terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Second Life


Há uma característica que sobressai nos portugueses, que é o facto de acharmos que o que se faz cá é mau. Porque é piroso, porque não tem classe, enfim, porque é português.
Eu não tenho, de todo, essa característica. Porque quando vou ao teatro vejo peças ao nível do melhor que há no mundo. Porque quando vejo futebol, vejo que o melhor jogador do mundo é do meu país. Porque quando vou ao cinema, ver filmes portugueses, gosto do que vejo. Porque o pouco que vejo das novelas, acho que estas superam, em tudo, o que se faz nos outros países. Porque quando vejo mulheres portuguesas, acho sempre que são as mais bonitas.
Acabei hoje os exames e decidi ir ao cinema. Vi, em cartaz, vários filmes que têm recebido muitíssimos elogios. Mas, entre todos esses, vi um filme que era português. Como sempre, para mim, o facto de ser português torna-se uma prioridade, comprei o bilhete, a coca cola e umas pipocas pequenas e entrei na sala. Quando saí, a primeira coisa que disse à minha namorada, que foi a minha companhia desta noite, foi que o Second Life é um filme diferente. Como nunca tinha visto. E, com poucos recursos, creio que o realizador demonstrou uma criatividade notável, juntou várias pessoas conhecidas da televisão, das novelas, do teatro e até Luís Figo entrou numa pequena cena. Por isso, o que faço hoje, é dar os parabéns aos responsáveis pelo Second Life.
Num país em que não há políticas de cultura, que vive uma séria crise e com poucos recursos, o que se faz cá tem selo de qualidade. O que penso é que, se com tão pouco dinheiro se fazem coisas boas, talvez possamos ambicionar algo mais no futuro.
Em suma, o que cá se faz merece ser incentivado. E em relação ao Second Life, creio que é um filme que merece ser visto. É um filme diferente, ousado e inteligente.
Por isso, recomendo: Second Life, nos cinemas.

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