terça-feira, 23 de outubro de 2012

O projecto de Godinho Lopes morreu

O Sporting vive, sobrevive, mas o projecto desportivo de Godinho Lopes está morto, e bem morto.
Duque e Freitas eram os trunfos eleitorais. Os trunfos que fizeram Godinho ser o segundo mais votado pelos sportinguistas, mas, mesmo assim, eleito Presidente do Sporting. Caíram, como caiu Domingos, como caiu Sá Pinto, como caiu a força anímica de uma equipa que joga sempre entregue a si própria. E, entretanto, caíram dois vice-presidentes, um deles com enorme peso e influência.
Parece-me legítimo, por isso e por se ter, em Outubro, perdido a época, que se pense, já, em substituir o presidente que menos sucesso teve à frente do Sporting. Veio para substituir o pior presidente da História e tomou-lhe o título.
Há quem diga que este é o fim do Sporting, tal como o conhecemos. É, de facto, um período de urgência. Mas o Sporting sempre foi aquilo que os sócios quiseram. Estamos fartos de mais do mesmo. Das voltas e mais voltas que um grupo minoritário de sportinguistas dá para continuar a liderar o clube, sempre em prejuízo do Sporting.
Chega do discurso dos pequeninos, dos pobrezinhos, de recorrer à porcaria do Couceiro.
Pelo menos, sejam profissionais!
O tempo é de mudança. E, de Outubro a Julho, há tempo para reorganizar, para repensar, para reconstruir.
Espero que, desta vez, não nos impeçam de reerguer o Sporting.
O Sporting vive, enquanto viverem os sportinguistas.
E, enquanto viverem sportinguistas, o Sonho persiste.
Que seja, então, concretizado.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A farsa chamada PC


Pode não vir na primeira página do Expresso, do Público ou mesmo do Correio da Manhã, mas não há maior farsa, em Portugal, do que a existência do Partido Comunista.
Depois de mais de trinta anos no poder local, faliram várias Câmaras Municipais. Aplicam a receita da troika desde antes de "Gaspar" ter apresentado a sua proposta de Orçamento de Estado. Há IMI's, em Câmaras Municipais comunistas, que aumentaram mais de 2000%. E vários dos presidentes de Câmara eleitos pelo Partido Comunista, assim como os seus familiares, ganham obscenidades, em cargos que são pagos à custa de cada um de nós. 
Diga-se, ainda, que esta realidade tem, mais do que o conhecimento ou o aval, a própria cumplicidade do Partido Socialista. Veja-se o que se passa na Câmara Municipal da Chamusca e na Águas do Ribatejo. Veja-se também o exemplo, o bom exemplo, que é dado por vários autarcas do PSD, como Fernando Costa, nas Caldas da Raínhas.
Há comunistas que podem, querem e mandam. E, perdoem-me a expressão, mas também "mamam". À custa do sacrifício de quem trabalha. 
Têm demasiados telhados de vidro para que possam atirar pedras.
E não podem ficar imunes à Justiça!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Acordai.




Tenho vinte e quatro anos de vida e só conheço o Portugal democrático. Ainda assim, tenho memória, a suficiente para me lembrar que a vida foi barata durante muitos anos. Comia-se um hambúrguer por menos de metade do preço. As pessoas viviam bem, a cidade estava cheia de gente e, no mundo rural, havia movimento. Nesses primeiros anos, de ilusão para os portugueses, acho que me consegui iludir a mim próprio. A vida corria bem a toda a gente e, ao Estado, não parecia faltar o dinheiro para os grandes eventos da mudança de século, nem para as auto-estradas que nos ligam uns aos outros.
Se me perguntarem o que foi que mudou, entretanto, eu confesso que hesito em explicar. Sei quem governou durante um período considerável de tempo e sei o que fez. Sei também quem enriqueceu e quem, estrangulado pelo Estado, pede emprestado para poder comer.
Sei também que não há justiça. Que os protegidos estão bem protegidos. E que os desprotegidos podem não demorar um ano a morrer de fome. Conheço a conjuntura, mas permitam-me que não me sinta responsável.
Sim, está bem. Sou social-democrata desde que me conheço, militante do PSD desde que posso. Mas não me revejo neste excesso de austeridade. E não acredito, precisamente, porque sou social-democrata.
Não há país que sobreviva sem classe média. Não há sociedade que se desenvolva sem uma economia a funcionar. Não há caminho para o crescimento que possa ser encontrado num beco sem saída que nos força a andar para trás. Não acredito nesta receita, demasiado indigesta para que o povo, excessivamente sacrificado, a possa engolir.
Mais do que militante do PSD, sou social-democrata. E sou precário, como parte considerável dos jovens que não alinhou na debandada. Trabalho mais do que as oito horas diárias, que as quarenta horas semanais e, se for preciso, ainda me pedem para trabalhar ao fim-de-semana. Aceito isso, como é óbvio, porque preciso de viver e de ganhar, pelo menos, para poder almoçar com os meus colegas. Mas acho uma injustiça que se diga que é este governo que castra o futuro dos jovens.
Não alinho no bota-abaixo da esquerda radical, e também a há no PS, que quer proibir aquilo que não gosta e liberalizar o que é anti-natural e perturbador social. Por exemplo, quando se bateram para que um gay pudesse casar com outro gay esqueceram-se que os governos, dos partidos do centro, estavam a levar o país para um buraco demasiado fundo para que um jovem pudesse, em idade “útil”, pensar em casamento. Com um homem ou com uma mulher.
Não há partido que possa ser desresponsabilizado pelo estado em que nos deixaram o país. Não há. Da esquerda à direita, passando, logicamente, pelos governos de Cavaco a Sócrates. Sempre sem esquecer Guterres. E não contando com os que, quando nos tentavam levantar, foram empurrados porta fora. Mesmo assim, como acima justifiquei, não acredito que esta seja a cura para um país que se herdou doente. O povo sempre disse, e com razão, que, se não se morre da doença, morre-se da cura.
Só posso aceitar com intolerância a sugestão do primeiro-ministro para as pessoas da minha geração. Aceitaria, se dissesse que a culpa foi da geração dele. E, talvez, da que lhe antecedeu. Mas não aceito o convite, que obviamente retribuo, para fazer as malas.
Não me consigo, ainda assim, resignar. Mas não posso, nem quero, continuar a trabalhar para aquecer, para pagar a casa a quem não quer trabalhar e para pagar abortos, por exemplo.
Sei que este é um tempo extraordinário, de sobrevivência social, de sacrifício nacional, e, por isso, aceito algumas das sugestões que, noutro tempo e por princípio, nunca aceitaria. Por exemplo, aceito que, nesta altura, se considere a hipótese de legalizar, para tributar, a prostituição. As putas, se querem ser putas, que contribuam para nos tirar do pântano.
Este é um tempo extraordinário. Para nós, para o país e para o partido que lidera a coligação que nos governa. Sugiro, agora apenas como militante, que se faça um congresso extraordinário, aberto a todos os militantes, para que nos expliquem o caminho, para que nos expliquem onde acham que nos vão levar. Sei que, como eu, há milhares de militantes, trabalhadores, social-democratas, inconformados e inconformistas.  E, se o governante não ouve o governado, é porque não sente, ou nunca sentiu, as dificuldades por que passamos.
Como portugueses, queremos honrar os compromissos. Mas não podemos matar o país nesta espécie de tentativa de suicídio colectivo em que se traduz a proposta de Orçamento de Estado.
Não acredito no PS, que me faz pagar, todos os dias, dívidas que não são minhas. Não acredito na esquerda radical. Porque estiveram desatentos e porque não há nada que seja mais comunista do que tirar ao que tem para dar ao “pseudo-todo” que é o Estado.
O PSD existe, está vivo. Acredito, por isso, muito mais nas propostas alternativas que possam surgir internamente do que em meros slogans hipócritas e utópicos vindos daqueles que continuam a jogar ao toca e foge.
Acredito na social-democracia e estou convencido de que ainda há social-democratas no PSD. E é a esses que me dirijo com uma palavra. 
Acordai.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O futuro treinador do Sporting tem de ser este!


