências cautelares e a noite algarvia
Já ninguém tem paciência para as providências cautelares feitas no intuito de encerrar algumas discotecas. Providências cautelares que apenas visam favorecer aqueles que são prejudicados por essas mesmas discotecas, concorrentes, que lhes tiram a clientela.
O que acontece é isso mesmo: em vez de se melhorar o espaço, o atendimento, o preço, a música, lá vai mais uma providência cautelar. Acaba por ser o caminho mais fácil. O que, neste caso concreto, pode vir a ser prejudicial para aqueles que, aproveitando as férias de verão, gostam de bons espaços para se divertirem à noite.
Soube, por um jornal desta semana, que se avançou para uma providência cautelar (PC) para se fechar duas discotecas do Algarve. Falo do Manta Beach e do Faces. E o fundamento dessa PC residia no facto de esses espaços serem temporários. Sendo o Algarve um local onde predomina o turismo sobretudo entre Julho e Setembro, será que esse fundamento basta?
Faça-se a Justiça que se fizer, mas se for encerrado, por esse motivo, um local como o FACES, quem perde é o Algarve. Porque o FACES, pelo espaço, pela música e por tudo o resto, ajuda a que muitos jovens venham e fiquem durante mais tempo. E sem as noites do FACES, com as outras boas discotecas a quilómetros de distância, as noites do Algarve perdem quase tudo o que têm de bom (e só não digo o mesmo do Manta porque ainda não fui lá). Até porque as alternativas mais próximas, entre Albufeira e Vale do Lobo, não têm argumentos para compensar essa perda. Assim sendo, não posso deixar de criticar a Associação de Discotecas do Sul e Algarve, cujo dirigente é proprietário de duas outras discotecas por uma providência cautelar que, espero eu, tem de ser inconsequente. Para bem da noite algarvia.
Ser-se melhor em tudo não quer necessariamente dizer que se esteja a fazer concorrência desleal.
O que acontece é isso mesmo: em vez de se melhorar o espaço, o atendimento, o preço, a música, lá vai mais uma providência cautelar. Acaba por ser o caminho mais fácil. O que, neste caso concreto, pode vir a ser prejudicial para aqueles que, aproveitando as férias de verão, gostam de bons espaços para se divertirem à noite.
Soube, por um jornal desta semana, que se avançou para uma providência cautelar (PC) para se fechar duas discotecas do Algarve. Falo do Manta Beach e do Faces. E o fundamento dessa PC residia no facto de esses espaços serem temporários. Sendo o Algarve um local onde predomina o turismo sobretudo entre Julho e Setembro, será que esse fundamento basta?
Faça-se a Justiça que se fizer, mas se for encerrado, por esse motivo, um local como o FACES, quem perde é o Algarve. Porque o FACES, pelo espaço, pela música e por tudo o resto, ajuda a que muitos jovens venham e fiquem durante mais tempo. E sem as noites do FACES, com as outras boas discotecas a quilómetros de distância, as noites do Algarve perdem quase tudo o que têm de bom (e só não digo o mesmo do Manta porque ainda não fui lá). Até porque as alternativas mais próximas, entre Albufeira e Vale do Lobo, não têm argumentos para compensar essa perda. Assim sendo, não posso deixar de criticar a Associação de Discotecas do Sul e Algarve, cujo dirigente é proprietário de duas outras discotecas por uma providência cautelar que, espero eu, tem de ser inconsequente. Para bem da noite algarvia.
Ser-se melhor em tudo não quer necessariamente dizer que se esteja a fazer concorrência desleal.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
A Fiorentina
Depois de um minuto de sorte, o sorteio desta manhã não poderia ter sido pior para o Sporting.
Porque poderia ter saído um desconhecido Timissoara, acessível para o Sporting. Um Celtic, menos fácil mas também acessível. Ou até mesmo um Atlético de Madrid, em que, com o favoritismo de jogar em casa, uma boa prestação na capital espanhola, levaria certamente o Sporting para a Champions League. Mas não. O sorteio ditou o pior possível.
