sábado, 27 de dezembro de 2008

2009


A meia-noite de dia 31 de Dezembro para 1 de Janeiro marca o ultrapassar de uma barreira psicológica, que nos leva todos a crer que, a partir da meia-noite, algo de novo recomeça.
2008 não foi um ano particularmente feliz. Nem para o Mundo. Nem para o País. Nem para mim.
O ano que vem será, certamente, um ano diferente, com novos episódios e, claro, novos protagonistas. 2009 será, por exemplo, o primeiro ano de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos.
Por cá, teremos eleições europeias, autárquicas e legislativas, que poderão marcar uma mudança necessária de políticas, depois do autêntico fracasso da governação socialista, cujos números já não conseguem mais disfarçar.
Será, por isso, muito difícil para Sócrates esconder a realidade aos portugueses, depois de nos iludir manipulando números e estatísticas. Será muito complicado que os portugueses, no fim de um mandato, continuem a acreditar num homem que sempre sacudiu as responsabilidades para o passado (e o passado são três anos de governação social-democrata!) e para a conjuntura internacional, para a qual, de resto, o País e o governo não estavam preparados.
E é importante que se faça um balanço final deste Governo Socialista. Nesse balanço, verificamos que o Governo não protagonizou as reformas que prometeu, não cumpriu as promessas que fez. E falhou nas matérias de Finanças Públicas (porque as contas públicas afinal não estão em ordem), falhou na Educação, na Saúde e na Segurança, deixando quase tudo de lado, agarrando-se às obras públicas, numa opção que, tendo em conta a dificuldade de recurso ao crédito, levanta muitas dúvidas nos portugueses.
Em suma, Sócrates prometeu e falhou em quase tudo. Por isso, para 2009 ser um bom ano para o País, será necessário que haja uma mudança clara de políticas, com mais verdade e muito mais rigor. Quanto às claustrofobia democrática, o país não pode aguentar muito mais tempo esta pressão enorme sobre as pessoas e sobre as famílias, levada a cabo pelo Governo, com a enorme ajuda da comunicação social, nomeadamente a imprensa escrita.
2009 marca o fim de um vazio político na Câmara de Lisboa. Percebemos que o tal Zé não fazia falta e que lesou os lisboetas e os contribuintes. Percebemos, também, que António Costa não tem uma ideia para a Câmara, a julgar por aquilo que não disse e por aquilo que não fez à frente da principal autarquia do País.
Por isso, a candidatura de Santana Lopes era tão temida na esquerda, completamente fragmentada, e tão criticada nos vários meios da propaganda socialista, expressão que resume, hoje, a maioria da imprensa socialista, à qual se junta uma certa e determinada estação de televisão.
Santana Lopes devolveu a esperança aos lisboetas: porque, quando exerceu o cargo de Presidente da Câmara, melhorou a vida a quem vive em Lisboa. É importante para a cidade que haja uma vitória, clara, que dê conforto a Santana Lopes para prosseguir um projecto que estava a fazer tão bem à cidade.
Para 2009 ser um bom ano para Lisboa, é estritamente necessária uma vitória confortável do PSD nas autárquicas na capital.
De resto, os votos que faço são pessoais, académicos e familiares. Faço votos para que seja bem sucedido no príncipio do fim da minha licenciatura. Faço votos para que eu e a minha família tenhamos saúde. E era uma grande alegria para mim ver o Sporting ser campeão nacional no próximo ano. Espero que 2009 seja um ano em que aumente a sensibilidade social, dos Governos e das pessoas, porque há muita miséria, muita pobreza e muita fome, no país e no resto do mundo, que exigem a nossa atenção e solidariedade.
A todos os mais próximos, aos meus amigos, conhecidos, a todos os leitores do meu blogue, desejo também um Bom, Próspero e Feliz Ano de 2009!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008


Desejo um Feliz Natal e um Bom Ano Novo.
Um abraço

domingo, 21 de dezembro de 2008

Alvalade 2008


O Sporting não venceu no último jogo de 2008 e irá ver, a três jornadas do fim da primeira volta, outras equipas a cinco ou seis pontos de distância.
2008 não foi um ano em grande para o Sporting, como também não o foi para o desporto português, depois de uma eliminação do Euro e com os atletas portugueses a não conseguirem corresponder às expectativas legitimamente depositadas sobre si. Desde Naíde Gomes a Obikwelu, atletas com ligação ao Sporting, que não conseguiram aquilo que pretendiam nos Jogos Olímpicos.
Mas 2008 foi um ano em que aprendemos algumas coisas, graças a vários e sucessivos episódios ocorridos no relvado do Alvalade XXI. E o que não sabíamos, ficámos a saber ontem, no último jogo do ano!
Começando pelo fim, ontem ficámos a saber que é permitido que um guarda-redes agarre a bola com as maõs um pedacito fora da grande área. A única condição é que esse guarda-redes não seja o do Sporting.
Ficámos a saber que um livre pode ser marcado com rapidez e dar em golo quando é contra o Sporting. O contrário não se verifica. Isto, porque Messi marcou um dos cinco golos que o Barcelona fez em Alvalade dessa forma. Ontem, Liedson, da mesma forma, levantou o estádio. Mas, sendo Liedson jogador do Sporting, o golo não foi validado.
Ficámos a saber que para que seja golo do Sporting, não basta que a bola entre toda dentro da baliza, porque Postiga fez um golo desses, contra o Vitória de Guimarães, mas o fiscal de linha fez de conta que não viu nada. Sim, fez de conta, porque estou por cima do bandeirinha e vi, como todas as pessoas na bancada, mas ele fingiu que não era nada com ele.
Ficámos a saber que uma falta cometida por um jogador do Sporting a dois ou três metros da grande-área defensiva dá direito a...penalty! Claro, contra o Sporting. Foi assim logo no jogo da primeira jornada contra o Trofense.
Depois, as coisas normais: jogadores do Sporting expulsos quando o árbitro não viu! Neste ano, mas na temporada passada, um árbitro não viu, mas o fiscal viu um penalty cometido na grande-área do Benfica. O árbitro não viu, pelo que deixou jogar.
2008 foi mesmo um ano em que nós, sportinguistas, percebemos que não sabemos nada sobre as regras do futebol. Ontem, por exemplo, um jogador da Académica atirou a bola para fora e o árbitro marcou pontapé de baliza a favor...da Académica!
No que interessa ao futebol, que são os golos, ficámos a saber que não chega marcar mais golos que o adversário para ganhar os jogos. É também preciso que os árbitros os validem. Houve jogos em que o Sporting marcou 2, mas ganhou 1-0. Houve jogos em que o Sporting marcou 3, mas ganhou 2-0. Ontem o Sporting marcou 2, mas empatou...a zeros!
Que, em 2009, haja mais verdade desportiva e que os árbitros tenham mais respeito pelo clube que formou 1/4 dos melhores jogadores do Mundo dos últimos 8 anos! Esse é o meu primeiro voto para o ano que vem! Porque estou convencido de que, se as regras forem cumpridas, o Sporting ganhará mais vezes e por mais golos de diferença.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cooperação institucional?



Sócrates faz votos de uma "desejável frutuosa cooperação institucional com o Presidente da República"?
Cooperação instucional? Ouvi bem?
Se bem entendo o que Sócrates diz, ou está a fazer uma promessa de que irá dar orientações ao grupo parlamentar socialista no sentido de recuarem na questão do polémico Estatuto Político-Administrativo dos Açores ou então estará, mais uma vez, a mentir ao Presidente da República e...aos portugueses.
Isto, no dia em que sabemos que o Sócrates já não é líder do Partido Socialista, mas de um novo partido: o Partido Popular da Esquerda Moderada. Ou coisa do género.
Como diz o povo, "ele há com cada coisa"...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Anedotas


Eu nunca tinha ouvido falar nem fazia a mínima ideia de que existia, na Ucrânia, uma equipa chamada Metalist Kharkiv. Do mesmo modo que não conheço Myron Markevich, treinador dessa equipa.
Todos sabem que eu não tenho nenhuma estima particular pelo Benfica. Acusam-me, até, de criticar demasiadas vezes a equipa do lado de lá da Segunda Circular.
Mas se há coisa que eu não admito é que gozem o meu país. Mexe muito com o meu sistema nervoso! Por isso, não gostei nada dos insultos de Camacho ao futebol português, como também não gostei de quando Boloni, que era, na altura, o treinador do meu clube, quando criticou o nível do futebol praticado pelos portugueses.
O Benfica é uma equipa que, quer queiramos quer não, faz parte da História do futebol português, apesar de eu nunca ter sequer sentido o cheiro daquela grande equipa europeia, de há quarenta anos atrás. Eu, normalmente, desejo que o Benfica perca. E desejo que perca por duas razões: para que o Sporting possa ganhar pontos ao Benfica, na jornada; e para que possa enviar uma mensagem de gozo aos meus amigos benfiquistas, que tenho muitos, como eles me enviam para mim quando o Sporting não vence.
Amanhã, quinta-feira, quero que o Benfica ganhe. Mas mais do que ganhe, quero que ganhe por, pelo menos, oito a zero. Gosto muito de Portugal e, se o Benfica ganhar amanhã, pelo menos, por oito a zero, o meu País fica bem visto lá fora.
Não posso nunca admitir que um qualquer treinador, de uma equipa que eu completamente desconhecia, venha ao nosso país gozar com uma das nossas equipas. E fê-lo quando disse que "era uma anedota" o Benfica ganhar 8-0.
Eu não podia discordar mais. Há muitas razões para apoiar o Benfica amanhã, mesmo aqueles que não são do Benfica: primeiro, o Metalist é uma equipa desconhecida; segundo, trazem a segunda equipa; terceiro, até o Estoril lhes ganhou por 2-1.
Estou convicto de que o Benfica amanhã vai golear esta equipa. Não sei se ganha por 8-0. Tudo depende do discurso de Quique no balneário e na forma com os jogadores encararão o jogo de amanhã: ou preferem concentrar atenções no campeonato (como deseja o treinador adversário) ou sentem que podem dar tudo, neste jogo, entrando para a História do Clube e assegurando um lugar na memória de todos nós, portugueses.
Vamos ver quem conta anedotas a quem, amanhã à noite...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Portas abertas


