domingo, 31 de maio de 2009

Placebos



Vivem da mentira. Alimentam-se e sobrevivem quando se colam aos outros. São como os parasitas.
Quando exercem cargos públicos, em vez de trabalharem para servir os interesses dos cidadãos, investigam. Para ver se encontram qualquer coisa. Só que nem nesse serviço são eficazes.
São o obstáculo número um ao progresso do País. Porque bicharada desta existe em todos os partidos e por toda a sociedade. Vivem do ódio pessoal, por ele e para ele. Motivados por perigosíssimas ambições pessoais, que os leva a ter um blogue que ninguém lê. Escrevem e comentam quarenta vezes, para fingir que o blogue é concorrido. E, às vezes, ao que parece, fazem umas chamadinhas. Também elas anónimas.
Sobre o blogue, é tudo falso. Os artigos que escrevem, assim como os comentários.
Claro que tudo o que fazem é debaixo da cobardia do anonimato. Não se assumem pessoalmente, apesar de toda a gente saber quem são. Eu só os conheço pela voz e vagamente nos encontrámos uma vez ou outra. E das duas, uma: ou têm vergonha de dizer o que pensam cara a cara ou então têm mau hálito e preferem dizer as coisas no anonimato e pelo computador. Para ser sincero, eu apostava na segunda hipótese - a do mau hálito.
E claro que só escrevem quando há eleições, pensando que exercem alguma influência. Talvez instigados por alguém. Mas ninguém lhes dá cobertura. Ninguém lhes presta atenção.
Porquê? Porque toda a gente que os conhece sabe que eles têm um grau de inteligência que é manifestamente inferior. E quando assim é, não há livro que valha. Ou será que é "Segredo"?

sábado, 30 de maio de 2009

Vale tudo (e não vale nada, ao mesmo tempo)!


O PS, obcecado por agradar a todos, assumiu agora um novo modelo de comunicação política: diz uma coisa ao mesmo tempo que diz o seu contrário.
Foi assim em relação a um novo mandato de Durão Barroso. E é agora assim que o PS fala do caso BPN. Quem diria que José Sócrates e os socialistas falavam, há alguns dias, de campanhas negras e de aproveitamento político de casos judiciais...
Ainda por cima, eu nunca ouvi ninguém do PSD dizer grande coisa sobre o caso Freeport. E o PSD poderia muito bem ter dito que o caso Freeport é uma vergonha para o País, em que camaradas socialistas e familiares do nosso Primeiro-Ministro, incluindo o próprio, são suspeitos de um corrupção.
Do mesmo modo que, antes do caso Freeport, o PSD poderia ter tirado proveito da suspeição que havia sobre alguns ilustres socialistas, envolvidos num caso de pedofilia, como o da Casa Pia.
O PSD não o fez. Porque na política não vale tudo. E porque, num Estado de Direito Democrático como o nosso, vigora o princípio da separação dos poderes.
O PSD fez o que, enquanto partido político, devia ter sido feito. Apresentou propostas, ouviu ideias e fez oposição a um Governo socialista que falhou em quase tudo. Por isso, o PSD deve ser recompensado. Com uma vitórias nas urnas. Porque é aí que os portugueses tomam as suas decisões. Que são políticas. E à política o que é da política. Aos tribunais o que é dos tribunais.
Quanto ao dizer que sim e dizer que não, ao mesmo tempo, essa estratégia vai ser como aquela frase constantemente repetida por Sócrates, que dizia que "as contas públicas estão em ordem". Mais tarde ou mais cedo, os portugueses vão saber compreender a realidade.
Porque mais depressa se apanha um...
(Ups! Não quero insultar ninguém. Porque depois aparece o Sócrates a dizer que o insulto é a arma de quem não tem mais nada para dizer. Mas, calma! O candidato do PS não disse que o caso BPN, que envolvia o PSD (segundo o próprio) era uma roubalheira? Roubalheira, roubo, ladrão. Então isso não é um insulto? Ok. Um do PS diz uma coisa. O outro do PS diz o contrário. Ok, ok! Pelo menos aqui são coerentes)!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A melhor equipa do Mundo



Uma das coisas que me faz querer sempre que o Sporting vá à Liga dos Campeões é o facto de poder ver, ao vivo e a cores, algumas das melhores equipas do Mundo.
No grupo do Sporting desta temporada calharam só o Shakthar Donestk e o Barcelona, as duas equipas que venceram as competições europeias. E passámos o grupo. Por isso acho engraçado o argumento de algumas pessoas que querem encurtar a memória aos sportinguistas fazendo com que esta se fique pelos dois jogos, atípicos, contra o Bayern de Munique.
Mas não é isso que me faz escrever hoje. É o Barcelona, que é a melhor equipa de todo o Mundo. O futebol praticado tira-nos as palavras, como a posse de bola dos catalães deixa completamente impotentes os adversários.
De facto, o Barcelona é uma equipa que tenho orgulho de poder dizer que vi jogar ao vivo. E o facto de ser, sem dúvida, uma equipa capaz de humilhar qualquer Real Madrid que lhe apareça pela frente é engrandecido por ser uma equipa construída com a prata da casa.
Dá gosto ver jogar o Barcelona, porque o futebol fica mais simples. Parece que se corre menos, que está tudo controlado. É notável a confiança que aquele meio campo tem quando troca a bola, mesmo quando à sua frente tem os maiores colossos mundiais.
Messi, Puyol, Xavi, Iniesta, Eto'o, Henry e companhia são a melhor equipa de todo o mundo. São a melhor equipa que vi jogar. Ao vivo e na televisão.
Duvido que alguma vez o Real Madrid, mesmo com um Mourinho, um Cristiano Ronaldo e todos os melhores jogadores que puder contratar consiga chegar aos calcanhares desta equipa.
Ontem Ronaldo não tinha equipa para fazer frente ao Barcelona.
É que Barcelona, agora, significa futebol. Com todo o seu esplendor. E continuo sem palavras para falar sobre esta equipa de futebol.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Que raio de sportinguismo, este!