É a minha recomendação, que agora torno pública. E falo, logicamente, do senhor que está à esquerda, junto a José Mourinho. Pensarão que é imaginação, semi-estupidez, porque o vosso primeiro pensamento é que um é imitação do outro. Estão enganados. Se fosse eu a decidir, decidiria contratar Rui Faria para treinador do Sporting, e explico-vos já porquê.
Estamos no princípio de uma época. A oito pontos do primeiro, é certo, mas com um campeonato para jogar. Existe a convicção de que temos um bom plantel, com um leque de jogadores que, se bem trabalhados, podem valer pequenas fortunas.
Escolher um treinador estrangeiro não é, por isso, uma boa solução.
Scolari é caro. Muito caro. Não dá garantias porque falhou nos clubes por onde passou recentemente. E iria sair ainda mais caro na hora de o despedirmos.
Luis Enrique prometeu. E falhou. Redondamente e na Roma. Não dá garantias.
Os holandeses são bons. Muito bons. Principalmente, Marwick. Mas não conhece o futebol português. Seria uma boa solução para o fim de uma época, numa fase em que pudesse preparar logo a época seguinte. Não conhece o futebol português.
Co Adrianse é uma solução interessante. Tem um estilo de jogo ofensivo. Demasiado ofensivo para o Sporting. 
Dos estrangeiros, resta Valverde. Seria fabuloso noutras circunstâncias. As mesmas em que Marwick poderia servir.
Assim, o próximo treinador do Sporting tem de ser português. E, aqui, há duas hipóteses, desconsiderando, desde logo, a do Professor Jesualdo, certamente empurrado para a imprensa pelos seus amigos da compra e venda. Compram árbitros, vendem "treinadores" para a imprensa.
Falo, logicamente, de Jorge Jesus e Rui Faria.
Jesus seria difícil. Pediria demasiado dinheiro e está bem onde está. Se não houvesse outro, não tenho dúvida de que, nesta fase, o Sporting o iria "resgatar". 
Resta Rui Faria, numa espécie de the last but not the least.
Tem escola, faz parte de uma equipa ganhadora, tem tempo para trabalhar e condições para fazer um bom trabalho. Conhece o futebol português. É, por isso, muito melhor do que os outros.
O Sporting esteve para contratar Mourinho, não quis.
Esteve para contratar Villas-Boas, também não quis.
Agora, não há mesmo volta a dar, até porque não há duas sem três. E à terceira é de vez.
Com muita escolha, ficamos satisfeitos pela quantidade de gente que se disponibilizou para treinar o Sporting.
Mas, se a escolha já está feita, o que eu desejo é que o próximo treinador do Sporting seja Rui Faria.
Faremos com que se torne treinador.
Ele tem ano e meio para fazer, de nós, campeões.
Vai uma aposta?
Eu aposto no Rui. 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Em frente!


