sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Benfica e a Europa


Aparte os casos do túnel e a escandalosa suspensão a Hulk, do FC Porto, e a Vandinho, do Sporting de Braga, uma coisa é certa: o Benfica de Jorge Jesus joga o dobro de um outro Benfica, de Quique Flores.
Isso deve-se a um mérito partilhado. Entre Jorge Jesus, Rui Costa, Vieira e muitas outras pessoas, umas com mais visibilidade que outras.
O Benfica foi audaz. De resto, durante o Verão contratou alguns jogadores que eu próprio recomendei ao Sporting. Não era preciso virem todos, bastavam alguns, dois ou três. O Sporting, com esses dois ou três jogadores que agora abrilhantam a carreira do Benfica em todas as competições, teria sido um fortíssimo candidato a campeão nacional e a fazer uma carreira bem sucedida na Europa.
Estou convencido de que o Benfica irá ser campeão nacional. Sobretudo após o deslize do Porto em Matosinhos, a missão ficou difícil para os nortenhos da Invicta. Os nortenhos de Braga, privados de um grande jogador e a terem de jogar em Lisboa e no Porto contra os outros clubes que estão no pódio, terá uma missão quase impossível.
O Benfica foi também inteligente ao antecipar a jornada 20. Se foi possível, tenho de partir do princípio (por muitos questionado) de que era permitido. Do mesmo modo que foi permitido, o Estoril ter recebido o Benfica, há cinco anos… no Algarve.
O Benfica não é Portugal. É um clube português. E, sendo possível, tem de haver um apoio nacional ao Benfica nas competições europeias, do mesmo modo que todos apoiámos (e vibrámos) com as vitórias europeias do FC Porto e com a ida do Sporting a uma final da Uefa.
Seria muito importante que, num espaço de 10 anos, o futebol português visse os seus três grandes presentes em finais europeias. De preferência, ganhando-as. E esta Liga Europa está ao alcance do Benfica. Por isso, o Benfica tem, este ano, uma oportunidade única. Que não deve desperdiçar. Está em causa o orgulho benfiquista, de querer, pelo menos, ir tão longe, como os seus principais e normais rivais foram nas competições europeias, nas suas melhores épocas recentes.

5 comentários:

Anónimo disse...

vota Fernando Nobre

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Bruno Ferreira Costa disse...

António,
Deixo aqui apenas uma nota relativa à antecipação do jogo com o União Leiria. Não só era possível, como obrigatório a Liga autorizar a mudança do jogo, uma vez que o Benfica joga já na terça-feira a 2ª mão da Liga Europa.
Tem de existir um intervalo de 72 horas entre jogos, o que não seria respeitado, caso o Benfica jogasse este fim-de-semana.
Abraço

Tiago Mendonça disse...

Tiro o chapéu ao teu texto.

Uma breve nota ainda. Eu também pensava que o Benfica tinha feito uma excelente "jogada" ao antecipar a jornada. Não havendo problemas de licitude, achei uma boa forma de gerir o esforço dos jogadores. Mas afinal é uma imposição legal.

Existindo jogos para as competições Europeias o clube tem que descansar 72 horas entre o jogo europeu (se for fora) e o jogo nacional e 48 horas entre o jogo europeu e o jogo nacional (se for em casa).

O Benfica jogou Quinta-Feira às 20h05, pelo que só poderia jogar Domingo a partir das 20h05. Ora isso colidiria com o segundo jogo europeu que é terça As 17horas, pois não existiria o descanso das 48 horas.

Anónimo disse...

Sinceramente, ainda não consegui entender a dificuldade de entender esta imposição.
O texto está muito bem escrito, realmente.
Mas, ainda falarem em jogada inteligente, quando todo o mundo desportivo, com certeza que sabe o porquê da antecipação, acho que é mesmo o querer justifcar o possivel campeonato ganho pelo Benfica, com manobras fora de campo.
Aliás, como todos os não benfiquistas, ainda hoje falam no jogo no Algarve, como se tivesse sido por causa desse jogo, no Algarve, que o Benfica tivesse sido campeão.
Enfim.

António Lopes da Costa disse...

Não pus em causa a antecipação do jogo da Luz contra o Leiria. Dei, de barato, de que era permitido e não sabia que o Benfica iria jogar tantas vezes num curto espaço de tempo.
Não valerá a pena voltarmos ao jogo do Algarve. Até porque se realizou num ano em que o próprio presidente do Benfica já disse que teria sido preferível o Benfica não ganhar.
Mas esse jogo do Algarve foi o jogo mais escandaloso que vi, não só pelo palco onde se realizou, mas pela arbitragem que lá se passou. Que levou o adjunto do Estoril a abandonar o banco perto dos 20 minutos.
O Benfica vai ser campeão. E não vai ser campeão graças a um jogo realizado antecipadamente. O Benfica é campeão porque Javi Garcia e Luizão não foram castigados quando agrediram adversários, porque Hulk fica de fora vários meses, assim como Vandinho e porque este é o único campeonato do Mundo em que a Justiça desportiva faz com que se afastem dos relvados alguns dos melhores jogadores que cá jogam.
Com todas estas ajudas, o Benfica deveria já estar com vários pontos de avanço sobre Porto e Braga.
Este campeonato foi decidido, há muito tempo, por dois motivos: arbitragens parciais (o próprio Vitor Pereira admitiu esse problema) e um conselho de disciplina típico do Estado Novo, que constitui uma raridade em todas as ligas com alguma qualidade da Europa.