quinta-feira, 31 de março de 2011

Irresponsabilidade e incompetência.

Não é preciso dizer mais nada.
As pessoas sabem bem o que quero dizer.

terça-feira, 29 de março de 2011

A minha reflexão


Ontem votei na secção de Algés do PSD.
Votei, provavelmente, pela última vez naquela secção.
Aquele local, onde estiveram milhares de militantes e o próprio Francisco Sá Carneiro, conta a história de muitas e disputadas batalhas, de um PSD bem vivo.
A partir daquele local, conta-se a história de um concelho social-democrata.
Provavelmente, querem acabar com a secção, com parte da história deste partido, desde as suas raízes até ao dia de ontem.
Não vou falar da forma como uma democracia viciada se tem sobreposto à vontade genuína e convicta dos militantes, que ainda são largas centenas.
Apenas vou falar de uma conjuntura.
No concelho onde vivo, quem controla o PSD é o IOMAF.
No concelho onde estudo, quem controla o PSD são os amigos do PS.
Voltando à segunda frase que acima escrevi, ontem foi, provavelmente, a última vez que votei naquela secção.
Reflicto agora, e de consciência absolutamente tranquila, se foi ontem a última vez que votei num órgão interno (do Partido e da Jota) como militante deste partido.
Temos de estar onde nos revemos.
Mas, aconteça o que acontecer, valeu a pena!

Para reconfortar o espírito...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Nada.



A Juve Leo não apoiou Godinho.

Aliás, não houve, por volta das onze e meia, invasão da sede de Bruno de Carvalho por parte de elementos da Juve Leo, que forçaram a saída do candidato e a debandada de muitos sócios que ali estavam.

Os números batem certo.

Não havia sacos do lixo para depositar votos a circular de sala em sala.

Nenhum sócio viu isso.

Os boletins não utilizados não estavam em cima de mesa nas contagens.

Nenhum sócio viu isso, nem há imagens que comprovem.

Os números batem todos certos uns com os outros e não há qualquer indício de que se tenham depositado, depois, mais 2500 votos.

O presidente da AG não pediu aos sócios para saírem do Hall Vip.

O presidente da AG da SAD, logo a seguir, não felicitou Bruno de Carvalho.

Nenhuma televisão filmou isso.

Quando os sócios já estavam cá fora sem possibilidade de entrar nas instalações do Clube, quando Bruno já tinha sido felicitado por Rogério Alves, não houve nenhuma inversão dos dados.

As sondagens não estavam todas erradas.

É natural que os sócios tenham preferido Barroso a Rogério Alves para a AG, porque os sócios não queriam a continuidade.

De repente, não surgiram mais de 2500 votos fantasma.

É normal demorar 8 horas a contar 14.000 boletins de votantes.

E é também normal haver uma enorme discrepância de ( 800) votos brancos entre órgãos sociais.

Como também é normal deixar os votos “selados” em sacos de lixo, de plástico, numa sala onde têm acesso seis pessoas.

Não houve nenhuma troca de mensagens que aponta no sentido de existência de fraude eleitoral.

E é vulgar que todos tenham os telemóveis desligados, não havendo informação a sair para os apoiantes das candidaturas.

Aliás, é e sempre foi assim, em todo o tipo de eleições.

Os Estatutos do Sporting admitem a possibilidade de empossar um presidente à pressa, numa sala de portas fechadas onde era proibida a presença dos sócios.

A culpa é da comunicação social.

Enganaram-se todos, esses malandros.

Ninguém recebeu instruções para impedir que a comunicação social filmasse o que se passou, dentro e fora das instalações do estádio.

Não foram atirados petardos, garrafas e pedras contra os órgãos da comunicação social por parte de elementos de uma claque, perfeitamente identificados ou, pelo menos, identificáveis.

Fernando Mendes, líder da Juventude Leonina, não forçou a entrada na sala onde se contavam os votos sem se identificar, para agredir um companheiro de claque, que esteve preso durante cinco anos.

E, a propósito, ninguém está à venda.

Houve sempre igualdade de tratamento.

Houve isenção por parte de todos os funcionários.

E todas as pessoas que votaram, podiam tê-lo feito.

Um acto eleitoral calmo e limpinho, portanto.

E, naquele Hall Vip, onde as pessoas votavam e ao tempo em que o faziam, não estava gente permanentemente a fazer campanha, baralhando os sócios com novas calúnias e difamações.

Não valeu tudo para impor um presidente aos sportinguistas.

E o que se diz, nos jornais, corresponde tudo à realidade.

Realidade, depois de "afinada", pois claro!

As manifestações pacíficas que se têm realizado contra o que se passou não são espontâneas, são de pessoas que não gostam do Sporting ou que estão organizadas em claques.

Não há razões para revolta.

Aliás, não há mesmo nenhuma revolta nem nos adeptos "não alinhados" nem nas próprias estruturas directivas dos núcleos do Clube.

Está tudo calmo e conformado, uma verdadeira festa.

Por esse motivo, faz sentido que Pedro Baltazar, Dias Ferreira, Abrantes Mendes e os seus apoiantes continuem em silêncio, remetendo a decisão para o candidato que conseguiu ter, apesar de todas as “condicionantes”, mais 1500 votantes que o candidato vencedor.

Faz todo o sentido que se parta para os tribunais pois a Justiça funciona rapidamente e, desse modo, impedir-se-á atempadamente a tomada de decisões que trazem compromissos que o Sporting deixou de poder pagar, como o endividamento e a celebração de contratos que vinculam o Clube.

Continuemos todos em silêncio porque nada se passou. Rigorosamente nada.

Até pela defesa dos sócios e do prestígio que marcam a diferença desta grande Instituição, não façamos rigorosamente nada!

Deixando-me de ironias, apenas revelo a intenção de que este seja o último texto que escrevo sobre o que se passou. Muitas mais coisas poderia, eu, dizer e testemunhar. Puseram em causa o bom-nome deste grande clube. E aquilo que eu tiver de dizer ou defender, di-lo-ei pessoalmente a pessoas que mereçam a minha total confiança. Com a única condição de que sejam sportinguistas.

E, fora de ironias, afinal de contas, fizeram bem em falar de máfia e “Vale e Azevedice”.

Enganaram-se, foi, no alvo…

Viva o Sporting!

domingo, 27 de março de 2011

Contas


Segundo os dados oficiais, nas eleições para os órgãos sociais do Sporting, houve 88530 votos.
Mas os dados oficiais dizem que Godinho Lopes obteve 36,55% respeitantes a 33275 votos.
Se procurarmos o valor de 100%, tendo como base os números oficiais da votação em Godinho Lopes, esse valor é 91040 votos, mais 2510 do que o número oficial dos votos dos sócios.
Não bate certo.
Assim como não bate certo o número de votantes.
Primeiro, o Sporting anunciou 14205. Depois de anunciar a vitória de Godinho Lopes, fala em 14619.*
Mais.
O total de votos e votantes não é igual para os diversos órgãos, o que não é possível, já que todos os sócios tinham quatro boletins de voto para votar em cada órgão.
Mais do que as afirmações contraditórias dos vários intervenientes, são as contas que exigem que a palavra seja devolvida aos sócios do Sporting.