Ao contrário do que acontece quando se trata de outros assuntos, falar sobre o Sporting, em público, é algo que, na minha opinião, deve ser feito com pinças. Não quero enfraquecer publicamente a imagem do meu clube ou de quem o representa e os desabafos, quando são feitos, têm de ser escritos de forma a que não permitam ao leitor interpretar mais do que linha ou linha e meia de um conteúdo que acaba num ponto final.
Já o disse, e sublinho-o agora, que o Sporting tem uma direcção em quem não votei. É uma direcção que tem um projecto desportivo interessante e um projecto financeiro que, a meu ver, é o único que pode fazer com que o Clube, desportiva e financeiramente, tenha o estatuto público que sempre mereceu ter.
Às vezes, confesso que tenho dúvidas, incertezas e interrogações. Quando as tenho e não consigo resolver entre grupos restrictos de amigos, faço-o em salas nas instalações do clube onde as portas estão fechadas e onde estejam presentes as pessoas que, com poderes, me podem esclarecer.
Tenho contribuído, não só no apoio a todos os funcionários, atletas e dirigentes, mas também nas críticas que tenho feito, sempre saudáveis e construtivas, nos locais próprios.
Não vivemos tempos fáceis. Como seres humanos, como europeus, como portugueses cidadãos e contribuintes, como sportinguistas. E é essa consciência, que todos devemos ter, que não nos pode deixar em casa. 
A vitória de Sá Pinto, do balneário, de quem construiu o plantel e da direcção do Sporting frente ao Gil Vicente teve um valor especial. Foi feita em desespero e por amor a um projecto, a uma causa e a uma camisola. Onde não houve discernimento, houve alma e atitude. Com alma e atitude, ganha-se uma equipa, ganha-se um jogo e pode até ganhar-se balanço para, agora com discernimento, fazer a escalada até aos primeiros lugares da classificação.
Há lacunas por preencher. Sinto que ainda as há, na estrutura, ao nível da representação e da comunicação. Falarei delas no local próprio. Mas acredito neste projecto de Godinho Lopes, revejo-me nele e estou motivado com a sua concretização.
Acredito na marca Sporting, na internacionalização, na forma como, sem aumentar a dívida, se tem arranjado financiamento para uma equipa de futebol competitiva e com atletas vendáveis. Acredito na lógica de abrir portas aos sócios, a assumir que Alvalade é a casa onde devem estar as lendas do clube. Acredito também na expansão do clube além fronteiras, na abertura a sportinguistas que não podem ser sócios ou a estrangeiros que, por uma questão ou por outra, gostavam de se sentir parte deste clube. Acredito na exploração de novos mercados. Acredito numa forma de comunicar clara para com os sócios e dura com os adversários. Acredito num Sporting ousado na luta pela verdade desportiva, pioneiro nesta batalha em Portugal. Acredito na inovação da divulgação do nome "Sporting". Acredito no ecletismo, na aposta na formação de atletas profissionais ou não. 
Gostava de ouvir Godinho Lopes. Gostava que tivesse decidido que se recandidata daqui por ano e meio. Assumir que está e que quer continuar irá fortalecer o actual Presidente.
Se olharmos para os nossos adversários, temos um com 30 anos de poder e outro com 10. 
Na minha opinião, por estranho que possa parecer, estamos melhor que os nossos adversários. Apesar de, no imediato, não estarmos a conseguir os mesmos resultados desportivos, a lógica deste projecto liderado por Godinho Lopes é muito mais consolidada, do ponto de vista desportivo e financeiro, do que a de Vieira (que vai deixar uma pesada herança a quem se lhe seguir) e a de Pinto da Costa (cujo poder no FC Porto é, na prática, praticamente nulo).
Mas, tratando-se de desporto e de futebol, não há projecto que possa ser implementado, não há projecto que possa vingar, sem vitórias desportivas. 
Depois do roubo por Xistra na Madeira, o Sporting, mesmo roubado por Vasco em Alvalade (na disparidade de critérios, em dois foras-de-jogo em jogadas de golo que não existiram e numa expulsão), conseguiu a primeira vitória desportiva, no futebol, na competição que mais interessa.
É por isso, e só por isso, que estou contente. Muito contente. Eu, os 25 mil que ainda acreditavam, e os milhares ou milhões de leões que passaram a acreditar.
Temos, agora, de nos consciencializar das adversidades que o mundo, Portugal e o Sporting vivem. Aliás, nem que não seja por também as vivermos. Temos, por isso, de ser parte da solução para o problema.
Se há algum leitor com sugestões construtivas, pois que as faça, no domingo, em AG. Ou que marque uma reunião com alguém desta direcção que, para o sócio ou adepto, sempre teve as portas abertas.
Com humildade, numa fase de pegar em cacos para fazer renascer o sonho que nos fundou, o Sporting é demasiado grande para que tudo possa ser feito pela dezena de pessoas (ou pouco mais que isso) que o dirige. 
Todos somos parte e todos devemos ser parte.
Para já, ganhámos um jogo. Ou talvez até mais do que isso. 
Este fim-de-semana, continuamos na nossa luta.
No sábado, há que ganhar ao Estoril. No domingo, temos de fortalecer o Sporting em Assembleia-Geral.
Pois que o façamos, com sentido de responsabilidade e espírito construtivo. Por amor ao Sporting. 
E seguimos. Em frente. Em frente Sporting!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sorrir!



Há poucas coisas, na vida, que valem mais que o sorriso.O leão voltou a sorrir. O Sá também.
Estamos juntos. E, mais logo, volto a escrever sobre o Sporting.
Para já, é continuar a trabalhar. E a sorrir.
Em frente, Sporting!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Continuar!


Nada melhor do que acordar e ouvir a confirmação de que estamos todos no mesmo barco. Continuamos juntos. A respeitar os sacrifícios que vamos sentindo e que se estendem a uma maioria absoluta de cidadãos, mas, com sentido patriótico, de responsabilidade e de Estado, continuamos a luta para tirar Portugal do buraco onde o deixaram.
É preciso que acreditemos em nós e nos que, a nós, se quiseram juntar. Estamos juntos.
É sexta-feira e para a semana há mais.
Para a semana, a luta continua.
Ganhemos força. Portugal precisa de nós.
E, por Portugal, vale a pena continuar!
Bom fim-de-semana!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os lisboetas estavam rotundamente enganados





E Lisboa parou. Parou de vez.

