sábado, 31 de janeiro de 2009

Defesa da honra


Até esta noite, o PSD não se pronunciou sobre o caso Freeport, aproveitando os seus "dois momentos de fama" para confrontar o Primeiro-Ministro (e bem!) sobre um relatório que este dissera ter sido realizado pela OCDE e que afinal não era e para, na voz da líder, apresentar propostas alternativas para as políticas de combate à crise, que entra, de modo generalizado, por casa das famílias portugueses. Também aí o PSD esteve bem.
Quanto ao caso Freeport, o PSD manteve pelo menos até esta noite um silêncio que se compreende, por demonstrar de forma clara que o PSD sabe distinguir o poder político do poder judicial.
Mas temos agora dois factos novos, que nada têm que ver com o poder judicial: primeiro, Sócrates recorreu aos mais primitivos arcaísmos típicos de líderes de regimes anti-democráticos, afirmando estar a ser vítima de uma cabala, de um poder oculto e de uma campanha negra, que não o irá derrotar; segundo, o tio deste rematou esta jogada feia de contra-ataque sorrateiro ao colocar a hipótese de ser o PSD que está por detrás daquilo que considera este ser uma campanha contra o Primeiro-Ministro.
Reconheço que existem duas evidências: primeiro, os portugueses não são "Zezitos" e, segundo, não havia maneira possível de um partido político português influenciar a investigação de autoridades britânicas que procuram a única coisa que verdadeiramente se ocultou, que são uns largos milhões de euros. Todas as pessoas sabem isso.
Mas era importante que isto ficasse bem claro e que fosse dito, em local apropriado, por dirigentes do PSD. Porque o que foi dito é, isso sim, difamatório e mentiroso, e constituí um seríssimo atentado à honra e à dignididade de um partido democrático como é o PSD e que, além do mais, sobre este aspecto se tem comportado exemplarmente. Enquanto militante do PSD, senti-me ofendido e insultado publicamente.
No que diz respeito ao plano da política, estou absolutamente convicto de que Sócrates será julgado politicamente, não por qualquer caso entregue ao poder judicial, mas pelas políticas erradas deste Governo. Neste plano, que é o que interessa ao PSD e aos portugueses, estão já reunidas todas as provas de que Sócrates não serve para governar e a sentença política final será inequívoca. No plano político, o Primeiro-Ministro só pode ser vítima de si próprio e será julgado politicamente pela sua governação completamente desastrosa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Até quando?

Entrámos numa situação completamente insustentável.
A ourivesaria lá da frente foi assaltada.
O vizinho foi vítima de carjaking.
O desemprego começa a afectar de forma muito séria as famílias, de todas as classes sociais.
Vemos escândalos todos os dias nos mais altos cargos da Nação e nos mais importantes sectores da sociedade.
Temos medo de andar nas ruas, vemos pequenas rixas nas estradas quase todos os dias. Os nervos tomaram conta de toda a gente.
O clima nas escolas não poderia ser mais instável, com os professores a contestarem diariamente um sistema de avaliação completamente errado.
Nas universidades, vive-se ainda o stress dos exames.
Começámos agora a entrar no verdadeiro pântano, que fez caír Guterres e que Sócrates nunca quis reconhecer. Porque, além dos problemas económicos, das pessoas e das famílias, em Portugal vive uma (pelo menos aparente) crise no poder político e no poder judicial.
Eu, confesso, numa esperei viver num clima assim, tão pesado e hostil.
Até quando poderá o país comportar uma situação destas?

Matraquilho ou pingolim?


Há certas notícias que me deixam desinspirado.
Por isso, hoje o assunto que trago à baila tem um contra: é a pior altura possível para o trazer para debate. Porque há assuntos prioritários, que nos deixam, a todos, tristes e preocupados.
Escrevo hoje sobre a convocatória de jogadores brasileiros para as selecções nacionais, para dizer uma coisa muito simples: o jornal OJOGO faz uma sondagem on-line em que pergunta se Liedson e Paulo Assunção devem ser convocados para a selecção nacional, sim, não ou qual dos dois. Ora a minha posição é muito clara: nem um nem outro.
Fui contra as convocatórias de Deco e de Pepe. É verdade que são dois jogadores de top, mais-valias para qualquer equipe de futebol e gostava, certamente, de os ver jogar em Portugal e, se possível, no meu Sporting. Na selecção a coisa é bem diferente, porque a selecção nacional é isso mesmo, ou seja, a escolha dos melhores jogadores portugueses para representar o País.
Estes jogadores podem ter nacionalidade portuguesa e a lei diz-nos que não há portugueses de primeira nem portugueses de segunda. Mas, para mim, no futebol, continua a haver o que é português de Portugal e o que é português do Brasil. E a selecção deve ser o objectivo máximo dos jogadores portugueses de Portugal.
Sempre que falo deste assunto, cito Jesualdo Ferreira quando disse que "ninguém pensa o futebol português". Querem cortar as pernas aos jogadores portugueses? Querem deixar de promover a formação de jovens atletas portugueses? Então convoquem quem quiserem. Que eu continuarei a defender o que é português de Portugal, que merece ser trabalhado, melhorado e estimulado.
Não há bons defesas centrais, trincos, números 10, avançados? Apostem nos jovens!
Parece que até no futebol querem hipotecar a vida à juventude...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O papel da JSD em 2009