* este texto tinha uma parte relativa ao nº de votos de brancos e nulos que, num primeiro momento, apareciam como se não tivessem havido, o que seria inovador em eleições com participações significativas. Atento a essa "inconformidade", os números que diziam respeito a votos nulos e em branco já foram alterados.

Eleições feridas de morte


Uma sala vazia.
Uma tomada de posse às escondidas.
Perto?
Os jornalistas, o ex-agente da PJ, gente dos bancos e da política.
Os sócios?
Quais sócios?
O discurso?
Só há um. Que é de uma determinada agência de comunicação.
Godinho Lopes, depois do que aconteceu hoje, não tem condições para ser Presidente.
Não tem. Ponto.
E se os candidatos derrotados aos outros órgãos do Clube são sportinguistas, se colocam os interesses do Sporting à frente de tudo, tenham coragem.
A responsabilidade é de todos.
Nesse aspecto, a bola está nas mãos de Dias Ferreira, Pedro Baltazar e Abrantes Mendes.
Que tiveram responsabilidade no desfecho.
E que têm uma responsabilidade determinante, pelas suas posições, no futuro a dar ao Sporting.
O tempo não está para brincadeiras.
Para charters, chineses, comissões imaginárias.
Para discutir a remuneração, ou não, do presidente.
Para se candidatar só porque se gosta muito do Sporting.
Digam o que pensam, sentem-se à mesa, discutam, façam novas eleições.
Porque estas estão feridas de morte.
Porque, no Sporting, não há lugar para tachos.
E são tachos a mais.
Antes disso, obriguem os senhores da continuidade a devolverem tudo aquilo que devem ao Clube.
Em clima de incerteza, é inacreditável que, na cabine de voto, quando exerce o seu direito, o sócios do Sporting estejam a ouvir comentários fomentando o medo e novas dúvidas.
É inacreditável, portanto, o que se passou antes, durante e depois destas eleições.
Não há mesmo volta a dar.
Têm de ser feitas novas eleições. De ser eleito um novo presidente, um presidente da maioria dos sócios.
Caso contrário, ponham a bandeira a meia haste.
Porque o Sporting Clube de Portugal morreu.
Isto não é o Sporting.
Na política, nos bancos, nos negócios vale tudo.
No Sporting...não.
Por aqui me fico, por agora. Mas amanhã é outro dia. Haverá mais frieza. E, mesmo nos momentos de maior sportinguismo, é importante recuperar a frieza. Porque agora trata-se de decidir o futuro do Clube.
E atenção porque o futuro não pode esperar.


Nota: Para que não restem dúvidas, e porque devemos ser responsabilizados pelas nossas escolhas, votei no Bruno de Carvalho para Presidente, no dr. Pedro Santana Lopes para a Assembleia Geral, sendo que votei em listas neutras e independentes para o Conselho Fiscal e para o Conselho Leonino.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Eu, tu, nós e o nosso Sporting...


Este vídeo mostra uma parte de mim.
O convívio antes dos jogos com os amigos.
O cheiro, o ambiente, o som.
De quinze em quinze dias, ou muitas vezes de cinco em cinco, é assim há já muitos anos.
Este é o meu grande vício, esta é a minha paixão doentia.
Cada momento que passa neste vídeo vivi-o intensamente, com o coração a bater forte.
O último minuto em Alkmaar, a reviravolta contra o Newcastle, a magia dos nossos artistas.
A inauguração do estádio, as fintas de Ronaldo, o arrepiante "Amor a Portugal" cantado ao vivo pela Dulce Pontes.
Festejei cada um desses golos, como aquele de Derlei na Ucrânia, efusivamente.
E sabem os meus amigos e colegas de bancada a loucura que foi aquela segunda parte em que o Sporting marcou 5 golos ao Benfica, que nos fez suar de alegria.
Sabem os meus pais como foi o título de 2000, que eternamente agradeço a Augusto Inácio.
No dia anterior, eu estava de cama. Ganhámos no Vidal Pinheiro, fiquei curado, e madruguei a festejar, em 2000, a minha primeira vez.
E a forma como Jardel tornava tudo mais fácil?
Ele dizia que era do Guaraná. Eu ainda não acredito.
Melhor do que isso, foi o mar verde de gente em Lisboa.
É nestas bancadas, com esta gente, que eu gosto de estar.
No meu lugar, de cachecol ao pescoço ou na claque, pegando algumas daquelas grandes bandeiras.
Este é o meu Clube.
Mas não é só o meu Clube.
É a minha identidade, são os meus valores desportivos.
Esforço, Dedicação, Devoção, é o nosso lema.
Glória, o nosso destino.
Não vou voltar a dizer que somos a instituição desportiva mais premiada em Portugal, a segunda da Europa e uma das melhores do mundo.
O meu apelo de hoje é, portanto, muito simples.
Um leão, esteja amanhã onde estiver, tem de fazer cumprir o seu primeiro ideal: o Esforço.
Façam um esforço e venham votar a Alvalade.
Cada um tem a sua forma particular de viver o Clube, de sentir o Clube, de respirar o Clube.
Por isso, não vou dizer publicamente em quem vou votar. Guardo o meu voto para um grupo restrito de bons amigos.
Mas amanhã está em causa reerguer o Leão.
Escolher um caminho que não continue a condicionar a gestão desportiva aos interesses dos bancos.
Trilhar um caminho diferente, de independência e de ambição, de verdadeiro sportinguismo.
Sei que se tem tentado enganar as pessoas, amedrontando-as.
Mas nós não temos medo. Não podemos ter medo.
Vamos votar e vamos votar para mudar.
Tudo está nas tuas mãos.
Se decidires mudar, se fores votar, amanhã renasce o novo Sporting.
Amanhã, o Campeão está de volta!
E no futuro, quando festejarmos as alegrias e os títulos, vamos olhar para trás, para o dia de amanhã, e pensar que fomos nós a grande razão daquele feito.
Porque fomos corajosos, ambiciosos e quisemos um Sporting Grande e sem complexos.
E vamos sentir-nos orgulhosos, dizendo que fomos nós que fizemos cumprir o sonho dos nossos Fundadores.
Ser "Grande, tão Grande, como os Maiores da Europa".
Amanhã vamos fazer História e vamos começar a escrever uma nova história.
Vamos todos. Eu, tu, nós e o nosso Sporting.
É um novo capítulo. É uma nova história. E depende apenas do nosso voto.