Eu não pude acompanhar de perto as eleições do CDS. Não pude, mas, se quisesse, dificilmente poderia saber com pormenor as evoluções durante o dia de eleições internas nos democratas-cristãos. Porque as televisões não passaram as eleições do CDS como passaram, com directos sucessivos, por exemplo, o Congresso do Partido Comunista.
Nos jornais, foram poucas e curtas as referências aos 95% que Portas arrancou.
Hoje, alguns militantes do CDS vão provavelmente anunciar, em conferência de imprensa, que vão abandonar o partido. Esta conferência de imprensa foi anunciada com notas de primeira página em vários jornais, foi destaque matinal nas rádios e notícia nos telejornais, tratando a situação como se o CDS vivesse uma crise.
Na minha opinião, não há nenhuma crise no CDS, nem nenhuma divisão, e os 95% dos militantes que votaram em Portas conferem-lhe uma nova e reforçada legitimidade para levar o partido ao que espero ser um bom resultado eleitoral.
Por isso, a imprensa não diz, mas devia dizer, que os membros do partido que vão entregar o cartão fazem parte dos menos de 5% que não se revêem na liderança de Portas e essa percentagem é, como demonstram os números, insignificante.
Curioso que Sócrates tem vários notáveis a criticar as suas políticas. Provavelmente não haverá nenhum outro partido político português tão fracturado como o Partido Socialista, que, pelos vistos, se pode dividir em dois. Não há memória de um PS tão dividido como hoje! Isso é o que a mesma comunicação social esquece e tenta esconder dos portugueses. Sabe-se lá porquê.
O CDS está vivo e as eleições internas mostram que, além de vivo, está mobilizado e confiante em alcançar resultados positivos nas várias eleições do ano que vem.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O próximo combate


Depois de uma vitória história alcançada por Pedro Santana Lopes, em Lisboa, Durão Barroso aceitou um dificilmente recusável convite para presidir à Comissão Europeia. Para viajar para Bruxelas, Barroso foi a Belém para informar o Presidente da República de que lhe iria suceder Pedro Santana Lopes e que, assim, iria ficar garantida a estabilidade. Depois de Sampaio ter dado o aval a Barroso, este assumiu, então, a Presidência da Comissão Europeia. É, nestas condições, que Santana, com o único objectivo de servir o país, aceita esse difícil desafio.
António Pedro Carmona Rodrigues assume a Presidência da Câmara de Lisboa, porque era vice de Santana.
Foram tempos difíceis aqueles em que o PSD esteve no Governo da Câmara e do País, herdando um pântano que veio do tempo dos socialistas. O país estava, de facto, de tanga.
Sampaio, completamente despido de sentido de Estado, sem qualquer respeito pela cooperação institucional entre os órgãos de soberania, e depois de garantir estabilidade a Santana Lopes, dissolve a Assembleia da República, naquilo que foi, com verdade, um golpe de Estado. Porque Sampaio poderia ter marcado eleições. E, nesse cenário, Barroso dificilmente aceitaria ir para a Comissão. Mas a militância socialista era mais forte do que o cargo de Presidente da República e Sampaio, depois de ver o seu Partido mais organizado, com José Sócrates eleito, dissolve, repito, a Assembleia. Poderia ter demitido o Governo, mas não.
Perguntar-me-ão qual é a diferença entre demitir o Governo e dissolver a Assembleia. Na prática, em ambas as situações cai o Governo. Só que dissolvendo a Assembleia, Sampaio não precisava de dar uma explicação, ao contrário do que aconteceria se, simplesmente, tivesse demitido o Governo de Santana. Podemos concluir, portanto, que não havia razão para fazer caír o Governo que exercia, com legitimidade, essas funções, suportado por uma maioria democraticamente eleita pelos cidadãos.
Esse golpe de Estado gerou um evidente clima de vitória no Partido Socialista e foi sem dificuldade e nesse clima que Sócrates obteve uma confortável maioria absoluta. Santana volta à Câmara a tempo de concluir a esmagadora maioria das suas promessas eleitorais. Ficou por fazer o projecto do Parque Mayer, inviabilizado pela tal esquerda que, hoje, euforicamente, exalta o investimento público. De resto, a obra ficou feita e dificilmente os lisboetas se esquecerão dos problemas que Santana Lopes lhes resolveu, como é exemplo o Túnel do Marquês, que Sá Fernandes, hoje ao lado de António Costa, quis bloquear.
Marques Mendes não escolheu Santana para uma recandidatura. Critiquei Mendes e continuo a pensar que foi uma péssima decisão para o Partido e, mais do que isso, para a cidade de Lisboa. Carmona venceu a Câmara, mas a seu lado tinha uma equipa inexperiente, com algumas personagens algo grotescas, até.
Aconteceu, depois, o evidente. Houve, por parte das Comissões Políticas Distrital e Nacional do Partido uma sucessiva retirada da confiança política aos vereadores e, até, ao Presidente da Câmara. Até hoje, nada provou que Mendes e Teixeira da Cruz tinham razão. Houve uma cisão entre vereadores e foram marcadas intercalares em Lisboa. O PSD foi buscar uma quarta escolha. O PS levou o seu número dois. Carmona e Roseta candidataram-se como independentes. Naturalmente, ganhou o PS e Carmona levou a melhor sobre o PSD, que obteve um absurdo terceiro lugar, descendo mais de 30% nas urnas.
Hoje, a Câmara é governada por António Costa. E quase que é tudo que se pode dizer sobre a Câmara de Lisboa, completamente estagnada. Desde que tomou posse, Costa não resolveu nenhum problema. Houve incêndios e cheias, que causaram danos elevadíssimos. Os lixos ficaram por recolher. E as tais pequenas coisas, que Costa prometera resolver, continuam iguais: buracos nas calçadas e as estradas cada vez mais terceiro-mundistas. Acumulam-se casos pouco claros envolvendo vereadores de Costa e militantes do Partido Socialista.
Lisboa está pior, hoje, do que estava. Poderia ter tido um Parque Mayer, mas não tem. Porque o PS não deixou. Mas vamos ter agora uma muralha, de contentores, que nos vão impedir de passear e admirar o nosso Tejo.
E Santana voltará a candidatar-se, se Deus e a Comissão Política Nacional do PSD quiserem. Oxalá que queiram. Porque, com Santana Lopes, Lisboa iria ser sem, dúvida, e outra vez, uma cidade bem mais atractiva, dinâmica e, claro, mais feliz.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Uma introdução ao próximo combate


Se tudo correr como o previsto, na terça-feira começa mais uma enorme batalha do PSD em Lisboa.

Para antecipar essa grande e difícil batalha, é importante recapitular um pouco sobre o passado recente do PSD, da Câmara e da cidade de Lisboa.
Estávamos em 2001 e o Partido Socialista estava confortavelmente no Governo há vários anos e tinha em seu poder as duas maiores Câmaras do país. O Presidente da República era o, também socialista, Jorge Sampaio. O PSD vinha de um período difícil, com sistemáticas crises de liderança, desde 1995. Nogueira saíra depois de uma derrota eleitoral pesada com Guterres. Marcelo caíra quando também caíu a AD e desse cenário surgiu um Congresso do qual saíu eleito Durão Barroso. Era ele que iria chefiar a oposição a um Governo que nos levou ao pântano.
O PSD não via grandes sinais de que o cenário político nacional se pudesse alterar, quando Santana Lopes foi anunciado como candidato à Câmara de Lisboa. No Porto, Rui Rio tinha a também difícil batalha de vencer, para o PSD, a Câmara da Invicta.
Nasci em Lisboa e foi sempre nessa lindíssima cidade que estudei. Vivi, intensamente, a campanha de Santana, que mobilizou o Partido e a Cidade, com várias iniciativas a levar os pavilhões e os outros espaços a transbordar de gente, de esperança e de alegria. O adversário era João Soares, filho de Mário Soares, que é o mais importante de todos os militantes do Partido Socialista. O PSD nunca tinha vencido a Câmara e dias antes das eleições aparece uma sondagem que coloca Santana 10 pontos atrás de Soares.
A vitória de Santana e do PSD em Lisboa foi histórica. Tenho a certeza absoluta de que ninguém, senão Santana, teria conseguido levar o PSD à Câmara. No Porto, Rui Rio vence surpreendentemente com alguma vantagem. E é nesse clima de mudança que tomou conta do país que Guterres, Primeiro-Ministro, aparece, pedindo a demissão e a marcação de eleições antecipadas. Segundo o próprio, o país estava no pântano e, por isso, houve também eleições internas no Partido Socialista, de onde saiu eleito Ferro Rodrigues.
Vencidas as duas principais Câmaras do País, o Partido entrou em euforia, mobilizando-se em torno de Durão Barroso e o PSD alcança, com maioria relativa, o Governo.
Depois, todos sabemos o que aconteceu. Mas o que eu realço foi o trabalho notável em todos os domínios protagonizado pela equipa foi eleita, com Santana, para a Câmara. O PS, como a restante esquerda, sempre quis apenas bloquear a solução que Santana deu, e bem, aos problemas.
A vitória inesperada de Santana Lopes foi a catapulta da vitória nas legislativas. Foi a lufada de ar fresco que fez com que, hoje, passados sete anos, o cenário político nacional tivesse sofrido uma enorme alteração.
Hoje, Durão Barroso é o Presidente da Comissão Europeia. Rui Rio mantém-se como Presidente da Câmara do Porto. Cavaco Silva é o Presidente da República.
Mas todos sabemos que o principal objectivo do PSD é constituír Governo. Em 2009, como em 2001, as autárquicas, que se antevêem difíceis, podem ser a catapulta do PSD para conseguir, numa só jogada, recuperar a Câmara de Lisboa e voltar a ser Governo de Portugal.
A bem do país, que assim seja.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Basileia, pelo caminho