No tempo do José Roquette, não podiam com o José Roquette.
No tempo do Dias da Cunha, odiavam e insultavam o Dias da Cunha.
Depois passaram a gostar de Dias da Cunha porque o presidente era, entretanto, Soares Franco. E um não se dava bem com o outro.
Claro que dizem, hoje, que o Soares Franco foi o pior presidente do Sporting.
Entretanto, voltaram a odiar e insultar o Dias da Cunha, porque este apoia o candidato Bettencourt.
Nunca ninguém sabe quem são estas pessoas, porque só vão ao estádio colocar faixas a insultar a equipa e a direcção. Ou para assobiar. Porque a regra é ficarem em casa.
Agora, desdobram-se em afirmações caluniosas e difamatórias em relação a Bettencourt. Na defesa de um candidato que ninguém conhece e que nunca geriu coisa nenhuma senão a sua própria casa. Candidato, cujo discurso só poderá convencer os irracionais, porque o futebol faz erguer as irracionalidades e porque tudo o que diz é demagogia. E inviável.
Têm saudades dos momentos memoráveis. Há pouco tempo, falavam das saudades que tinham do tempo do Jardel. Mas quem foi que o trouxe?
Quais foram os dirigentes que levaram o Sporting aos títulos e à conquista de troféus?
Ainda por cima, dizem mal do estádio (querem tirar o fosso e mudar as cores). Por que não mudar o símbolo e a cor da camisola?
Que raio de sportinguismo é este?
É que eu não percebo por que é que os que odeiam seja quem for o presidente e não gostam do estádio, que é um sítio onde nunca os vemos, continuam a ser do Sporting. Porque o Sporting é um clube com valores bem definidos. Que nunca mudam. Nem mudarão nunca.
SER do SPORTING implica saber os valores, compreender o clube. Só assim o podemos viver, sentir e amar.
SER do SPORTING é viver numa família unida, em que vamos a todos os encontros, com amigos e em clima de festa.
SER do SPORTING é respeitar a sua História e os seus representantes do ontem, do hoje e do amanhã.
Talvez fosse bom que essa pequena minoria de sportinguistas percebesse isso. Se, por um lado, essas pessoas não se revêem no Sporting, por outro, os sportinguistas nunca se irão rever numa direcção apoiada por elas.
É evidente que nada tenho contra Paulo Cristóvão. Porque não o conheço e nunca o vi em lado nenhum. Acho que a sua candidatura é importante e merecedora de todo o respeito. Mas nunca teria o meu voto por uma coisa que não podia ser mais básica: não voto em quem não conheço. Como também não abro a porta de casa a estranhos. É uma questão básica, de confiança. Neste caso, de falta dela.
Mas talvez fosse um passo importante se alguns dos seus apoiantes (mais ou menos assumidos também na blogosfera) pusessem os superiores interesses do Sporting acima desta constante e contínua campanha do bota abaixo.

Viva o Sporting!

Metáforas



Estamos cada vez mais distantes dos países europeus.
O diagnóstico nacional, neste momento, dificilmente poderia ser mais negativo. E os dados dizem que vamos ser dos últimos a recuperar desta crise. Que, em Portugal, vai perdurando.
Talvez fosse bom que o ministro Silva Pereira percebesse que quem esteve quatro anos "a ver passar navios" e quem "perdeu o avião" foi Portugal.
E com a metáfora do futebol, que o referido ministro gosta tanto de usar, aqui deixo mais uma: o cartão encarnado. Que tem de ser dado. Ao ministro. Ao Governo. E ao PS.

domingo, 24 de maio de 2009

Imagens que valem mais do que mil palavras


É pena que a dona Gomes não saiba que o silêncio, muitas vezes, também é uma forma de expressão. E que, assim sendo, mais vale ficar calado(a) do que se dizer babuzeiras pela boca fora.
Uma pessoa que se identifica com as luxúrias do Partido Socialista e com esta obsessão despesista do Governo desse partido, concorrendo a dois cargos por esse partido, a dizer que o dr. Pedro Santana Lopes era despesista só pode ser brincadeira.
Quanto aos outros insultos (chamou parolo e provinciano a Santana Lopes), mais vale não responder. Porque o silêncio é uma forma de expressão. E porque há imagens que valem (muito) mais do que mil palavras.

O Ninja


O Derlei é um leão. Dos ferozes.
Sente a camisola e encara o jogo como poucos.
Foi protagonista principal em momentos decisivos.
Foi com os seus pés que chegámos aos oitavos da Liga dos Campeões. Foi com a sua chama que protagonizámos uma reviravolta histórica no jogo em que vencemos o Benfica por 5-3.
É ele que põe em campo a alma dos adeptos. E, de certa maneira, já faz parte da nossa História.
Por isso, espero que Derlei aceite o desafio e fique mais um ano no Sporting. Para ser campeão. Porque é isso que os sportinguistas querem oferecer ao Derlei na sua despedida.

É assim que estamos


O país está doente.
Em todos os sectores da sociedade, vive-se uma guerra. Dos uns contra os outros.
Agora, as pessoas não falam. Gritam.
Insultam-se umas às outras.
Quanto à Ordem dos Advogados, apenas reflecte a sociedade portuguesa: ou se adora ou se odeia as pessoas. Porque hoje, em Portugal, não há meio termo.
É assim que estamos.
O que será que vem a seguir?

A descida do Belenenses



Sem o Belenenses, a próxima época de futebol não vai ser a mesma.
Porque o Belenenses é um clube especial. Principalmente para quem vive na Grande Lisboa.
Faz parte do calendário ir, um dia, com os amigos ou com a namorada, ao Restelo, para ver o Sporting jogar.
Paciência. Que para o ano não há pastéis.
Mas é pena.
Esperemos que o Belenenses volte. E que não acabe, entretanto. Faz mesmo muita falta.
Aos vários amigos que são do Belenenses, aqui vai o meu sentido abraço. Outro, muito especial, para o Rui Jorge. De quem o Sporting continua a procurar digno sucessor. O Sporting e a selecção...

sábado, 23 de maio de 2009

Opinião de Marco Almeida (Bloco Central)

"A distrital de Lisboa do PSD conclui hoje o Curso de Formação de Autarcas.

A iniciativa é oportuna face ao contexto eleitoral em que nos encontramos, mas a sede de visibilidade não pode legitimar tudo.

Será que essa razão justifica, nesta altura, a presença do Dr Mário Soares num forum do PSD para discutir, com autarcas e putativos candidatos do partido, questões relacionadas com os desafios do poder local face à globalização?

Se tivermos em conta que um dos temas da sessão aborda a questão dos pactos para as autarquias, com um bocadinho de boa vontade poderiamos dizer que este seria o contributo da distrital social democrata para o arranque do famigerado bloco central."