Viva o Sporting! Viva o Sporting! Viva o Sporting!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Era uma vez... (parte II)


...a boa moeda.
Um candidato a candidato a Presidente da República.
E um Presidente da República.
Aquele tomou o lugar deste.
Mas ambos são responsáveis.
Porque o Presidente vai e vem.
E o que fica, pelos vistos, é a crise.
Sampaio agiu quando não deveria ter agido.
Cavaco não agiu quando deveria ter agido.
Tão diferentes. Mas tão iguais.
Porque esta é que era a boa moeda.
E esta é que era a magistratura activa.
Mas não houve tempo.
E o Presidente precisa do seu tempo.
O outro esperou pela melhor altura do PS.
Este esperou pela pior altura do país.
O resultado foi o mesmo: uma crise política.
Esta mais grave do que a outra.
Porque o povo muito perdoa.
E o FMI não.
E assim foi.
E aqui estamos.
Era uma vez a boa moeda.
Era uma vez uma crise política.
Início da história...

Era uma vez...


...um Primeiro-Ministro.
Um e um só Primeiro-Ministro.
E esse homem só trouxe só todas as crises.
Primeiro, a crise de valores.
Depois, a crise financeira.
Com ela, trouxe mais duas, a crise económica e a crise social.
Descontente com tudo isso, e sabendo da inacção de Cavaco e da pressão interna que Passos Coelho sentia no PSD, este homem não faz mais nada.
Forçou a crise política.
Este homem, Primeiro-Ministro durante tempo demais, falou verdade e governou "de menos".
E assim foi.
E aqui estamos.
Era uma vez um Primeiro-Ministro.
Era uma vez José Sócrates.
Era uma vez o homem de todas as crises...
Fim da história.

A RTP

Pode não ser a altura ideal para escrever sobre este assunto, até porque a RTP teve um lucro a rondar os 15 milhões de euros, facto que poderia deitar por terra o principal argumento utilizado por quem defende a privatização da estação pública. Mas este é um ponto sobre o qual sempre mantive a mesma opinião, contrária a muita gente com a qual me revejo no essencial das ideias políticas.

Do meu ponto de vista, o Estado deve ter uma acção na comunicação social, que pode ser perfeitamente cumprida através da regulação da actividade de comunicação social, esgotando-se nessa mesma regulação, que garantirá a democraticidade a nível político, religioso, mas também desportivo e social, reestruturando a sua actividade para as comunidades portuguesas no estrangeiro, a qual deverá manter-se em funcionamento.

Parece-me assim que a extinção da RTP e, porventura, a criação de um novo canal privado que ocuparia o lugar da estação pública garantia os níveis de empregabilidade no sector, possibilitando uma melhoria significativa na qualidade da actividade de televisão.

Esta minha ideia surge reforçada porque a RTP se tem desligado da lógica de serviço público, fazendo com que os contribuintes portugueses paguem para uma Praça da Alegria que as estações privadas já fazem com mais qualidade e audiência. E o mesmo acontece relativamente à generalidade dos programas da estação pública, como o Preço Certo, o Quem Quer Ser Milionário, o Portugal no Coração, entre outros dos principais programas.

O que é certo é que a lógica seguida pela RTP se tem desligado da função de serviço público, tendo um canal onde passa séries americanas pagas com dinheiros públicos portugueses e, em canal aberto, tem-se focado numa lógica de grande consumo, tal e qual como acontece, apesar de com outros métodos, na SIC e na TVI.

Estes programas para consumo das massas têm-se, portanto, sobreposto à ideia de serviço público de televisão.

Como exemplo, acho incompreensível que, numa altura em que o Sporting Clube de Portugal parte para as eleições mais disputadas, participadas e decisivas da História, e sendo o Sporting um Clube de Portugal e aquele que mais títulos ofereceu ao país nas suas mais diversas modalidades, a RTP tenha abdicado de, em canal aberto, promover o debate que os milhões de portugueses sportinguistas queriam ouvir, entre os candidatos à liderança do Clube.

A RTP tinha a obrigação, enquanto canal público e promotor do serviço público, de promover esse debate, juntando-o a várias entrevistas a cada um dos candidatos e, possivelmente, com informação útil para os sócios que ainda têm dúvidas sobre a real situação financeira do clube, sobre os programas e propostas dos candidatos, sobre as soluções que apresentam para os problemas extremos com que o Clube se depara, sobretudo no que toca à sua dívida e ao seu passivo.

A RTP abdicou dessa sua função, remetendo para o canal por cabo o que deveria ter sido feito em canal aberto.

Não o fez por considerar que as eleições do Sporting seriam secundárias neste momento, mas por considerar que programas de entretenimento eram mais favoráveis aos interesses da estação do que a mais premiada instituição desportiva de Portugal.

Defendeu apenas os interesses da estação.

Outro exemplo tem que ver com as eleições para a Associação Portuguesa dos Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano, algo que é património nacional e que pode, bem aproveitado, ser um dos grandes factores turísticos do país.

Nas eleições da próxima sexta-feira está em causa a manutenção do padrão desta Nobre Raça Portuguesa, por muitos considerada como a mais funcional e versátil do mundo, e a salvaguarda de que a continuidade da avaliação e inscrição de um cavalo como Puro Sangue Lusitano se irá manter em Portugal. E só em Portugal.

Se isso não vier a acontecer, pode estar em causa o futuro da própria Raça.

A maioria dos portugueses não sabe disso. E se não sabe, isso muito se deve ao desprezo com que a estação pública tratou sempre algo que é tão importante para o património e identidade portugueses como o Fado.

São dois assuntos pertinentes, do ponto de vista dos interesses dos portugueses e dos interesses de Portugal, que passaram ao lado da RTP e que agravam a minha ideia de que não há nada que distinga, do ponto de vista dos interesses do país, a RTP dos canais privados.

E, se a RTP não se distingue dos canais privados, defendendo os seus interesses a nível de audiência, abdicando da função de defender os interesses nacionais, e sendo também paga pelos impostos dos contribuintes, então não pode haver outro caminho senão o de acabar com a RTP.

Em suma, na minha opinião, os portugueses não podem continuar a trabalhar para que, de uma forma directa ou indirecta, o dinheiro dos seus impostos se destine a fazer com que se mantenha a funcionar um canal igual aos privados, empregando e defendendo as gentes e os interesses de um regime político que faliu.

terça-feira, 22 de março de 2011

Artur Agostinho


O país ficou mais pobre com a morte de Artur Agostinho, um homem íntegro, que manteve a lucidez até se despedir do mundo dos vivos, inspirando as gerações que consigo partilharam esta Terra com quase novecentos anos de História.
Partilhamos todos a tristeza de perder um grande homem, de quem todos teremos muita saudade. E, em Artur Agostinho, teremos saudades de tudo. Do Artur Agostinho comentador, do Artur Agostinho jornalista, do Artur Agostinho actor, do Artur Agostinho locutor. Era um homem completo, que nos inspirava, agora nos últimos tempos, com os conselhos que nos dava, sobretudo, nas crónicas que escrevia.
Um Homem como o Artur Agostinho, na excelência com que tudo fazia, na nobreza com que todos inspirava, na exigência do esforço que sempre fez para partilhar a sua sabedoria, confortando-nos e partilhando a sua alegria, pode partir deste mundo. Mas não morre. A riqueza das suas palavras, dos seus gestos, dos seus momentos, das suas obras, eternizam-no.
Nesta altura de despedida, há algo que nos conforta a alma. Porque, em vida, foram feitas as mais justas e merecidas homenagens a um Grande Homem que, mais do que um homem sábio, foi sempre um Homem feliz. E, com 90 anos de uma vida vivida e partilhada na sua plenitude, merecia, agora, o Eterno Descanso.
Parabéns e muito obrigado, mestre Artur. Até sempre...