Foi absolutamente inesquecível esta nova viagem à Suíça, desta feita para assistir ao vivo e apoiar incondicionalmente a equipa do Sporting.
Na terça-feira, dia do jogo, acordei cedo, numa pequena localidade nas proximidades de Nyon e segui, auto-estrada fora, para Basileia. Ainda no centro de Nyon, numa das primeiras ruas que o GPS indicava no percurso, vejo, passeando sozinho na rua, como qualquer pessoa comum, o Presidente da Uefa, Platini. Faltavam, nessa altura, ainda, perto de 230 km até chegar a St.Jakobs Park, onde, às 20 horas e 45 minutos (horas suiças), iria jogar o Sporting.
O trajecto é feito a 120 km/h. E não podia ser feito de outra forma, porque há radares em todo o lado, na Suíça. Duas horas depois de entrar no carro, cheguei, finalmente, a Basileia. Pelo caminho, pude apreciar a beleza das paisagens suíças, onde predominavam duas cores: o verde dos campos cultivados e o branco da neve das montanhas. Era o primeiro indicador positivo que apontava para um dia, em cheio, ou seja, um dia verde e branco.
Depois de saber onde ficava o estádio, passeei um pouco pela cidade, principalmente no passeio próximo do rio Reno. Basileia é completamente diferente de outras cidades suíças, como Genève ou Lausanne, que ficam na Suíça francesa. É uma cidade muito mais industrial, muito mais alemã.
Cheguei ao estádio bem cedo e fiquei surpreendido com a presença de vários grupos de portugueses, vindos de Portugal, para ver um jogo que iria decidir pouco. Os primeiros três portugueses com quem falei vinham de Elvas e apanharam o avião para Basileia em Madrid. A esmagadora maioria dos adeptos do Sporting que estiveram, na noite de terça, em St. Jakobs Park, não eram emigrantes. E, disso, eu não estava, certamente, à espera.
Não esquecerei que no centro-comercial do estádio, por baixo dos apartamentos, pedi uma água. O empregado pegou num copo, encheu-o com água, e pediu-me 4 francos. Mais perto da hora do jogo, noutro café do estádio, esqueci-me do sucedido e voltei a pedir uma água. O empregado pegou num copo, mas desta vez encheu-o com água com gás. Mais 4 francos!
A hora do jogo aproximava-se, o estádio ía-se enchendo de 30 mil suíços e várias centenas de sportinguistas, espalhados por todo o estádio. Depois, veio o jogo, a vitória do Sporting e...a neve. Só depois vieram os 600 mil euros da vitória. Nunca tinha assistido a um jogo de futebol, à neve. Por isso, como adepto incansável do Sporting, sinto-me mais completo depois desta viagem a Basileia.
A viagem de regresso para Nyon, assim como a ida para Genève, no dia seguinte, foram por baixo de um nevão, que transformou a Suíça num paradisíaco manto branco. Temi que não pudesse viajar para Lisboa, porque foram cancelados vários voos, de Genève e de outras cidades suíças e alemãs. Mas, ouvindo cânticos do Sporting ainda no ar, cheguei mesmo a Lisboa. Com uma hora de atraso, mas mais feliz, porque o Sporting ganhou e com as ideias refrescadas, porque é assim que vem um português, quando chega ao seu país de origem, de um pequeno paraíso, em todos os domínios, que existe no centro da Europa.



Um reparo: penso que o Sporting deveria dar a perceber à UEFA, à FIFA e aos adversários em jogos europeus, que o seu nome não é Sporting de Lisboa (Lissabon). De Lisboa é o Benfica, que se chama Sport Lisboa e Benfica. O Futebol Clube do Porto é do Porto. O Sporting é, como todos sabem ou deviam saber, Sporting Clube de Portugal. E é assim que tem de ser conhecido. Em Portugal, na Suíça e em todo o Mundo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Tantos porquês



Por que é que a imprensa de hoje não fala da oposição interna do PS, que ontem, com uma confortável maioria absoluta, poderia ter tido um enorme abanão em plena Assembleia? É que esse é o tema central, e não a falta de vários deputados.

Por que é que a imprensa não foi investigar as razões de várias faltas? Ou acham que os deputados faltosos foram só os do PSD? Ou acham que estes faltaram só porque lhes não apeteceu ir?

Por que é que a imprensa de hoje não dá um maior relevo à guerrinha entre o Primeiro-Ministro e o Presidente da República sobre o polémico Estatuto dos Açores?

Por que é que não há julgamentos públicos, semelhantes aos que se fazem, e mal, a militantes do PSD, nomeadamente na questão da falta de concurso público que vai originar um muro entre Lisboa e o seu rio, pondo vários milhões nas mãos de uma empresa, cujo administrador é um militante e amigalhaço do Partido Socialista?

Por que é que a comunicação social não fala do eclipse de ideias, de projectos e de obra existente na CML desde que Costa foi eleito?

Por que não há igualdade de tratamento, na comunicação social, entre o PS e o PSD?

Por que é que as palavras de um presidente da Câmara de Gaia têm maior relevância, para a comunicação social, do que as sucessivas divergências entre vários históricos do PS para com o caminho trilhado por Sócrates? É que nessas vozes divergentes do PS temos Manuel Alegre ou Mário Soares...

Porquê tanta euforia à volta do Magalhães, em vez de se falar do desnorte em que entrou a educação desde que este legislatura iniciou? Por que é que não apareceu em todas as primeiras páginas que Sócrates deu Magalhães às crianças só para a fotografia, tendo pedido às crianças que devolvessem o computador depois da cerimónia?

Muita comunicação social tem dado razão a Manuela Ferreira Leite, pois constatamos que a DEMOCRACIA ESTÁ SUSPENSA EM PORTUGAL.

Assim, Portugal tem andado para trás, afastando-se todos os dias da Europa Moderna. Somos menos ricos, menos desenvolvidos, mas também menos livres e menos democráticos.

(Sobre)vivemos numa ilusão, porque, ao certo, sabemos que nos foram e continuam a ser ditas várias mentiras. Afinal de contas, nem sequer sabemos, com verdade, se Sócrates é ou não engenheiro.

Faz de conta que sim.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

No bom caminho

Estou convicto de que, custe o que e a quem custar, o Sporting vai ser o campeão, este ano. Porque tem a melhor equipa, porque pratica o melhor futebol e porque é justo que um clube que tanto tem dado ao futebol português, com a formação de vários excelentes jogadores, como o próprio recém-eleito melhor jogador do Mundo, comece a colher frutos do seu próprio trabalho.
Mais do que isso, o Sporting tem conseguido vencer, mesmo quando são invalidados, enganosamente, golos limpinhos como a água. Ganhou na Figueira e em Leiria por 1-0, marcando 2 golos limpos em cada um dos jogos. Ganhou ao Vitória por 2-0, tendo colocado legalmente a bola dentro da baliza. Num primeiro comentário, porque não vi nenhuma repetição, nada me conseguiu ainda provar que o golo anulado foi bem invalidado. Outra vez, marcámos mais um golo do que aqueles que aparecem no resultado final. Postiga não estava fora-de-jogo, porque a bola lhe chegou por via de um mau corte de um defesa da equipa adversária. E foi isso que o árbitro marcou: fora-de-jogo. Mesmo que a bola tivesse saído, sería canto e não pontapé de baliza.
Curioso também aquele amarelo ao Izmailov que nem tocou sequer no adversário, numa "falta" a meio campo.
São esses sucessivos "erros" da arbitragem que me fazem crer que o Sporting vai ser campeão nacional este ano. É que, mesmo contra adversidades extra, vamos ganhando os nossos jogos, por via de belas exibições.
Hoje, o Sporting ganhou. E ganhou bem! Porque na parte em que se previa uma reacção do Estrela, o Sporting foi absolutamente demolidor e pareceu, durante várias jogadas, que estava a jogar sozinho. A atitude e a boa exibição do Estrela, até ao 2-1 e ao anulado 3-1, só engrandeceu mais esta vitória.
Estamos a meio de um caminho e estamos a seguir pelo sentido certo.
Voo amanhã, já, para a Suíça, onde espero assistir a mais uma vitória do Sporting, desta feita na Champions League. O Sporting tem de perceber que a filosofia que se deve adoptar no clube é a de que ganhar tem de ser um hábito da equipa.

O quarto grande


Havia piadas, no final da época passada, que diziam que os adeptos do Benfica haviam assaltado a sede da Fúria Azul, claque do Belenenses, e tinham furtado a faixa que dizia "o quarto grande somos nós".
Sem piadas, não faltam razões para dizer que o Benfica é, hoje, o quarto grande clube de Portugal.
Este ano, nas competições europeias, o Sporting foi o primeiro a classificar-se para a fase seguinte da Liga dos Campeões e o Porto foi o segundo. Entre os que não chegaram à maior competição de clubes da Europa, o Braga conseguiu, hoje, o apuramento para a próxima fase da Uefa. O quarto grande, neste aspecto, terá de ser o Benfica, que é a única que ainda compete nas competições europeias, mas não conseguiu o apuramento. Para passar, terá de vencer o seu jogo por 8 a zero. E, para salientar a magia do número em causa, 8 é o dobro de 4.
Para a reputada Federação de História e Estatística, o Benfica é a quarta melhor equipa portuguesa, sendo que, nesse ranking, que mede as melhores equipes do Mundo, o Sporting aparece em 19º lugar, o Porto em 50º, o Braga em 67º e o Benfica apenas na 120º posição.
Em relação à principal liga do futebol português, também o Benfica tem de ser considerado como a quarta melhor equipa, pois, no último campeonato, o Porto ficou em primeiro, o Sporting em segundo, o Vitória de Guimarães acabou no terceiro lugar e o Benfica, pois, ficou em...quarto!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

28 anos depois


Faz, hoje, 28 anos que morreu Francisco Sá Carneiro e continuamos, ano após ano, sem saber, com verdade, o que foi que levou ao seu falecimento. Terá sido acidente ou terá sido atentado? Há 28 anos que colocamos essa questão, sem nunca encontrar uma resposta definitiva. É, porém, legítimo que várias cabeças, nomeadamente as sociais-democratas, como a minha, se inclinem para a segunda hipótese.
E há variadíssimas razões para pensarmos dessa maneira. Porque a Justiça sempre encobriu certas coisas e sempre, de forma pouco parcial, foi cúmplice de vários julgamentos públicos, feitos quase de forma sumária, a vários militantes do partido que Sá Carneiro ajudou a fundar.
É evidente quem ganhou e quem perdeu com a sua morte. E, em relação a quem perdeu, todos sabemos que, com a morte de Sá Carneiro, perdeu o PSD e perdeu Portugal.
O facto de não sabermos com certeza, passados 28 anos, se Sá Carneiro morreu por acidente ou se foi vítima de um atentado, pouco digno num Estado de Direito Democrático, só pode fazer com que nós, cidadãos, sociais-democratas, nos unamos, no espírito reformista de Sá Carneiro, ambicionando um Portugal melhor, mais livre e mais justo, mas também mais desenvolvido, com os olhos postos no progresso e na esperança de construír um futuro melhor.
Estará Portugal, hoje, pior em quase todos os domínios, em relação ao Portugal dos dias de Sá Carneiro, comparando, evidentemente com as realidades (de há quase 30 décadas e de hoje) da Europa e do Resto do Mundo.
Hoje, além de ser o dia de recordarmos Sá Carneiro, porque o recordamos todos os dias, é o dia de reflectirmos sobre o estado actual do nosso Partido e do nosso País. Porque, se fisicamente Sá Carneiro morreu, continua ainda vivo na memória de todos.
Sá Carneiro continua a ser um símbolo e o seu pensamento e a sua obra continuam a ser o mais rico dos patrimónios que o PSD tem.
Há 28 anos, as pessoas queriam Justiça, enquanto choravam a morte do seu Primeiro-Ministro, eleito com maioria absoluta. Curiosamente, 28 anos depois, podemos dizer que se Sá Carneiro é um exemplo que deve ser seguido por todos, a Justiça, que se lhe não fez, não foi, e continua a não ser, exemplo para ninguém.

domingo, 30 de novembro de 2008

Malandros!