Marco Almeida, Vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, no blogue VIVER SINTRA

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Petições


António Costa pede a Helena Roseta para fazer umas listas cruzadas, numa coligação entre o PS Lisboa e o movimento de Roseta. Esta, obviamente, recusou.
Roseta fez um pedido a Costa, para que este se integrasse num movimento de cidadãos, mas este, obviamente, disse que não podia aceitar. Portanto, recusou.
Há tempos, houve uma petição que pedia uma convergência da esquerda. Mas as várias faces da esquerda política, sobretudo a lisboeta, obviamente, recusaram.
Parece que Costa vai sozinho, porque nem BE, nem o movimento de Roseta, nem o PCP querem ir com ele.
Sendo assim, Costa vai fazer uma petição. A última. Vai pedir aos lisboetas para que votem nele. Que lhe dêem a vitória nas eleições. Ou seja, vai ser (mais) uma petição. Que, (também) obviamente, vai ser recusada.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

José Eduardo Forever


Saber que José Eduardo Bettencourt iria ser candidato à presidência do Sporting foi uma das melhores notícias que, enquanto sportinguista, ouvi nos últimos anos.
Peca por tardia esta candidatura, pela qual o Sporting suspirava há demasiado tempo.
Porquê? Porque o Sporting precisava de um presidente a tempo inteiro, obviamente remunerado, que sentisse e amasse o Sporting tanto quanto eu sinto, tanto quanto eu amo.
Eu sempre gostei do ambiente das claques. Sempre gostei de as ver juntas e sempre disse que esse deveria ser um dos objectivos do Presidente do Sporting. Por isso, ouvi com entusiasmo o que Bettencourt disse sobre isso.
Sempre achei que o Sporting precisava de um Presidente a full-time. Nem poderia ser de outra forma. E obviamente que todo o trabalho deve ser remunerado. Porque isso dignifica o trabalho que é feito e responsabiliza o trabalhador. O valor, para mim, é irrelevante. Mas deve estar à medida do trabalho desempenhado e das responsabilidades que o mesmo exige.
Sei o que Bettencourt sente pelo Sporting. Porque partilho esse sentimento, a que muitos chamam de doença.
Lembro-me de Bettencourt quando desempenhou funções no Sporting. Foi aquele que entrou para controlar a invasão de campo da Juve Leo no Sporting-Benfica. Foi aquele que enfrentou José Mourinho quando este rasgou a camisola do Rui Jorge, num jogo em Alvalade. Neste aspecto, poucos, no mundo do futebol, ousaram enfrentar aquele que, para muitos, é, hoje, o melhor treinador do Mundo.
Lembro-me de ver Bettencourt assistir a um jogo no meio da claque.
Lembro-me de festejar euforicamente um título na altura do José Eduardo Bettencourt.
Felizmente, não tenho memória curta. E sei que Bettencourt é tão sportinguista como competente, responsável e ambicioso.
Não há, no MUNDO SPORTING, ninguém(!) com quem melhor me pudesse identificar para candidato a presidente do Sporting. É evidente que o facto de ninguém saber quem é o outro candidato ajuda. Assim como o tom e nível do discurso que o mesmo tem assumido, que em nada prestigia o Sporting Clube de Portugal.
Eu sei que o tempo passa, que os presidentes também, e que o Sporting fica sempre. Mas espero que o presidente Bettencourt fique durante muitos, longos e vitoriosos anos. Ah! E claro que pode contar comigo para a guerra. A partir da manhã de 6 de Junho.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

700!


Sempre tive uma paixão irracional pelo número 7. Por ser irracional, nunca encontrei explicação para este sentimento.
São sete os pecados mortais. São sete os dias da semana. Nasci na cidade das sete colinas. São sete as cores do arco íris. E também se diz que as artes são sete.
Há, de facto, uma magia diferente neste número.
É quase religioso. Porque sete foram as chagas de Cristo. São sete os livros do Antigo Testamento. Os Sacramentos são sete. A lenda diz que Joana D'Arc chamou o nome de Jesus sete vezes quando estava a ser queimada na fogueira. E até se diz que sete foi o número de dias para a criação do Mundo.
Independentemente de todos esses factos e lenda, o número sete diz-me mesmo muito. E diz desde pequeno. Para tal terá, certamente, ajudado a camisola 7 que Luís Figo vestiu e que amaldiçoou os jogadores que se lhe seguiram. Enfim. É irracional, inexplicável e não valerá a pena gastar muito tempo a encontrar explicações para o que vem do nosso inconsciente.
Quando criei este blogue, fi-lo com um fim. E estaria longe de pensar que chegaria ao post nº7. Mas cheguei. E completo hoje o post 700, que resulta da multiplicação de sete por cem. Para os leitores, nada dirá este post. Para mim, diz-me muito. Porque este blogue é diferente, pela simples razão de que é meu. Sinto, por ele (este), um carinho especial, porque é resultado de uma grande dedicação.
Por assim ser, gostava de agradecer, com sinceridade, a sete pessoas ou grupos de pessoas:
1) À minha namorada, cujo nome tem também sete letras (como o meu), pela "pachorra" e compreensão pelo tempo que despendi. Pelas sugestões que me fez. Pela troca de ideias. E por tudo o resto;
2) Aos meus pais, pela educação que me têm dado, pelos valores que me incutiram, pela estabilidade, pela amizade e por tudo resto;
3) À minha família, que é o grande pilar da vida de qualquer Homem;
4) Aos meus amigos, com os quais falo todos os dias e que são os maiores críticos que tenho. São a minha grande inspiração e contribuem, mais do que com comentários, com opiniões dadas pessoalmente, para o enriquecimento deste blogue;
5) Aos leitores, que acabam por ser uma das maiores razões da existência deste blogue, pelos comentários, pelos e-mails críticos ou elogiosos que me foram enviando, pela partilha e troca de dados e opiniões;
6) Aos autores de outros blogues, com os quais debati muitos temas, e que, certamente, terão ajudado na divulgação deste blogue;
7) Ao Pepe, que é o meu cão, e que foi quem me acompanhou enquanto escrevi. Está comigo agora. E ajudou-me a encontrar novos problemas, ajudando-me a reflectir sobre eles e a procurar as respectivas soluções.

Chegam agora os exames, mas deixo aqui uma promessa: apesar de escrever com menor regularidade, continuarei a escrever. Sempre com Voz Própria.