A última semana



Se Godinho Lopes não vencer as eleições do próximo sábado, o Sporting já está a viver a última semana de um período negro, indigno da História e ideais deste grande Clube.
O Campeão esteve adormecido. Acorda. Acorda-o. E vota. Vota para mudar. Porque tu és o Sporting.

sexta-feira, 18 de março de 2011

As lagartixas (e os jacarés)


"9. Tenho uma perspectiva de movimentos como o de 12 de Março: penso que qualquer movimento regenerador em democracia passa pelos partidos, a ida a eleições, e a escolha feita no voto, e não embarco em "democracias directas" nem tecnologicamente conduzidas. E por isso a minha opinião depende da resposta à seguinte pergunta: será que a manifestação de 12 de Março afasta do poder as personagens que hoje controlam os aparelhos partidários, controlam secções gigantes cacicadas, estão à frente de sindicatos de voto, e daí retiram poder nacional ou autárquico, controlam as lideranças e as escolhas de lugares, e que são corruptas como quem respira?
10. A resposta é não. Algumas dessas personagens estão já muito contentes à espera do seu lugar de ministro e de secretário de Estado, e, os favores que prestam às lideranças que eles próprios fabricam, serão certamente pagos. E o mais provável é que lá cheguem mesmo, empurrados também pelas ambiguidades do 12 de Março. A gente séria que quer mudar, essa não tem votos nem dentro dos partidos nem fora, se falar verdade."

José Pacheco Pereira, A lagartixa e o jacaré, págs. 8 e 9, SÁBADO de 17 a 23 de Março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

As responsabilidades de Cavaco


Está marcada para daqui a pouco uma reunião entre o líder do principal partido da oposição e o Presidente da República.
A iniciativa foi de Passos Coelho. E é relevante dizer de quem foi, de facto, a iniciativa.
Tão ou mais relevante do que elogiar o mérito e o sentido de Estado e de responsabilidade de Passos Coelho, é insistir numa ideia que tenho há já muito tempo. Cavaco, uma vez mais, e cada vez mais quando o país vive uma situação de emergência, nunca foi capaz de usar os seus poderes para garantir a estabilidade política em Portugal.
Estamos há três anos à espera que Cavaco entre em cena. E agora volta a abdicar dos seus poderes, remetendo soluções para os partidos e para a Assembleia da República.
Cavaco teve influência na queda do governo do PSD que levou Sócrates para o poder.
Teve influência na forma como Sócrates e este governo socialista foram arrastados nos últimos três anos, com eles arrastando também o país.
Teve influência no facto de termos, em Portugal, um governo sem maioria absoluta de um só partido.
E, por omissão, teve influência nesta luta partidária que tem desprezado os reais e actuais interesses do Estado Português.
Ainda não chegámos a meio do mandato e já vivemos em crise política.
Porque Cavaco nunca chamou os partidos, nunca ousou ser o grande líder da estabilidade e de um governo de consenso nacional que poderia integrar vários dos grandes partidos da esquerda, do centro e da direita.
Tendo em conta as circunstâncias, Cavaco tinha a obrigação de ter maior responsabilidade e mais iniciativa.
Com isto, o país perdeu tempo.
E, com estas sucessivas omissões do Presidente que são origem principal de uma crise política, está para breve a entrada do FMI, que agravará ainda mais a condição de vida de todos os portugueses.
Ao que parece, vamos para eleições.
Foi este o caminho que Cavaco forçou.
E, destas eleições, é improvável que saia uma maioria absoluta de um só partido.
Pode ficar tudo na mesma.
Não só pode, como é muitíssimo provável que fique.
Mudam as caras, mas as medidas e as políticas terão de ser, forçosamente, semelhantes.
Depois das eleições, terá de ser feita uma aliança parlamentar ou um acordo de Governo entre vários partidos.
E, provavelmente, a iniciativa será do PSD.
Porque Cavaco foi sempre um Presidente irresponsável, inactivo, capaz de fazer aquilo que, em tempo útil, tinha a obrigação de ter feito.
Não o fará, certamente, no futuro.
Porque o cenário político de Maio ou Setembro será idêntico ao actual.
Passos Coelho e o PSD substituir-se-ão, uma vez mais, ao Presidente e ao que o Presidente deveria ter feito.
E isso diz muito sobre o Presidente que temos, sobre as responsabilidades que tem directamente nesta crise política com necessárias consequências ao nível das finanças públicas e da condição de vida dos portugueses que, cada vez mais apertados, vivem cada vez pior.
Segundo se diz, Cavaco não gosta muito de Passos Coelho. Não sei se gosta ou não. O que é certo é que, neste aspecto, Passos Coelho teve sempre uma atitude muito mais responsável, muito mais activa, muito mais defensora dos interesses do país, do que o nosso Presidente da República.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Que futuro?


A propósito dos jovens, penso que seria útil pensar no seguinte.
Podemos dividir os jovens licenciados, qualificados, em três grupos.
Há um grupo, restrito, de jovens que são extraordinários e conseguem um grande emprego, relativamente bem pago, mas cujo horário impede envolvimento em questões políticas.
Há outro grupo de jovens qualificados que consegue um emprego, o emprego possível, em que trabalha incansavelmente de manhã à noite.
E, por fim, temos um grupo, de dezenas de milhares de jovens licenciados, qualificados, que ficam no desemprego.
Deste último grupo, muitos são os que vão para o estrangeiro, juntando-se aos extraordinários do primeiro grupo que emigram para ter um salário de acordo com a sua competência e aos jovens competentes que vão lá para fora para fugir ao regime de semi-escravatura que têm no país.
É um ponto assente, para a esmagadora maioria dos portugueses, que estes três grupos de jovens têm razão no seu protesto, porque não têm condições para casar, para constituir família, para serem independentes.
Todavia, não é sobre esse ponto, que está bem assente, que eu quero falar.
Se olharmos para o que foi dito acima, jovens que trabalham de manhã à noite e jovens que vão lá para fora, não têm tempo, e muito menos têm vontade, para se envolver politicamente.
Mesmo que acompanhem a realidade política e que o façam com interesse, a política não pode nunca ser uma prioridade para estes jovens. Prioritário é estudar, arranjar emprego, trabalhar, ser independente, casar, constituir família, ser tratado com alguma dignidade por parte da sociedade.
A política não só deixou de ser prioritária como o envolvimento nela, tendo em conta as circunstâncias da vida, se tornou completamente impossível.
E é impossível para todos os jovens qualificados.
Posto isto, a reflexão que creio que devemos fazer deve passar pela resposta à seguinte pergunta.
Se estes jovens não querem e não podem, quem vai, daqui para a frente, dirigir o país, governar as nossas cidades, cuidar das nossas queridas freguesias?
É certo que hoje já temos alguns exemplos desses, de gente que governa sem ter passado pelo percurso normal, que é o de quem estuda, tira o curso e tem uma vida de contacto social em que, dado a esse contacto, conhece muito melhor os problemas com que se deparam os portugueses.
Hoje é assim. No futuro será ainda pior. Se nada for feito. Daí que devamos, todos, começar a pôr o dedo nas feridas, e curá-las.
Caso contrário, quando tivermos a idade dos responsáveis políticos actuais e quando já tivermos os nossos filhos, quem nos vai governar e quem vai estar à frente dos partidos, vão ser aqueles jovens que nunca trabalharam, que nunca estudaram ou que não estudaram "como deve ser". Vão ser os inúteis, os incompetentes, aqueles que andam por aí a roubar.
Não me digam que não há nada que se possa fazer pelos jovens competentes.
Sejam responsáveis.
Pensem nisto. Trabalhem para mudar isto.
É mesmo isso que, no futuro, eu vou fazer.