Assim também eu!

Do ponto de vista político, Seguro esteve muito bem na comunicação que fez aos portugueses.
Se o Governo não recuasse, iria fazer uma moção de censura e votar contra o Orçamento. Seria populista.
Se o Governo recuasse, o PS ficaria bem visto, sendo responsável pelo recuo. Seria, também, populista.
Ontem, Seguro estragou tudo.
Começou a entrevista, deixando bem claro que não quer ser Governo, pelo menos, nesta altura.
Depois, disse que apresentou medidas alternativas, mas confessou que ainda não fez as contas.
E, quando questionado sobre o facto de não ter alertado no passado, quando era deputado do PS que suportava o Governo de Sócrates, Seguro disse apenas que não queria falar do passado.
Assim também eu!
São três verdades, inesperadamente divulgadas desta forma.
Para Seguro, que se lixem os portugueses.
E é por isso, quase mesmo só por isso, que, se hoje houvessem eleições, eu iria contribuir para dar ainda mais legitimidade a esta coligação, que a minha geração já aprendeu ser o único meio governativo com que o país pode contar para "apagar fogos" e tapar os buracos deixados pelos socialistas.
Os tempos não estão fáceis. E vão ser piores ainda. Mas, pelo seguro, Seguro não pode entrar nas contas dos portugueses.

69




Ficou conhecido, na Assembleia da República, como o “número curioso”. E, no futebol, desde que decorra um segundo sobre um determinado minuto, o registo que fica é o do minuto seguinte.
Quando a imprensa desportiva dava conta de duas grandes penalidades supostamente mal assinaladas num daqueles fait-divers que são os jogos das equipas B, o que fica registado foi o que aconteceu, no Funchal, ao minuto 69.
Quando vejo as imagens, quando a vi em directo num stream que encontrei e que era comentado em árabe, na minha cabeça não conseguiu sair uma frase que, na rádio, se ouve muito.
“Está lá dentro!”
Estava. A bola entrou. É possível ver, de todos os ângulos, que a bola tinha de ter entrado. E, mesmo que houvesse dúvida, ter-se-ia de a dar em favor de quem atacava.
Mas não há dúvida. A bola entrou. Entrou mesmo. E ficou por validar o segundo golo legítima e legalmente marcado pelo Sporting na Madeira.
O minuto 69 marcou, portanto, a história deste jogo e deste campeonato. Que ficou ainda mais manchado quando se assinalou, a minutos do fim, uma falta inexistente em frente da área do Sporting. Foi um convite a rematar, um convite ao golo. Foi um convite ao roubo.
Esta é uma realidade de que ninguém fala porque não dá jeito. Há quem não queira ver, quem não queira perceber. Mas, sendo uma realidade, será revelada.
O Sporting jogou pouco e mal. Falta, a esta equipa, um extremo direito. Pelo menos isso. Carrillo pode desequilibrar, mas já não está no Perú e tem de ser muito mais competitivo. Quanto ao resto, tenho esperança em Viola e Labyad. E fé que Sá Pinto abra os olhos.
O Sporting tem de jogar mais. Muito, muito mais.
O início de época é alarmante, mas o Sporting depende de si para ser campeão.
De qualquer maneira, nesta luta entre grandes, há duas coisas que se salientam.
A primeira é que o Sporting não precisou de vender nenhum dos seus melhores activos.
A segunda é que o Sporting foi prejudicado, pela arbitragem, na Madeira. Prejudicado num golo.
A bola entrou, mas não contou.
E foi ao minuto 69.
Ele viu, mas fingiu.
E já que a expressão está na moda, que se lixe, também, o Carlos Xistra!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Sporting está como o Real Madrid

Este ano, também não tem equipa. E ninguém sabe onde é que o treinador tem a cabeça.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Meu querido 2009,

Helena Roseta diz que estão a roubar os portugueses. Como disse?
A CML gasta 750 mil euros para voltar a trazer o caos ao Marquês.
Há juntas, em Lisboa, que continuam a "passar" milhares e milhares de euros dos nossos impostos para o bolso de camaradas socialistas.
Mude-se o ministro. Recue-se nas medidas. Debatam, concretizem a democracia.
Faça-se um congresso extraordinário.
Mas salvem o povo. Salvem o povo dos socialistas.
Meu querido ano de 2009, era tão bom voltar atrás...
Um pouco mais de dinheiro no nosso bolso.
Muito menos dinheiro em off-shores.
De socialistas, estamos fartos. Salvem-nos deles.
E meu querido 2009...
Meu querido ano de 2009...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Regime faliu


