quarta-feira, 18 de maio de 2011

A magistratura activa (mas só no facebook)


Eu sei que podemos estar na era louca das tecnologias, das redes sociais enquanto maravilhosos meios de comunicação com todo o mundo, mas um Presidente da República, se tem uma mensagem importante para transmitir, deve fazê-lo com os meios próprios do cargo que exerce. Caso contrário, põe a nu a dificuldade que tem em exercer os seus poderes, utilizando, como meio de difusão das suas mensagens, o mesmo meio que já usa uma percentagem significativa da população portuguesa.
Podemos achar que a nossa Constituição oferece poucos poderes, que muitas vezes são insuficientes para que a acção do Presidente de todos os portugueses seja consequente. Mas o Presidente da República tem meios para agir e, mais do que os meios, tem a força de ter sido eleito e reeleito sem nunca ter precisado de ir a uma segunda volta.
Mesmo não tendo o poder de estar sentado à mesa presidindo ao Conselho de Ministros, e mesmo que o devesse ter, o Presidente da República pode chamar os partidos, pode forçar os partidos a seguir um caminho. Pode até, se tiver essas qualidades, forçar entendimentos, de acordo com aquele que, a seu ver, é o interesse nacional.
Se quer transmitir uma mensagem a todos os portugueses, pois que agende um dia, pela hora de jantar, que a mensagem será transmitida em directo pelos telejornais.
Uma "magistratura activa" teria forçado entendimentos, evitando que o país estivesse a perder tempo com crises políticas quando há uma crise financeira para resolver. E a magistratura activa teria travado os efeitos económicos e sociais dessa crise financeira.
Com todo o respeito que tenho por Cavaco Silva, o Presidente, não sendo o primeiro responsável, poderia ter feito mais do que enviar meios avisos através de intervenções cirúrgicas e abertas às mais variadas interpretações.
E este método das mensagens via Facebook ridiculariza o infrutífero "magistério" de Cavaco Silva e a própria imagem daquele que é o Chefe de Estado, além de que quase nenhum português (por não ter facebook ou por, nessa rede, não ter posto o "like" na página do Presidente da República) tem acesso a essas mensagens.
Aconteça o que acontecer, Cavaco Silva não pode dizer que agiu quando não agiu, que falou quando não falou como quem diz "se não acreditas, vai ver o que eu disse no facebook".
Ridículo.

1 comentário:

maria lisboa...... disse...

Por tudo isso e muito mais, EU NÃO VOTEI CAVACO.E como não havia ninguêm mais, nem fui votar!!!