Asterisco Cardinal Bomba Caveira - Salão Paroquial


Asterisco Cardinal Bomba Caveira - Salão Paroquial
Mais músicas e informações sobre os Asterisco Cardinal Bomba Caveira - aqui.

terça-feira, 15 de março de 2011

Porque, no fundo, procuramos as vitórias.


Há um grande clube nacional que, ao que se sabe, é financiado por investidores estrangeiros.
Nunca ninguém perguntou quem eram esses investidores.
Nunca perguntaram, mas talvez devessem ter perguntado. Até porque é fácil saber a resposta.
São investidores com muito dinheiro.
E de onde vem esse dinheiro? Também nunca ninguém perguntou. E, uma vez mais, deveriam ter perguntado.
Esse dinheiro vem da miséria de um povo que fala a nossa língua.
O futebol, que tem tido sucesso, é pago à custa de um povo que vive na miséria, em condições de pobreza extrema, num Portugal de outros tempos que é governado sem democracia e de uma forma absolutamente criminosa.
Muito mal tem feito quem tem omitido essa realidade. Porque é cúmplice, ainda que por omissão, de um crime público brutal e de um mundo que, certamente mais cedo do que muitos poderão imaginar, está cada vez mais perto do fim. De um mundo que fala a nossa língua. Do qual muitos de nós partilham o próprio sangue.
Parece-me ainda de lamentar que, a propósito dos fundos e do dinheiro externo para ser investido nos clubes, se continue nesta campanha contra o único candidato à presidência do Sporting que já apresentou os seus investidores e que se continue a tentar vender a ideia de que esta situação é anormal. Não é. Veja-se o que acontece noutros campeonatos, onde milionários árabes, chineses, norte-americanos e também do leste europeu têm "patrocinado" grandes equipas de futebol.
No fundo apresentado por Bruno Carvalho, os nomes, apesar de serem dificilmente pronunciáveis, são perfeitamente identificáveis: Leonid Tigashov (ex-presidente do Comité Olímpico Russo), Alexandre Nazarov (ex-governador da Chukotka, cargo que também foi ocupado por Roman Abramovich) e Yuri Pachechnik (dono da empresa de construção civil Stroi Center).
Esta questão não poderia, portanto, ser mais transparente. Se for caso disso, acuse-se qualquer destes investidores do que se quiser, desde que seja fundamentado. Mas, se alguém o ousar fazer, desafio-o a que tenha a coragem de dizer que há um corrupto, que governa sem democracia, à custa da pobreza e da miséria de um povo que é nosso irmão, e uma equipa de futebol que tem, directa ou indirectamente, apoio financeiro graças a esta situação escandalosa e que, apesar de estarmos nos modernos tempos do século XXI, nunca ninguém conseguiu denunciar.
Estranho ainda a campanha negra que tem sido montada pela comunicação social. Primeiro, não havia investidores. Segundo, era lavagem de dinheiro (e nos outros é o quê?). Terceiro, um deles é da KGB.
Está tudo louco, só pode. Ou então anda tudo muito nervoso, o que é bom sinal!
Ainda no que toca ao Sporting, sinto-me ainda forçado a ter de fazer um apelo final.
Chega de ataques pessoais, de boatos, de difamações, que só deixam a nu o facto de não haver ideias de quem os promove e que só valorizam a dupla de dois grandes sportinguistas, constituída pelo Bruno Carvalho e pelo Augusto Inácio, a quem, especialmente, enquanto sportinguista, devo uma das maiores alegrias que já tive em toda a vida.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Austeridade e Estado Social em Sócrates


José Sócrates foi sensível aos protestos e, apesar de ter anunciado um agravamento da situação de vida dos reformados, de não ter apresentado medidas relativas aos jovens licenciados mal pagos ou no desemprego, de não ter mostrado as suas soluções para os camionistas que hoje fazem greve ou para os professores que se manifestaram no Campo Pequeno, prepara, segundo o Negócios on-line, uma proposta para reduzir o IVA para o Golfe.
Os combustíveis vão continuar caríssimos, assim como os bens essenciais e o custo de vida, mas vão ser reduzidas as dificuldades extremas que devem sentir, por esta altura, os praticantes de golfe, que o poderão fazer pagando 6% de imposto em vez dos 23% actuais.
Este é verdadeiro Estado Social de que Sócrates tanto falou ao longo dos últimos anos.

domingo, 13 de março de 2011

O novo tempo, a nova luta.


Filiados ou não em partidos políticos, sindicalizados ou não, gente de todas as idades, de ambos os sexos, de várias religiões e ateus, das mais diversas profissões, de diferentes "classes sociais", gente da extrema direita à extrema esquerda, foi isso que fez com que o dia de ontem fosse histórico.
Pediam sensatez e dignidade, pediam pelo seu sonho: poder viver em Portugal, trabalhar com dignidade em Portugal, casar e constituir família em Portugal.
Protestavam contra a falta de soluções, contra seitas e interesses de poder, contra um grupo de pessoas que não esgota o poder político mas que, estando no poder, se auto-protege, dando péssimo exemplo e contribuindo para um país pouco justo, pouco igual.
A manifestação de ontem, tendo sido promovida e realizada pela sociedade civil, foi a maior demonstração de tolerância, de pluralismo, de liberdade, de democracia e de patriotismo, que o Portugal dos nossos tempos já assistiu.
Não reivindicando nada em concreto, gritou-se por um país que saiba incluir os jovens, que não os obrigue a fugir do país, por uma sociedade que se paute pela ideia de mobilidade social em razão da qualificação e que não tenha medo de projectar o futuro com renovação e com a força de uma geração que é a mais qualificada da nossa História.
Um país que não premeia o mérito e que não distingue o mais qualificado é um país castrado.
A luta de ontem é uma luta justa e digna. E, pelas razões que lhe estão subjacentes, a luta de ontem é também, ou é sobretudo, uma luta dos jovens social-democratas.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Do que somos capazes

