segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Lisboa, Portugal


Quando o PSD Lisboa cometeu o enorme erro de iniciar e fomentar uma crise na Câmara Municipal de Lisboa, que culminou com a marcação de eleições intercalares, José Sócrates chamou um dos seus principais pilares do Governo para se candidatar pelo Partido Socialista.
O PS chegou, assim, sem projecto nenhum para a Câmara de Lisboa, adoptando durante a campanha uma estratégia de silêncio, em que não havia uma única proposta e aquilo que saía da boca de António Costa eram críticas à gestão financeira do passado, atribuindo todas essas responsabilidades ao PSD e a Carmona Rodrigues. Sem uma única ideia para a capital, o que é grave para um grande partido político, essa estratégia era, evidentemente, eficaz, pois permitiu ao PS abater os seus dois grandes adversários.
Lembro-me das promessas de António Costa, de reparar os buracos das ruas de Lisboa, quando passo de carro, junto ao Tejo, na 2ªCircular e no centro da cidade, onde as estradas são um crime para os veículos e os passeios são autênticos atentados ao quotidiano dos peões. Lembro dessa promessa, que terá sido a única de António Costa, da mesma forma que me lembro dos 150 mil postos de trabalho prometidos por Sócrates quando vejo o desemprego em níveis sempre elevadíssimos.
Basicamente, o PS em Lisboa é um espelho daquilo que é no país. Usa e abusa das promessas na fase eleitoral, para depois não as cumprir, mantendo-se, no entanto, à frente dos partidos da oposição graças à propaganda e a um discurso completamente distinto daquela que é a realidade da vida dos portugueses.
Mais do que nunca, é importante haver alguém, em Lisboa, para chamar a atenção aos munícipes. Lembrá-los de quem resolveu os seus problemas e melhorou as suas vidas. De quem revitalizou a cidade, trazendo uma nova energia. De quem tudo fez para ressuscitar a cultura na cidade, com projectos para um novo Parque Mayes. De quem teve a coragem e trouxe os grandes eventos, como o Rock in Rio. De quem fez um trabalho notável e resolveu grandes problemas sociais.
O PSD, quando teve uma hipótese de governar Lisboa, com uma equipa organizada e competente, fê-lo como ninguém. É preciso também relembrar aos lisboetas de quem tentou adiar as resoluções dos problemas dos lisboetas, como o Parque Mayer ou o próprio Túnel do Marquês.
É uma enorme injustiça para quem vive em Lisboa ver Sá Fernandes como vereador, com pelouros, depois dos danos que causou, completamente lesivos para a situação da Câmara.
Em Lisboa, o PSD foi o contrário daquilo que foi o PS e em Lisboa notam-se, como em quase nenhum outro lado, as diferenças entre os dois partidos. Tendo como único critério, evidentemente, o período de tempo em que os partidos estiveram no poder na Câmara. É que o PSD prometeu e fez um trabalho irrepreensível.
O PPD/PSD não se pode deixar intimidar com a campanha destrutiva de que tem sido alvo. Não tem de ter medo das investigações. Nem os lisboetas se deixam iludir. Porque o PSD limitou-se a fazer aquilo que devia ser feito: dar a mão aos mais pobres, trazer os jovens para o centro da cidade, resolver o problema do trânsito, restaurar os prédios antigos, entre tantas, tantas, tantas (!) outras coisas.
O PS nacional esquece-se, hoje, de que, para ganhar Lisboa, fê-lo agarrado a uma estratégia de silêncio e atirando as responsabilidades para o PSD. Importa lembrar os lisboetas, com clareza, quantos anos governaram os dois partidos e "ler" o progresso da dívida da Câmara. É importante fazer essa análise comparativa.
Hoje, o PS critica a estratégia de silêncio do PSD e continua a atirar todas as responsabilidades, também a nível nacional, para a oposição à sua direita. Esse discurso deve ser, e será facilmente, desmascarado.
Lisboa é essencial para o progresso do país e deve ser o grande motor de Portugal, mas, desde que António Costa tomou posse, vemos que os problemas não são resolvidos e vários dos grandes eventos da cidade estão a saír para os arredores, como a Moda Lisboa ou o Rock in Rio.
A capital do país está hoje mais degradada, menos dinamizadora, menos segura e menos eficiente na resposta aos problemas dos munícipes. Por isso, é absolutamente essencial que o PSD jogue uma cartada ganhadora para chegar, outra vez, ao poder na Câmara Municipal de Lisboa.
Como em 2002, só com um fortíssimo candidato, uma fortíssima e ganhadora equipa e com um projecto coerente, ambicioso e sério é que o PSD poderá ganhar Lisboa.
E o PSD vai mesmo ganhar Lisboa. Pelo menos essa é a minha expectativa e não tenho dúvidas de o PSD não me irá defraudar.

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