Passei há alguns minutos no site da JSD. E a pergunta que coloquei a mim mesmo foi qual será o papel das Jotas nos dias de hoje?
Ora, na minha opinião, o papel da JSD é um e é bem claro: cativar a atenção da juventude e mobilizar os jovens em torno de um conjunto de ideias no intuito de construír um país mais livre, mais justo, na rota do progresso.
Ser jovem hoje não é fácil. Porque no fim da licenciatura, deparamo-nos com um mundo que não está empregador, herdamos uma situação económico-financeira dificilmente sustentável e o planeamento da construção da nossa família e da vida que idealizámos durante décadas estão cada vez mais difíceis. Por exemplo, é cada vez mais comum que os jovens permaneçam durante um maior período de tempo em casa dos pais, casando mais tarde e tendo filhos em fases já algo avançadas das suas vidas.
Nesse sentido, o papel da Jota é debater e procurar alternativas e lutar por políticas sérias e verdadeiras de juventude, combatendo os problemas de fundo com que se depara, hoje, a juventude portuguesa. Pelo que o sucesso das Jotas não passará nunca por debater questões laterais como o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desengane-se quem pensa assim.
É que a Juventude Socialista tem seguido o caminho errado de lutar pelas minorias, impondo um pensamento único sobre as questões mais controversas, esquecendo-se de fazer aquilo que verdadeiramente lhe compete, que é promover, incentivar e apresentar propostas para políticas de juventude, verificando ou assegurando-se de que o Governo tomou medidas nesse sentido. E, com franqueza, neste campo, como em muitos outros, o Partido Socialista falhou redondamente.
Creio que existe um ponto que se tornou quase dogmático para aqueles que exercem, ou querem vir a exercer cargos políticos nas Jotas. O dogma é o facto de se considerar que a Jota é a rampa de lançamento para o verdadeiro mundo da política, sendo um ponto de partida para se ter uma carreira política garantida. Na minha opinião, esse é um dogma que considero estar completamente errado, que tem desmobilizado a juventude, pois quando se olha para a Jota vemos muito fato e gravata, em vez da irreverência que quase se exige aos jovens.
Pelo menos é assim que as pessoas olham para as Jotas, em geral. E, no que diz respeito à JSD, a forma como as pessoas olham para a Jota depende muito da forma com que esta olha para si própria.
A Jota, e neste caso quero dizer JSD, precisa de ser mais irreverente, porque existe maior tolerância quando uma coisa é dita por jovens e até se percebe melhor a mensagem, porque chama mais a atenção. Não pode estar tão permeável aos bastidores da política e deve ser neutra face a eventuais divergências dentro do partido, tornando-se, portanto, mais independente. Porque o adversário da JSD não está dentro do Partido. Por muito que o procurem, internamente não o irão, seguramente, encontrar.
Não seria justo generalizar esta crítica, porque tenho tido conhecimento de muitas iniciativas próprias, que são de saudar. Apenas queria referir que, do meu ponto de vista, há que ser mais dinâmico, mais laborioso e até mais expedito.
Em relação à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, penso que a JSD, como o Partido, deve dar liberdade de pensamento e de voto aos seus militantes. Mas podem perguntar aos socialistas, cuja Jota tomou esta questão como sua bandeira principal, por que é que aplaudem euforicamente a moção de Sócrates por incluir a extensão do casamento civil a pessoas do mesmo sexo. É que há cerca de três ou quatro meses, esta questão foi votada na Assembleia da República, por proposta da esquerda radical, tendo sido recusada pelo PS. Se são a favor, por que é que não votaram dessa maneira? Porque esta questão, que, pelos vistos, é tão essencial para a JS, já podia ser "assunto arrumado".
E isso deve ser quase tudo o que a Jota deve fazer, nesta questão em particular. Porque era o que faltava que em plena crise, uma Jota responsável andasse a discutir questões relativamente irrelevantes. E só engradece a JSD o facto de elevar o seu discurso político para aquilo que verdadeiramente interessa e preocupa os portugueses, nomeadamente os mais jovens.
Este ano vai ser um ano que irá exigir muito de todos nós, jotas e militantes do PSD. E temos de ser muito mais irreverentes, pois temos uma mensagem para passar e uma missão para cumprir.
Porque nós sabemos que há um caminho alternativo. E que, além de alternativo, é o que nos dá mais garantias para a construção de um País melhor. É o caminho do rigor, da verdade, da consistência, da sustentabilidade, da responsabilidade e das provas dadas. Apanhar esse caminho depende só de nós, pelo que teremos de ir até junto das pessoas: no corpo a corpo, no cara a cara, nos olhos nos olhos. Mas também com frases, com imagens e com cartazes. Que cativem, que levem os jovens a participar na mais flagrante e plena festa da democracia. Que se juntem a nós, porque todos somos poucos para mobilizar a juventude e o país.
É preciso criar uma verdadeira onda laranja. E é isso que se exige não só a quem exerce cargos na JSD mas também a todos e a cada um de nós.
Ganhar as várias eleições deste ano depende, repito, só de nós. E é nisso, só nisso, que a JSD deve estar concentrada e fortemente empenhada.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Os fins políticos


Não me parece admissível ouvir o Primeiro-Ministro dizer que um processo judicial tem fins políticos só por incluír a sua pessoa.
Menos admissível é ouvir uma confirmação dessa afirmação, feita publicamente por um ministro.
Porque todas as pessoas sabem que a Justiça é independente e não tem de funcionar de forma a não incomodar os calendários partidários e eleitorais. Ainda para mais, nada nos pode levar a crer que as autoridades britânicas, que procuram alguns significativos milhões euros, estejam muito interessadas em influenciar a política portuguesa.
Parece-me evidente que afirmações desse género só têm uma única função, que é condicionar o trabalho que a Justiça faz, porque tem de fazer. É que estamos num Estado de Direito Democrático!
Se os socialistas afirmam que esta investigação tem fins políticos, eu gostava de saber o dizem esses mesmos socialistas de sucessivas investigações a vários militantes do PSD, que incidem geralmente em questões de menor relevância, e que se tornam públicas sempre em momentos pré-eleitorais. Ou esta é uma daquelas perguntas inconvenientes, que o engenheiro Sócrates não gosta e foge para não responder?

O lado da razão


Eu não tinha visto o jogo entre o FC Porto e o Braga.
Vi agora alguns lances.
O que eu vi dá razão a Jorge Jesus. O Sporting de Braga depois de ser prejudicado na Luz, onde ficaram dois penalties evidentes por marcar a seu favor e onde o golo do Benfica foi marcado graças a uma irregularidade mais do que nítida, foi esbulhado ontem contra o FC Porto. É que o golo do Porto foi marcado na sequência de um fora-de-jogo evidente. E ficaram três penalties por marcar a favor do Braga. Um deles talvez levasse Helton a ir tomar banho mais cedo e a ficar na bancada durante dois jogos.
O FC Porto está na frente, é certo.
Mas se o Braga não tivesse sido prejudicado na Luz, onde ganharia, e contra o Porto, que teria grandes probabilidades de vencer, talvez os três primeiros lugares da Liga não estivessem posicionados na ordem em que estão. E o Braga teria os seis pontos que, de forma regular, tudo fez para ter. A razão está inteirinha do lado dos clubes que apelaram à demissão de Vitor Pereira: os dois Sporting, o de Braga e o de Portugal.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Linhas tortas