Não sei, ao certo, o que mais revolta os portugueses. Se serão as medidas anunciadas pelo Governo.  Ou a inércia do principal partido da oposição, de quem não se vê nem ouve qualquer reacção. Dizem que Seguro vai falar com Cavaco. Como se Seguro (ex-deputado de um partido que, durante seis anos, apoiou um governo liderado por José Sócrates) ou Cavaco Silva (Primeiro-Ministro e Presidente da República durante demasiado tempo) não personalizassem o autêntico falhanço governativo desde 1995.
Sei que se fala, há muito tempo, de justiça. De justiça social. Mas, seja porque não se quer, seja porque não é possível, o que se exige, agora, é que seja feita justiça. Em nome do povo, em nome dos sacrifícios por que todos passamos.
Se há que ter mão pesada relativamente a quem, fraudulentamente, não cumpre as suas obrigações fiscais, também a tem que haver relativamente aos que, culposamente, arruinaram as contas públicas dizendo que as estavam a equilibrar.
O país irá parar de vez. Em manifestações e greves que não darão em coisa nenhuma. Os partidos continuarão a discutir o sexo dos anjos. E, ainda por cima, nunca os partidos estiveram tão partidos como estão hoje. 
Portugal deve começar, já, a discutir a falência do regime. De um regime que convidou à incompetência e à corrupção. Que foi vivendo, dando a sobrevivência ao povo em troca da riqueza espalhada entre seitas. Esse regime faliu. E fez falir dezenas de milhares de empresas e o próprio Estado.
Ninguém vê, nos ânimos exaltados pelo descontentamento, solução. Não dá para a ver. Porque, como comecei por dizer, pior do que não haver alternativa é a alternativa ser ainda pior que a solução temporariamente existente.
À esquerda, o PC continua fechado na caixa de onde nunca saiu desde 74. O Bloco começou com os experimentalismos típicos de quem não sabe o que quer. E o PS, adormecido na inércia de Seguro, parece, neste silêncio confrangedor, assumir o falhanço que levou aos efeitos que todos já estamos a sentir. A sentir e a pagar.
Neste cenário e perante a revoltante imutabilidade deste regime, e sem contar com os radicalismos utópicos da direita e da esquerda anarquista, não há alternativa.
O regime faliu. E é isso que devemos discutir. 
Talvez valha a pena recuar até 2009, onde se falou da suspensão da democracia portuguesa, que nem chega a ser democracia.
Talvez valha a pena voltar a 74,75 e 76, onde se construiu uma teoria para Portugal que assentava no Estado de Direito, na separação dos poderes, na liberdade mas também na justiça. Uma teoria que nunca deixou de o ser. Porque nunca se praticou.
Talvez valha a pena recuar até antes de 74. Apesar das evidências anti-democráticas, nessa altura, ao que consta, os políticos não enriqueciam com a política. E o povo nunca viveu acima daquilo que podia.
Não há nada mais duro, e porventura mais cruel, do que assumir aquilo que, durante décadas, rejeitámos. Há que acabar com preconceitos e, conhecendo agora os erros dos dois regimes em que viveram boa parte dos portugueses vivos, há que voltar a discutir o Estado, voltar a discutir o regime.
Ou então vamos para a rua gritar, pedir aquilo que sabemos que não nos podem dar, como seres selvagens e ignorantes, como quem apenas assobia para o ar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Thank you, friend!


A RTP


De manhã, a RTP dá as notícias. A seguir passa um programa de entretenimento para idosos. Uma espécie de programa do Goucha, sem o Goucha. Três horas depois, novas notícias, que antecedem uma tarde de telenovelas e programas de entretenimento. Depois, novas notícias, nomeadamente locais. E é a partir daí que a RTP joga com todas as cartas. O Preço Certo enche a casa dos portugueses. E a de Fernando Mendes também, com a quantidade de pratos, camisolas, galhardetes e chouriços que lhe oferecem. A seguir, as notícias. Segue-se o Quem Quer Ser Milionário com esse ou outro nome, sempre com formatos semelhantes e comprados. Curiosamente, depois aparecem os dois programas que mais gosto (Portugueses pelo Mundo e 5 para a meia-noite). A partir daí, não sei bem o que dá. Provavelmente, filmes para adultos.
Pergunto. Onde é que está o serviço público? O que é que a RTP faz que os privados não têm feito? Será que os nossos impostos devem financiar uma imitação dos privados? É que, ao fim-de-semana, não é diferente. Dão filmes estrangeiros durante tardes inteiras. 
Para mim, é completamente indiferente vender ou concessionar a RTP1 porque nunca percebi a necessidade de ter um canal público de televisão.Nunca aceitei bem a ideia de que os meus impostos deveriam servir para financiar algo que, "sem custo para o telespectador", já é feito, e bem feito, pelos privados.
Serviço público? Onde?
Querem-no? Criem leis, façam imposições aos privados, fiscalizem e regulem, com verdade e intensidade, a sua actividade!
Dá lucro ao Estado? Às vezes, dizem que sim. Mas nunca ninguém fez a conta que interessa. Porque parte considerável da publicidade na RTP é de entidades públicas. Ou seja, parte das receitas da RTP somos nós que a pagamos, pelas mais diversas vias.
Quanto à RTP 2, a questão pode ser diferente. É importante que se pense, e repense, sobre o que se quer fazer da 2. Há espectáculos, eventos, entre outras coisas que têm de chegar a casa dos portugueses e que não sei, se os privados o conseguem fazer. Cultura, História, festividades locais, desporto (sobretudo, as modalidades amadoras). 
Mas a RTP, a 1, não sei para que existe. Não sei e também não quero pagar. Até porque prefiro que o pouco que tenho, o pouco com que posso contribuir, seja utilizado para salvaguardar direitos fundamentais.
Com todo o respeito por quem tem dormido mal com as notícias sobre a RTP, e a sua transição para os privados, esta é uma questão me diz pouco. Ou nada. E, aliás, até me sinto mais aliviado por sentir que o poder político, o Governo e o(s) partido(s) que o suporta(m), deixam de ter um acesso tão privilegiado ao controlo de órgãos da comunicação social.
A questão da RTP não me tira o sono. Mas, numa altura em que o Estado está falido, o facto de ver os principais partidos de poder a discutir o futuro do canal público de televisão deve tirar o sono aos portugueses. Porque, enquanto discutem estas coisas supérfluas, esquecem-se de debater a forma de satisfazer os direitos essenciais dos cidadãos, esquecem-se de debater o meio de nos tirar do buraco, esquecem-se de debater o caminho que nos vai fazer crescer. E, se isso diz muito sobre os partidos e os responsáveis políticos que temos, também explica muita coisa sobre o estado em que deixaram o país.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dar o exemplo!




