Os traidores do Sporting

Um sportinguista que quer que o Sporting perca não é um sportinguista.

É um traidor.

Os presidentes, os treinadores, os jogadores estão sempre de passagem.

Nós próprios, adeptos, também. Já havia Sporting quando nascemos. E Sporting continuará a haver quando morrermos.

Os verdadeiros sportinguistas são do Sporting até à morte.

São os que sofrem com as derrotas, os que festejam as vitórias, são aqueles a quem um empate sabe sempre a pouco e faz azia, são os que se revoltam com faltas de esforço, dedicação e devoção. E também com as faltas de profissionalismo.

Um verdadeiro sportinguista vive intensamente os períodos bons e os períodos maus.

O Sporting sobreviveu sempre aos momentos maus.

E já viveu, em cento e quatro anos de vida, muitos momentos bons.

No futuro, vai continuar a ser assim. Vão haver períodos bons e períodos maus.

Mas o verdadeiro sportinguista vai continuar a ser aquele que não só irá querer que a equipa ganhe sempre, em todos os lugares, e em todos os momentos, como também tudo fará para que o sportinguismo exemplar de adepto possa ser um estímulo para todos os atletas, dirigentes e funcionários deste grande clube.

E quem quiser que o Sporting perca, por um dia que seja ou por um mero jogo, vai continuar a ser um traidor do clube.

Traidor, sim. Porque tanto é traidor aquele que tem uma relação extra-conjugal permanente e contínua como aquele que sai uma única noite com outra mulher.

Na bancada e na vida deste Clube, continuaremos presos ao nosso ultra-conservadorismo, a olhar de lado os traidores, a repudiar os seus comportamentos, a desprezá-los. Porque eles não são exemplo para ninguém.