Mais uma jornada, mais jogos cheios de emoção, mais boas fintas, bons golos e, claro, lances polémicos.
O Benfica empata a zeros num jogo pobre no Restelo, sem grande histórica e sem golos.
O Porto venceu em Braga, num terreno muito difícil, sendo que o golo que abriu o marcador na sequência de lance de claro fora-de-jogo. Nesse momento, o domínio completo dos bracarenses foi beliscado irregularmente e foi passo decisivo para a vitória do Porto.
Na Choupana, um critério estranho do árbitro, que viu um penalty quando Néné aproveitou um encosto de Abel. Mas um lance na área do Nacional não foi punido da mesma forma e o traumatismo craniano de Vukcevic não foi suficiente para que o árbitro assinalasse o castigo máximo. Se fosse seguido o mesmo critério, teria de ser marcada a grande penalidade e o Sporting seria hoje líder isolado da Liga.
O que digo é que se o penalty a favor do Nacional é assinalado, o lance de lesionou Vukcevic deveria ser punido da mesma forma. Porque em situações semelhantes, o árbitro marcou contra o Sporting, mas não marcou a favor.
Independentemente da classificação, o Sporting voltou a demonstrar dentro das quatro linhas que é a melhor equipa portuguesa e a que mais merece sagrar-se campeã nacional esta época.
Quanto ao Sporting de Braga, que pratica um futebol muitíssimo atractivo, depois de ser prejudicado na Luz, voltou a sê-lo ontem contra o FC Porto. Onde será que estaria o Braga se as arbitragens fossem tão boas como o futebol que o Braga pratica?
A continuar assim, os adeptos vão mesmo continuar a aderir ao convite de Vitor Pereira, vendo os jogos em casa, deixando os estádios às moscas.

Tantas dúvidas - parte II


Sobre o Caso Freeport, há ainda algumas dúvidas que não consigo esclarecer. Nem eu nem os portugueses e seria importante que a comunicação social assumisse agora o seu papel e que Sócrates dissesse a verdade, de uma vez por todas. Porque em 2005 disse que não tinha nada a ver com o assunto e agora o tio confessa que contactou o agora Primeiro-Ministro sobre o processo.
As minhas perguntas são duas e são muito simples:
1) Se fosse o meu tio a ligar ao engenheiro Sócrates, iria eu obter os mesmos benefícios? Sim ou não?
2) Houve algum benefício ilegítimo? Sim ou não?
3) Dada a importância da questão e pelo facto de ter acontecido nos últimos dias de um Governo em gestão e já derrotado nas urnas, Jorge Sampaio, na altura Presidente da República, não teve nenhuma dúvida em promulgar o decreto-lei? Será que não estava tão atento como três anos mais tarde? Será que não estava tão concentrado em cumprir as funções para as quais foi democraticamente eleito? Sim, ou não?
Se a resposta à primeira pergunta for não, o assunto deverá ser resolvido rapidamente nas instâncias próprias. Se for sim, tenho aqui alguns assuntos para os quais posso pedir ao meu tio para contactar o ministério competente.
No mesmo sentido, uma resposta positiva à segunda pergunta deve ser tratada em sede própria.
Quanto à terceira pergunta, apesar de ser pouco relevante para o desfecho deste caso, não deixa de merecer a sua importância, porque realça a camaradagem socialista instalada nos mais altos cargos da Nação. O Presidente da República deveria ter estado mais atento e concentrado, caso contrário não teríamos, em 2009, esta dúvida em relação à credibilidade do Primeiro-Ministro.
Curiso não deixa de ser o facto de, no meio de uma crise com precedentes distantes em que os socialistas nos deixaram, estarmos a debater um estranho caso em que o engenheiro Sócrates está, ou esteve, se é que esteve, envolvido e...os casamentos "gay"!

sábado, 24 de janeiro de 2009

O partido dos uns contra os outros


Mais do que demagogia e retórica, penso que é importante, por vezes, irmos aos factos concretos.
E nem é preciso ir muito longe para perceber que o Partido Socialista, que para Sócrates já não deveria chamar-se assim, mas Partido Popular da Esquerda Democrática e Moderada (PPEDM), é, com todo o rigor, o verdadeiro Partido dos Uns Contra os Outros (PUCO). É o mais partido de todos os partidos portugueses. Ora vejamos os factos, tendo apenas em conta o que se passou esta semana:

deputado do PS acusa ministro Mário Lino de negligência no caso "Airbus";

Mário Soares critica a moção de Sócrates, por pensar que a questão do casamento entre homossexuais é um radicalismo de esquerda;

O ministro dos assuntos parlamentares avisa os deputados do PS para estes não faltarem na votação de um diploma do CDS/PP, que teria os votos favoráveis de toda a oposição, assim como a própria oposição interna do PS e com o acordo do sindicato dos professores, impondo disciplina de voto aos deputados da bancada socialista;

Os deputados socialistas foram, portanto, proíbidos de votar de acordo com a sua consciência e João Bernardo, deputado do PS, alterou mesmo o sentido do seu voto e votou, agora, contra o diploma do CDS;


Manuel Alegre, histórico do PS, critica, outra vez, o ministro socialista;

Cravinho distancia-se de Sócrates e critica líder do grupo parlamentar socialista;

Esquerda do PS afasta-se de Sócrates.


Mais partido do que o Partido Socialista, ou PPEDM ou PUCO ou como lhe quiserem chamar (porque quase já não tem sequer identidade), é impossível.