Este vídeo, para uma pessoa desatenta, traz apenas algumas imagens comentadas de um jogo de final da Taça entre dois grandes clubes de Portugal.
Para um sportinguista mais atento, este vídeo mostra a enorme força de um grande clube.
Como se pode ver, o jogo estava empatado, zero a zero, e jogava-se o início de um prolongamento.
O FC Porto tinha sido, de caras, campeão nacional.
E o Sporting não tinha uma equipa por aí além, para poder ganhar de caras este jogo.
Este vídeo mostra quem fez com que o Sporting ganhasse aquele jogo contra todas as probabilidades.
Mostra uma curva unida no apoio incansável aos atletas do Sporting.
Eu estive ali.
Vivi aquilo, tenho saudades daquilo, como muitos também terão, certamente.
Agora que estamos em altura de uma campanha decisiva que terminará com a eleição do próximo presidente do Sporting, o que eu queria dizer hoje é que os sócios são mesmo a maior força do Clube.
Juntos já ganhámos muito. E, agora, juntos poderemos ganhar ainda mais. De leão ao peito, como sempre!

Não é preciso dizer muito

Importamos 80 por cento do que consumimos e os nossos campos estão abandonados, entre a falta de apoios e a imposição de várias burocracias e obstáculos. Não é preciso argumentar muito, pois os factos demonstram bem a miserável política agrícola que os socialistas tiveram em Portugal nos últimos 15 anos.

terça-feira, 8 de março de 2011

Ficção e realidade


O "Tropa de Elite 2" fala de uma realidade muito específica do Rio de Janeiro.
Mas, ao contrário do primeiro filme, não se fala apenas do BOPE e da sua acção nas favelas.
Fala na corrupção, num sistema de grande promiscuidade entre traficantes e gente do "sistema".
E a corrupção que existe, segundo o filme que, logo no início, refere que qualquer semelhança com a realidade é apenas coincidência, não está apenas ao nível dos polícias. Passa também pelos políticos e por gente com influência em construir opinião.
Numa parte desta obra de ficção brasileira, existem umas escutas, interceptadas ilegalmente que são suficientes para incriminar uma pessoa desse sistema.
O conteúdo daquela escuta permitia perceber como funciona uma rede de interesses.
Nessa parte, há uma conferência de imprensa em que um funcionário do sistema diz, publicamente, que as escutas foram obtidas ilegalmente, devendo ser destruídas.
Quem vê o filme e sabe o que foi dito na conversa gravada e escutada, sente, logo, uma enorme frustração porque, entre a morte de vários inocentes, depois de um trabalho bem feito de um deputado com conhecimentos concretos sobre a realidade, depois de ter sido assassinada uma jornalista que tinha provas para incriminar políticos, polícias e criminosos, a escuta que permitia incriminá-los a todos vai ser destruída.
Em Portugal, não existe esta realidade típica das favelas brasileiras e do Complexo do Alemão, não existe uma criminalidade que mata agentes da polícia e pessoas dos órgãos de comunicação social que fazem o seu trabalho e nem sequer existe uma polícia com competência especializada para intervenções a este nível.
Mas creio que todos os meus queridos leitores, depois de terem lido o que acima escrevi sobre um episódio desta obra de ficção sobre uma realidade que não existe em Portugal, compreendem bem o que eu quero dizer...
Em Portugal ou no Brasil ou em qualquer canto deste nosso mundo, na realidade ou na ficção, a destruição de escutas e de provas que permitem incriminar uma pessoa ou um grupo de pessoas, em crimes graves, nomeadamente quando se trata de pessoas que desempenham importantes funções no Estado, é um dos maiores entraves para que se caminhe no sentido de um mundo mais verdadeiro e mais justo.

Três bons princípios





segunda-feira, 7 de março de 2011

A liberdade e democracia em Angola.

Segundo soube, alguns ventos de mudança chegaram a Angola.
Segundo também pude saber, estão a ser intimidados e presos alguns dos populares angolanos, opositores do actual Governo.
Vejamos quais serão as reacções portuguesas, tendo em conta a proximidade, agora também financeira, com o país governado por José Eduardo dos Santos.
Quem defende a liberdade e a democracia deve aceitar, com tolerância, as críticas da oposição. E quem está contra a liberdade e contra a democracia na Líbia, no Egipto, em Portugal e em Angola merece ser alvo da mesma reprovação.

A grande mentira do jornal "A BOLA"*


A primeira página do jornal "A BOLA" de hoje é uma vergonha.
Naquele jornal, não está escrito que Jorge Jesus mexeu mal na equipa, fazendo descansar alguns jogadores neste jogo decisivo. Nem se faz uma única referência ao monumental frango de Roberto, que levou um "chapéu" de dezenas de metros, de uma bola que vinha de muito perto da linha lateral.
Fala-se apenas do árbitro, o mesmo que Jorge Jesus tentou pressionar antes deste jogo.
Ou seja, a primeira página do diário não-oficial do Benfica apresenta hoje uma grande mentira.
O Benfica não vai ser campeão porque tem 11 pontos de atraso, porque Jesus mexeu mal, porque o guarda-redes é um frango que custou caro, porque Cardozo continua a falhar golos certos junto à linha e porque a estrelinha da sorte, que lhes tem valido, deixou de brilhar, para o Benfica, em Braga.
O Benfica não seria campeão, se tivesse vencido em Braga. E não vai ser campeão, agora depois de ter perdido por culpa própria.
Apenas se compreende a primeira página deste jornal tendo em conta o facto de, depois de se terem feito algumas contas, haver o risco sério de ver o FC Porto vir ser consagrado, como justo campeão nacional, no estádio da Luz.
Mas deviam ter feito essas contas antes do jogo. Os jogadores do Braga e os adeptos da equipa daquela cidade não merecem que um jornal desportivo nacional, depois de uma vitória num jogo importante, tire o mérito àquela gente.
Pelo que o Braga já fez pelo futebol português, estando, na Liga Europa, onde o Sporting não teve capacidade e qualidade para estar, com três vitórias na Liga dos Campeões, este Braga nada deve, portanto, a este Benfica.
Seja feita justiça também nos jornais. O Benfica, tal como o Sporting, perdeu este campeonato por culpa própria. Perdeu-o nas primeiras jornadas, depois de vários frangos do guarda-redes. E a esperança acabou depois de outro frango deste. Carlos Xistra, nestas circunstâncias, não tem culpa.
Quem estava a 8 pontos do primeiro e passou para 11, a já poucas jornadas do fim, não pode responsabilizar terceiros pelo falhanço.
Não o pode, o Benfica. Mas menos o pode, o jornal "A Bola", que não deve ser do Benfica e que deve tratar, com isenção, todos os clubes deste país que adora o futebol.

* Para não publicitar o jornal desportivo em causa, decidi partilhar um vídeo que sustenta os argumentos que utilizei neste texto, "roubado" da página do Facebook do sportinguista Nuno Mourão.

domingo, 6 de março de 2011

Sporting, a minha dúvida.