Escrevi aqui, há não muito tempo, um texto triste e de despedida a Rui Patrício. Com os jornais diários a noticiar a sua saída, a volta longa e demorada que deu ao estádio, entre outros sinais, levaram-me a crer que a saída do guardião seria irreversível. Era, aliás, um bom momento do guarda-redes, que se afirmava como titular da selecção nacional, tendo jogado todos os jogos na equipa das quinas no Euro que terminou com uma prestação digna da nossa selecção.
Sabia, quando escrevi o texto, que seria difícil segurar o guarda-redes, mas também sabia que, tendo em conta a estagnação que se adivinhava no mercado (apenas interrompida pelos largos milhões de Paris e por uma ou outra transferência), Patrício poderia continuar. Era difícil, porque se tratava, e se continua a tratar, de um guarda-redes de grande qualidade, o melhor nacional, o melhor da Liga e um dos melhores guarda-redes no activo.
Se não saísse, Patrício corria o risco de ficar para sempre. E foi isso que Patrício anunciou véspera da estreia do Sporting em Alvalade para um novo campeonato. O Sporting é o topo. Dito e cumprido. Para já, é certo. Mas Patrício, aquele miúdo que saiu do banco para defender um penalty na sua estreia, é, hoje e daqui em diante, um novo símbolo deste novo Sporting.
Personifica aquilo que os sportinguistas querem. Um jovem com qualidade, titular indiscutível no clube e na selecção nacional. Fica. E fica contente. E ficar a querer ficar. E é a querer ficar que Patrício se vai continuar a mostrar aos colossos, como homem de palavra, como profissional exemplar.
Será o primeiro de uma equipa nova, que terá talento e vontade. Terá, atrás de si, milhões de leões espalhados pelo país e pelo mundo, na ânsia desenfreada por conquistar um título que vai escapando há demasiado tempo.
Pode não ser domingo à tarde e não estar sol. Mas depois do avanço que se deu em Guimarães, e que não se devia ter dado, sentimos o dever de comparecer e de estar no estádio. A puxar por esta equipa. Esta equipa com quem Sá Pinto vai ter de apertar.
Sem Schaars e Fito, esperemos que a música seja afinada. E que tenha surpresa de Viola. Vamos ver. Mas vamos acreditar. E vamos ser exemplares, como Patrício. 
Todos ao estádio!
Em frente Sporting!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

De Janeiro a Janeiro, a fugir o tempo inteiro!


Sim, é verdade. Cada um olha por si, seguindo as suas ambições, que são legítimas, ainda que não deixem de ser gananciosas e pouco solidárias. 
Portugal vive tempos difíceis. Somos todos chamados para fazer a nossa parte. Podemos fintar a lei, poupando dinheiro. É legítimo. Podemos colocar imposições, aproveitando a lei. É legítimo. Mas também é legítimo deixar de fazer compras, pagando a quem não quer dar a sua parte para pagar a crise.
Menos multibanco é menos dinheiro no Estado. E abre-se uma porta, deixando-se de se facturar o que é mesmo "facturado".
Eu quero lá saber, se é de Janeiro a Janeiro. Há sítios onde eu não gasto dinheiro. Mas, se alguém continuar a fazer as compras ali, ainda que seja uma garrafa de água, espero que peça a factura. Por Portugal!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A pergunta a que Passos não responde


Tenho ouvido, com uma certa atenção, o que tem sido dito pelos membros do governo e dos partidos que o suportam. Há um vazio à esquerda do PSD. O Bloco, na fase descendente da curva que marca a sua existência, vive uma crise que se justifica, com uma contestação interna que, ainda que raramente tenha passado das entrelinhas que marcam os bastidores, levou à queda de Louçã. 
Ninguém sabe, ao certo, a solução que irá ser apresentada aos militantes do Bloco. Mas a história ficou escrita no início, que confirma aquilo a que chamamos de ironia do destino. O que começou da desunião e da desordem caminha para um fim de desunião e desordem. É isso que se promete com a solução (?) da liderança bicéfala.
O PS, que assinou o memorando de entendimento e que levou o país até ele, não consegue descolar-se da imagem. Não há quem esqueça que foi o PS que nos deixou num pântano que foi sendo construído ao longo de quase década e meia de governos que saíram caro ao bolso dos portugueses, de hoje e de amanhã.
Vivemos, assim, perante uma oposição inexistente, facto que deixa todo o espaço de visibilidade disponível para o governo e para os partidos da coligação que o suporta.
Com atenção, tenho acompanhado palavras e actos, desde as populistas idas à praia da Manta Rota aos metros que vão separando os protestos e os discursos.
Temos objectivos para cumprir. Temos de mostrar resultados. Temos de nos concentrar no curto prazo e nos sinais que vamos dando. Há que conquistar a confiança dos mercados. Não sei quais eram as alternativas às medidas deste executivo. Não sei sequer se as havia, na prática. E, se este não é o tempo para os piegas, o que é certo é que existem limites. 
Os objectos são ambiciosos e a margem é curta, e não tenho a certeza de que Passos Coelho e os membros do governo sabem as dificuldades por que passa uma maioria absoluta, trabalhadora e relativamente silenciosa de portugueses que vivem o dia-a-dia como uma luta para que, no dia seguinte, não estejam obrigados a viver na rua, sem ter que comer.
Não há muita margem. Nem sei, se há volta a dar. Mas o que eu queria perguntar a Passos Coelho é aquilo que me aflige e que temo que o Primeiro-Ministro não saiba responder.
Como é que vamos sair daqui? Eu, pessoalmente, não estou a ver como. Não estou a ver, com estas medidas e com tantas imposições (que são autênticos atentados à nossa soberania e que foram forçados por décadas de desgovernos socialistas), como vamos crescer.
Estrangulados por impostos, assombrados pelo fantasma do desemprego e com o custo de vida a agravar-se, os portugueses não podem pôr a economia a funcionar. Podemos iniciar novos negócios, potenciar os que já temos. Podemos ser mais produtivos. Podemos, assim, criar oportunidades, subir as exportações e reduzir as importações. Mas será que isso é suficiente? Ou será que, depois de pararmos a nossa economia, estrangulando-a e tirando-lhe o dinheiro, teremos de voltar a pedir emprestado para, pelo menos, sobreviver ao massacre e a esta cada vez mais violenta forma de nos tirar o dinheiro para o colocar à disposição dos credores do Estado?
Portugal tem dado sinais que têm ajudado a limpar a nossa imagem externamente. O Governo, nesse sentido, oferece muito mais credibilidade do que o anterior. Mas nós estamos no buraco. No buraco de Sócrates, de Guterres, de Seguro e de todos esses camaradas. Continuamos sem ver a luz, sem sinais de esperança, sem saber o porquê de todo este esforço.
E Passos Coelho tem falado bem. Tem sido coerente e claro, realista e ambicioso. Só lhe falta dizer como é que o país vai crescer...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Apoio(s)?