O pior possível, também porque a Fiorentina é a equipa pela qual torço fora de Portugal. É quase que uma segunda equipa para mim, sobretudo pela sua apaixonada massa associativa. Além do mais, a Fiorentina, como equipa, é boa da baliza ao ataque, tem o privilégio de ter uma defesa (além do guarda-redes Frey) muitíssimo experiente e um meio-campo que, apesar de ter perdido Felipe Melo para a Juventus, tem Marchionni (vindo também de Turim) que se junta a Kuzmanovic e Montolivo, dois jogadores que, para mim, têm um grande futuro pela sua frente. Além deles, Semioli, Jorgensen e Santana gozam de muitos anos de casa. Mas o pior, do ponto de vista do Sporting, é o ataque que, com Mutu, Gilardino, Jovetic (que joga melhor à esquerda e tem um enormíssimo potencial), além de Castillo que, salvo erro, se transferiu do Ascoli, é claramente amedrontador.
Em suma, a Fiorentina tem um treinador experiente, uma equipa que se tem mantido e reforçado ao longo do tempo, podendo, com essa estratégia, estar hoje entre os quatro primeiros do campeonato italiano. É a única equipa, entre as possíveis do sorteio, realmente completa, em que o Sporting, para a poder ultrapassar, tem de estar muito concentrado durante todos os minutos, tem de ser eficaz na frente e, sobretudo, não pode perder de vista a linha dianteira da Fiorentina. Até porque, jogando com equipas italianas, as derrotas acontecem em pequenas distracções e pequenos erros, que os italianos aproveitam, normalmente, para matar o jogo. Contudo, a Fiorentina é mais conhecida por sofrer poucos golos do que marcar muitos.
Adorava poder ver a Fiorentina na Liga dos Campeões. Foi, afinal, uma grande alegria para mim quando a equipa da maravilhosa cidade de Florença conseguiu ficar à frente do Génova, numa disputa intensa na época passada, apesar de ter ficado com os mesmos pontos. Se não me engano, a Fiorentina (assim como o Génova) fez 68 ou 69 pontos. A apenas seis pontos da Juventus e do AC Milan. E foi um empate a um, com o Lecce, já na penúltima jornada da Serie A que permitiu que a Fiorentina pudesse estar na Champions. Para não ir, o Génova teria de impôr uma goleada estrondosa na última jornada, o que não conseguiu, ficando-se pelos 4-1.
Conversa e memórias de lado, o Sporting terá pela frente uma equipa organizada, mas com alguns pontos fracos. Uma equipa a quem não é fácil marcar golos. Uma equipa que tem, do meio campo para a frente, um plantel quase de luxo. Mas que nem por isso me deixa de fazer sonhar. Em ouvir o hino da Liga dos Campeões, outra vez, no Palco dos Sonhos, que é o Estádio de Alvalade.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Primeiro, os interesses do País
Como tem sido hábito em alturas difíceis, vários meios da comunicação social têm estado entretidos com diversos fait-divers com um objectivo específico: desviar a atenção das pessoas daquela que é a sua preocupação e motivação central – derrotar Sócrates.
Agora, são as listas do PSD. Apenas porque Manuela quis escolher os seus.
Os que no passado recente não a apoiaram também queriam estar nas listas. Reparemos que as listas do PS não eram assim tão apelativas para os supostos opositores internos de Sócrates, tendo mesmo os alegristas recusado a entrada nessas listas.
Porque é que isto acontece? Porque há uma minoria de sujeitos, no PSD como em todos os partidos, mais interessados em arranjar tachos (mesmo que, no passado, não fizessem por merecerem a chamada para cargos públicos) do que em derrotar Sócrates. Sujeitos que, pelos vistos, se revelaram agora.
Por exemplo, onde é que esteve o presidente da Distrital de Lisboa? Porque deveria ter sido ele a pedir publicamente a saída de António Costa da “Quadratura do Círculo” para garantir uma posição de igualdade, assumindo a mesma atitude que Santana tomou em 2001. Não o fez. Mesmo sabendo que essa omissão pode ser prejudicial para o candidato do seu partido da capital do Distrito a que preside.
Talvez tenha andado a votar uma moção de apoio a uma candidatura a Oeiras, à revelia da Direcção Nacional do Partido. Suportando, com isso, a colocação de cartazes, pela secção de Oeiras, de apoio ao referido e suposto candidato. Que afinal já não o era. Fê-lo, sabendo que isso poderia ser prejudicial para a (verdadeira) candidata do seu partido.
