quinta-feira, 17 de abril de 2008
K.O.
Escrevi sobre o que de fantástico se passou ontem. Agora, sou forçado a escrever sobre o que e quem manchou aquela noite histórica.
Mais uma vez, um adepto do Sporting foi esfaqueado por membros das claques do Benfica.
Vi a chegada das claques do Benfica a Alvalade, debaixo da sede do Sporting, onde me abrigava da chuva e esperava um amigo. Quem ali estava teve de fugir das pedras que nos atiravam. A polícia não agiu, ninguém foi detido, enquanto eles atiravam pedras à frente de todos e passavam para fora do limite onde tinham de estar.
A polícia ia agredindo os adeptos do Sporting. Muitos deles eram pessoas com alguma idade, que estavam ali, apenas, para se abrigar da chuva. Tinhamos de fugir das pedras e alguns entraram mesmo na sede para se protegerem.
Depois do jogo, as tristes cenas do passado repetiram-se. Ao saír do estádio vi duas raparigas, adeptas do Benfica, a chorarem. É assim mesmo. O futebol é assim. Quando o Sabry marcou um golo no último minuto, saí do estádio desolado e estive 20 minutos sem falar. Na final da Uefa, o meu estado era o mesmo. Umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se. É normal.
Mas, em Telheiras, quando um grupo de amigos adeptos do Sporting regressava a casa, um adolescente desse grupo foi esfaqueado. As claques do Benfica mancharam toda aquela noite memorável, que deve ser recordada pelos adeptos dos dois clubes, como o 3-3 na Luz, em que o Sporting acabou por ser eliminado, mas que fica na minha memória como um dos grandes jogos que já vi. Fui com as claques do Sporting e, pelo jogo, voltámos a Alvalade a cantar. Felizes pela festa que fizemos e pelo jogo que assistimos. Apesar da derrota.
O mesmo comportamento não têm as claques do Benfica. Está mais um sportinguista no hospital, fruto de uma falta de desportismo e, acima de tudo, de civismo de membros de claques ilegais de outros clubes.
Talvez seja preciso chamar-se mesmo a Judiciária, mas para investigar estes sucessivos actos de violência sem limite levados a cabo por adeptos do Benfica.
É que como a Polícia não age com eficácia, o Sporting vai reagindo a tudo isto de forma arrasadora. Mas dentro do campo, cara a cara, olhos nos olhos. E ontem foi um autêntico K.O. às papoilas saltitantes.
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