domingo, 8 de junho de 2008
Chegar, ver, dominar, jogar à bola, vencer e somar 3 pontos
O período de dois anos que termina no final deste campeonato da Europa é o pior período para qualquer seleccionador nacional que tenha de marcar a viragem de uma geração de ouro para uma equipa recheada de jovens promissores, uma equipa a que já se chama geração de platina do futebol português.
Scolari enfrentou muitos problemas. Desde uma qualificação alcançada no último jogo à lesão de Quim no dia de estreia da equipa no Euro. Seria muito difícil estar na pele de Scolari. E já o critiquei por muitas vezes. É por isso que eu escrevo hoje.
Pensei que a euforia criada em torno dos jogadores criaria uma pressão, que se poderia tornar insustentável. Os jogadores tinham todos os motivos para estar pressionados e nervosos. Não só pela expectativa à volta da equipa, mas se olharmos para cada individualidade, percebemos por que razão tinha esse pensamento.
Ricardo acabou a época no banco de uma equipa de meio da tabela espanhola. Bosingwa tinha de se mostrar para o super Chelsea, para onde acabou de se transferir. Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira acabaram de perder uma Liga dos Campeões, na final, nos penalties. Pepe e Petit tiveram uma época abaixo das expectativas, por causa das lesões. Moutinho fazia o seu primeiro jogo a titular numa competição a este nível, assumindo-se como o sucessor de Rui Costa, depois de uma época muito desgastante. Deco fez uma época demasiado mediana para que o Barcelona quisesse que continuasse. Nuno Gomes e Simão são sempre duas dúvidas e tinham de mostrar serviço. Cristiano Ronaldo é um jovem e o Mundo criou à sua volta uma pressão que não se admite, porque falhou dois penalties em dois jogos decisivos, porque pode sair para o Real Madrid, porque pode ser eleito o melhor do Mundo, e por quase todas as outras razões possíveis…Este era o onze titular de Portugal.
Por isso, estou surpreendido. Vi um bom jogo de futebol e uma fantástica exibição da equipa portuguesa. Scolari e aqueles jogadores responderam às pessoas que, como eu, duvidavam que, nestas condições, se poderia esperar um Portugal de top e uma equipa unida motivada e vencedora.
A Turquia não era um adversário tão fácil como Portugal fez parecer. A exibição foi mesmo muito boa. Portugal tem razões para se orgulhar da sua selecção nacional de futebol. Mérito de Scolari e dos jogadores. É a eles que agradecemos e que continuaremos a apoiar, porque se outrora quem conquistava era Afonso Henriques, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, e tantos outros, hoje, os grandes conquistadores são aqueles que vestem a camisola das quinas. E também esses ficarão, com toda a certeza, para a História de Portugal. Olhando para o Euro2004, para o Mundial2006 e para a exibição e a vitória (por 2-0, com três bolas nos ferros) de hoje não poderia pensar de outra maneira.
Força!
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2 comentários:
Fado, futebol e Fátima -e o povo deixa de pensar.
Para os republicanos socialistas e laicos Fátima fica avental. Quanto ópio por aí!
olha o fernando pessoa a comentar!este deve ser um grande elitista..
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