Os globos e a política


É sempre com toda a pompa que se realiza, ano após ano, a cerimónia dos Globos de Ouro, pela SIC.
Mas um espectáculo, para ser espectacular, não se força. E este pareceu-me algo forçado.
Forçado talvez porque vivemos em ano de eleições. E porque, como demonstram as audiências, a SIC tem enfrentado algumas dificuldades, estando cada vez mais distante da realidade. Não a compreende.
Nesta gala, aqueles filmes sobre os políticos foram completamente despropositados. Repescou-se uma infeliz frase de Manuela Ferreira Leite e algumas imagens da líder do PSD, quando esta era deputada. Portanto, imagens com muitos, muitos anos.
E a introdução ao desporto? Foram buscar Pedro Santana Lopes (no desporto?), mudaram a voz, em jeito de introdução ao difícil combate eleitoral que o irmão de Ricardo Costa vai ter em Lisboa. Na primeira fila, o irmão de Ricardo Costa sorria, completando um autêntico despropósito.
Cortaram a voz a quem ganhou o globo para melhor actriz do cinema, quando esta alertava para o "Portugal dos Pequeninos", criticando os responsáveis pela cultura do nosso País.
Não terão ficado, de todo, contentes, quando aquela que é a maior fadista da actualidade criticou, também ela, a falta de apoio do actual ministro.
Também achei notável que a apresentadora da cerimónia aparecesse, no filme de apresentação à categoria da dança, a dançar entre bandeiras do Partido Socialista.
A protagonista do filme premiado atacou forte e feio no actual (e inexistente) ministro da cultura, dizendo que os concursos continuam por assinar.
De seguida, na introdução à categoria "moda", disseram que somos um país de moda...porque o nosso Primeiro-Ministro é um dos homens mais bem vestidos da Europa.
Ficou por entregar o prémio "Mérito e Excelência" a um qualquer membro do Partido Socialista.
Apesar de reconhecer o meritório trabalho de Balsemão e a excelência desta iniciativa, a SIC, esta noite, fez-me lembrar um clube português: que pensa que é gigante, tem o estádio maior de todos, muda várias vezes de treinador e até se reforça com caras dos rivais...mas, como o espectáculo é pobre, o estádio continua a não passar da..."meia casa".
Os portugueses só podem achar piada aos comentadores que, na SIC Notícias, dizem que os políticos não têm credibilidade e que as pessoas estão a afastar-se da política. Não deveriam, esses comentadores, ter visto os vídeos da SIC sobre os políticos, no que deveria ter sido um espectáculo de homenagem aos artistas? Será que ajuda?
Os portugueses estão desesperados. Esse desespero começa a amedrontar-me, por vários vídeos que tenho visto na internet sobre o nosso Primeiro-Ministro e sobre os socialistas. Mas há quem queira passar mal a imagem e mensagem correctas do PSD e da oposição. Há quem queira ser cúmplice deste desgoverno, nacional e local, dos socialistas. E ao optar por esse caminho, não se pode esperar mais audiências. Porque os portugueses estão fartos e não aguentam mais que se queira construir opinião...mesmo durante um espectáculo de homenagem aos desportistas, modelos e artistas.
Não teria mais graça e seria menos despropositado se a SIC, em vez de pôr filmes desligados do contexto do espectáculo, perguntasse, no intuito da prossecução do interesse público, aos actores, artistas, desportivas e cantores o que acham de quem está no Governo? Sobretudo sobre o que acham das políticas de cultura, locais e nacionais. Talvez merecessem mais ser aplaudidos e deixassem aquelas tristes palmas de circunstância. E até poderiam começar pelos Xutos & Pontapés e teriam, certamente, o apoio da esmagadora maioria das referências de qualquer uma das sete artes. Ou então assuma-se tudo de vez, como acontece nos Estados Unidos. E deixe-se que os órgãos de comunicação social manifestem que apoiam este ou aquele candidato, este ou aquele partido. Certamente que perceberiamos melhor o contexto das coisas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Importa não esquecer



Nos últimos quatro anos, o PSD confrontou muitas vezes o actual Primeiro-Ministro com a realidade económica do País. Fê-lo em discursos públicos e nos debates quinzenais na Assembleia da República. Fê-lo construtivamente, tendo o PSD apresentado sempre propostas alternativas. O PSD alertou. E fê-lo sempre em antecipação.
José Sócrates repetiu vezes sem fim, com um sorriso arrogante, que estava tudo "em ordem".
A realidade tem revelado o tamanho de tal omissão. E tem dado razão ao PSD.
Conclusão: quando o Primeiro-Ministro não tem juízo, o povo é que paga!

"Euro juste"

EUROJUST, para quem não sabe falar inglês, diz-se Eurojust. Não "Euro juste".
FREEPORT, para quem não sabe falar inglês, diz-se Freeport. Não "Fri Pór".
Não é que eu tenha uma pronúncia perfeita da língua britânica. Mas foi isso que aprendi quando estudei Inglês e nos cursos de Verão que fiz em Inglaterra.
É assim que se fala Inglês. Seja ele Técnico ou não.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Opinião - no Laranja Choque

Gostava de informar os leitores deste blogue que aceitei o convite do Tiago Mendonça para escrever um artigo de opinião no seu blogue - Laranja Choque.
Aproveito para agradecer, de novo, ao Tiago pelo convite.
E convido todos os interessados a lerem o artigo que escrevi, clicando aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sporting - o meu ponto de vista




Caso Miguel Ribeiro Telles ou José Eduardo Bettencourt não avancem e não aparecer um projecto com o qual não me possa identificar mais, dificilmente me irei pronunciar sobre as candidaturas.
Independentemente do nome do Presidente e da sua proposta para treinador da equipa principal de futebol, votarei no candidato cujo projecto melhor encaixe nos quatro pilares que considero essenciais para um Sporting ganhador.
E um Sporting só é ganhador se tiver uma estrutura de futebol forte e ganhadora, se for um clube que privilegia os sócios, se for um clube ecléctico, fortemente empenhado em voltar a dinamizar o maior número de modalidades e, claro, um clube rentável.

1) Estrutura de futebol forte e ganhadora – não é possível uma equipa ter dinâmica de vitória se não há respeito pelo treinador e solidariedade entre os colegas. Por isso, é premente trazer ao futebol do Sporting aqueles que são os seus maiores “símbolos”, como Sá Pinto (para mim, indispensável), Pedro Barbosa (embora noutras funções) ou o próprio Oceano.
Só assim se pode ter uma estrutura de futebol forte e respeitada por todos os atletas, capaz de impor disciplina no plantel. Nas últimas épocas sucederam-se casos que revelavam que estas características (vitais) faltavam no Sporting, como o de Stojkovic, Vukcevic, Miguel Veloso e do próprio Yannick Djaló.
O facto de se poder trazer para a estrutura de futebol os maiores símbolos do clube cultiva o amor à camisola que, em muitos casos, parece desaparecer e contribui para um ainda maior empenho em todos os jogos.
Além destes nomes, ou em vez de alguns destes, um Luís Figo (primeira escolha) ou um João Pinto (escolha mais realista) poderiam ajudar nestes aspectos e, pela influência que têm no mundo do futebol, o Sporting será um clube mais apetecível para os craques.