Chega de choradeira e de choradinhos. 
Cada um escolhe o que quer da sua vida. E, se o que se quer não chega para viver, muda-se de actividade.
Os atletas do Uzbequistão, Trinidad e Tobago, Porto Rico, Moldávia, Taipé Chinesa, Guatemala, Chipre, Mongólia, Arménia, Azerbeijão, Granada, República Dominicana, Quénia, Etiópia, Jamaica, Irão, Cuba ou Cazaquistão não choram, não pedem apoios.
Treinam, esforçam-se, têm brio. Não pedem apoios, principalmente quando sabem que não lhes podem dar esses apoios.
Não vejo como não retirar consequências duras desta prestação portuguesa nos Jogos Olímpicos.
Não dá para fazer disso profissão? E nós? O que temos a ver com isso?
São amadores? E os do rugby são o quê?
Mais do que querer honrar a bandeira, há que respeitar os portugueses. E muitos dos que foram a Londres agora, se não devolvessem as bolsas e outras ajudas públicas que receberam, não deviam ir ao Rio de Janeiro em 2016. 
Para quê, se estão tão bem na caminha?
Querem apoios? Apoiem-se na almofada e fiquem a dormir!

domingo, 5 de agosto de 2012

Isto é o Sporting! Parabéns, Pedro!



São quatro palavras, Pedro. Nunca te esqueças delas.
Com elas, que contes muitos. E sê feliz.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Os nossos olímpicos


Não tenho grandes expectativas relativamente ao sucesso da participação portuguesa nestes Jogos Olímpicos de Londres. Aliás, não só não tenho acompanhado as suas provas como também não tenho feito questão de o fazer. 
Nós, portugueses, não sabemos caracterizar a actividade dos nossos atletas. Não percebemos, ao certo, se são amadores ou profissionais. Porque, na hora da derrota, nos dizem que são amadores. E, quando ganham, sobretudo quando se trata de atletas do Benfica, são homenageados como se fossem deuses gregos.
Vivemos, assim, sem saber, se estamos no 8 ou 80, se estamos ali para ganhar ou pela experiência em si, se estamos ali de passeio ou para vingar as cores da nossa bandeira.
Confesso que a minha distância se justifica pelo facto de não me querer desiludir. Mesmo que seja medalhado, não me esqueço quando ouvi, em directo, um atleta dizer não correspondeu às expectativas porque o sítio onde estava bem era na caminha. 
Sendo profissionais, noutras competições, noutras modalidades, como o futebol, ou amadores, como no rugby ou em algumas vertentes do hipismo, não ouvimos os nossos atletas falar assim. Podem não ganhar, podem perder por muitos, mas são honrados e, mais do que pelo passeio e pela história que deixam para contar aos filhos, aos netos e ao país, estão ali para dignificar Portugal.
Muitos dos atletas que foram na comitiva portuguesa praticamente no anonimato já deram muito ao desporto nacional. Já ganharam títulos nacionais, europeus e mundiais. Com determinação e suor.
Hoje, a dupla de atletas do Sporting surpreendeu no remo, subindo do último até ao terceiro lugar. Não é muito. Mas estão na final. E, podendo não ganhar, deram o litro e emocionaram o país.
Não têm as condições de vida e de treino dos outros, dos que remavam ali ao lado, mas deram o litro. Não têm o excessivo protagonismo que teve, por exemplo, Telma Monteiro, mas não lhe ficaram atrás. 
Eram e continuarão a ser anónimos, não eram e, porventura, não irão ser reconhecidos pelo país. Mas são, como Mourinho ou Ronaldo, orgulhosos portugueses. E é desses que nos orgulhamos.
Esperemos que sejam, também, uma inspiração para os outros.
Porque aquilo não é um passeio. E quando se veste, salta, corra, rema, luta por Portugal, tem de ser para ganhar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Música portuguesa, canção proibida