O Sporting deve ser a única equipa do Mundo que, quando joga, deixa a nu todas as fragilidades de uma das equipas adversárias. E, normalmente, as equipas de arbitragem são adversárias do Sporting.
Por isso, Paulo Bento disse que o Sporting, para ganhar, tem de ser muito melhor do que o adversário (que joga com 11 jogadores).
Curiosamente, tenho bastantes dúvidas no lance que falam de grande penalidade indiscutível de João Alves sobre Izmailov. Não me pareceu no estádio, nem me parece pelo que vejo na televisão, que aquele lance seja suficiente para que tivesse sido assinalada a grande penalidade. Porque acho que o futebol também deve ser um jogo de contacto físico e considero desajustado o critério adoptado em Portugal, porque, cá, marcasse falta pelo mínimo toque.
Mas voltemos à malandragem! Outra vez, o Sporting marcou 3 golos, mas só ganhou por 2-0, porque foi invalidado mais um golo. Postiga tem 2 golos mal invalidados, fora os que contaram, e isso responde a quem diz que Postiga não é um avançado que marca golos. Porque ele marca-os, alguns é que fazem que não os vêem.
Eu vi, no estádio, que a bola entrou. O fiscal de linha estava bem colocado. Sendo assim, não viu porque se evidenciou uma sua fragilidade: ou o senhor não sabe ver em frente ou tem dificuldades em ver que a bola amarela e encarnada passou pelo poste branco, devagarinho, sobre um relvado verde e é daltónico.
O Sporting, hoje, foi roubado. Como foi na semana passada, há duas semanas e há três! E por aí fora...
Lembro que, na semana passada, o Sporting viu Derlei ser (bem) expulso um minuto depois de ter sido vítima de uma jogada em que o jogador da Naval deveria ter ido tomar banho mais cedo. Derlei foi, o jogador da Naval ficou. Hoje, Momha faz uma entrada duríssima sobre João Moutinho, aos 7 minutos e também ficou em campo!
Mas o essencial é que, se houve um dia em que perdemos com um golo de mão, hoje foi o dia em que um estádio se levantou para festejar um golo, mas os árbitros fizeram vista grossa e o jogo continuou, como se a bola não tivesse entrado.
Malandros!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Episódios

O Sporting perdeu 5-2, em casa, com o Barcelona.
O Benfica perdeu 5-1, em Atenas, com o Olympiakos.
Pior do que isso é que os dois maiores clubes de Lisboa mereceram perder, por esses números.
Começo pelo Sporting. Fui, naturalmente, ao estádio de Alvalade e creio que o que paguei valeu a pena, porque vi jogar a que considero ser a melhor de todas as equipas do Mundo a jogar à bola. Não há nenhum jogador que pare o Messi. Ou há? Mas o problema não foi esse: o Sporting jogou sem garra, nunca teve atitude e nunca aquelas vedetas de "meia leca" quiseram contribuir colectivamente para que o jogo fosse diferente. Aquele novo vedetismo que se transpira nos jovens do Sporting levou uma lição dos jovens formados na Catalunha.
Não vi o Benfica, mas tenho dito que Quique Flores é, na minha opinião, um bom treinador. Tem, também no meu entender, um bom director desportivo. O plantel, olhando para os jogadores, é o melhor entre todos os planteis do Benfica desde que sou vivo. A verdade é que o valor dos jogadores não corresponde a bons resultados da equipa, mas esse é um outro problema, mais complexo, que será, julgo eu, apesar de, pessoalmente, não ser nem gostar do Benfica, resolvida com o tempo.
5-1 na Grécia é voltar à Antiguidade, em que um Olimpo Luminoso abençoava os deuses gregos. O Benfica viu-se grego e talvez não passe. Isso, sim, será uma verdadeira tragédia grega.
Contudo, estas duas humilhações explicam-se, pela falta de entrega e de ambição dos jogadores. Mas são apenas episódios.
No que respeita ao Sporting, estou confiante de que domingo será diferente. E estarei, no domingo, em Alvalade, contra o Vitória. De hoje a oito, estarei na Reboleira. E dia 9 estarei na Suíça, no jogo contra o Basileia. Sempre a apoiar a equipa, do primeiro ao último minuto.

Casos da vida - imprensa livre?


Não fica bem comentar a vida privada dos políticos, muito menos a sua vida amorosa.
Mas mesmo que não fique bem falar disso, não posso deixar de falar de umas coisas que se passam na minha cabeça. É que eu penso que se há uma perseguição à vida pessoal de alguns políticos do meu Partido, como é flagrante o exemplo de Pedro Santana Lopes, somos mais livres de fazer algumas considerações sobre outros políticos, talvez mais influentes do que Santana, e de outras forças político-partidárias.
O título deste artigo que escrevo é igual ao programa da TVI que fala de situações reais. A situação de que falo, não sendo ficção, poderia passar nesse programa, se o tema fosse falta de democracia ou falta de imprensa livre:

Imaginemos um país civilizado, livre e democrático, onde existe um canal de referência no campo das notícias. Imaginemos que existe, nesse país, uma capital, cuja Câmara é presidida pelo senhor X. E imaginemos que o canal de referência em passar as notícias às pessoas é dirigido pelo irmão do senhor X, que tem um programa, a meias com um reputado jornal do país, que passa às sextas-feiras. Imaginemos que o irmão do senhor X tem um caso com a jornalista que apresenta, às terças e às quartas, os programas noticiosos dessa estação. E, pronto, vamos ao limite e imaginemos mesmo que o senhor X, presidente da Câmara da Capital desse País, tem um programa, na estação dirigida pelo seu irmão, às quintas-feiras à noite.
Imaginemos ainda que, antes do senhor X ter ganho a Câmara da Capital, o partido do senhor X tinha apresentado o senhor Y, cuja namorada (ou mulher, reconheço que não sei!) era uma das estrelas dessa mesma estação.
Mais difícil é imaginar que o senhor X é membro do partido de Governo, cujo Primeiro-Ministro é, também ele e ao que se sabe, namorado de uma jornalista de um jornal diário.
A verdade é que, no meio de tanta imaginação, o mais difícil de imaginar nesta história é um país civilizado, livre e democrático. Porque tudo o resto é só uma questão de abrir os olhos. Ou então, tudo são coincidências e coisas da minha cabeça!
Mas a dra. Manuela Ferreira, que não tem razão nenhuma, é que está contra a comunicação social. Pronto, ok, esta última afirmação foi uma...ironia!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Os mais traidores entre os traidores de Portugal


Não quero, usando o termo "traidores", recorrer a qualquer recurso linguístico nem, muito menos, fazer qualquer conotação extremista, por ser uma palavra utilizada recorrentemente pela direita mais radical.
Portugal vive uma situação dramática, com o desemprego a aumentar constantemente, com os salários a subir menos do que a inflação, com insegurança nas ruas e total inoperância no sistema de Justiça, com a saúde ainda retrógrada para aquilo que se deveria esperar num país moderno da Europa...
O povo está nas ruas. Uns sem casa, sem dinheiro e sem nada. Outros a criticar as políticas completamente desastrosas do Governo do Partido Socialista.
E que sinal é que certos políticos dão à sociedade portuguesa, completamente descrente e deprimida? Obras, obras e mais obras...! Nem as famílias, nem o País, nem a banca têm dinheiro. Lá fora, também não. Pergunto-me todos os dias se haverá maior irresponsabilidade do que defender esse caminho. No fim de pensar todos os dias, concluo que tenho, como a esmagadora maioria dos licenciados da minha geração, de ir embora.
O estado a que chegou a educação não podia ser pior. Porque temos os pais, os alunos e os professores, todos contra a ministra, enquanto o governo vai suportando ideias absurdas como as que estão inscritas, por exemplo, no Estatuto do Aluno. Menos absurdo não é, porém, o sistema de avaliação dos professores.
Não se torna um país mais competitivo fazendo-se exames mais fáceis. Nem, muito menos, pondo a sociedade contra os professores, e os professores contra este des(governo).
Portugal afasta-se dos congéneres europeus a cada dia que passa. A cada minuto, estamos mais parecidos com África do que propriamente com a Europa moderna. Disse, alguém e um dia, que um país africano era governado por criminosos. Logo caíram, todos os interessados nisso, em cima do rapaz que fez essas declarações. Hoje, a ideia que eu tenho é que os portugueses olham com desconfiança para a classe política, como se os políticos, ou certo grupo dessa classe, fossem traidores da Pátria. Ou até como criminosos. Nem que seja por gestão danosa. Eu também, de vez em quando, penso assim de alguns políticos. Porque nos condicionam o futuro e nos tiram as pernas, quando avançam para megalomanias que nós, jovens, futuro do País, teremos de pagar, enquanto várias pessoas recheiam os seus bolsos.
Na semana passada, vi e ouvi duas coisas. Depois, fiz um cruzamento entre essas duas coisas. Primeiro, o número da dívida pública, comparando com o nosso Produto Interno Bruto. Depois, ouvi, num qualquer fórum, um cidadão dizendo que as pessoas estão fartas de José Sócrates e de políticos de plástico. Ora, será que a complexidade da crise, geral e não só económica, que vivemos poderá ser combatida com políticos ou políticas de plástico?
Bem sei que José Sócrates é um osso duríssimo de roer. Será muito difícil vencê-lo, porque não há ninguém tão bom quanto ele na retórica. Nisso, estamos todos de acordo. Mas o país precisa de rigor, política e competência ou precisa de um orador, rei na retórica?
Vamos lá ver bem as coisas: precisamos de números manipulados ou de resultados concretos, que nos levem no caminho do progresso e do desenvolvimento?
Por fim, gostava de criticar, com a dureza devida, aqueles que eu considero serem os mais traidores, entre os traidores de Portugal. As maiores facadas no futuro do país são dadas por aqueles que condicionam e criam obstáculos à única, ou possível, força de oposição ao Governo, que nos levou ao pântano e, agora, à recessão, sem, nunca, responder à altura, atraindo investimento e incentivando na educação e na inovação, projectando um futuro mais próspero. É inacreditável como, membros da única força capaz de mudar as coisas, são cúmplices de Sócrates e de quem levou o país até ao buraco.
Não tenhamos dúvidas que a única força capaz de mudar a situação actual é, neste momento, o PPD/PSD. O que devemos fazer, todos, enquanto cidadãos responsáveis, apaixonados por Portugal, é unirmo-nos todos, à volta da actual liderança, mobilizando os portugueses, criando uma verdadeira onda de mudança no país, na esperança de termos um país melhor. Caso contrário, Portugal será cada vez um país menos viável.
Acredito que este texto explica muito sobre a abstenção, em épocas eleitorais. Porque as pessoas não se podem rever num país que não é justo, que não é seguro, em que a educação é uma fachada, em que não há políticas de cultura. Num país cujos resultados apresentados são uma farsa. Em que não dinheiro, nem emprego, nem esperança. E sejamos francos: este é o verdadeiro ponto de situação da política portuguesa e do país.
E se não podemos dizer que somos governados (e a actual liderança da força de oposição é impedida de passar a sua ideia) por criminosos, podemos apenas dizer que o Governo, muita comunicação social, muitos interesses instalados, e até entre os militantes do PSD temos vários traidores da Pátria. Porque lesam, pelo menos uma vez por semana, os interesses do país, apenas por interesses económicos ou meras ambições políticas e pessoais.