Tantas dúvidas


Os dias passam e as dúvidas dos portugueses aumentam, em relação à pessoa do nosso Primeiro-Ministro.
A coisa também não é para menos, porque os portugueses estão cansados de ver os meios de comunicação social andar, dia após dia, a discutir o sexo dos anjos.
A situação, agora, começa a ter alguma gravidade. Agora não estamos só a falar de umas casas. Daquelas lá da Covilhã que o engenheiro Sócrates construiu. Ou não.
Não estamos só a falar de um conjunto de promessas que o engenheiro Sócrates não cumpriu.
Nem da falta de preparação do Primeiro-Ministro para antecipar cenários, definir políticas de combate às dificuldades que enfrentamos e para, de uma forma séria, sensata, responsável e democrática debater com a oposição e com os sindicatos. Nesse sentido, Sócrates não podia estar mais longe do país real e das pessoas. E se dúvidas houvesse, nesse sentido, está esclarecido que Sócrates se tem mostrado irresponsável e até incompetente.
Agora, as dúvidas levam-nos mais longe. Os portugueses merecem agora uma explicação e há muitas perguntas que Sócrates agora não pode mesmo fugir. Sim, diga-nos senhor Primeiro-Ministro, cujo apelido viemos a saber que era Pinto de Sousa, pelo menos, quem é e o que fez.
O caso Freeport não é mais um caso pontual. É uma dúvida que se acrescenta a muitas outras. Porque nós, portugueses, passados quase quatro anos, não sabemos sequer se o engenheiro Sócrates é, de facto, engenheiro...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sondagens



Covilhã. Com o som ligado, podemos ouvir os muitos assobios. Nas imagens, vemos que três, apenas três pessoas o aplaudem.



Évora. Assobios, muitos assobios. Algumas palmas.


Há alguns dias, parece que houve uma cidadã que rompeu o guião da propaganda do Governo. Sócrates respondeu a metade da pergunta, foi confrontado outra vez, deu meia volta e foi embora. Quando questionado pelos jornalistas...fugiu. Na Assembleia, continua sem responder a perguntar e recusou-se a ir à televisão debater com a líder da oposição.


Que ninguém se iluda, porque as verdadeiras sondagens são estas. Fora as diversas manifestações como aquela que juntou mais de 100 mil professores nas ruas. A realidade é uma coisa que o PS não vê e que as sondagens não mostram. Só assim se percebe a razão do tanto medo que José Sócrates tem.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A força da...mentira


Vivemos tempos engraçados.
Porque o mesmo ministro que disse que o aeroporto "jamais" seria na margem sul porque seria um investimento faraónico e passados alguns dias anunciou que era mesmo na margem sul que seria feito o novo aeroporto, acusou a líder da oposição de estar a enganar os portugueses.
Porque o Partido Socialista, adversário número um da construção do Centro Cultural de Belém, vê o seu líder e Primeiro-Ministro apresentar a sua moção de estratégia nesse mesmo local.
Porque essa moção tem o nome de "Força da Mudança", ou coisa semelhante, como se não fosse o Partido Socialista que esteve quatro anos no Governo e que governou 12 anos na última década e meia. Se está tudo bem na governação socialista, por que será que é preciso utilizar a expressão "mudança"?
Porque incluídas nessa moção vêm uma série de promessas para baixar impostos. Iguais às dos cento e cinquenta mil postos de trabalho (que ficaram por criar)...
Porque ouvimos o ministro das finanças dizer que afinal o PSD tinha razão: Portugal não estava preparado para a crise e o Governo não tomou, no tempo devido, as medidas necessárias (e constantemente propostas e defendidas pelo principal partido da oposição) para a combater.
Ouvimos o ministro dos Assuntos Parlamentares, completamente distante do sentido de Estado, falar de questões do foro interno do PSD, dizendo que era uma humilhação pública ter havido uma reunião entre a líder do partido e o líder parlamentar cujo único objectivo era o de aumentar o respeito pelo próprio parlamento. Mas o que ele não disse é que o seu colega de Governo, que tutela as Finanças, auto-humilhou-se, perante toda a sociedade portuguesa, reconhecendo que bastou uma mera meia dúzia de dias para se fazer um orçamento rectificativo, porque o OE anterior era, como dizia, e bem, toda a oposição, uma autêntica ficção.
Neste momento, há duas coisas fundamentais que separam o PSD do PS: a primeira é que o PSD fala verdade, aconselhando responsavelmente o Governo e a Assembleia a tomarem medidas, e a segunda é que o PSD tem a capacidade de prever e antecipar cenários, o que nos faz crer que se fosse este o partido de poder, as medidas teriam sido tomadas na altura e no conteúdo que se lhe exigiam e o país estaria certamente ainda em crise, mas também certamente, pelo menos um pouco, melhor. O que o PS faz, agora, é recusar na Assembleia, através da pouco democrática disciplina de voto, as propostas da oposição, para tempos depois, a reboque destas, fazer aprovar um texto idêntico.
Com verdade, neste momento, o que vejo nos partidos parlamentares é um CDS que acaba de fazer um debate útil num Congresso construtivo, um PCP, à sua imagem, unido e a apresentar propostas de acordo com a ideologia do partido, um PSD competente, responsável, alternativo e com fortíssimo sentido de Estado e o PS sem ideologia, numa guerrilha sistemática com o Bloco de Esquerda, por causa do Alegre, completamente à deriva, num desnorte autêntico, tomando apenas medidas avulsas, sem um plano sério, consistente e sustentado para construír um Portugal mais justo, mais desenvolvido, estando o nosso país cada vez mais longe do progresso.
Por isso parece-me evidente que o que os portugueses vão fazer quando reflectirem até às eleições é constatar que todas aquelas promessas, tudo aquilo que se dizia e vendia aos portugueses sobre os números, os resultados, as previsões era, afinal, tudo mentira. E que este Governo socialista, afinal, não foi mesmo nada "porreiro, pá".

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Tendências 2009


O ano que começou há 16 dias tem revelado, desde o início, algumas tendências.
Desde logo, estes 16 dias ajudaram a pôr a nu tudo aquilo que o Governo, devidamente apoiado pelo Partido Socialista, vinha dizendo.
Afinal, as contas públicas não estão em ordem. Afinal, os efeitos da crise vão mesmo atingir (e de que maneira!) o nosso país. Afinal, aquele Orçamento de Estado mesmo obra de ficção.
O Governo, ao prever o défice para 2009 nos 3,9% e o desemprego nos 8,5% está a fazer uma simples constatação de que, durante o tempo que passou, não falou verdade e não cumpriu com os objectivos.
2009, como o fim de 2008, tem dado razão a Ferreira Leite em tudo(!) o que a líder social-democrata afirmou, criticou e propôs até agora. Só faltará mesmo ouvir os socialistas dizerem que "o país não tem dinheiro para nada"...
Assim sendo, em 2009, o país começa a caír na realidade. E a realidade de hoje é aquela que o Primeiro-Ministro não quis ver, falando sempre do país no papel de Alice no país das maravilhas.
Por isso, com toda a justiça, o PS, a 9 ou 10 meses das eleições já desce nas sondagens e já perdeu a maioria absoluta. O PSD começa agora a subir. E esta tendência é visível e acontece por uma única razão: porque o PSD, na voz da sua líder, sempre teve a razão do seu lado.

