sábado, 28 de fevereiro de 2009
O Congresso do PS
Teve início na tarde de hoje mais um Congresso do Partido Socialista, num período que marca os quatro anos da vitória deste Partido nas legislativas.
O balanço destes quatro anos de governação é elucidativo, na medida em que todos os indicadores apontam na mesma direcção: o desemprego a disparar, o endividamento externo a revelar uma tendência clara de, a cada dia, condicionar ainda mais o futuro de ainda mais gerações, os indicadores da confiança dos portugueses não eram tão negativos há mais de duas décadas, agravou-se a situação económica das famílias, etc.! O descontentamento face a estes quatro anos de governação do PS generalizou-se.
A conjuntura política que o Partido Socialista teve a sorte de viver não poderia ser mais favorável: um Presidente da República fortemente empenhado na cooperação institucional e uma confortável maioria absoluta. Curiosamente, o Governo e o Partido Socialista utilizaram estes benefícios para os transformar em conflitos permanentes (e evitáveis!) com Cavaco Silva e para impor, de forma arbitrária, as suas ideias aos portugueses. Tivemos uma maioria absoluta prepotente, pouco disponível para o democrático debate de ideias, interessada nas manchetes dos jornais, a fazer leis com erros, a tomar decisões precipitadas e a não conseguir prever o futuro económico-financeiro. Esses erros levaram o país a mergulhar numa enorme crise a todos os níveis, independentemente da crise internacional.
Mas, como disse, começou hoje o Congresso do PS. Com enormes bandeiras no exterior, a fazer-nos recordar o egocentrismo nazi e num ambiente de unanimidade.
O PS é, como este congresso o demonstra, um partido que não se discute. Que não gosta de ser discutido, completamente controlador da máquina que é o Estado Português. Lembro-me das várias vezes em que António Costa revelou a sua intenção de, juntamente com o camarada Sá Fernandes (eleito com o apoio de um partido de esquerda radical), retirar cartazes de partidos ou juventudes partidárias, por constituírem um ataque às ambições, políticas e pessoais, dos socialistas.
Em relação ao discurso de Sócrates, sobressai a tentativa clara do Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS de se vitimizar, com vista a aproveitar-se de actos pouco claros em que a sua pessoa está envolvida para lançar a suspeita generalizada de que existe uma "mão negra", uma "mão invisível", que não está nas polícias que investigam mas nas forças de oposição. Ora, sabemos bem quais eram os regimes em que se utilizavam estes argumentos.
O Congresso do PS é tudo menos democrático. Que tenta confundir as pessoas, fazendo passar a ideia de que discute muitas coisas, como a eutanásia e o casamento de homossexuais, mas acaba por não discutir nada. Nem se discute a si próprio, nem o estado a que o país chegou, depois de doze anos em que os socialistas governaram na última década e meia.
Graças a Deus, o meu Partido é diferente. Discute-se quase todos os dias. E fá-lo publicamente. Ao contrário do PS, que é cada vez mais um partido colectivista, controlador, repressivo e quase absolutista. Que, quando chegou ao Governo, quis arranjar um ministro para "malhar" na oposição e para fazer a propaganda. Nestes últimos anos, por estranho que pareça e ao contrário do que se diz, sobressaíram muitas das diferenças entre PS e PSD.
Quanto ao que falta do Congresso, sabendo que nada de útil se vai discutir, resta saber o que vai Sócrates fazer no domingo, ou seja, se vai a uma cimeira europeia, que não poderia ser mais relevante, tendo em conta a situação e o interesse nacionais. Ou se vai pôr, mais uma vez, os interesses socialistas à frente de qualquer interesse nacional. Até aí o comportamento de Sócrates é revelador: convida dirigentes políticos da Venezuela (de Chávez) e falta, por exclusivo interesse partidário, a uma cimeira que pode ditar muita coisa sobre aquele que pode vir a ser o futuro da Europa.
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