Uma das poucas coisas que, normalmente, faço questão de fazer aos domingos é vir, para Lisboa, a ouvir música portuguesa. Sabe-me bem chegar a Lisboa dessa forma, sobretudo na vista que se tem para a cidade, ao fim do dia, da Ponte Vasco da Gama.
Talvez seja um meio que encontrei para aligeirar o impacto da chegada de uma segunda-feira, mas é mesmo assim. 
Este domingo, como em muitos outros, lá vinha eu, à procura de uma rádio que passasse música portuguesa. Mas foi preciso dar duas voltas, passar duas vezes por todas as estações, para ouvir o Sei de Uma Camponesa, do Rui Veloso. Já em Lisboa, lá passou outra música, uma comercial de uma nova banda portuguesa.
Claro está que havia ainda a Rádio Amália, com os seus fados, mas, como a conversa era mais que a música, preferi, desta vez, optar por outra estação.
É inconcebível como isto pode acontecer. 
Apesar de gostar muito do Pedro Abrunhosa, ele não teve toda a razão naquilo que disse, este mesmo domingo, na gala final do Ídolos. Sim, abrimos as portas aos brasileiros, e eles não nos abrem a nós. Mas nós, portugueses, continuamos presos ao que é estrangeiro. E a responsabilidade é nossa. É das rádios, dos autores, dos políticos e dos cantores. Não é dos brasileiros.
E, assim, a música portuguesa não vai longe. Simplesmente, porque, se nós não nos ouvimos, não podemos exigir aos outros que nos ouçam.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Brincar aos polícias e ladrões!

Passos Coelho, ao dizer que os portugueses se podem sentir seguros, mostra uma de duas coisas. Ou não sabe o que diz, ou mente, sabendo do que fala.
Onde trabalho, fizemos 1700 queixas de crimes de que a empresa foi alvo. 1700 em 7 meses. Na sua maioria, esmagadora, tratam-se de crimes de furto.
Nas últimas semanas, tenho sido confrontado com diversas notícias de furto. Aliás, há quinze dias, furtaram-me duas cabeçadas à portuguesa, no valor total de cerca de 200 euros.
No domingo, havia gente que, sem consentimento dos proprietários, entrou numa herdade de família, de onde não queriam saír, nem mesmo quando foram convidados por um dos proprietários e a sua mulher.
Ontem, entraram dois automóveis numa quinta na Chamusca, a horas "decentes" e com gente em casa.
Quando a GNR foi contactada, o que queriam saber é se os proprietários tinham disparado tiros e se, em caso afirmativo, tinham licença para o fazer.
Mas o que é isto?
Que polícia miserável é esta que temos?
Que Justiça é feita a esta tipo de criminosos?
Que Estado é este que, em vez de andar atrás dos ladrões (e de os punir), se vira contra as vítimas?
E ainda temos de pagar impostos? Para quê? Ou para quem?
Onde é que anda o CDS, tão atento a estas matérias?
Onde é que anda o Ministro?
Passos, esse, e como na imagem, deve andar a apanhar bonés. Mas já chega.
Já chega!
Caso contrário, além do telemóvel e da carteira, mais vale que os portugueses se façam acompanhar de uma pistola. Por uma questão de segurança. Até que o Estado as venhas tirar, criando as novas auto-estradas, que é o caminho livre que deixam para que os ladrões nos venham roubar.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Portugal a arder


É difícil compreender como é possível que, perante as dificuldades que vivemos, estejamos todos, quase a entrar no mês de Agosto, a brincar ao Carnaval. De facto, estamos perante uma espécie de vírus carnavalesco que tem contagiado pessoas que vão desde os sindicatos aos jornalistas, passando necessariamente por outras classes profissionais, pelos portugueses comuns.
A postura dos sindicatos, olhados na sua generalidade, assemelha-se à postura do Bloco de Esquerda na altura em que foi formado. Em vez de defenderem os interesses dos trabalhadores, pelos quais se deveriam bater, os sindicatos de hoje vestem máscaras, reunindo meia dúzia de pessoas com alergia ao trabalho em teatros de rua.
A comunicação social vai atrás. Porque sempre adorou minorias, preferindo o espectáculo, por mais triste que seja, aos assuntos sérios. E quem devia colocar assuntos novos na ordem do dia continua preso a um homem chamado Miguel Relvas. É uma luta em vão. É um não-assunto. Que não diz respeito ao Governo, mas a uma pessoa e a uma Universidade.
Aliás, todas as tentativas de aglomerar um conjunto de pessoas para pedir a demissão de Relvas foram pífias. Quase tão pífias como as cenas tristes que os sindicatos (esses, sim, sem nenhum sentido de responsabilidade) têm encenado.
O que me enerva é aquilo que não consegue enervar os sindicatos, os jornalistas e aqueles radicais de esquerda que, por vestirem o seu fato, são responsáveis por construir opinião.
O país está a arder. E é importante perceber a razão.
Ora, na minha opinião, mais do que outras razões que dizem respeito aos tribunais, existem razões políticas que são causa de grande parte do Portugal que ardeu nesta época de incêndios.
Há meios que não foram accionados a tempo. Porque não havia dinheiro. Mas será que a falta de dinheiro justifica poupanças a este nível? O resultado está à vista de quem tem olhos e consegue ver.
E, claro está, já nos falam que há 100 milhões de euros para reflorestar. Os 100 milhões que não houve para desmatar, que não houve para acionar os meios de combate aos incêndios, que não houve para prevenir que o drama se repetisse.
Isto, sim, merece reprovação. Porque isto, sim, é política. E há responsáveis políticos pelos incêndios que assolaram o país.
Mesmo que não queiram falar disto, que não queiram chamar os bois pelos nomes, poderemos sempre discutir este tema a propósito dos debates que têm sido feitos sobre a troika, a Europa e a senhora Merkel.
De uma vez por todas, temos de apurar responsabilidades políticas e temos de levar este assunto aos locais onde deve ser discutido.
Não nos podemos esquecer que estamos numa União, que tem objectivos ao nível agrícola e ambiental. Temos de nos consciencializar disso e de reclamar pelos nossos direitos.
Mesmo em tempo de crise, trata-se, afinal, da integridade do nosso território. E é neste ponto que o dinheiro não pode faltar.