O que eles nos disseram

"O que eu acho que é faraónico é fazer o aeroporto na margem sul, um aeroporto onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, onde não há indústria, onde não há comércio, onde não há hoteis e onde há questões ambientais da maior relevância que é necessário preservar(...)Na margem sul jamais, jamais."
Mário Lino, ministro das Obras Públicas, Maio de 2007

"Eu acho que a crise acabou totalmente"
Manuel Pinho, ministro da Economia, 13 Outubro de 2006

"Somos um país competitivo em termos de custos, nomeadamente, os custos salariais são mais baixos do que na média da União Europeia."
Manuel Pinho, ministro da Economia, 31 Janeiro de 2007

"7,1% de desemprego são a marca de uma governação falhada."José Sócrates, na campanha eleitoral em 2005


São apenas 4 frases, de apenas 3 ministros. Mas são apenas uma enumeração muito pouco exaustiva, porque houve muitas mais. O facto de haver muitas mais, sobre temas vários, só reforça a nossa preocupação. Ora, com o novo aeroporto anunciado, pelo ministro Lino, na margem sul, com o país a entrar em recessão e com o desemprego perto os 8%, estas afirmações, meramente exemplificativas, só nos podem deixar muito, muito preocupados...

A noite de ontem

O Sporting tem assumido um papel muitíssimo activo na crítica às arbitragens e tem tido, sempre, a razão do seu lado.
Eu sou daqueles que muitas vezes põe em causa as arbitragens e a respectiva imparcialidade. Sem ter medo das palavras, o que a maior parte dos sportinguistas pensa é que, muitas vezes, os árbitros fingem que não vêem as coisas.
O que penso do erro de ontem? Creio que foi um erro enorme, com influência directa no resultado. Muitos sportinguistas dizem que o erro foi premeditado e que o árbitro, ao errar, quis claramente beneficiar a equipa do Sporting, para que as críticas do clube às arbitragens se virassem contra si próprio.
A equipa de arbitragem não fez, ontem, um bom trabalho. Ficaram dois jogadores do Rio Ave por expulsar na primeira-parte. O árbitro não expulsou, pensa a maior parte dos sportinguistas, porque não quis.
Nós, sportinguistas, estamos cá para dizer que fomos beneficiados, ontem, num jogo da Taça da Liga, que não precisávamos de ganhar para passar. Fomos beneficiados num estádio onde nos foi ilegalmente invalidado um golo limpo num jogo para a Liga. Confesso, com sinceridade, que se fosse Presidente do Sporting, seria a primeira pessoa a tomar a única atitude que mais dignificaria a verdade desportiva. E essa única atitude, perante o erro claro da noite de ontem, teria de ser extrema e radical: eu diria que estava disponível para voltar a Vila do Conde, para repetir um jogo que foi manifestamente decidido, outra vez, pelos homens do apito.
Porque o Sporting não quer, não pode, nem precisa de ser beneficiado pelas arbitragens. Queremos ser melhores, no campo, no onze contra onze, ganhando os jogos por mérito próprio e exclusivo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O melhor do Mundo


Cristiano Ronaldo nasceu pobre, mas cedo revelou os seus dotes, extraordinários, de controlar e driblar a bola. Veio para a formação do Sporting que lhe permitiu continuar a progredir a seguir, no caminho certo, rumo ao seu grande objectivo, que era melhorar o seu futebol e ter a legítima esperança de chegar ao top of the tops do futebol mundial.
O que CR conseguiu deve-o ao Sporting, em parte, mas a si mesmo, porque se não fosse o seu esforço constante, a sua vontade de treinar mais e melhor de forma a poder exigir mais de si próprio e a aplicação, nos limites, durante os treinos, Cristiano seria, hoje, mais um jogador português, igual a tantos outros.
O que Ronaldo conseguiu no ano passado está apenas ao alcance dos fora-de-série e é resultado de muitos anos de trabalho. Sendo um extremo, marcou 42 golos e foi a estrela máxima de uma equipa que venceu a Liga Inglesa e, muito graças a Ronaldo, o todo-poderoso Manchester United foi campeão europeu e campeão do mundo.
Vi talvez 90/95% dos jogos do Man Utd na época passada, porque ver Cristiano Ronaldo jogar à bola, driblar, chutar os livres ao cantinho era uma alegria enorme e aquelas horas que passei em frente à televisão a ver aqueles jogos não foram tempo perdido.
Jogou o EURO com um dedo partido, tendo sido operado. Está, naturalmente, ainda, neste momento a recuperar a forma (dificilmente atingível, do ano passado) e a confiança.
Em suma, Cristiano Ronaldo não é uma pessoa normal. É um rapaz, que nasceu pobre, e que o que conseguiu deve-o muito a si próprio. Foi formado no Sporting e é português. E, por isso, é uma alegria e um orgulho enormes poder dizer que o Melhor Jogador do Mundo é português. E tem coração verde e branco.
Lionel Messi é também um fora-de-série. É também fantástico poder ver Messi jogar à bola, porque ele é capaz de ser um jogador que, sozinho, vai a um Campeonato do Mundo e traz a taça. O seu nível é difícil de ser atingido e reconheço que, neste momento (e não na época que passou, à qual se refere o prémio), Messi joga o melhor dos melhores futebóis que se joga no Mundo. Será muito difícil Ronaldo voltar a estar ao nível do ano passado e, neste ano, ao nível de Messi. Mas confesso, se eu votasse, votaria sempre em Cristiano Ronaldo. E por duas razões fundamentais: porque ele é sportinguista e porque é português.
Num Mundo tão grande, um país tão pequeno como Portugal, com tão poucos exemplos de sucesso a este nível, só pode estar orgulho de ver e ouvir dizer, pelo mundo fora, que o melhor jogador do mundo é Cristiano Ronaldo, de Portugal.
Quanto ao Sporting, importa dizer que, de facto, a sua formação tem certificado de garantia: em 8 anos, o Sporting formou 1/4 dos jogadores que receberam o estatuto de melhor do Mundo. Gostava muito de ouvir Ronaldo dizer, também ele e um dia, que gostava de voltar ao Sporting...mas para ser campeão. Era uma alegria enorme que proporcionava aos que o ajudaram a chegar onde ontem finalmente conseguiu.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O debate público