2) Privilégio dos sócios – Não é admissível que um sócio que tenha comprado o lugar por 20 anos pague 450 euros por ano pelo seu lugar na central e que um não-sócio, por ser menor de idade, consiga obter meia gamebox por 150. Deveria ser repensada a “política de bilheteira” no intuito de trazer mais gente ao estádio, porque esse factor pode, ainda que de forma indirecta, aumentar as receitas: porque mais gente é, normalmente, sinónimo de mais apoio e mais apoio, na minha opinião, aumenta as possibilidades de vitória. E vitórias trazem dinheiro. Esta política deve privilegiar os sócios e deve ser mantido o “direito de preferência” que estes têm na compra de bilhetes para as finais e para os jogos que se disputem fora de Alvalade. Só se pode aumentar o número de sócios (sobretudo pagantes) e fidelizar os que já o são com contrapartidas visíveis. Seria importante que o clube estreitasse a relação também com as claques.

3) Clube ecléctico – este factor distinguiu, durante um século, o Sporting dos seus maiores rivais, fazendo com que o Sporting seja um clube que compete com Barcelona e Real Madrid. O primeiro referendo, que espero ver ser instituído, deve ser sobre qual a modalidade a fazer renascer. O clube deve manter e reforçar, no que for possível, a aposta nas modalidades amadoras e procurar, com urgência, resolver o problema da ausência de pavilhão. E que saudades tenho da velhinha Nave de Alvalade, cheia de gente, aos domingos à tarde, antes do jogos de futebol…

4) Rentável – um clube sem sucesso desportivo não é apelativo para ninguém, não cativa os patrocinadores e não consegue ampliar receitas. Com o estádio cheio (fruto de uma diminuição do preço dos bilhetes), com uma estrutura de futebol sólida e forte, com uma aposta no renascimento do ecletismo e com os sócios mobilizados, estou convencido de que o Sporting vencerá mais vezes no campo e na tesouraria, não sendo necessária nenhuma espécie de engenharia financeira.

Estes são os quatro pilares do caminho que quero ver seguido pelo Sporting, depois das eleições. É um clube viável financeiramente e vencedor. É um clube mítico e apaixonante. Ecléctico e construído pelos seus. Com muito Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.

Viva o Sporting!

Ficámos a saber

Umas vezes, quem dá uma "peitaça" a um árbitro é suspenso 3 jogos.
Outras, quem é empurrado pelo árbitro é castigado. O árbitro volta a apitar logo na semana seguinte, sendo nomeado para um jogo entre o campeão nacional e uma equipa que precisa de vencer para continuar na fuga à despromoção.
As normas são claras.
As imagens também. Duarte Gomes provocou a situação (nunca, em lado nenhum tinha visto um árbitro a aquecer entre os guarda-redes de um clube, na grande área destinada ao aquecimento destes), encostou a cabeça e empurrou o treinador de guarda-redes do Sporting.
Ficámos a saber que, em situações semelhantes, o mesmo critério não prevalece. O Sporting e os seus profissionais voltaram a ser multados. Os outros continuam a apitar. O critério, também para a Comissão Disciplinar da Liga, é a cor das camisolas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Querem enganar quem?

Eu acho piada aos "professores", entre os 20 e 30 anos, que falam nos fóruns sobre as eleições europeias.
"Professores" que dão erros.
"Professores" que não conseguem conjugar frases.
Que dizem mal dos políticos. E acabam sempre as suas intervenções nos fóruns a dizer que vão votar no PS.
Alguém acredita nisto? Nos Luís(es) que têm outros nomes. Que, pelo nervosismo que demonstram e pela incorrecção verbal, não são, de todo, professores. Muito mal estaria a nossa educação se o fossem, como dizem nos fóruns.
Dizem que são independentes, mas desdobram-se em elogios aos socialistas. Curiosamente o partido que entrou em guerra aberta com essa classe profissional.
A liberdade é isto. Uns usam-na para expressar opinião livre e apresentar alternativas, com rigor e verdade. Outros abusam dela, enganando, fingindo ser quem não são, e manipulando os cidadãos. E, pelos vistos, a abstenção também interessa. Porque ou se vota no PS ou não se vota.
Não há como combater esta fraude?
Quem querem enganar afinal?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Falhámos


O objectivo do Sporting, nas anteriores temporadas, era alcançar o acesso à Liga dos Campeões. Além de conseguirmos esse objectivo, juntámos ao nosso palmarés várias conquistas, de Taças e Supertaças.
Este ano a meta era ganhar o campeonato. E ganhar é ganhar. E vice-versa. Este ano, falhámos.
Apesar da humilhação contra o Bayern de Munique, fizemos uma boa carreira na Liga dos Campeões, como nunca tinhamos feito na nossa História. Do nosso grupo, eliminámos o campeão suiço e o Shakthar Donetsk que chegou à final da Taça Uefa. Ficámos atrás do Barcelona, que é finalista da prova. E fomos eliminados da competição graças a dois jogos atípicos, em que tudo nos correu mal.
Na Taça de Portugal, não sei. O jogo que nos afastou da defesa do troféu foi, também ele, fora do normal, com uma arbitragem que estragou o jogo entre as duas melhores equipas portuguesas das últimas quatro temporadas. O fantasma das grandes penalidades assombrou Alvalade e ficámos arredados da competição.
Também na Taça da Liga, o Sporting fez uma carreira medíocre. Apesar dos 4-1 aplicados ao Porto. Apesar de termos sido a melhor equipa dessa competição. Só não a vencemos porque Lucílio Baptista viu, num peito fora da área, uma mão, tendo assinalado penalty e expulsado o jogador do Sporting.
Quanto ao campeonato, que é o que interessa, falhámos. Deixámos o Porto ganhar outra vez, graças a uma soma de jogos medíocres onde desperdiçámos vários pontos. E ninguém tenha dúvidas de que este ano era acessível para o Sporting.
Este falhanço deve ser alvo de uma reflexão profunda entre os sportinguistas. Temos tempo para a fazermos até às eleições. E esta reflexão deve ser feita também pelos candidatos. Para que, em tempo útil, se apresentem soluções e se discutam projectos. E, nesse sentido, também o trabalho de Paulo Bento deve ser apreciado.
Voltando ao futebol, espero que haja coragem. Os dois próximos jogos pouco interessam ganhar. Haja coragem para rodar o plantel, dar oportunidade a quem não joga. Para jogar. Na sua melhor posição. E começar a lançar mais jovens. Porque mais do que querermos ser campeões de juniores este ano, ambicionamos ser campeões já na próxima época.
Arrumado que está o passado, está aberta a discussão sobre o futuro do Sporting.
E parabéns, de novo, ao Futebol Clube do Porto, porque foi a única equipa que não vacilou nos momentos de decisivos, que teve estofo para chegar aos quartos da Champions e que fez com coragem o que tem de ser feito na Taça da Liga (rodar jogadores e lançar jovens). Mais uma vez, a conquista do título nacional foi merecida.

