segunda-feira, 9 de junho de 2008

O que a JS tem para dar - parte II


Quando escrevi sobre o cartaz da JS não esperava uma reacção das várias pessoas que por aqui passaram e deixaram os seus comentários.
Começo por agradecer os comentários. Passo, então, a desenvolver aquilo que disse.
Em primeiro lugar, sou contra o casamento propriamente dito, porque, na minha opinião, pelos valores que me foram incutidos nos meus vinte anos de vida, e olhando para a definição dada a essa palavra nos dicionários, o casamento é união legítima entre homem e mulher. O objectivo do casamento é, sempre, e no meu entender, constituir família e, recorrendo novamente ao dicionário e aos meus valores, a família é o pai, a mãe e os filhos, além de tudo o resto. Sou, portanto, contra o casamento, propriamente dito, de homossexuais.
Contudo, poderei ser favorável a uma união de homossexuais, e não de "casais" homossexuais, porque o casal é o "par composto de macho e fêmea". Às vezes é importante medirmos bem as palavras que escrevemos, para uma maior correcção. Sou a favor de uma união, no sentido de alargar os direitos dos homossexuais, nomeadamente nos direitos que dizem respeito às finanças e vários direitos comuns que nascem por meio de contrato.
Sobre o ponto da igualdade, será importante rectificar algumas observações feitas nos comentários que foram feitos. O princípio da igualdade, consagrado constitucionalmente, não significa que somos todos iguais. Significa que o igual deve ser tratado como igual e o diferente como diferente. Há ainda outra diferença, que é o que distingue "diferenciação" e "discriminação". No princípio da igualdade, pode e deve haver diferenciação, mas nunca discriminação. Foi isso que fiz, faço e farei sempre. Devemos discutir este tema, tendo como assente o facto de que a homossexualidade constitui uma diferença, uma excepção à regra, que é ser heterossexual.
Sou da opinião que um eventual alargamento dos direitos dos homossexuais é coincidente com as aspirações da nossa Constituição, que diz no artigo 13º, nº2, que "Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de (...) orientação sexual".
A minha aceitação da união de homossexuais fica, como tinha dito anteriormente, dependente dos moldes com essa proposta de alargamento dos direitos dos mesmos for feita. A JS, se quer tanto mostrar que é diferente, devia, em vez de colocar cartazes e ter umas ideias soltas, que isso sim é demagogia, devia sustentar aquilo que, de forma completamente avulsa, defende. A JS tem todos os meios para levar por diante esta sua suposta nova causa. Pode apresentar propostas e tomar, de facto, a iniciativa. Não o fez, porquê?
O que critico, e volto a repetir isso aqui, é que a juventude socialista colocou um cartaz para mostrar que é diferente, mas não fez mais do que qualquer comum cidadão poderia fazer. Aquele cartaz não faz sentido se, antes de o colocaz, nem sequer desenvolveu e procurou aprofundar o tema.
Depois, esta altura é a pior possível. Mas isso a JS sabe e por isso colocou aquele cartaz. A JS colocou aquele cartaz para fingir que é moderna e que tem grandes ideias e novas causas e, claro, para desviar a atenção dos portugueses do Governo do seu Partido que tem levado o país à ruína.
Eu preferia estar aqui a escrever sobre os trabalhadores ou os camionistas que estão na rua e falar das dificuldades que o povo está a sentir na pele, mas a força dos comentários e, até, insultos que me foram feitos fizeram com que, mais uma vez, falasse de uma ideia avulsa, sem sustento nenhum, deste grupo de jovens.
Demagogia, afinal de contas, é aquilo que critico. É o politicamente correcto. É o não se dizer as coisas pelos nomes. É fazer cartazes sem apresentar propostas, sem sustentar ideias, sem mais. É falar-se daquilo que se desconhece. E tentar mostrar-se que se é jovem e moderno porque, afinal de contas, tem uma opinião muito semelhante à minha, embora não tenham os conceitos tão bem definidos e as ideias tão desenvolvidas.
Em suma, penso que a homossexualidade não é uma situação normal, não é a regra. Contudo, não a condeno. Mas uma coisa é não a condenar e defender um aprofundamento do debate e um alargamento dos direitos dos homossexuais e outra é ser a favor de um casamento, que é o símbolo da união entre o homem e a mulher. Sou contra o casamento, mas a favor de uma união que lhe seja paralela.
Quanto à Juventude Socialista, penso que seria mais útil ao país se mostrasse preocupação pela crise que os portugueses sentem na carteira e se apresentasse medidas e políticas para a enfrentar. Seria mais útil se tivesse qualquer coisa a dizer sobre Justiça, Segurança, Saúde...! E que não se limitasse a fazer propaganda do Governo, colocar cartazes e ter umas ideias avulsas, completamente descontextualizadas sobre qualquer coisa.
Estou certo de que com esta JS e com esta forma de ser e estar na política, o País só tem a perder. Porque as poucas causas por que se bate a juventude socialista, hoje, não têm qualquer sustentação. É tudo avulso. Demonstram ou autoritarismo ou inexistência de desenvolvimento de pensamentos. A JS abdicou de querer construir para se limitar a "encher" e a marcar presença...

1 comentário:

Anónimo disse...

«...homossexualidade constitui uma diferença, uma excepção à regra, que é ser heterossexual» Os meus parabens pela precisão e objectividade - essa é a nocção fundamental, aquilo que as minorias se não querem aceitar.
Para mim, o comportamento privado das pessoas, nada me preocupa, desde que não andem a meter nojo na via pública. Ora uma das caracteristicas dos paneleiros modernos, é que, vá-se lá saber porquê, gostam de dar nas vistas, gostam de se saleintar. O que me leva a pensar que, a grande maioria, não são mais do que oportunistas, a tentar colher alguma notoriedade - para isso há coisas bem mais necessárias e úteis.
É claro que se trata de uma conduta desviante. se é fruto de uma problema psiquico ou fisico, por me importa. reclamem o direito a serem tratados!

Ora, se gostam de palhaçadas, divirtam-se em privado... Eu, como cidadão normal, porque razão tenho que levar com estes espectáculos horrorosos... Muito siceramente, causam-me asco, nojo!

Se nada tenho contra a convivencia privada dos paneleiros, é completamente estupido, absurdo e anormal, falar em "casamento", casal, adopção... etc.
Se têm o direito de viverem como querem, não têm o direito de destruir a maius importante (e a única verddaeira)instituição da sociedade.
De plhaçadas e palermices, ando cheio!!!