Na semana passada, como tem vindo sendo o hábito da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite falou publicamente, em directo (para quem quis transmitir), aos portugueses, fazendo um retrato da situação actual do país. Falou verdade, apresentou propostas alternativas, criticando as políticas do Governo.
Nessa conferência de imprensa, desafiou publicamente José Sócrates para um debate, público, sobre a difícil conjuntura actual com que se depara o País.
José Sócrates deixou caír a máscara na entrevista que lhe correu manifestamente mal, dada a uma televisão privada. Pôs os pés pelas mãos, refugiou-se na demagogia e na retórica para não responder às perguntas mais difíceis, como sempre tem feito nos debates quinzenais na Assembleia da República.
Quanto ao desafio público, cara-a-cara com a líder da oposição, Sócrates teve medo, fugiu e escondeu-se. Porque, com verdade, ele sabe que mentiu aos portugueses, que não estava preparado para o cenário actual do País e que não ouviu sequer os conselhos de Ferreira Leite sobre aquilo que devia ter sido feito e em que momento deveriam ter sido tomadas as medidas. Nesse aspecto, o tempo deu razão à líder do PSD.
O Primeiro-Ministro não teve a coragem de aparecer e mandou um dos seus ministros recusar o convite para o tal debate público, a dois, que o País quer e precisa de ter.
Na Assembleia, esse mesmo ministro preferiu dirigir insultos e críticas pessoais ao líder parlamentar do PSD a responder às propostas da oposição. Para isso, perdeu toda a dignidade, assumindo uma postura pouco digna de um político, de um discurso parlamentar, tendo as suas palavras ultrapassado todos os limites, resvalando para o domínio do grosseiro e da má-educação.
Depois disto, Sócrates vai, outra vez, fingir que não ouviu o desafio nem as propostas alternativas da oposição. Vai voltar a dizer que o seu caminho é o único possível e que a oposição não tem propostas diferentes.
Ora, o que fica nos registos é que Manuela Ferreira Leite, como tem sido hábito, não se escondeu numa mentirosa estratégia do silêncio e falou, apresentou medidas e desafiou o Primeiro-Ministro. Mas este teve medo e não aceitou.
Depois de tanta mentira, por que razão continua Sócrates a não querer responder às perguntas que os portugueses querem que lhe sejam colocadas? Por que razão foge e se esconde? Por que razão continua a não querer dar aos portugueses a verdadeira percepção daquela que é a realidade nacional?
Ora, os portugueses não são burros. Sabem quais são as propostas alternativas do PSD. Sabem que o PSD tem feito as perguntas certas nos momentos e locais correctos para serem feitas. Sabem que o PSD chegou ao ponto de pedir um debate público com José Sócrates. E sabem também que foi Sócrates que não quis ouvir, foi Sócrates que não quis responder, foi Sócrates que não quis aparecer.
A altura é de prestar contas. Quanto tempo mais temos de ouvir o Governo remeter as suas responsabilidades para aquele (curto) período em que o PSD esteve no poder ou para a conjuntura internacional?
A realidade é essa. A escolha caberá, como sempre, aos portugueses. E não tenho dúvida que os portugueses farão a escolha certa.

Estar na História


O homem que podem ver na imagem tem um nome: Paulo Baptista.
Como também o seu desempenho, enquanto árbitro, na presente árbitro tem uma palavra: descaramento.
Ora o senhor da imagem foi nomeado o primeiro jogo do Sporting, esta temporada, contra o Trofense. Sim, foi ele que viu um penalty numa falta cometida por Polga a 3 metros da grande área.
E aqueles jogos em que o Sporting marcava dois golos limpos, mas só ganhava por 1-0? Alguém se lembra? Este árbitro foi o que invalidou um golo limpinho em Leiria no jogo para a Taça. E anulou outro, tão limpo quanto o de Leiria, em Vila do Conde, no jogo para a Liga.
Hoje, voltou a entrar em jogo. Validou um golo ao Benfica nos descontos da primeira parte marcado graças a um fora-de-jogo que não deixa dúvidas. Assinalou grande penalidade, a favor do Benfica, quando um jogar bracarense fez carga de ombro com Di Maria que acabara de ter perdido a bola. E não marcou um penalty evidente a favor do Braga. Este último acaba por ser o mais escandaloso dos erros deste árbitro.
O que os sportinguistas me dizem nas mensagens que me enviaram depois do jogo são duas coisas: ou este árbitro faz parte dos uns que são incompetentes ou faz parte dos outros cuja única missão é distorcer a realidade dos jogos e atentar à verdade desportiva.
Como dizem, e bem, os responsáveis do Sporting de Braga, este árbitro "ficará para a História".
Concluindo, este é o grande herói do Benfica. Porque é graças a ele que o Benfica está, empatado com o Sporting, na liderança da Liga. Caso contrário, o Sporting era primeiro, sim, líder isolado.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Os sem-abrigo de Lisboa