domingo, 23 de novembro de 2008

Fazer ironia, ganhando, ou vice-versa

Para ganhar à Naval foi preciso um verdadeiro estofo de campeão.
Foi preciso todos serem postos à prova.
Desde logo, a excepcional exibição de Patrício, que defendeu facilmente um penalty e fez um conjunto de defesas fantásticas.
Até Liédson que resolveu.
O Sporting jogou uma hora com 11 e meia hora apenas com 9 jogadores. E, usando a ironia, de que tanto o país, inutilmente, quis falar esta semana, "talvez até tenhamos jogado contra mais do que 11". Foi Paulo Bento que o disse. Talvez! O cartão amarelo ao Patrício é um insulto à verdade desportiva. A expulsão do Derlei só se conseguiria entender se o jogador da Naval, que segundos antes entrou de forma duríssima sobre o número onze do Sporting, tivesse tido a mesma sanção disciplinar. Também não se entende a repreensão, a meio do jogo, do árbitro ao treinador do Sporting nem a forma com que, durante 90 minutos, o árbitro tentou enervar, com palavras, todos os jogadores da equipa do Sporting. O Sporting já tinha dois jogadores na rua quando, aos 71 minutos, a Naval viu, pela primeira vez, um dos seus jogadores ver o cartão amarelo...
O Sporting não quis perder tempo, fazendo a última substituição. Apenas quisemos ganhar. E ganhar, só jogando à bola...
1 penalty contra, 2 expulsões contra, mas os 3 pontos vão mesmo para Alvalade. Para bem da verdade desportiva.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mudar ao ritmo do samba


Eu tinha avisado.
Fui criticado, muito duramente, por muitos dos que por aqui passam.
Os resultados estão à vista:
Estamos com uma perna fora do Mundial. E, ontem, fomos humilhados contra uma selecção brasileira, no pior momento de forma dos últimos anos. Perdemos como nunca haviamos perdido nos últimos 50 anos.
Ainda há por aí quem ainda defenda as vitórias morais?
É que fomos vice-campeões europeus em 2004, quartos no Mundial de 2006, ficámo-nos pelos quartos neste último Euro com alguma infelicidade.
Depois de Scolari, ganhámos a Malta e às Ilhas Faroé.
Isso diz tudo. E, infelizmente porque Portugal perdeu outra vez, não é preciso dizer mais nada.
É preciso mudar. E será com Carlos Queiróz. Com uma mentalidade diferente, espero eu. A julgar pelo que aconteceu nos bastidores, na última semana, há razões para acreditar que as coisas podem mudar para melhor. Repito, com Queiróz. E se não for a tempo de estar no Mundial em 2010, que estejamos então na máxima força em 2012, para tentar ganhar o Euro. Se pensarmos a médio-longo prazo, futebolisticamente falando, só Queiróz poderá pensar o futebol português. E formar campeões. Ou então teremos de ir buscar um novo seleccionador lá fora.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A Feira da Golegã


A Feira de S.Martinho, realizada anualmente na Golegã, é uma tradição de Portugal, levando larguíssimos milhares de pessoas àquele local meio perdido num Ribatejo abandonado.
Parecia que os hábitos se iam transformando, que o país se ía modernizando, mas aquela tradição da água pé, ao som de fado, montando um belo cavalo lusitano, exibindo o mérito do cavaleiro e das coudelarias no ano que passou desde a última Feira, permanecia, como uma tradição portuguesa.
A Feira de S.Martinho tinha a graça de ter os cavalos, Puro Sangue Lusitano, de ter a água pé e de toda aquela vila nos levar, por dois fins-de-semana, a um passado algo distante.
Os tempos mudaram muito nas últimas décadas. Contudo, este ano, a Feira estava diferente. Apesar de se ter sentido o Verão de S.Martinho, nunca, desde que vou à Golegã, tinha visto tão pouca gente na Feira. Não sei porquê. Mas talvez, olhando para o que se passou nestes últimos anos, possa haver alguma pista.
É verdade que as pessoas não têm dinheiro para fazer 100 km para ir ver cavalos e apanhar uma bebedeira, também ela à moda antiga. Mas há outros factores, no meu entender.
Primeiro, a vila, nos últimos tempos, afastou-se um pouco da essência, bem portuguesinha, que apaixonava os visitantes. Dá-me a sensação que a Golegã, ou a respectiva autarquia, se tem tentado tranformar numa Sevilla, em miniatura. Quando passo pelas ruas, dá-me a sensação de que tudo, ali, é amarelo e branco. Quando entro na Golegã, via Chamusca, vejo várias estátuas, rotundas e até prédios. Este ano, na entrada, até construíram uma espécie de Arco do Triunfo, à moda da Golegã. Pode ser bonito, pode significar que foi feita obra, mas desvia-se, por completo, da Golegã, vila do cavalo, que nos apaixonou a todos.
Pior do que tudo isso é a própria organização da feira. Ninguém tem já paciência para festas em que há muito mais gente do que espaço. Servem-nos mal e ainda pagamos o preço que pagaríamos, por uma bebida branca, num bom bar de Lisboa, ou de Milão.
Há que ter noção das coisas. Porque se não a tivermos, essas coisas acabam por perder a graça.
Depois, a verdadeira essência da Feira, do traje à portuguesa e do fado, tem-se substituído pela invasão de cavalos montados de qualquer maneira, por pessoas vestidas à maneira que o cavalo é montado, geralmente de etnias, estranhas à cultura e à criação do cavalo Puro Sangue Lusitano, que é uma das melhores coisas que se protege, estima e cria em Portugal.
No próprio Largo do Arneiro, o vinho ou a água pé e o fado foram substituídos pela caipirinha e pelo samba.
Concluindo, e para não ser demasiado crítico (porque espero que as coisas mudem), a Feira de S.Martinho mudou. Para (muito) pior, mas mudou. E eu, na minha modesta opinião, penso que o facto de não ser tão bela e tão portuguesa como era dantes tem responsáveis.
Termino, deixando um apelo a esses mesmos responsáveis, para que repensem a própria feira, no sentido de a fazer regressar à sua essência e às suas origens.
De outro modo, a Feira, certamente, acabará.

A vitória do Leixões

Este fim-de-semana, não pude ir a Alvalade.
Vi, apesar de tudo, o jogo, pela televisão. Foi um bom jogo, aberto e bem disputado entre duas boas equipas. O Leixões mereceu vencer, porque Beto é um guarda-redes fantástico, porque a defesa leixonense está muito bem organizada tacticamente e porque a eficácia do meio-campo ofensivo e do ataque vai fazendo a diferença.
O Leixões não jogou contra o pior Sporting, apesar das adversidades que foram as sucessivas lesões para a ala esquerda da nossa defesa. Jogou contra um Sporting a jogar um futebol vistoso, mas completamente ineficaz.
Por isso, do mesmo modo que venceu merecidamente no Dragão, o Leixões foi um justo vencedor do jogo, deste fim-de-semana, em Alvalade.
Por último, faço apenas um reparo ao que disse e tenho de dar razão ao Luís Melo, que aqui comentou: Pedro Proença, dado ambiente adverso, foi um dos melhores em campo. Senão o melhor. Por isso, não me entristece tanto perder o jogo. Porque o que vi foi um jogo de futebol, decidido pelos jogadores. Fosse sempre assim...
Esta foi uma jornada negativa, mas estou convencido de que melhores dias estão para vir.
E seria muito injusto se eu não dissesse que o Leixões é, com mérito de sobra, o justo líder do campeonato. Porque, este fim-de-semana, não foi só o Sporting que perdeu o jogo. Foi o Leixões que o ganhou, quase, quase sem espinhas.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Todos BANDIDOS!


Já todos sabíamos e, por isso, não damos a devida importância ao que se está a passar no futebol.
Mas desde domingo que, nas capas dos jornais e nas várias entrevistas dadas às televisões e às rádios, os árbitros, pela voz de quem arruinou o belo jogo de domingo e do Presidente da APAF, declaram oficialmente guerra ao Sporting e ao seu treinador.
O próprio árbitro Pedro Proença, sócio do Benfica, já fez questão de dizer que não tem medo de ir a Alvalade.
Bruno Paixão, também ele, criticou publicamente o Sporting.
A APAF quer que Paulo Bento fique calado durante um ano. Então e o que disse essa mesma APAF pela ida do Presidente do Benfica ao balneário dos árbitros? O que disse essa mesma APAF do adepto do Benfica que invadiu o campo e agrediu o fiscal de linha?
E vejamos como parece que estão todos feitos uns com os outros. O observador da Federação deu nota positiva à miserável(!) prestação de Paixão. O próprio Paixão não reconhece os erros e critica o Sporting. O Presidente da APAF já veio criticar os dirigentes e jogadores do Sporting. A Liga continua a nomear os mesmos de sempre. E os jornalistas mantêm o alvo em Paulo Bento. Tudo isto dá a ideia de que os coelhos estão todos a sair agora da toca, querendo fazer vingança contra quem denunciou um velho sistema, denúncia que culminou com o processo do Apito Dourado.
Quem manda no futebol continua a querer ajustar contas antigas. E muitos clubes têm pago, com descidas de divisão, com perdas de pontos. No campo ou na secretaria.
Por exemplo, continuo hoje a não entender a diferença entre o caso Hulk e o caso Meyong. E as consequências foram tão diferentes...
De qualquer modo, é de registar que, hoje, é pública a guerra dos árbitros e de outros bandidos ao Sporting.
Nós, no Sporting, responderemos com elevação, como sempre fizemos. E continuaremos a ser muito superiores aos adversários para ir somando os nossos pontos, contra 15 jogadores. Engraçado não deixa de ser o facto de sermos a única equipa portuguesa qualificada para a fase seguinte nas competições europeias, ainda por cima, jogando, nós, contra os campeões europeus. E engraçado é também o número crescente de portugueses que vê a liga inglesa, a espanhola ou a italiana. Em Portugal, estádios vazios...
Matam-nos o futebol esses bandidos...