domingo, 10 de maio de 2009

O direito dos animais é um dever dos homens


Na última semana, falou-se muito sobre direitos dos animais. A propósito, uma das coisas que mais me assustou na faculdade foi quando um professor me disse que os animais não têm direitos. De facto, o direito é para o Homem. Por ele foi criado. Por ele é aplicado. Visa reger a vida do Homem em sociedade, etc.!
Mas não podemos criar leis, rígidas, que obriguem o Homem a ter alguns cuidados com os animais?
Eu tenho uma adoração muito grande pelos animais. Desde os cavalos da minha quinta, aos peixes com que tenho o maior dos possíveis cuidados, que vivem e se reproduzem num pequeno aquário que tenho no meu quarto. Além do Pepe, um boxer com quatro anos, que é mais um membro da família.
Por isso, custa-me ler e ouvir algumas histórias de animais abandonados. Sobretudo cães. Histórias que o Estado pode combater, criando leis muito específicas e trabalhando para a sua aplicação.
Caminhos?
1 - Na compra de um cão, deveria ser imposto que o comprador colocasse um chip e que se obrigasse a cuidar dele até ao fim da sua vida, salvo se, por eventual negócio, exista uma transmissão dos direitos e deveres para um terceiro;

2 - Deveria existir uma autoridade municipal (por exemplo, a Polícia Municipal) a controlar, nas ruas, se todos os cães tinham a licença, as vacinas e desparasitações em dia e chip. Tendo em conta a autêntica caça à multa de estacionamento levada a cabo por empresas municipais, por que não criar uma para controlar estes aspectos?;

3 - Uma política fiscal que apoiasse sobretudo os que adoptam os cães dos canis municipais, da União Zoófila ou de outras instituições semelhantes, permitindo deduzir despesas de saúde e de alimentação do animal, até um determinado valor (mesmo que simbólico);

4 - Em vez de promover o abate de cães perigosos, o Estado poderia, até uma certa idade do animal, comparticipar em eventuais despesas de educação;

5 - Promover iniciativas em que fosse fomentada a adopção e apadrinhamento de cães, acompanhando a legislação de que, acima, falei;

6 - Assegurar que a lei, vigente para esta matéria, é cumprida. Porque não existe fiscalização. E o sentido deve ser o da responsabilização dos donos. "O seu a seu dono".

São apenas ideias para um caminho. Que merece ser percorrido. Porque, se os animais são animais, nós somos humanos. Pelo que temos de ser humanos também em relação aos animais.
De acordo com o que aprendi, não existe um verdadeiro direito dos animais. Mas os animais precisam que o Homem crie algumas regras para a sua sobrevivência. Porque a nossa sociedade não pode tolerar que o Homem possa tratar o animal de acordo com a lei do mais forte ou a lei da selva.
A propósito, quanto é que nos custa, a nós, homens, o apadrinhamento de alguns cães? Poupando nos cafés, no tabaco, nem que seja fumando menos, podemos contribuír para a sobrevivência de vários animais e ajudar na manutenção de alguns canis. Será que isso nos custa muito?
Até quando é podemos tolerar a autêntica barbárie que são os cães e gatos atropelados? Até quando é que vamos ser cúmplices de quem abandona os animais, fazendo com que possam tornar-se agressivos (na procura da sobrevivência)? Até quando vamos ser animais para com os animais?

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Já agora, vale a pena ler isto (se ainda não leu).

Guillermo Vargas Habacuc, um suposto artista, colheu um cão abandonado de rua, atou-o a uma corda curtíssima na parede de uma galeria de arte e ali o deixou, a morrer lentamente de fome e sede. Durante vários dias, tanto o autor de semelhante crueldade, como os visitantes da galeria de arte presenciaram impassíveis à agonia do pobre animal. Até que finalmente morreu de inanição, seguramente depois de ter passado por um doloroso, absurdo e incompreensível calvário.
É esse o cão que aparece na imagem.
A prestigiosa Bienal Centroamericana de Arte decidiu, incompreensivelmente, que a selvajeria que acabava de ser cometida por tal sujeito era arte, e deste modo tão incompreensível Guillermo Vargas Habacuc foi convidado a repetir a sua cruel acção no ano passado. Assinei a petição (http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html ) para que todo este tipo de comportamentos seja boicotado. Nas Honduras, em Portugal, onde quer que seja.

Língua traiçoeira


Por ser uma língua traiçoeira, o português pode levantar múltiplas interpretações. Muitas delas desadequadas às que deviam ter. Porque o que importa é o contexto e a interpretação que é dada por quem diz o que é susceptível de ser interpretado.
De facto, o que Ferreira Leite afirmou pode ser interpretado como uma porta aberta ao Bloco Central. Mas para poder ter essa interpretação não se pode ter em conta o resto dessa entrevista, o resto das afirmações públicas da líder do PPD/PSD.
É impossível juntar quem, irresponsavelmente, diz "faça-se tudo" e quem, com bom senso, diz "faça-se o necessário, o reprodutivo".
Enfim. São interpretações. Legítimas, mas desadequadas à realidade.
Apesar de poder ser uma língua traiçoeira, é notável o tempo que se perde a discutir uma interpretação errada de uma afirmação retirada do seu contexto. Até porque o que a líder do PSD quer é levar o partido a vencer as eleições e mobilizar os cidadãos para que confiem ao PSD uma maioria que permita um Governo estável. E esta intenção, que toda a gente percebe, não pode nunca ter segundas interpretações. Por muito traiçoeira que a língua portuguesa possa ser.

