segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fase determinante



A previsão do défice para os 8% é o último sinal da grande catástrofe que resulta de quatro anos e meio de ininterrupta governação socialista. E com isso quero dizer que o Partido Socialista é o responsável exclusivo pela realidade actual.
É responsável exclusivo porque, quando fez previsões, previu mal. Ou não previu a tempo. E isso conduziu a que as medidas fossem mal pensadas. Por isso, e só por isso, é que os indicadores económicos e sociais abalam a confiança dos mais optimistas, numa altura em que, supostamente, o país deveria estar em fase de retoma.

O anúncio de um novo orçamento, para endividar ainda mais o país, que para mais não serve do que para a garantia dos salários dos funcionários públicos, em altura de subsídio de Natal, e as reformas, confirma esta catástrofe.

É isto que mais me assusta. Não é a ocultação de escutas, não são domingueiras licenciaturas, não é o controlo da comunicação social por parte de um grupo de poder, não é a dependência e interferência existente entre os vários poderes, não é toda a bandalheira que tem caracterizado a sociedade portuguesa.

O tempo, também neste domínio, veio dar razão ao PSD. Que aconselhou o governo a tomar medidas, numa altura em que se dizia que o país estava imune à crise. E, afinal, não havia mesmo dinheiro para novas, megalómanas e desnecessárias obras públicas. Como é óbvio que não havia.

Aquele país das maravilhas, onde as contas públicas estavam em ordem e que estava a ser inovador e moderno nos mais diversos domínios nunca passou de uma enormíssima ilusão socialista. Ilusão que estamos pagar caro e que está já a hipotecar o futuro. Ilusão, que se traduziu numa realidade dramática, que tem dado lugar à falência de empresas, a um avolumado número de desempregados, à miséria na agricultura, pecuária e pescas, a uma profunda crise de valores, a uma guerra sem precedentes recentes na educação, a uma asfixia democrática imprópria de regimes democráticos que é sentida (e de que maneira!) nos empregos e nos órgãos de comunicação social e a um imenso caos na Justiça.

Numa sequência normal, em situações análogas ocorridas no passado por esse mundo fora, a uma fase destas segue-se a miséria e a fome.

Não podemos perder tempo a discutir questões fracturantes. Pelo contrário. Esta é a altura-chave, em que são necessárias entendimentos alargados entre os partidos e em que tem de ser feito um amplo debate social sobre a realidade portuguesa. Sob pena de condenarmos, irremediável e definitivamente, o futuro.

Porém, não chega ao PSD estar a vencer o “duelo” da razão. Convém que seja assumida a iniciativa do jogo, que se aponte um caminho que os portugueses saibam compreender e que sejamos uma oposição responsável. Os portugueses saberão reconhecer isso, se isso vier a ser feito, no futuro.

Sem comentários: