quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Os casamentos gay
É inteligente esta estratégia do PS de introduzir o debate sobre questões laterais, tentando desviar a atenção das pessoas, com o intuíto único de confundir os portugueses, fazendo com estes se esqueçam do desastre da governação socialista.
Foram muitas as questões laterais cujo debate os socialistas quiseram impôr à sociedade. Agora, é a questão do casamento entre homossexuais.
Inteligente. Porque esta é uma questão pessoal, em que cada pessoa tem uma opinião, independentemente das ideologias políticas. Ora, no PSD, principal adversário dos socialistas, como num normal partido democrático, há pessoas que são a favor, enquanto outras são contra, pelo que será muito difícil ver o PSD tomar uma posição sobre esta matéria. O facto de todos os partidos à esquerda do PSD terem aparentemente uma posição firme, concreta e clara demonstra aquela ideia de pensamento único, pouco comum em democracia. Porque sobre questões pessoais devem ser as pessoas a decidir. Nunca um partido. É que, pelo que sei, para se ser do PS não é obrigatório ser a favor dos casamentos entre homossexuais.
Não sei se o PSD vai ou não tomar posição. Porque, como é normal em partidos livres e democráticos, cada um pensa pela sua cabeça e vota de acordo com a sua consciência. Pessoalmente, chamem-me preconceituoso, se quiserem, mas sou contra. Não imagino uma família sem um homem e uma mulher. Não imagino a figura do casamento sem o pensamento de poder vir a ter filhos no futuro e alargar, desse modo, a sua família. Apesar de ser a favor de cada um poder, na sua intimidade, comportar-se da forma que quiser, desde que não infrinja a lei. E esta não proíbe as relações entre homossexuais. De resto, revejo-me no caminho que a Constituição aponta: se, por um lado, o diferente deve ser tratado como sendo diferente, por outro, a discriminação de qualquer facto caracterizador da diferença é constitucionalmente condenada. E é assim que estejamos hoje relativamente aos homossexuais.
Eu sou contra, sem esperar pela posição que o meu partido vier a adoptar. Porque penso pela minha cabeça. E se me chamam preconceituso e conservador, nesta questão são críticas que aceito. Mas aceitem também o facto de eu dizer que a esquerda, sobretudo o Partido Socialista, tem vindo a revelar crescentes tiques de "falta de democracia". Porque impõe um pensamento único e disciplina de voto não só na Assembleia mas também aos seus militantes. Se o PS pensasse mesmo nos homossexuais e quisesse mesmo que estes se pudessem casar (entre si), teria votado dessa forma na Assembleia há cinco meses. E teria legislado e tomado medidas de forma a uma melhor integração dos homossexuais na sociedade. Não o fez. Curioso. É que até nos casamentos gay, os socialistas são muita conversa. Mas não passam disso.
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