quinta-feira, 17 de abril de 2008

Memorável



Para ontem, quarta-feira, 16 de Abril de 2008, estavam guardadas algumas horas que vão ficar para a História.
Esperava-se casa cheia em Alvalade, muitos milhares de benfiquistas, um grande jogo em que os dois eternos rivais da capital de Portugal iriam jogar o tudo ou nada.
A ansiedade era grande e, de manhã, tive aquele pressentimento de que alguma coisa se iria passar no novo estádio de Alvalade. Não escondi esse pressentimento e disse a alguns amigos que me cheirava a goleada.
Cheguei a Alvalade, com uma tarde cinzenta, 2 horas antes do jogo começar. Vi a chegada de uma onda humana encarnada ao estádio. Vi ainda a chegada da equipa do Benfica. Não fui a tempo de ver o autocarro da equipa do Sporting, porque aproveitei o abrandamento da chuva para entrar no estádio.
Para se saber o que é o Sporting é preciso senti-lo. Sofrer, transpirar muito, saltar, abraçar desconhecidos e chorar quando o estádio, de pé, com o símbolo do Sporting no fundo, canta a paixão que sente e sentirá, sempre, pelo clube.
Um estádio quase cheio aplaudiu de pé os jogadores das duas equipas. O Sporting começava o jogo com a defesa desfalcada. Tínhamos, então, de ir para cima do Benfica. Tentámos mas não tivemos sorte. O Benfica conseguiu dois golos graças a duas falhas defensivas e o intervalo chegou com um dois a zero para o Benfica. O clima era de depressão no estádio entre adeptos do Sporting. Mas, por não ter recebido mensagens de vários amigos benfiquistas que estavam no estádio, quis acreditar que o Benfica não tinha ainda ganho o jogo.
Terminados os 15 minutos de intervalo, os adeptos do Sporting, naturalmente tristes, tinham poucos motivos para cantar. Mas a segunda parte ia ser uma coisa do outro mundo. Fomos, mesmo, para cima deles. Continuámos a tentar mas jogámos sempre contra a sorte. Desde bolas à barra às grandes defesas do Quim. Os jogadores continuaram, deram o litro, nunca deitaram a toalha ao chão e levaram, mesmo a perder por 2-0 e a jogar, agora, cada vez mais, contra o tempo, os adeptos a levantarem-se, a cantarem ainda mais forte. É importante sublinhar esse mérito da equipa, porque, nesta quarta-feira foi a equipa que puxou pelos adeptos, o que há muito não se via.
Com tantas tentativas, Yannick conseguiu, finalmente, pôr a bola lá dentro. Minutos depois, a mesma sorte teve o Liedson. Estava tudo empatado, o estádio estava ao rubro e voltava a ser possível eliminar o Benfica.
Já sem t-shirt, porque, apesar da chuva e dos 9 ou 10 graus, os adeptos suavam quase mais que os jogadores e ainda a festejar o empate, Derlei, que voltava tanto tempo depois logo contra a antiga equipa, marcou o golo que nos deixava, pela primeira vez, à frente do Benfica.
Foi uma loucura e é impossível descrever o que se passou ali naqueles minutos. Mas o Benfica voltava a empatar mais uma vez graças a uma falha defensiva. O problema é que as águias se meteram com o leão. E o leão ia acabar, mesmo, por devorar a águia. Primeiro, o 4-3 pelo Yannick e houve ainda tempo para o quinto golo, apontado por Vukcevic.
O Sporting ficou-se pelos 5, porque não houve tempo para mais. Não duvido que, com mais dois ou três minutos, a cabazada iria ser ainda maior.
Aqueles segundos 45 minutos foram de esforço, dedicação, devoção e glória (Eis o Sporting Clube de Portugal!).
Nos últimos minutos, todo o estádio era uma claque de fanáticos adeptos do Sporting, que trocavam abraços suados. O símbolo do clube voltou a ser erguido pelas claques do Sporting, que cantaram juntas no topo sul do estádio. Tudo aquilo arrepiava. No topo norte, repleto de benfiquistas, via-se que eles se queriam ir embora o mais rapidamente possível. Mas os garotos iriam ficar mais uma hora no estádio para depois fazerem o regresso à Luz, a pé e à chuva. Como deve ter sido difícil…
Eu falei, noutros blogues, numa possível semana negra para o Benfica. Levaram 3 secos em casa contra a Académica. Mais 5 batatinhas em Alvalade. E agora vão ao Dragão.
A saída do estádio foi em festa. Não podia ser de outra forma. Buzinas nos carros, cachecóis de fora, tudo a cantar. Podíamos ter ficado mais tempo no estádio, mas alguns adeptos do Sporting começaram a gritar “chamem a Judiciária”. Sabe-se lá porquê.
Assim, não tive a oportunidade de ir dar uma olhadela ao topo norte para cumprimentar os meus amigos e ver o Barbas. E mais uns bonecos…
Já no carro, tive a oportunidade de ouvir o que o Chalana tinha a dizer sobre o jogo. Disse que tinham sido completamente roubados. Mais uma vez…
Levam 5 batatinhas (e podiam ter sido mais) e dizem que foram roubados!...
Já do sr. Vieira não ouvi nenhuma palavra. Fiquei triste porque gostava de saber o que iria dizer o presidente sobre o banho de bola que o Sporting deu à melhor equipa do Benfica da última década.
Não fui a tempo de ver as claques do Benfica a saírem do estádio. Só espero que tenham saído todos, porque, pelo que se diz por aí, eles estavam todos com “uma granda cabeça”…(espero que não tenham ficado entalados e que tenham passado nas portas)!
Dando algum seguimento ao que foi dito pelo presidente de um outro clube, que aconselhava Kompensan ao sr. Vieira, eu recomendo, porém, o Rennie que é muito eficaz contra a azia. Que deve ser muita depois destes 5 “tantuns verdes”, que, segundo sei, é o que é bom para a tosse.
Para concluir e para resumir o que se passou nesta quarta-feira, digo que foi um jogo à moda antiga. O Sporting chegou a jogar com 4 avançados, que marcaram os 5 golos da equipa. Foi um derby fabuloso, um jogo histórico, uma noite inesquecível e uma épica exibição da equipa do Sporting. E o Benfica levou uma mão cheia de golos em Alvalade.
Memorável.

1 comentário:

Anónimo disse...

O maior post deste blog é sobre o Benfica, que enorme clube.