O porquê destas atitudes está nos seus apoiantes. Que são os mesmos que tudo fizeram para que Santana caísse. Em Lisboa e no País. E que assumem uma atitude quase vingativa para os seus opositores internos. Que, entretanto, deixaram de o ser, porque respeitam a vontade dos militantes. Como pode este presidente da Distrital apoiar verdadeiramente Santana Lopes? O que fez foi decidir o que já estava irremediavelmente decidido pela Direcção Nacional do Partido. Não apoiou Ferreira Leite. Entrou em guerra com alguns dos seus apoiantes. E juntou-se ao que de pior existe no PSD. Sim, porque repito, no PSD, como em todos os partidos, nem todos estão com os mesmos interesses. Que deveriam ser políticos e públicos e não privados ou particulares.
Quando Carlos Carreiras coloca a possibilidade de se demitir, demonstra que os seus fins eram apenas os de colocar pessoas. Onde é que está o respeito por quem o elegeu? Onde é que está a defesa dos verdadeiros e ambiciosos interesses do Partido e do País?
Em Lisboa, é assim que se explica esta história. E é assim que se alimentam fait-divers. Que só servem para desconcentrar as pessoas daquele que é o desafio de todos – derrotar José Sócrates e o Partido Socialista. E, nas eleições autárquicas, juntar a uma vitória nacional, uma saborosa vitória em Lisboa.
Agora deixemos os fait-divers e canalizemos as nossas forças para derrotar Sócrates. Até porque é isso que o país quer. Trabalhemos para isso. Para uma política de verdade no País. Para uma Lisboa Com Sentido. Os portugueses só têm a ganhar se assim for. E mesquinho é quem não pensa assim.
Twente fez de Alkmaar
Os holandeses dificilmente se vão esquecer do Sporting. Porque, na noite que passou, o Sporting voltou a eliminar uma equipa holandesa no último minuto do jogo.
Quanto ao jogo de hoje, ainda com a garganta arranhada por força do grito do golo, o que posso dizer é que a exibição do Sporting voltou a não convencer. Mas convém dizer que na esmagadora maioria desta eliminatória o Sporting jogou contra uma equipa que estacionou o autocarro à frente da baliza. Convém sublinhar a dedicação e a vontade dos jogadores do Sporting, que acreditaram durante 180 minutos. E o potencial de uma equipa claramente reforçada com Caicedo (apesar de não marcar muitos golos, será, certamente, fundamental), André Marques (muito melhor que Caneira e Grimi), Miguel Veloso (onde é que este Veloso andou?) e Matias Fernandez (com a condição de que terá de ter mais ritmo).
Já se diz que não Caicedo. Caitarde. Mas cai dentro da baliza certa, a tempo de sermos apurados.
Volto a dizer que o Sporting precisa de se reforçar. Pelo menos com um lateral (direito) e um médio (que faça os rasgos, que os nossos não são capazes de fazer). Mas hoje senti uma equipa unida, capaz de construír uma vitória que a moralizará para o futuro. Porque não interessa ganhar os jogos da pré-época quando se vacila nos jogos a sério. Como acontece noutros lados, em histerismos que duram apenas até meados do Inverno.
Disse o conceituado treinador do Twente que esta derrota foi uma lição para a vida. Foi. Mas o anti-jogo ao longo da eliminatória fez por merecer esta derrota. Com os longos minutos gastos pelo guarda-redes, por não haver bola para recomeçar o jogo, pela demora em marcar as faltas, os cantos e os lançamentos, além do tempo (e timming) das substituições.
O Sporting ganhou, sim. Com esforço. Com muito esforço. Tanto como a dedicação e a devoção. Ganhou contra uma imprensa que arrasa todos os dias a equipa. Mas ganhou bem. Ou será que houve outra equipa que, pelo menos, quisesse mesmo jogar?
O Sporting ainda não convenceu. Os críticos, os jornalistas, os treinadores de bancada, os seus sócios e adeptos. Mas venceu. Que era o essencial. E isso, nesta altura, é o que interessa.
Com menos ansiedade e jogando aquilo que sabe, mas reforçado, este Sporting pode perfeitamente continuar a dar alegrias aos seus adeptos. Alegrias tão grandes como a que deu, outra vez num canto, outra vez no último minuto, na noite que passou, outra vez na Holanda. O herói voltou a ser, outra vez, o mais improvável. E, em vez de Rui, foi Rei...Patrício.
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