Sua Excelência Duarte Gomes


Eu não estava ainda no estádio quando um árbitro quis ser, novamente, protagonista.
Não vi, na arbitragem de Duarte Gomes, os erros que tenho visto noutros jogos do Sporting. De resto, até penso que a sua prestação passou despercebida. E isso é sempre bom para o futebol.
Não soube, no estádio, das cenas infelizes das quais Duarte Gomes é principal responsável. Porque vi o jogo sozinho. Porque antes do jogo, estive num café com o meu primo. E porque quando entrei no estádio me juntei à maioria dos adeptos do Sporting que ainda acompanhavam pela televisão o que se passava no jogo que ainda se realizava no outro lado da segunda circular.
Antes de saber dessas cenas, vi um jogo de futebol à boa maneira das equipas pequenas portuguesas. De um lado havia uma equipa a atacar. Do outro, uma equipa a defender. Ganhou a que atacou. E ganhou com sorte, por estar muito desfalcada: sem Grimi, Carriço, Pedro Silva, Rochemback, Vukcevic, Izmailov e...Paulo Bento. Uns lesionados, outros castigados.
Quando cheguei a casa, vi o que não tinha visto no estádio. O treinador de guarda-redes do Sporting a cumprir o seu trabalho e o árbitro a correr na sua direcção, juntando a cara à do profissional do Sporting e, no fim, ainda o empurrou. Claro que Sua Excelência Duarte Gomes ainda expulsou o treinador de guarda-redes do Sporting.
Uma "peitada" de um profissional do Sporting a um árbitro vale 3 jogos de castigo. Veremos qual o castigo de um empurrão de um árbitro a um profissional do Sporting. Porque nós, sportinguistas, continuamos atentos. Aos Lucílios que voltaram a apitar. E a todos estes amadores, que não querem ser profissionais. Que desprestigiam a sua classe. E que mancham o espectáculo, que devia ser um jogo de futebol.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

As ideias que ficam


O Sporting continua a perder, depois da roubalheira da final da Taça da Liga.
Pelos vistos, aquela arbitragem paga-se caro. Agora são mais umas centenas largas de euros.
A ideia que fica é que, às vezes, dá jeito ver mão onde há ombro. Ver dentro o que aconteceu fora.
Fica também a ideia de que também dá jeito dar um castigo de 3 jogos a um jogador injustiçado, impedindo-o de jogar nos 3 jogos que faltam. Dá jeito prejudicar o segundo classificado para que o terceiro consiga chegar onde não chega há alguns anos. Dá jeito impedir de falar o homem que apenas fala de factos.
Dá jeito fazer amigos na secretaria para fazerem o que não se consegue, por falta de argumentos, fazer dentro de campo.

Quando decidir é prejudicar

Os exames, por si só, não são um período fácil.
Além da pressão e do stress, normais em momentos destes, o calor intenso do Verão não ajuda nada.
Mas ajuda menos quem decide que, no Verão, os exames sejam feitos à tarde, durante as horas em que o calor é mais intenso.
Ajuda menos a imposição de orais obrigatórias, um mês e meio depois da realização do exame dessa cadeira, ou seja, já a meio do mês de Julho.
Estas orais são obrigatórias para todos os que têm nota 8 ou superior. E quem não for, independentemente da justificação, chumba. Houve um caso, que conheço, em que morreu um familiar de um aluno. O aluno pediu ao professor, no dia da oral, para a fazer noutro dia. O professor não deixou. O aluno, que tinha tido positiva no exame, chumbou. Independentemente da nota do exame e das várias semanas que esteve fechado a estudar só para aquela cadeira.
Quem decide já fez exames. Sabe perfeitamente que é preferível fazer exames de manhã nos dias de maior calor. Sabe perfeitamente que obrigar todos a ir a orais, tanto tempo depois dos exames, é simplesmente tirar férias aos alunos, mesmo aos que mais se aplicaram durante todo o semestre. Sabe perfeitamente que, ao não deixar um aluno fazer a oral noutro dia porque, naquele, lhe havia morrido uma pessoa próxima, está simplesmente de má fé.
Sobretudo, as orais obrigatórias não têm razão nenhuma para existir. Eu não tenho nada contra as orais, até porque, nas orais, ou subi ou mantive a nota e ainda no último semestre fiz uma oral que era facultativa. Mas não se percebe que um aluno com um 20 tenha de ir, sob o risco de chumbar, enquanto que não se dá uma segunda oportunidade a um aluno que teve 7.
A vida académica, pelo menos em alguns locais, é assim.
E é assim que uma geração trata outra.
Talvez não se lembrem dos seus tempos académicos. Ou talvez se lembrem...

Sobre o Parque Mayer


Disse Victor Hugo que "nada é tão poderoso no mundo como uma ideia cuja oportunidade chegou".
Tinha razão.
Brevemente, escreverei um artigo para o Laranja Choque onde falarei de oportunidades.
O Parque Mayer é uma. Que Lisboa não pode perder. Se quiser voltar a entrar no mapa.

Vaidades ou soldados?

Haver uma feira de vaidades onde deveriam estar concentrados soldados é meio caminho andado para obter maus resultados.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tom Henning Øvrebø


Conseguiu ser o pior em campo no jogo desta noite entre Chelsea e Barcelona.
Não marcou vários penalties claros a favor do Chelsea.
Expulsou um jogador do Barcelona que nem sequer toca no adversário.
Para a História fica a vitória do Barcelona. Mas a memória não pode apagar a exibição do Chelsea, que vulgarizou uma equipa que há dias humilhou o Real Madrid, em Madrid, por 2-6.
Quanto ao árbitro, impõem-se as questões: será Tom Henning Øvrebø incompentente? Se o é, por que foi nomeado? Ou será que não é incompetente, mas que a Uefa preferia que o Barça fosse à final, para dar a possibilidade de um confronto Ronaldo-Messi?
Qualquer que seja a resposta, e porque não é a primeira vez em que um árbitro, claramente, levou uma equipa ao colo, não está na altura de chamar a atenção a Platini?

Um homem feliz



Chama-se Bem Southall, tem 34 anos e ficou à frente de cerca de de 35.000 candidatos, de quase 200 países.
É evidente de não deixa de ser uma campanha de marketing. E diga-se que foi muito bem conseguida.
Para todos os efeitos, é este homem que aparece na fotografia que vai ter "o melhor emprego do mundo".

O mesmo


O mesmo que foi principal protagonista das várias conquistas recentes do Manchester United, o mesmo que eliminou o Sporting da Liga dos Campeões no ano passado, o mesmo que foi melhor marcador da Liga dos Campeões e que marcou o golo decisivo que permitiu a que a sua equipa chegasse aos penalties e vencesse a prova, no ano passado, o mesmo que eliminou o FC Porto da Liga dos Campeões, este ano. É o mesmo que eliminou o Arsenal das meias-finais da Liga dos Campeões em alguns minutos, marcando 2 golos e dando outro a marcar.
É assim que o melhor do mundo responde aos críticos. Com golos. Com sucesso. Com vitórias.
Cristiano Ronaldo é assim. Mesmo.

domingo, 3 de maio de 2009

"São comunistas!"