Nota (Sporting-Leixões)

Para lançar o jogo entre o Sporting e o líder do campeonato, importa referir que o árbitro nomeado é o benfiquista Pedro Proença, que tem um histórico negativo em jogos dos grandes. Esse árbitro que não esconde a sua veia encarnada, e que é mesmo sócio do Benfica, foi o nomeado para arbitrar um jogo importantíssimo do próximo fim-de-semana, depois da polémica arbitragem de Paixão.
Hoje, o director de Comunicação do Sporting, disse ao Record que "o Sporting não pressiona, não comenta as nomeações, não faz telefonemas, não pede reuniões à Comissão de Arbitragem e isso, ao que parece, tem tido um preço alto a pagar pela equipa do Sporting". É um facto. Talvez se possa acrescentar que o Sporting não compra árbitros, nem vai às cabines dos mesmos fazer o que quer que seja. É isso que acaba por nos distinguir, neste campo, dos outros.
Esta nomeação é mais uma acha para a fogueira. Começou mal o Sporting-Leixões e nós, sportinguistas, unidos, sentimo-nos envergonhados por aquilo que o País tem dado ao nosso Clube e ao futebol.

Os dentes e a Ministra


Não sei, ao certo, quantos dentes tem a sra. Ministra da Educação.
Porque não sei se tirou, ou se lhe não cresceram os cisos.
Mas conheço bem os problemas da avaliação dos professores e os riscos que o facilitismo na educação dos alunos causarão ao futuro de Portugal.
Por isso, não sei quantos dentes tem a Ministra. O que sei é que, além de ser uma má ministra, na generalidade das afirmações públicas que fez nos últimos dias, mente com todos os dentes que tem na boca.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Um Portugal abandonado


Passei por uma vila, no fim-de-semana passado, e quando vinha no carro para Lisboa, pensei que existe um Portugal esquecido, abandonado, cujos problemas se agravam, por falta de dinheiro, de emprego e de pessoas.
Há um contraste evidente entre o interior rural e as grandes cidades. Mas existe um contraste crescente dentro das próprias vilas e das próprias aldeias. Porque, nesses locais, contrastamos a vitalidade das paisagens paradisíacas com o envelhecimento das gentes.
O comércio praticamente deixou de existir, exceptuando a farmácia, um grande supermercado (que fez fechar todas as mercearias, talhos e mini-mercados que se confundiram, durantes dezenas de anos, com o quotidiano da vila). Continua, também, aberto o Café Central, e um outro café, que resistem, a custo, à fuga das novas gerações para as capitais de Distrito ou mesmo para o estrangeiro.
Tudo se fechou ali. Até o sonho das pessoas, que sonhavam, outrora, por uma vila mais próspera.
Nos concelhos rurais, as grandes herdades, parcialmente abandonadas, por falta de incentivos do Estado, vão sendo assaltadas sucessiva e continuadamente. Os bandidos ficam à solta.
Nas vilas, deixou de haver movimento e a esperança esfumou-se.
Nas aldeias, vive-se, porventura, a sua última geração.
Quando fecho os olhos e me lembro daquilo que vejo interior (que, aliás, onde fui, não é assim tão interior quanto isso), a imagem que me aparece é a de um enrugado idoso, só e abandonado, sentado num banco colocado sobre uma calçada à portuguesa, construída pelo Antigo Regime. Por detrás do banco, visualizo uma parede de uma casa devoluta, com cartazes de corridas de toiros afixados.
Continuando por este caminho, deixará de haver vida nas vilas e nas aldeias, a médio-prazo. E, depois, essas vilas e aldeias deixarão de existir. Talvez, daqui por muitos anos, apareça um povo a descobrir ali destroços a testemunhar que, há muito tempo, houve vida naquele local.
Bem sei que me limitei a relatar um problema esquecido, colocado em tempo inoportuno. Mas este é um Portugal que morre, diante dos portugueses, assassinado pela indiferença e inoperância do Estado. Só porque estas vilas e estas aldeias não dão votos.

Nota (Sporting-Porto)

Tinha dito que iria escrever mais sobre o Sporting-Porto.
Não o fiz por uma única razão: sou sócio de um clube, e esse clube falou por mim através do capitão de equipa, que disse que não nos deixaram ir mais longe, do Presidente, que afirmou que houve Paixão a mais, e do treinador, cujas afirmações serviram de título ao meu artigo.
Será justo dizer que, revistos alguns lances na televisão, me pareceu que Rochemback deveria ter sido expulso por agressão a Rolando e que ficou uma grande penalidade por marcar a favor do Porto, apesar de ter algumas dúvidas porque Rui Patrício empurrou, de facto, Hulk, sem bola e desconheço se, por ter sido sem bola, daria para grande penalidade.
As imagens televisivas não deixam dúvidas na grande penalidade que ficou por marcar, por mão de Rolando. E, marcando-se a grande penalidade, Rolando deveria ser expulso porque essa falta impediu Djaló de estar isolado para rematar à baliza. No meu entender, Liedson não deveria ter sido expulso, porque não há intenção nem agressão. Foi um contacto físico, normal num jogo de futebol. Julgo que Bruno Alves faz mesmo penalty sobre Abel, porque, além de o osbtruir, coloca o braço, impedindo o lateral do Sporting de prosseguir. Seria segundo amarelo e mais um penalty.
Os erros aconteceram para os dois lados. E foram erros muito graves. Julgo que o critério, ou a falta dele, prejudicou, em geral, a equipa do Sporting. Esses erros acabaram com o que estava a ser um jogo fabuloso e a exibição de Paixão merece a minha crítica agressiva. À medida da sua incompetência.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nojo!

Nunca saí de um estádio de futebol tão triste como saí hoje.
Porque paguei para ir ver um jogo de futebol. E só vi um bocado, que foi, aliás, do melhor futebol que tenho visto nos últimos tempos.
Já estive em momentos muito tristes e derrotas muito amargas. Desde a final da Taça Uefa perdida à final do Euro.
Custou-me muito ouvir as palmas dos adeptos do Sporting. E ainda mais me custou ouvir um velhinho no fim do jogo desta noite. Era um homem com um tremendo bom aspecto, já com alguma idade, a saír do estádio com o cachecol do seu Sporting ao pescoço, a dizer que "fomos outra vez muito melhores", "fomos outra vez roubados por uns corruptos de m****", etc.! É que ele tinha razão. Mas que é que se pode fazer?
O sentimento que tenho, agora, é fruto de um desgaste muito grande que o meu clube, e toda aquela tão boa gente que vai ao estádio, tem sofrido. Há dias em que não chega dar um banho de bola. Nem ser muito superior. Há dias em que é preciso lutar contra o azar, mas também contra uma qualquer outra coisa, muito mais forte.
E a História repetiu-se. Porque o Sporting voltou a ser eliminado da Taça depois de ter feito uma exibição fantástica. Voltou a mostrar ao país o melhor do futebol português. Mas, outra vez, um jogador do Sporting é expulso por um lance que o árbitro não viu. Estava de costas. E, outra vez, eu estava a olhar para tudo, à minha frente, e só percebi que o Caneira tinha sido expulso (ainda não sei porquê) quando vi no placar gigante do estádio. E outro penalty ficou por marcar nos últimos minutos do tempo regulamentar.
Continua a haver bestas que destroem os jogos. Porque há assuntos que os tribunais já não são capazes de resolver, com Justiça. E porque a corrupção continua a reinar no futebol. Ou então os árbitros são incompetentes. Completamente incompetentes.
Amanhã falo mais sobre o jogo de hoje. Estou muito enojado, mas também desiludido, até porque sempre confiei que o meu país conseguia resolver os seus problemas, mas a pouca vergonha voltou.
A única coisa boa, no meio de tanta mágoa, é que continuo, eu e a esmagadora maioria dos sportinguistas (e grande parte dos adeptos portugueses, de qualquer equipa) plenamente convicto de que o Sporting é, indiscutivelmente, neste momento, a melhor de todas as equipas de Portugal.
Acredito hoje que o Sporting poderia este ano ganhar a quinta Taça consecutiva. Porque ganhámos duas seguidas e nos dois anos anteriores, fomos eliminados na Luz num jogo fabuloso, mas que o árbitro expulsou Hugo Viana quando João Pereira se atirou do nada para o chão (o árbitro estava de costas e apenas acreditou no jogador do Benfica) e no ano seguinte fomos expoliados no Dragão, com uma expulsão, também injustificada do Caneira. Hoje, outro roubo de Igreja. À moda antiga. Expulsou-se um jogador sem se ver, talvez por protestos, não faço ideia...e por marcar ficou um penalty que não deixa nenhuma dúvida.
Hoje, fomos manifestamente empurrados para fora, impedidos de continuar. E sinto-me com nojo de uns certos e determinados bandidos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A militância dos benfiquistas


A imprensa tem dado grande relevância à questão da militância, em vez de se preocupar com os resultados desportivos, designadamente aqueles que são obtidos nas competições europeias, por serem determinantes na forma como o futebol português é encarado por esse mundo fora.
O Sporting, para a imprensa, tem de viver crises todos os dias. Agora, vivemos uma crise de militância. Noutros clubes, não se nota essa crise de militância, porque vemos, todos os fins-de-semanas, os estádios completamente cheios, desde a Amadora a Braga, de Coimbra a Paços de Ferreira, passando pela Figueira da Foz.
No Benfica, a crise de militância não existe. E não tem que ver nem com o futebol praticado nem com o dinheiro que os adeptos têm nos bolsos. É que ir ver um jogo do Benfica não é só ir a um jogo de futebol.
Pelo menos, é isso que a noite europeia de ontem dá a entender. Porque o bilhete não servia só para ver o jogo. Comprava-se uma espécie de kit. Porque, pelos vistos, dava direito a uma verdadeira noite de GALA e a um banho turco com a duração de hora e meia. Só vantagens...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A concretização de um sonho americano