Estava no terraço, onde os alunos do Ensino Secundário que estudam no Colégio S.João de Brito passam os intervalos. Tinha saído de uma aula de TOE e faltavam alguns minutos para tocar para a aula de Português, quando recebi o telefonema da minha mãe a dizer que iria estar, naquela noite, com os sem-abrigo da cidade, que iriam ser visitados por Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma e Nuno Santos, que eram os três, na altura, jogadores do meu Sporting. Talvez pudesse, à hora de jantar, passar por lá para dar um beijinho à minha mãe, conhecer como a Câmara, da altura do dr. Pedro Santana Lopes, cuidava dos sem-abrigo e, claro, aproveitava para apertar a mão aos jogadores do meu querido clube.
O dia passou devagar. Depois da aula de Português, tive ainda uma outra, à que se seguiu o intervalo do almoço. Fui com os meus amigos almoçar à Dona Mónica e voltámos para a aula de História. Contudo, o dia não ficava por ali e tive treino de futebol da equipa do Colégio, onde tinha acabado de entrar.
O fim-da-tarde aproximou-se com muito frio, chuva e alguns golos. Às seis voltei para casa, lanchei, tomei um banho e descansei um bocado. Aproximava-se a hora de jantar e decidi ir, então, ver a minha mãe, o Cristiano, o Quaresma, o Nuno Santos e os sem-abrigo de Lisboa.
Conheci a realidade daqueles que trabalhavam nas áreas sociais da Câmara e da recompensante missão de ajudar aqueles que mais precisam. Quando entrei no local que, confesso não me lembro bem onde era, não estavam ainda os três craques. Dei um beijinho à minha mãe, mas fiquei completamente admirado com a quantidade de pessoas que ali comiam e bebiam, ao quentinho.
Para quem não sabe e apesar de parecer estranho, a maioria esmagadora dos sem-abrigo não vai a iniciativa destas. É preciso um esforço árduo e um enormíssimo espírito humanitário e de missão para levar a que os sem-abrigo adiram e, desse modo, se protejam dos perigos para a saúde que condições meteorológicas adversas podem causar. Foi um trabalho difícil, mas a verdade é que estavam algumas centenas de sem-abrigo, naquele local e à hora em que eu fui. Muitos mais passaram enquanto eu estive nas aulas, no treino ou em casa.
Nesse dia, que não esquecerei, conheci o Cristiano Ronaldo, o Quaresma, o Nuno Santos e até cumprimentei o próprio Boloni. Mas confesso que me comovi quando vi tantas pessoas, com tantas dificuldades, a jantar, ao pé dos seus ídolos. E, assim, a Câmara, com a cooperação dos clubes e com a compreensão dos jogadores, conseguiu aquilo que queria, que é ajudar quem mais precisa.
Noutro dia, foram jogadores do Benfica e disseram-me que a adesão havia sido muito grande por parte dos sem-abrigo.
Bem sei que o tempo passa e haverá, ao que me foi permitido apurar, neste momento, perto de um milhar de sem-abrigo na cidade de Lisboa. Bem sei que o mandato de António Costa, com a vereadora Ana Sara Brito, tem sido de total ineficácia. Vivemos como se a Câmara estivesse estagnada, com um preocupante eclipse de ideias e despida de qualquer projecto para o futuro. Mas não esperava que, num dia em que nevou abundantemente no norte e se fez sentir o frio (e de que maneira!) na cidade de Lisboa, na altura dos telejornais aparecesse uma tenda, com Ana Sara Brito, com vários jornalistas, câmeras e repórteres de televisão, com algumas pessoas da Câmara e com alguns membros da Cruz Vermelha...mas cheia de mesas vazias e com apenas três sem-abrigo.
Afinal, agora é que era só fogo de vista. Porque, de verdade, a Câmara de Lisboa foi completamente ineficaz. O que com Ana Sara Brito e com António Costa (em coligação com um Zé que fazia muita falta) não admira.
Lisboa precisa de políticas, de ideias, de projectos. Mas, além de tudo isso, precisa de alguém que consiga satisfazer os interesses de quem cá vive. Em casa ou na rua.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Vitória Futebol Clube...do Porto?


Vi a maior parte do jogo de ontem entre o FC Porto e o Vitória de Setúbal.
Foi um jogo mau e o melhor em campo talvez até possa ter sido o árbitro.
Antes de mudar para a SIC, que transmitia o jogo, assisti à entrevista que Soares Franco deu a Judite Sousa, na RTP. E entre as muitas coisas importantes que o (meu)Presidente do (meu) Sporting disse, lembro-me de ter falado daquele jogo algo estranho disputado no Algarve entre o Benfica e o Estoril, que só se pôde lá realizar porque o Presidente do Estoril e o responsável da Liga eram do Benfica, tendo este clube usado, dentro ou fora dos limites legais, o tráfico de influência.
O Porto ontem ganhou o jogo, porque o Setúbal é muito, muito fraquinho. Mas, se analisarmos bem as coisas, o primeiro golo obtido pelo Porto só o foi graças a um frango do guarda-redes do Setúbal. Que está emprestado pelo Porto.
A cinco minutos do fim, há um penalty a favor do Vitória. Leandro Lima atira por cima no penalty que poderia tirar dois pontos ao Porto. Ora Leandro Lima está no Vitória de Setúbal porque foi emprestado pelo Porto.
Por fim, acabo de ler no site do Record que o jogador do Vitória de Setúbal que jogou ontem, como lateral esquerdo, pode ter já chegado a acordo para se transferir. Pois claro, para o Futebol Clube do Porto.
Bem sei que podem ser apenas coincidências. Bem sei que tudo isto é legal. Só que não ajuda nada a verdade desportiva...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O meu voto