Sem apresentar soluções financeiras e desportivas, apenas se limitando a dizer que tem proximidade com os árbitros, não me parece que Zeferino Boal encabece uma séria candidatura à presidência do Sporting.
Compreendendo bem o sportinguismo de Abrantes Mendes, revejo-me no romantismo leonino deste candidato. Revejo-me na paixão que tem pela mística, pelo regresso aos sócios, pelo regresso das lendas ao Sporting. Mas tem poucas soluções. Tudo o que, de modo abstracto, é bonito, não tem qualquer tradução concreta. Para mim, não é solução.
Godinho Lopes é mais do mesmo. Chega de gente que vem da banca para o Sporting negociar a dívida deste àquela. O tempo do negócio consigo mesmo deve acabar de uma vez por todas. O Sporting é um clube, é dos sportinguistas. Ter homens da política e da banca no Sporting, ter só homens desses, para mim, não faz sentido.
Precisamos de um tempo diferente, que corte com o passado recente. E Godinho Lopes, na minha modesta opinião de sócio apaixonado, é ainda pior do que os tempos que temos vivido. Como pode, o homem que fez o estádio e que pôs lá as cadeirinhas às cores, ter como uma das suas medidas de emergência a substituição das cadeiras. São 52 mil cadeiras para substituir, o que seria um bom negócio...para alguém, que não o Sporting.
Assim sendo, há, na minha opinião, três candidatos com programas completos, ambiciosos, mas cujas medidas concretas terão de ser, já nesta semana, traduzidas em exemplos mais práticos. Quem vai ser o treinador, quem vai ser o director-desportivo, quais vão ser os novos jogadores, quem vai patrocinar as modalidades, quem vai financiar o investimento de que o Sporting precisa para triunfar, qual vai ser o investimento?
São perguntas que, algumas delas, estão por responder. Mas haverão mais, tão ou mais importantes do que estas.
Na prática, votarei em Pedro Baltazar ou Bruno Carvalho. E, num caso limite, poderia repensar e votar em Dias Ferreira para impedir uma vitória de Godinho Lopes.
Mas também há uma coisa que me parece.
Pedro Baltazar e Bruno Carvalho ocupam o mesmo espaço, partilham algumas ideias-base e ambos representam a mudança de que o Sporting, na minha opinião, precisa.
Um deles deveria desistir a favor do outro. Para bem do Sporting e da mudança por que, todos, sonhamos.
Independentemente das convicções, é preciso ter alguma frieza daqui até dia 26. Um dos dois tem de pôr o orgulho de lado, pelo orgulho que tem no Sporting, não comprometendo a mudança que é crucial para o nosso futuro.
Baltazar ou Carvalho, esta é a minha grande dúvida. Que não consegui desfazer depois do debate, depois de ler os programas, depois de ouvir os dois. Gostava muito de falar pessoalmente com eles.
Mas, por agora, ainda tenho esta dúvida.
Quando a desfizer ou quando os próprios a desfizerem, se vierem a fazê-lo, está decidido o meu voto.
É na ruptura inteligente, na mudança prudente, consciente e ambiciosa.
É no que o Sporting mais precisa para ganhar o futuro.

sábado, 5 de março de 2011

PSD, ir ou ficar?


Quem, nas alturas de maior desalento, nunca pensou em desistir?
Eu também já pensei bater com a porta, ir embora, fazer diferente.
Era o que eles mereciam, ficar sozinhos, só eles.
Eles, os que votam neles, as trafulhices que fazem todos juntos.
Continuavam juntos, votavam uns nos outros, levando-se uns aos outros através daquelas carrinhas. Como se tratasse do transporte de gado.
Seria divertido ouvir os seus discursos, ler a pobreza das suas análises políticas.
Seria um desfecho merecido, condená-los a serem forçados a humilhações públicas, ver o povo a fazer troça deles.
Pelas verdades que também conheço, compreendo quem pensa, como eu confesso que já pensei, entregar o cartão, ir embora. Porque o que eu quero é um país mudado, um Portugal melhor.
E, com este partido, não tem sido possível.
Mas há aqui uma questão de identidade e de orgulho que me tem impedido de ir embora.
Fazer um outro partido com a energia, o espírito de ruptura, a ideologia que fez Sá Carneiro e alguns outros fundarem o PSD seria uma solução pouco compreensível.
Iríamos fazer um PSD fora do PSD. Um verdadeiro PSD. E o PSD, o PSD de nome, era só de nome e já não era PSD.
Pouco lógico, portanto.
E as pessoas, que são 600 só no concelho de Oeiras, que estão completamente empenhadas neste Partido, que se movem por paixões, sonhos, por convicções, que nunca arredam pé e que nunca baixaram os braços, mesmo nestas alturas em que quem tem o poder no PSD faz o jogo dos adversários do Partido?
Eu tenho dito que o PSD não está capaz de ir a eleições enquanto não se discutir internamente, fortificando-se, impedindo que as eleições internas sejam ganhas por "gangs" organizados que se movem por interesses pessoais e políticos que são externos ao PSD.
Só estaremos prontos quando todos nós e as estruturas internas do Partido estiverem empenhadas em que o PSD ganhe ao PS em Lisboa, em que o PSD ganhe ao IOMAF e ao PS em Oeiras, em que o líder nacional do PSD (seja ele qual for) derrote Sócrates por uma folgada maioria absoluta.
Há poucas pessoas que têm dado atenção a esta matéria, de crucial importância para os interesses do partido e do país. Tudo fizemos para alertar as pessoas, para cativar atenções. Nunca nos envergonhámos de pedir ajuda a todos os que, militando ou não no PSD, sendo social-democratas, possam ajudar-nos a mudar o actual estado das coisas.
Até que se esgotem as vias, devemos empenhar-nos em mudar e unir o Partido, fazendo, no PSD, o que sonhamos fazer no país: distinguir aquele que tem mais competência, aquele que tem melhores ideias, aquele que tem o programa mais sólido, aquele que tem mais mérito.
O PSD, o nosso PSD, está doente.
E, tendo todos consciência disso, sendo social-democratas, temos um dever que nos obriga a trabalhar no sentido de encontrar uma cura.
Para isso, volto a confirmar a minha total disponibilidade.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Venham ajudar os partidos