A primeira nota sobre as eleições americanas terá de passar, necessariamente, por estas terem sido, efectivamente, uma lição enorme de democracia que todo o Mundo recebeu. É verdade que os candidatos ajudaram muito, mas notou-se uma enorme adesão da sociedade civil à democracia, uma mobilização geral, com a abstenção a ser muitíssimo reduzida.
De uma vez por todas, nós, portugueses, teremos de compreender que o direito ao voto é um trunfo que temos, enquanto cidadãos, para construir o país com que sonhamos.
A segunda nota passa pela campanha eleitoral, dura e intensa, desde o primeiro dia de campanha para as Primárias até à noite de ontem. É notável a resistência dos candidatos.
Por último, a vitória de Barack Obama, que merece, hoje, uma análise um pouco mais aprofundada.
Poucos acreditariam, há um ano, que Obama conseguiria sequer vencer Clinton e até ao fim do Verão, as sondadens apontavam sempre para uma vitória, curta, de McCain. O momento de viragem foi, no meu entender, a escolha de Sarah Palin para candidata a Vice-Presidente. Foi um tiro ao lado. Sarah Palin exacerbou o ultra-conservadorismo, o que cativaria a atenção de um eleitorado mais conservador, que estava, à altura, praticamente garantido. Assim, o Partido Republicano deu uma margem grande de manobra para que Obama pudesse ascender junto dos indecisos, não tão conservadores.
O facto de Barack Obama ter saído vencedor deve ser valorizado pelo facto desta vitória ter acontecido no confronto com um homem muitíssimo prestigiado na sociedade norte-americana, um verdadeiro herói de guerra.
É, também, um facto, também determinante no resultado das eleições, que os Estados Unidos da América, e o Mundo, se deparam hoje com novas dificuldades, que enfraqueceram os Republicanos, criando uma necessidade urgente de mudança, por parte dos americanos e do mundo, mudança que se confundiu, e se continua a confundir, com um fenómeno chamado Barack Obama, que foi crescendo e mobilizando os americanos, cativando a atenção e o apoio da Europa e do Mundo.
A vitória do Partido Democrata, da noite de ontem, é, de facto, uma lufada de ar fresco e uma esperança para o futuro. Por mérito de Barack Obama e por vontade livre dos cidadãos norte-americanos. Porque num Mundo cansado com políticas gastas e desasjustadas, era importante que aparecesse alguém que dissesse, fundamentadamente, "YES, WE CAN".
É evidente que não dá, num texto breve, para falar muito sobre a importância da vitória de Obama. Desejo-lhe sorte e faço votos para que não seja uma espécie de José Sócrates à americana.
Por último, julgo que o dia 4 de Novembro de 2008 ficará para a História, como o dia em que um candidato negro chegou, pela primeira vez, à Presidência de um país que permitia há 145 anos a escravatura, e onde, em tempos, negros e brancos eram divididos, por exemplo nos transportes colectivos, por causa da tonalidade da pele. Esse país é, talvez, o mais poderoso do Mundo e sempre se destacou por ter sido pioneiro em várias questões.
Recupero um discurso de Martin Luther King, em que dizia:

I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.

I have a dream today.

I have a dream that one day, down in Alabama, with its vicious racists, with its governor having his lips dripping with the words of interposition and nullification; one day right there in Alabama, little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls as sisters and brothers.

I have a dream today.


Ontem, foi um gigante passo para o sonho americano.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Soneca



Um dia, não me recordo com que propósito, falou-se, em plena Assembleia da República, dos Sete Anões de Branca de Neve. Na altura, Paulo Portas disse que José Sócrates era o Zangado.
E hoje lembrei-me dessa história outra vez.
Porque quando uma pessoa tem uma única função e não a cumpre, só pode ter andado a dormir. Parece-me evidente que quando essa função é a de supervisionar o sistema bancário e é feita em nome do Estado, em defesa dos cidadãos, e não é cumprida, a pessoa que a "chefia" deve ser imediatamente demitida.
Mas se essa pessoa não fez o que devia fazer, nem previu o que se lhe exigiria que previsse, só pode ter andado a dormir.
Por isso, se já sabíamos que tínhamos o Zangado, hoje sabemos que temos agora um que foi o Soneca.
Se houvesse um anão que se chamasse Mentiroso, então, neste Governo, haveria muito por onde escolher...

Estar na História...


O Sporting, em 102 anos de vida, está onde nunca esteve.
E está, hoje, onde só o Barcelona conseguiu chegar.
Nem o Chelsea de Scolari nem o Inter de Mourinho conseguiram assegurar, nesta noite, a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O Sporting conseguiu.
Não vivemos a recordar memórias de dias que não vivemos e chegámos, pela terceira vez consecutiva a uma competição, em que, por exemplo, o Benfica não chegou.
O Sporting recuperou, em quatro jogos europeus, o seu lema: Esforço, Devoção e Dedicação. Assim, alcançámos, juntos, a Glória de ganhar duas vezes ao campeão ucraniano e o único jogo que fizemos contra o campeão suíço.
O Sporting, na Europa, hoje, confunde-se com Portugal. Mas a imprensa prefere falar dos casos de balneário. E apenas dá ênfase ao “grande” empate que o Benfica europeu conseguiu contra uma medíocre equipa alemã, que esta jornada levou 5 contra o Werder Bremen. E o Bremen, hoje, em casa, apanhou 3 do Panathinaikos…
No Sporting, vivemos o presente e encaramo-lo com realismo, conscientes das dificuldades. E crescemos passo a passo. Dando um passo de cada vez e não dando um passo maior do que a perna. Sempre com os pés bem assentes no chão.
Voltando ao início, em 102 anos de vida, o Sporting está onde nunca esteve.
Eu estive lá e vi tudo.
E depois de chegar a casa, escrevo estas verdadinhas…

domingo, 2 de novembro de 2008

W de Walker


As eleições americanas marcam o fim da presidência de George W. (Walker) Bush.
E Oliver Stone fez um trabalho notável no seu filme "W".
Neste filme, conhecemos um pouco mais sobre a pessoa que assume a presidência dos Estados Unidos.
É importante sublinhar que a tarefa de Bush foi complicada, pois foi o Presidente que encarou um ataque aos Estados Unidos, em território norte-americano, e teve de, em pouco tempo, reagir a circunstâncias muitíssimo difíceis.
Este filme é obrigatório, para melhor entender as decisões polémicas que foram tomadas e até para conhecer um pouco mais sobre a pessoa que assume a presidência do país mais poderoso de todo o mundo.

Sobre Bush, e não só sobre o filme, penso que esta semana encerra um período difícil, que foi encarado sempre de forma séria. George W. Bush cometeu erros. Mas, no meu entender, nos assuntos mais conhecidos, limitou-se a fazer o inevitável. E o que tinha de ser feito.
Não partilho a opinião daqueles que criticam, desproporcionadamente, o Presidente norte-americano. Porque realço o facto de ter sido confrontado com circunstâncias excepcionais e sem precedentes. E, além disso, penso que o balanço, nos objectivos a que Bush se comprometeu tem de ser, francamente, positivo.

Voltando ao filme, chama-se W, foi realizado por Oliver Stone e merece, obviamente, ser recomendado a todos aqueles que querem saber um pouco mais sobre Bush, enquanto pessoa e enquanto Presidente, e sobre questões polémicas da política norte-americana.

Marcar 2 golos, mas ganhar 1-0


O Sporting voltou a ter de ser muito melhor que o adversário para ganhar um jogo para as competições internas.
Porque jogou com 10 durante vários minutos.
Porque jogou contra mais do que 11 jogadores durante hora e meia.
E porque teve de fazer dois golos limpos para ganhar por 1-0.
Estranho. Mas, em Portugal, o futebol é assim...

sábado, 1 de novembro de 2008

Do Estrela da Amadora


Nunca fui, nem sou, sócio do Estrela da Amadora, apesar de ter uma simpatia particular, como tenho por todos os outros clubes da região de Lisboa. O Benfica é a excepção que confirma essa regra.
Fui várias vezes à Reboleira, mas só para assistir aos jogos que o meu Sporting lá realizou. E só fui verdadeiramente adepto do Estrela nas noites em que esse clube da Amadora, que também formou jogadores de topo mundial, quando jogaram contra o Benfica, contra o Porto ou contra o Nacional da Madeira.
Mas, hoje, ou a partir de hoje, sou, forçadamente, também adepto do Estrela.
Porque eu não posso mais rever-me num futebol que vê os planteis de seniores das equipas histórias acabarem, como aconteceu com o Farense ou o Campomaiorense, equipas do sul do país, que tanto precisava de ter futebol de primeira.
Não podemos mais, porque não podemos, apoiar vedetismos e pessoas que querem receber mais do que aquilo que lhes podem pagar, como acontece em todos os grandes, principalmente nos de Lisboa, cujos salários são completamente proibitivos.
Sou e serei sempre do Sporting.
Mas não posso ficar a olhar enquanto vejo uma equipa tão simpática, como o Estrela da Amadora, a morrer. Não posso ficar parado, enquanto há fome e o dinheiro não chega para ir treinar.
Os jogadores do Estrela passam mal.
Por isso, é também por eles que eu torço agora.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

NÃO nos tirem o Tejo


Os socialistas, enquanto se governam uns aos outros, vão prejudicando, irremediavelmente, a vida dos portugueses.
Os socialistas trouxeram uma dívida megamalómana para a Câmara de Lisboa.
Os socialistas querem privar os cidadãos de um aeroporto internacional na cidade, querendo acabar definitivamente com a Portela.
São vários os desastres dos socialistas, que pagamos, quotidianamente.
Agora, esses mesmos socialistas querem privar os cidadãos da cidade, e todos os outros cidadãos nacionais, do próprio Tejo, que se confunde, de certo modo, com a História e com Vida da Capital do País.
Os socialistas, do Governo, com o aval dos socialistas da Câmara, dão, assim a mão a um outro socialista, Jorge Coelho, prorrogando o contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara, SEM CONCURSO PÚBLICO, criando "uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com 12 a 15 metros de altura entre a Cidade de Lisboa e o Rio Tejo".
Isto acontece contra a vontade dos lisboetas e dos portugueses.
Já nos tiraram muito dinheiro dos bolsos. Tiraram-nos a segurança, a confiança e muitas coisas mais. Mas, por favor, não nos tirem o Tejo.
Por tudo isso, é óbvio que assinei a Petição "LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO!". E convido todos os que por cá passarem, para assinarem e divulgarem a mensagem.
Para bem dos lisboetas. E dos portugueses, em geral.

Assine e veja a petição aqui.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Podridão!



