segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A pergunta a que Passos não responde


Tenho ouvido, com uma certa atenção, o que tem sido dito pelos membros do governo e dos partidos que o suportam. Há um vazio à esquerda do PSD. O Bloco, na fase descendente da curva que marca a sua existência, vive uma crise que se justifica, com uma contestação interna que, ainda que raramente tenha passado das entrelinhas que marcam os bastidores, levou à queda de Louçã. 
Ninguém sabe, ao certo, a solução que irá ser apresentada aos militantes do Bloco. Mas a história ficou escrita no início, que confirma aquilo a que chamamos de ironia do destino. O que começou da desunião e da desordem caminha para um fim de desunião e desordem. É isso que se promete com a solução (?) da liderança bicéfala.
O PS, que assinou o memorando de entendimento e que levou o país até ele, não consegue descolar-se da imagem. Não há quem esqueça que foi o PS que nos deixou num pântano que foi sendo construído ao longo de quase década e meia de governos que saíram caro ao bolso dos portugueses, de hoje e de amanhã.
Vivemos, assim, perante uma oposição inexistente, facto que deixa todo o espaço de visibilidade disponível para o governo e para os partidos da coligação que o suporta.
Com atenção, tenho acompanhado palavras e actos, desde as populistas idas à praia da Manta Rota aos metros que vão separando os protestos e os discursos.
Temos objectivos para cumprir. Temos de mostrar resultados. Temos de nos concentrar no curto prazo e nos sinais que vamos dando. Há que conquistar a confiança dos mercados. Não sei quais eram as alternativas às medidas deste executivo. Não sei sequer se as havia, na prática. E, se este não é o tempo para os piegas, o que é certo é que existem limites. 
Os objectos são ambiciosos e a margem é curta, e não tenho a certeza de que Passos Coelho e os membros do governo sabem as dificuldades por que passa uma maioria absoluta, trabalhadora e relativamente silenciosa de portugueses que vivem o dia-a-dia como uma luta para que, no dia seguinte, não estejam obrigados a viver na rua, sem ter que comer.
Não há muita margem. Nem sei, se há volta a dar. Mas o que eu queria perguntar a Passos Coelho é aquilo que me aflige e que temo que o Primeiro-Ministro não saiba responder.
Como é que vamos sair daqui? Eu, pessoalmente, não estou a ver como. Não estou a ver, com estas medidas e com tantas imposições (que são autênticos atentados à nossa soberania e que foram forçados por décadas de desgovernos socialistas), como vamos crescer.
Estrangulados por impostos, assombrados pelo fantasma do desemprego e com o custo de vida a agravar-se, os portugueses não podem pôr a economia a funcionar. Podemos iniciar novos negócios, potenciar os que já temos. Podemos ser mais produtivos. Podemos, assim, criar oportunidades, subir as exportações e reduzir as importações. Mas será que isso é suficiente? Ou será que, depois de pararmos a nossa economia, estrangulando-a e tirando-lhe o dinheiro, teremos de voltar a pedir emprestado para, pelo menos, sobreviver ao massacre e a esta cada vez mais violenta forma de nos tirar o dinheiro para o colocar à disposição dos credores do Estado?
Portugal tem dado sinais que têm ajudado a limpar a nossa imagem externamente. O Governo, nesse sentido, oferece muito mais credibilidade do que o anterior. Mas nós estamos no buraco. No buraco de Sócrates, de Guterres, de Seguro e de todos esses camaradas. Continuamos sem ver a luz, sem sinais de esperança, sem saber o porquê de todo este esforço.
E Passos Coelho tem falado bem. Tem sido coerente e claro, realista e ambicioso. Só lhe falta dizer como é que o país vai crescer...

2 comentários:

maria disse...

O que me preocupa é que acho que nem ele sabe, mas pelo menos faz alguma coisa para nos tantar tirar do buraco, mas vai ser muito complicado e não vai ser para já...infelizmente :(

Bjs :)

miguel vaz serra....... disse...

Passos Coelho tem vários problemas.
Não sabia no que se ia meter nem encontrar. Não tinha experiência alguma a não ser o disparate de ter confiado em Sócrates duas vezes e duas vezes ter sido humilhado publicamente pelo mesmo asno.
Toda a gente sabia, só mesmo Passos Coelho não, que Sócrates é um crápula que como Louçã disse e bem, não faz acordos com ninguêm. Os ditadores são assim.Está-lhes no sangue. E se ditadores corruptos são altamente perigosos.É o caso. Noutro País e noutra situação seria um cappo mafioso de muito cuidado. Assim ficou por aprendiz de, mas fez mal a muita gente e deixou Portugal na banca rota. Toda a gente sabia menos Passos Coelho. Isso diz muito dele.Naife e portanto incompetente para as funções de PM. Assim de claro. Ele não tem culpa.Ninguêm tem.Simplesmente não serve. Foi
um erro do PSD assim como Relvas foi um e crasso. Teixeira da Cruz nem se fala. Um zero à esquerda.
Estamos vendidos aos mercados e estes só reagem ao poder Alemão. Se não fosse a Chanceler a mandar no Governo Português, Passos Coelho já teria demitido por incapacidade de controlar os Ministros e Secretários de Estado. Assim parece que está tudo sob controlo e está, mas não no dele. Por isso não saberá responder-te amigo António. Porque ele não sabe quais são as ordens da semana que vem, as que vêm semanalmente de Berlim.
Quem tiver a mínima dúvida de tudo isto, pode estar em perigo de se atormentar um dia destes quando chegar à conclusão de que a saída para Portugal é um corte radical com a UE e Euro.
Só haveria uma saída dentro desses sistemas, os Euro-Bonds, e esses a Alemanha não deixa que se façam. Não podemos esquecer os biliões de euros que eles alemães estão a fazer nos juros das dívidas públicas dos outros parvos que os deixam fazer....................
Nas Novelas os actores aparecem nas Praias, nos Restaurantes, nos cafés.Fingem que vão trabalhar, que mandam, que têm uma vida própria. Pois a República Portuguesa neste momento é uma Novela.
Barata, nefasta, parece até Venezuelana de tão má, mas não passa disso!!!