Soares Franco, quando assumiu a Presidência do Sporting Clube de Portugal, herdou uma situação muito difícil, que foi sendo, para infelicidade do clube, agravada por diversos factores externos.
Essa situação difícil, é verdade, foi aquela que quisemos: ter um estádio e uma academia, para que o nosso clube fosse sinónimo do melhor que de formação há em todo o Mundo. Acredito que esse caminho, traçado pelos antecessores de Soares Franco, foi o mais sensato e creio que nos levará, mais dia menos dia, a ciclos mais frequentes de vitórias.
Foi, apesar de tudo, um mandato extremamente contestado, pela alienação de imóveis que o Sporting, enquanto instituição desportiva jamais poderia rentabilizar.
O Sporting, como tudo, merece ser discutido. Nas alturas e nos locais próprios, nunca em blogues na internet nem em comentários avulsos prestados a órgãos da comunicação social por pessoas que colocam as suas ambições pessoais à frente daquele que é o verdadeiro interesse do Mundo Sportinguista.
Porque o que o Mundo Sportinguista quer é que o nosso Clube recupere de uma situação financeira extremamente adversa e que ganhe o máximo número de títulos que puder.
A notícia da redução do passivo do Clube, assim como os sucessivos lucros da SAD, não deixam dúvidas. O Sporting está, de facto, no bom caminho.
Quanto aos resultados desportivos, confesso que seria muito difícil fazer melhor, dada a escassez de recursos que o Clube tem. Mas nestes anos, enriquecemos o nosso palmarés com duas Taças de Portugal e duas Supertaças. Chegámos três vezes consecutivas à Liga dos Campeões e, este ano, chegámos onde nunca havíamos chegado.
É verdade que o Sporting não foi campeão. Não, não foi. Mas não tenho dúvidas de que, quando for, que sinto que será a curto prazo, será para ganhar o hábito de ser primeiro.
A aposta na formação e na manutenção de alguns pérolas da Academia foi o melhor que se fez no Sporting na última década. Porque o Sporting deixou de abdicar dos resultados desportivos para ir amealhando milhões, que lhe permitissem estar hoje um pouco melhor, financeiramente. Assim sendo, a notícia de uma nova Academia Sporting na África do Sul é o primeiro passo rumo a uma internacionalização da marca Sporting e permitirá, além de potenciar a sua formação, a muitos jovens africanos ter uma oportunidade, seja no Sporting ou noutro clube qualquer.
Porém, não estou de acordo com tudo o que Soares Franco faz e diz. Mas quem estará? Discordo, por exemplo, da postura adoptada pela direcção do Clube relativamente às arbitragens.
Contudo, o mandato de Soares Franco foi francamente positivo e levou o Sporting no caminho de vitórias desportivas e financeiras. Acredito que, no final deste percurso que o Clube está a percorrer, iremos ser um clube mais eclético, com mais dinheiro para investir no futebol e na dinamização das várias modalidades.
Assim sendo, só lamento que Soares Franco não seja Presidente a tempo-inteiro. Porque o balanço é FRANCamente positivo.
Calculo que esteja para anunciar a re-candidatura. Se assim for, anuncio, por esta via, que pode contar com o meu voto.

Viva o Sporting.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Por lapso, deixei passar um desejo para o ano 2009.
É que desejo a todos os benfiquistas um Feliz Ano Novo.
E que entrada em grande...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Entrar com o pé direito


Não vi os 90 minutos do jogo do Sporting em Setúbal.
Vi os golos, as duas oportunidades flagrantes de golo falhadas e todo o resto da primeira parte.
Vi as duas faltas, normais, de Carriço, que deram em dois amarelos e à expulsão do jogador.
Vi o flash interview, onde Daúto Faquirá se queixou de um penalty por marcar a favor do seu Vitória. Esse penalty, como aquele que foi assinalado na 1ªJornada contra o Trofense, foi uma falta fora da área. Falta que existiu e que deveria ter sido assinalada.
E vi, em suma, uma vitória justíssima da equipa do Sporting, num terreno difícil, contra uma equipa histórica do futebol português que está muito abaixo daquilo que dela se esperaria para esta temporada.
Foi uma entrada com o pé direito no Ano Novo, entrada que faz com que o Sporting dê mais um passo rumo ao seu principal objectivo, que é o de ser campeão nacional. A propósito, esse foi um dos desejos que pedi para 2009...
É que, para mim, não interessa quem é o campeão do Natal, do Inverno, da Primavera. O que eu quero é ser campeão no fim do campeonato. Porque é no fim que se fazem as contas!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009, mudar de vida


Começou algo cinzento o ano de 2009.
Pela primeira vez, em toda a minha vida, quando, no dia da entrada num novo ano, ligo a televisão ou leio o que as pessoas dizem e ainda quando olho os olhos das pessoas, o que vejo é apreensão, ansiedade, pessimismo e pouca esperança.
Por isso, o discurso de hoje do Presidente da República pode ser um início de um virar de página, que o País tanto precisa.
Desde logo, o Presidente falou verdade, o que é uma novidade, olhando para o que ouvimos, nos últimos anos, nos discursos de quem exerce os principais cargos políticos do país. Saímos finalmente de um país das maravilhas, onde os números manipulados escondiam as dificuldades reais dos portugueses, que eram enganados por um Primeiro-Ministro, devidamente apoiado pelo Partido Socialista e por uma comunicação social tendenciosa, que lhes ía vendendo ilusões.
Sabemos que o Mundo enfrenta extremas dificuldades, que se repercutirão, certamente, em Portugal, afectando o emprego, a economia, o poder de compra e o bem-estar das pessoas, em geral. Mas sabemos também devemos olhar para 2009 encarando-o como o ano zero de uma mudança pela qual o país anseia. Sabemos que não foram tomadas as medidas necessárias para proteger o país dos efeitos de uma grave crise financeira internacional. Sabemos que o Governo não estava preparado nem para governar nem para enfrentar uma crise com a complexidade da que o país e o Mundo vivem agora. Sabemos isso pelo desprezo com que o Governo e o PS trataram os sucessivos alertas dos vários líderes da oposição, adiando o anúncio das dificuldades e as medidas necessárias para salvaguardar os portugueses das adversidades com que hoje se deparam, utilizando, com muita magia, os números e as estatísticas.
A verdade é que, com tanta coisa que sabemos, já devíamos, portugueses, ter dado o primeiro passo para virar a página. Não o fizemos, também, porque não estavamos preparados para o protagonizar. Talvez, 2009 possa ser diferente.
Eu acredito numa mudança neste novo ano, porque só assim o país poderá ultrapassar os desafios que se lhe colocam e se colocarão no futuro. Mais do que nunca, é importante que se fale verdade. E, nesse aspecto, há duas pessoas que nos dão garantias: a primeira é a líder do principal partido da oposição e candidata a Primeira-Ministra, Manuela Ferreira Leite, que antecipou cenários e apresentou sempre propostas alternativas; a segunda é o Presidente da República, cada vez mais interventivo e activo, assumindo-se como o garante da qualidade da nossa democracia. Não vejo como será possível o país em que acredito ser viável se tivermos um Primeiro-Ministro que, além de se revelar como sendo incompetente, não fala verdade. Não vejo como será possível enfrentar as dificuldades do futuro se não tivermos, entre Primeiro-Ministro e Presidente da República, uma verdadeira cooperação institucional, colocando o interesse do país à frente de mesquices político-partidárias.
Por isso, acredito que enfrentaremos muitas e duríssimas dificuldades. Mas estou absolutamente convicto de que o País assistirá a uma mudança no panorama político. Porque, desta vez, o País precisa mesmo (e muito) de mudar.
Que essa mudança aconteça, é o meu primeiro voto, que faço na qualidade de cidadão responsável e preocupado.