Que Benquerença odeia e prejudica, sistematicamente, o Sporting já sabíamos. E neste fim-de-semana vimos a expulsão perdoada ao Rui Miguel por agressão ao João Moutinho. E vimos amarelos mal mostrados aos jogadores do Sporting por protestarem com razão. Além de vários outros lances, como foras-de-jogo mal assinalados aos dianteiros leoninos. Curiosamente, nesta mesma jornada, o Leixões viu um golo seu ser mal anulado, no Dragão. E só o fiscal de linha viu um fora-de-jogo numa jogada que isolaria um atacante da Naval no estádio da Luz.
Pior do que isso é que hoje, o Sporting pode ser multado até 7500 euros, por uma garrafa de Powerdade, que foi supostamente pontapeada, não se sabe por quem, depois de uma entrada sobre João Moutinho, de um jogador que devia ter sido expulso.
É que quando um adepto, do Benfica, que invade o campo e agride o fiscal de linha, apanha com uma multa de 3500 euros.
O Sporting pode, então, vir a pagar mais do dobro da multa imposta a um homem que invade o campo e agride um membro da equipa de arbitragem. Mas esta multa, que poderá vir a ser imposta ao Sporting, a acontecer, será por culpa de um facto, sem intenção, e realizado não se sabe por quem. E disto não há qualquer imagem.
Tudo isto demonstra bem as classificações dos campeonatos nacionais nos últimos anos. Porque há Benquerenças a mais. E esta Liga não conseguiu ainda retirar-nos da podridão, em que vive o futebol português.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A liberdade dos media, em Portugal


Em Portugal, todos sabemos o poder que os media têm para formar opiniões, não políticas, mas sobre os políticos. Essa influência dos media não é de agora e é visível. Vejamos o papel que a comunicação social tem tido como meio de propaganda de Sócrates, desde que este ainda não era Primeiro-Ministro. E comparemos com a forma com que são tratados os sucessivos líderes do PSD, desde Barroso a Ferreira Leite.
Raras vezes e da boca de poucas pessoas ouvimos, nos comentários televisivos, críticas ao Governo ou ao PS. Mas contra o PSD há um conjunto variadíssimo de programas, em quase todos os canais. E há programas contra o PSD quase todos os dias da semana, excepto aos domingos, porque o Rui Santos fala de futebol e a RTP tem o domingo desportivo, e às segundas, porque não foi politicamente necessário tirar do ar "O dia seguinte". Portanto, na televisão, nomeadamente nos canais de notícias, temos três opções: ou falam da crise, ou falam de futebol ou falam mal do PSD (e bem dos socialistas).
Nas rádios, a coisa não é diferente e os jornais são cada vez mais os intermediários da mensagem da esquerda e do centro-esquerda para os cidadãos. Lemos, dia-a-dia, artigos constantemente tendenciosos.
Tudo isso me preocupa. Porque é legítimo que eu, enquanto espectador, ouvinte e leitor exija que a informação me chegue de forma imparcial. Infelizmente, não vivo em tempos assim. E não sei se os meus pais e os meus avós viveram em tempos desses. É que apesar de terem mudado os políticos e as políticas, os media nunca deixaram de estar em sintonia com quem detinha o poder. E, hoje, quem tem o poder são os socialistas. Que governaram 12 anos nos últimos 15. Ou coisa parecida.
Deixo uma pequena síntese de um exemplo: o Governo faz com que Portugal recue face aos outros países europeus em quase todos os rankins, toma decisões precipitadas, erradas e com consequências desastrosas. Mas o que chega, hoje, aos ouvidos dos cidadãos é que Sócrates colocou o país no bom caminho, só porque o défice está abaixo dos 3%. A culpa é sempre ou da crise ou daquele (curto) período de tempo em que o PSD esteve no poder. Como pode uma mentira destas chegar aos portugueses? Porquê tanta cumplicidade com o Governo?
O que seria se o dr. Santana Lopes tivesse tomado a decisão de fazer um novo aeroporto, sem dinheiro para o construir, na Ota, rejeitando fazer estudos, e depois lhe dessem um estudo a dizer que devia ser em Alcochete, alternando a sua decisão? Todos sabemos que, na verdade, se fosse o Santana estivesse no lugar de Sócrates caia o Carmo e a Trindade. Era tudo em cima dele e nem foi preciso tanto para fazer caír o seu Governo. Com Ferreira Leite, Marques Mendes, Menezes ou Durão Barroso, a coisa foi, e continua a ser, parecida.
Gostava de perguntar aos socialistas o seguinte: Se os anos do PSD no Governo foram assim tão maus, que tivessem um impacto tão grande comparando com os 12 que os senhores governaram, por que razão os estados europeus quiseram que o nosso Primeiro-Ministro, na altura, o dr. Durão Barroso fosse para Presidente da Comissão Europeia? Ou por que motivo o país chegou ao pântano com Guterres? Foi culpa de Cavaco, que hoje assume o maior cargo da nosso pais? Expliquem-se! E os media, por que não desmontam esta fantuchada?
Enerva-me que os portugueses passem mal, por culpa destes Governos do PS, e que a imprensa apenas se importe com o candidato do PSD à Câmara de Lisboa. E com o Magalhães, e mais um ou outro número de circo...
Não acredito que os media que temos sejam incompetentes. Não acredito mesmo. Mas o que sei é que, pelo menos, não são livres.
Posto isto, não posso terminar este artigo, senão colocando uma questão no ar: com 34 anos e meio de democracia, não era já tempo de termos imprensa livre em Portugal?

domingo, 26 de outubro de 2008

Entre o grupo e o jogador


Vukcevic pode ser um grande jogador. E é.
Mas...
Vukcevic não trabalha.
Vukcevic desestabiliza o balneário.
Vukcevic não se esforça nos treinos.
Vukcevic diz, um dia, que quer jogar sempre. No mês seguinte, diz que não quer jogar mais no Sporting.
A conclusão é que o Sporting, quando foi buscar Vukcevic, contratou um jogador acima da média, com potencial para ser um dos melhores jogadores a jogar em Portugal. Mas esse grande jogador tornou-se rapidamente na maior menos-valia do plantel leonino.
Sendo assim, há dois caminhos possíveis:
Ou Vuk trabalha como devia trabalhar e se deixa de birras, porque assim não joga e ninguém o vai querer. Ou então o Sporting faz tudo o que estiver ao seu alcance para, quando entender, revelar a intenção de rescindir o contrato com o atleta, alegando justa causa. No meu entender, o Sporting pode-o fazer, porque me parece evidente que um clube não pode suportar financeiramente uma pessoa que não quer trabalhar, que amua e que prejudica gravemente o desenvolvimento do futebol do Sporting.
Contudo, o Sporting deve manifestar, publicamente, a intenção de rescindir o contrato com o jogador, numa altura em que não esteja aberto o mercado de transferências. Porque, não ganhando salários, e não podendo ingressar num outro clube, Vuk não terá outra opção senão a de trabalhar, no duro, como os outros para fazer do Sporting o campeão de Portugal.
Com tudo o que foi dito, não há outra opção, senão a de fazer esse jogo com esse atleta. Se o Vuk não quiser entrar no jogo do Sporting, quem perderá será sempre ele. Porque o Sporting pode sempre rescindir, com justa causa, o contrato. E, com isso, livra-se de um factor contra o plantel e ganha mais fôlego com os salários que lhe deixa de pagar.
Veremos qual será o caminho a seguir. Contudo, o que eu reforço são as palavras do artilheiro-mor, Liedson, que disse que "Paulo Bento sabe perfeitamente o que é melhor para o grupo". Confio, portanto, em Bento, do mesmo modo que sempre acreditei, desde o início, no melhor marcador de sempre do meu clube nas competições europeias.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ponto de situação


O discurso do PPD/PSD melhorou nos últimos três anos.
Hoje, quem lidera o PSD tem um discurso coerente, consistente e realista, adoptando, portanto, o discurso adequado para conjunturas de crise económica e iminente crise social.
A um ano de eleições, penso que este PSD é capaz de mobilizar os seus militantes e convencer o eleitorado de que é, de facto, urgente haver uma mudança de políticas. Digo isto, com perfeito conhecimento de todas as sondagens, mas com a convicção de que o país mudará, em 2009, simplesmente porque essa mudança irá salvaguardar o futuro dos portugueses. E os portugueses vão perceber isso a tempo.
Enquanto jovem, preocupa-me muito a situação que a minha geração herdará. Da Segurança à Educação. Da Saúde à Economia. Até à própria Justiça.
O problema é que não vejo, na mensagem socialista, nada que aponte para uma melhoria significativa nesses campos. Nem ouço uma palavra para saber como vai este Governo contornar a crise, a queda do poder de compra, acompanhada de um desemprego que atinge números anómalos. Este Governo, de Sócrates, nada mais faz do que negar as evidências e avançar sem pensar duas vezes para várias obras públicas.
A conjuntura actual é quase catastrófica. E em alturas de catástrofe é necessário ir buscar, à sociedade portuguesa, as pessoas com mais competência. Continuando com estes políticos, que acumulam políticas erradas, o país terá sérias dificuldades para se recompor. Tenho a convicção, profunda, de que o único partido político em Portugal capaz de lidar e ultrapassar as adversidades actuais é o Partido Social Democrata.
Diz-nos o Partido Socialista que o país não pode voltar ao discurso da tanga. O que lhes digo é que não pode mesmo. E o primeiro passo para inviabilizar qualquer discurso da tanga passaria por retirar o Partido Socialista do Governo de Portugal. Porque, como aconteceu no tempo de Guterres, acredito que, com a liderança de Sócrates, o caminho provável será o pântano. Temo que, se o PS não sair do Governo no próximo ano, o PSD volte a herdar uma situação muitíssimo adversa, como aquela que Guterres deixou.
Lembro-me que, com Guterres, como hoje, os socialistas sempre negaram as dificuldades. Até que essas dificuldades se tornassem evidentes aos olhos de todos.
Como pode o Partido Socialista, hoje, dizer que não muda um milímetro a sua política apesar da crise, em que também teve grandes responsabilidades?
Como pode um português acreditar num partido que não cumpriu nenhuma das suas promessas? Como pode um português achar credível um partido que sempre negou todas as dificuldades? Como pode um português achar realista um Primeiro-Ministro que quando fala de Portugal se exprime como se falasse de um país de maravilhas?
Os portugueses têm fortes dúvidas de que o engenheiro Sócrates seja mesmo engenheiro...
Mas continuando, Portugal não estava protegido desta crise (ao contrário do que sempre disseram os socialistas).
O PSD, nestes últimos tempos, fez o que tinha de fazer. Alertou, atempadamente, os portugueses. Apresentou propostas alternativas. E foi, entre os partidos de poder, o único que foi sempre responsável, com sentido de Estado, com um discurso realista, sério, ambicioso, corajoso e sensato.
A diferença entre o PS e o PSD, hoje, é evidente. Porque o PSD não precisa da propaganda. O PSD é, hoje, o Partido que está à altura das circunstâncias, cumprindo o seu papel, com o sentimento e na convicção de que o seu discurso é o melhor possível para enfrentar os dias de hoje e salvaguardar o futuro de Portugal.
Falta um ano e os portugueses têm tempo para perceber isso…
Porque não é só a imagem que interessa.
E porque a propaganda não esconde tudo.