quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Peça desculpa aos portugueses


A selecção nacional de futebol começou, pela mão de Humberto Coelho, um dos períodos áureos da sua existência, assumindo-se como candidata a ganhar os jogos e as competições. Com Humberto Coelho, Portugal foi até às meias-finais do Euro 2000, onde foi eliminado pela França, no tão conhecido caso do penalty de Abel Xavier.
Seguiu-se um período triste, nas mãos de António Oliveira, que ficou marcado pelo Campeonato do Mundo de 2002, na Coreia, em que Portugal foi eliminado logo na Primeira Fase.
Agostinho Oliveira marcou a transição para Scolari, que fez com que a equipa de Portugal fosse vice-campeã europeia em 2004, quarta classificada no Mundial de 2006. Em 2008, também conseguimos o apuramento, mas a selecção apenas conseguiu ficar-se pelos quartos-de-final. Não nos podemos esquecer da enorme pressão mediática que houve, de facto, sobre aquela equipa, causada pelo anúncio da ida de Scolari para o Chelsea e pela especulação em torno de Cristiano Ronaldo. A conjuntura pode não explicar tudo, mas ajuda a explicar, pelo menos, muita coisa.
A selecção foi sendo renovada, mas o espírito de grupo prevaleceu sempre até ao dia da primeira convocatória de Queirós, que marcou a primeira grande revolução após os êxitos da Geração de Ouro e da Nova Geração, a que muitos alcunham de Geração de Platina do futebol português. O grupo desagregou-se e a selecção passou a ser um conjunto de várias pessoas, muitas delas que não se conheciam e que nunca haviam jogado juntas.
Sempre duvidei, desde o início, de que Portugal conseguisse o êxito, que perseguimos e ambicionamos cada vez com maior legitimidade, com Queirós como seleccionador. Porque Queirós aliciou jogadores para os levar para Manchester e cortou relações com a maior potência da formação de Portugal. Por isso, disse-o e reafirmo que Queirós é, para mim, neste momento, uma persona non grata. Digo-o enquanto sportinguista. Mas esse corte de relações é, hoje, mau para Queirós e péssimo para Portugal. Isso reflectiu-se ontem.
É um insulto colocar Meireles ou Martins em vez de Moutinho. E não se entende a chamada de Djaló, que seria útil aos sub-21, se não o põe a jogar. Estou convicto de que Djaló, ontem, era essencial. Queirós preferiu Almeida. E quando o trocou, trocou-o por Nuno Gomes, quando se exigia alguém para o jogo aéreo.
Pior do que isso foi, a cinco minutos do fim, abdicar de atacar. Fez com que a equipa descesse, deixando Nuno Gomes plantado na frente, completamente impotente, e colocar João Moutinho. Era essencial manter alguém para matar o jogo, ou, se era para defender, então o que se exigia era alguém com altura, capaz de travar o jogo aéreo. É que, no minuto seguinte, Poulsen marcou de cabeça.
Não me revejo na equipa de Queirós. Não concordo nem com a convocatória nem com o onze titular. Tudo o que se viu foi desastroso, incluindo as substituições. Por isso, parece-me evidente que Queirós é o primeiro responsável pelo péssimo resultado que Portugal fez ontem, em casa, contra uma equipa acessível.
Não se pode dizer que tivemos azar, porque se revirmos o jogo, constatamos que a Dinamarca teve muito azar. Se não o tivesse, teríamos perdido por mais.
Curioso é que se pediu insistentemente aos portugueses para irem ao estádio. Os portugueses até compareceram. Agora, não há ninguém que peça desculpa, o que faz parecer que a Federação só aparece para pedir dinheiro e nos momentos de euforia. Esta Federação não resolve, pelos vistos, os problemas do futebol português e esconde-se quando se lhe exige que apareça. E neste caso, seria digno que Madaíl aparecesse para pedir desculpa.
Contudo, quem mais errou, na convocatória, no onze, nas substituições, na atitude no banco, na falta de ambição foi Carlos Queirós. Tudo o que se passou ontem foi um desacerto completo. Apenas Deco, Nani e Paulo Ferreira se destacaram, no meu entender. O resto foi mau de mais. A Dinamarca foi superior, criou várias oportunidades e aproveitou-as. Parabéns à Dinamarca.
Agora, o que se exige é que Queirós corrija os erros e peça desculpa aos portugueses porque esses erros podem ser cruciais no futuro.
Não podemos voltar aos fantasmas do passado. Os portugueses já não podem tolerar mais isso.

2 comentários:

João Faria disse...

A esperteza queiroziana culminou com a entrada de um jogador de metro e meio para defender um resultado frente a uma equipa nórdica, tendo jogadores altos como Bruno Alves e Fernando Meira no banco. Brilhante, eterno adjunto!

Anónimo disse...

pa oh antonio acho q tas a ser demasiado faccioso por o queiroz ter problemas com o sporting. tens razao ele n teve bem com o sporting, mas ponto final. por amor de Deus parece q n viste o mesmo jogo, portugal jogou muito bem, queiroz n tem culpa dos 4 ESCANDASLOSOS falhanços de rsimao, nani, danny e nuno gomes.
qualquer um dos 4 eram golos feitos que matariam o jogo por completo. repito, parece mesmo q viste outro jogo aos dizeres que a dinamarca teve varias opotunidades. potugal fez tudo para ganhar, o jogo tava bem preparado no sentido em q dominamos ate 9 min do fim, que foi a altura em q a dinamarca subiu por ser mto persistente e ter ficado galvanizada pelos nossos 4 ESCANDALOSOS falhanços. talvez neste aspecto queiroz tenha sido apanhado de surpresa como 10 milhoes de portugueses e nao conseguiu transmitir calma a uma equipa inexperiente (fruto da necessaria renovaçao grandual que ta a ser feita). aí nao esteve bem mas ainda trabalhou pouco com o grupo. acho o nivel de futebol que estamos a apresentar optimo para a altura em q estamos sinceramente e nao estou minimamente preocupado pois tenho a certeza q vamos continuar a este nivel e azares destes nao haverao e vamos passar as tais equipas acessiveis com a tranquilidade que teriamos passado pela dinamarca caso os 4 ESCANDALOSOS falhanços nao o tivessem sido. Oxalá nao esteja enganado, de tal forma que nem ponho a hipotese de dar a cara caso o esteja no fim. abraço