A sociedade civil e os partidos são autónomos um do outro.
E deve ser assim, compreendo a autonomia da sociedade civil, que os partidos a devem encarar.
Porque a defesa dos direitos civis e políticos não surge dos partidos, antes da própria cidadania.
Aliás, os partidos só existem porque os cidadãos, unidos em torno de ideais, assim quiseram.
Nesse sentido, é normal que a sociedade civil, sem pedir autorização aos partidos, se mobilize. É natural que marque a sua própria agenda, reivindicando os seus direitos legítimos na defesa de uma sociedade com mais e melhores oportunidades, mais livre e mais igual.
De resto, este tipo de reivindicação é tão legítimo como supra-partidário (e não apartidário como alguns têm defendido), já que não há partido razoável que queira menos oportunidades, menos liberdades, menos igualdade, em suma, uma sociedade pior.
Os partidos políticos não têm, portanto, de pensar que são os únicos porta-vozes defensores de um Portugal com melhor qualidade de vida.
Não existe uma substituição, antes um complemento.
Nesse sentido, algumas pessoas têm-me perguntado sobre a manifestação de um "movimento espontâneo", se é que as duas palavras podem coincidir numa expressão única.
Na minha opinião, a manifestação é legítima, defende interesses legítimos e reflecte, até por ter sido convocada através de uma rede social, o estado de espírito de uma geração.
Desde que seja devidamente comunicada, não há nada que obste este grupo significativo de cidadãos que tem dificuldade em ter um trabalho digno, que não tem grandes oportunidades de construir fazer uma grande carreira, nem família e se sente, muitas vezes, pressionada a ter de abandonar o país, possa, nas ruas, manifestar as suas preocupações.
Do meu ponto de vista, não há qualquer problema que a sociedade civil tenha as suas canções, as suas reivindicações, as suas manifestações, próprias da sua liberdade, independência e autonomia.
Este facto não deve ser repudiado ou desprezado pelos partidos.
Pelo contrário. Está aqui um sinal de ruptura, de separação, em que os cidadãos, pela primeira vez, sentem que os partidos não têm sido capazes.
Enquanto membro da JSD e militante do PSD, a minha resposta é muito simples.
Dizem que os partidos estão cheios de gente medíocre e incompetente. De gente que pensa no voto como um número, na pessoa como um elemento de uma estatística, do povo como algo que vai contribuir para uma melhor qualidade de vida de político.
Dizem que as pessoas, nos partidos, se movem por interesses e por conveniências. E que o mundo dos partidos é um mundo sem valores, sem ética, sem amizade, de gente que não pensa no que é, ou deixa de ser, o interesse público.
De um modo geral, estou de acordo.
A mediocridade nos partidos reflecte-se no estado do país.
Mas a minha solução é outra. É um convite.
Empenhem-se, envolvam-se, venham para os partidos.
No PSD e na JSD, somos muitos, ou, se calhar, somos só alguns, os que queremos mudar a nossa rua, a nossa freguesia, o nosso concelho, o nosso país. Estamos mobilizados em mudar o nosso mundo.
Não se resignem.
Venham expurgar a mediocridade nos partidos, venham ajudar-nos a devolver-lhes os seus valores, venham discutir ideias para fazermos um novo projecto para Portugal.
Posso até estar convosco na manifestação porque partilho as vossas preocupações.
Mas gritar não chega. É preciso ser responsável, pegar nas rédeas e arregaçar as mangas.
Se o mundo é parvo e se nada fazem para o mudar, quem são os parvos, afinal?
Juntem as vossas às nossas convicções. Continuem a mover-se de acordo com elas.
Sejam políticos, venham ajudar-nos nos partidos. Só assim, todos juntos, poderemos, de facto, mudar Portugal.

Como tu me mentes

terça-feira, 1 de março de 2011

Concelhia de Oeiras


Enquanto Mandatário da Juventude, mas, sobretudo, enquanto residente no concelho de Oeiras desde sempre e social-democrata desde que me lembro, não poderia deixar de, já hoje, escrever as primeiras palavras sobre as eleições para a Concelhia de Oeiras do PSD.
E as primeiras palavras vão, necessariamente, para o Ângelo Pereira.
O Ângelo sabia que não era fácil ganhar estas eleições. Tratava-se de uma luta desigual.
A sua candidatura visava defender uma história de muitos combates, de duros debates, representando um conjunto de pessoas social-democratas de há muito, muitas delas fundadoras do próprio partido.
Estava em jogo defender a militância empenhada. A de agora e a de sempre.
Foi isso que Ângelo fez. Esteve à altura da história de um PPD/PSD empenhado e dinâmico, de um PPD/PSD que projectou e construiu um concelho-modelo, de um PPD/PSD de Sá Carneiro.
Apresentou-se com um programa fabuloso, com uma lista de gente qualificada, com o objectivo de voltar a fazer com que este partido volte a ganhar no Concelho. Por isso, estiveram com ele alguns militantes fundadores do partido, gente ilustre do PSD, muita dela que esteve mesmo na sua Comissão de Honra, como Miguel Beleza.
Para sermos francos, se estas eleições fossem decididas só pelos militantes verdadeiramente social-democratas, o Ângelo tinha ganho estas eleições praticamente por unanimidade.
Mas o PSD em Oeiras já não é assim. O voto passou a ser visto como uma obrigação de um negócio sinalagmático.
E, por isso, o resultado que o Ângelo obteve, quase a chegar aos 600 votos, foi extraordinário.
Há quem sinta ou pressinta que o PSD tal como era aqui no nosso Concelho morreu na noite de ontem.
Se assim for, ficarão as saudosas recordações do nosso passado.
Mas eu duvido que assim seja.
Porque, nesta campanha, eu vi o rasgo de Sá Carneiro, a diplomacia de Durão Barroso, a elevação de Cavaco Silva ou Manuela Ferreira Leite, o sonho de Pedro Santana Lopes, o fervor de Paulo Rangel, a ambição de Passos Coelho.
Estivemos todos, militantes, mas, sobretudo, o Ângelo, enquanto cabeça-de-lista, à altura da nossa História. De certeza absoluta de que os nossos líderes vivos e Sá Carneiro se orgulharão de todos nós.
Na minha opinião, o PSD não morreu. Apenas continua doente, doença essa que é ainda mais visível se olharmos para a desmobilização que verificamos em concelhos no distrito de Lisboa.
Doente, mas bem vivo. Porque enquanto houver gente com convicções muito fortes, enquanto permanecerem as raízes de uma social-democracia de ruptura e gente disposta a liderar estes trabalhadores, empenhados e convictos militantes do PSD, vai continuar viva a chama que fundou este partido.
Ao Ângelo dou-lhe os meus parabéns. Verdadeiros porque esteve à altura da história, do partido, dos militantes e das circunstâncias.
Agradeço-lhe o convite para ser seu mandatário para a juventude, que me honrou porque, estando com ele, estive com os melhores. Que foram ainda melhores na noite de ontem. Que assim continuarão no futuro. Porque é dos melhores que reza a História. E, desse ponto de vista, com esta campanha começou a ser escrita uma nova História, cujo primeiro capítulo não foi tão bom quanto se sonhava.
Mas não há história que se faça sem os seus obstáculos, que enriquecem a sua parte final.
Muito obrigado, Ângelo.
E obrigado a todos os que se empenharam para ganhar esta eleição para o PSD, para o PSD que é PPD, para o único e verdadeiro Partido Social-Democrata.
É por vossa causa que ainda estamos vivos, que vamos estar ainda mais unidos e mobilizados para ganhar o futuro.
Pelo PSD. Por Oeiras. Por Portugal.