Normalmente, uma pessoa é comunista até perceber que a nossa sociedade premeia o mérito da iniciativa privada, com melhores salários e consequentemente com melhores condições de vida. Depois de perceber essa ideia, tão elementar, a regra é a de que a pessoa deixa de ser comunista.
Mas na democracia, há o centro, há a direita conservadora, a direita extremista e radical, a direita liberal, assim como há a esquerda utópica, a esquerda oportunista, a esquerda anarquista e a esquerda comunista. É assim em Portugal e em todo o mundo democrático. E quem gosta da democracia tem de conviver com todas as diferenças.
Noutros tempos, existiram vários protagonistas que não gostavam da democracia. Que confundiam os críticos com os comunistas. E que cultivavam um clima, hostil, de ódio e perseguição aos opositores. Fazendo passar a ideia de que quem não era a favor estava contra o poder, que quem estava contra o poder estava também contra o País. E que quem estava contra o poder eram só os comunistas. Foi assim que aconteceu, em Portugal como em vários países da Europa e do Mundo.
O problema não está nos comunistas. Porque esses existiram e provavelmente existirão até deixar de haver vida na Terra. Está na forma como o poder estimula o crescimento do comunismo e da esquerda extrema.
O PS colhe agora aquilo que semeou. Nos fortíssimos discursos anti-Bloco de Esquerda. Na confusão que fez entre os que se manifestam contra o Governo, intitulando-os de comunistas. É que, entre tantas manifestações, terão desfilado, durante este mandato, mais de um milhão de pessoas, diferentes, pelas ruas de Lisboa e do resto do país. E não há mais de um milhão de comunistas em Portugal. Por isso, o PS, como aconteceu noutros tempos, faz manobras políticas, no intuito de confundir as pessoas, ao associar os insultos, agressões e vaias, generalizadas em todo o País, ao Partido Comunista.
São tiques. Como tantos outros que o PS tem revelado de estar pouco confortável com a vida democrática e com o direito que as pessoas têm, em democracia, para se manifestarem.
É importante que os portugueses percebam a urgência de tirar o PS do Governo. Porque o PS é o partido que nos levou à crise. Que descredibilizou o País no estrangeiro, por fazer negócios pouco transparentes. E que está a condicionar o futuro. Não só endividando ainda mais o País, com negócios absurdamente megalómanos, mas também por estar a contribuir para o crescimento da esquerda utópica, radical, extremista e oportunista, facto que poderá dar origem a que Portugal, em 2010, 2011, 2012 e por aí fora, seja um País completamente ingovernável.
A partir de agora, Sócrates deve estar preparado. Porque onde quer que vá, vai ouvir muitos assobios e insultos. Dos 10% de desempregados, dos 20% de pobres, da classe média cada vez mais empobrecida, assim como das classes profissionais que viram a sua independência seriamente beliscada, como os magistrados ou os jornalistas, além daquelas às quais o Governo declarou guerra, entre as quais salta, desde logo, à vista a dos professores.
Pode continuar a dizer que são todos comunistas e que o Partido Comunista devia pedir desculpa. Mas quem não será desculpado será Sócrates, que tudo leva a crer que, a continuar assim, será estrondosamente derrotado daqui por uns meses.

1, 2, 3 e...

A não ser que haja um milagre, o Sporting já não será campeão este ano. Mas só no final é que farei o balanço da época.
Depois de um jogo medícore em Coimbra, valeu-nos que os nossos rivais, pelos vistos, são piores que nós.
Assim sendo, impõe-se uma recomendação. Porque "o que é Nacional é bom*" e porque a Madeira é uma terra linda. E vejam só quem participa no bailinho...



*principalmente quando joga contra Benfica e Porto

sábado, 2 de maio de 2009

A rua é Vital!


O último Congresso do PS pareceu-me, sinceramente, o princípio do fim de um longo período de poder socialista.
Apesar de ter recebido vários elogios, sobretudo pela imagem e pelo espectáculo mediático que os socialistas já demonstraram serem capazes de criar e recriar, tudo o que ali se montou estava perfeitamente desencontrado da realidade nacional. Desde os discursos à enorme dimensão das bandeiras e cartazes.
A imagem é importante mas não serve de nada quando usada em excesso, em tempos de crise profunda. O Congresso do PS, assim como outras encenações pormenorizadamente montadas, pôs a nu o facto de vermos, de um lado, o PS e, do outro, a rua e o País.
O episódio que envolveu Vital Moreira na manifestação da CGTP, na tarde de hoje, prova isso: os portugueses estão cansados, desolados e desesperados com os socialistas. De resto, nos últimos tempos, principalmente no último ano, bastava que Sócrates fosse a qualquer local para se perceber isso.
No último ano, importa relembrar, o Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS foi constantemente vaiado e até houve um episódio, triste, em que foram disparados tiros para um local onde estava, ou tinha estado, José Sócrates.
É evidente que todos estes episódios são de lamentar e não deve haver aproveitamento político. Condeno veementemente actos de violência, física ou verbal, contra quem quer que seja. Mas a ideia que quero sublinhar é que uma coisa é o que dizem Augusto Santos Silva, Vitalino Canas, José Sócrates, Mário Lino e restantes responsáveis socialistas pelo pantanal onde fizeram com que o país mergulhasse, e outra coisa é o que se diz na rua, o que passa na rua, o que se faz na rua. E o que hoje se disse, se passou e se fez foram actos de desespero de empregados ou desempregados, que sentem que o Partido Socialista os traíu.
Na verdade, o ainda vigente Governo socialista perseguiu e condicionou vários trabalhadores, assim como humilhou publicamente várias classes profissionais. Além de que, pelo longo período de governações do PS, são os grandes responsáveis pela situação do país. O PS sempre entrou em negação, remetendo culpas para o passado, mas os portugueses não se deixaram enganar.
A lição que se tira deste episódio, que não deixa de ser só mais um, é que a realidade é diferente da ficção. E é diferente para pior. O PS viveu no mundo da ficção, guiando-se por estatísticas enganosas, abdicando de se confrontar com o mundo real.
A lição que o PS devia tirar é que devia ter ido à rua mais vezes. Escutá-la, vê-la, senti-la. Mas preferiam as megalomanias, a retórica e a repressão.
Se tivessem ido à rua mais vezes, talvez o país pudesse estar melhor. Mas não está. E começa a consolidar-se a ideia de que Sócrates "acaba" mesmo em 2009.
Esperaremos, trabalharemos e lutaremos para que assim seja. Para bem do País.