segunda-feira, 30 de junho de 2008

A impunidade dos "acima da lei"


Eu acompanho as claques do Sporting em muitas deslocações e todos sabemos que há polícias (pouco) especializados que acompanham com enorme proximidade todos os movimentos das claques.
Sabemos que há quase 15 anos, um adepto do Sporting foi assassinado no Estádio Nacional, por adeptos identificados do Benfica. Por estranho que pareça, esse jogo realizou-se...como se tudo fosse normal! Ninguém foi preso, nenhuma recompensa foi dada à família do adepto assassinado e inocente.
Todos os dias dos grandes jogos do Benfica ficam marcados pela violência. No ano que passou, dois adeptos do Sporting foram esfaqueados por elementos das claques do Benfica. Conheço um desses adeptos. Mas esses elementos das claques ilegais do Benfica ficaram impunes.
Também esfaquearam um adepto do Guimarães e, em todos os jogos grandes, agrediram os polícias e arremesaram pedras aos jornalistas e às forças de segurança.
Estamos no século XXI. E nada disto se passa em jogos, por exemplo, entre Sporting e Porto. A diferença não está só no facto de o Sporting e o Porto serem as duas melhores equipas de Portugal, que partilham a conquista dos títulos nacionais, mas também na mentalidade dos adeptos, que sabem que o futebol não passa de um jogo e de uma festa. Seria impossível que o convívio, da final da Taça, entre adeptos tivesse sido tão tranquilo e tolerante como foi este ano (Sporting-Porto), se o Benfica tivesse ido à final jogar contra uma destas equipas.
Na semana passada, os adeptos do Benfica voltaram às cenas do costume, próprias dos portugueses da Idade Média e incendiaram um autocarro onde seguiam adeptos do Porto. Estes apenas vieram a Lisboa assistir à consagração da sua equipa de hóquei como campeã nacional dessa modalidade, num jogo em que defrontou o Benfia. Não sei se a polícia já apanhou alguém, mas, como não houve notícia nesse sentido, depreendo que não. Tudo passou impune outra vez.
Isto não se percebe, ainda por cima porque há várias pessoas que são detidas por se defenderem de agressões. Mas quem mata, quem esfaqueia, quem agride, quem incendeia está cá fora. À solta.
Esta preocupação que tenho aumenta quando todos sabemos que estas cenas tristes se vão voltar a repetir. Com os mesmos protagonistas de sempre. E por culpa de um sentimento de impunidade que o Estado, através da (in)acção das polícias, faz passar.
Até a Polícia decidir agir com mais autoridade, vão continuar a ser agredidos, esfaqueados e assassinados vários adeptos de futebol, camionetas continuarão a ser incendiadas...e criminosos vão continuar a monte...

sábado, 28 de junho de 2008

O cenário dramático de um Portugal no pântano


A coisa está muito feia.
O pós-25 de Abril foi um falhanço e o que é certo é que hoje pagamos a factura dos sucessivos erros que se foram cometendo, ano após ano, dia após dia…
Aproveitei a pausa entre os exames e as orais para ir ver como está o país. E o país está podre, falido e na miséria.
Observamos, hoje, uma fuga dos jovens recém-licenciados para o exterior, por falta de oportunidades. As empresas fecham as portas. O povo está na miséria e uma grande parte dos portugueses passa mesmo fome. Muitas ruas de vilas importantes do Ribatejo e do distrito de Leiria, onde estive, assemelham-se às ruas que rodeiam o estádio do Alajuelense, da Costa Rica, do terceiro mundo.
Hoje, o país rico resume-se a uma mão cheia, apenas, de grandes empreendedores que triunfaram ou sobreviveram no pós-25 de Abril, e isto verifica-se em todos (!) os sectores da sociedade.
Desafio todos os leitores a irem ver Portugal. Mas desafio mesmo e desafio-vos a desafiarem os vossos amigos.
Custa-me muito observar que a democracia, em Portugal, significa rotatividade entre dois partidos e que o Estado (que somos todos nós) seja governado por um conjunto de lobbies que comanda uma máquina, que gere várias empresas muitíssimo lucrativas e desgoverna o país. Custa-me a acreditar que não haja democracia sem partidos políticos. E ainda mais me custa a acreditar que somos todos tão estúpidos que não conseguimos fazer o rumo do país mudar.
Vamos ver Portugal.
Vejamos como a agricultura, cada vez mais arcaica, pela falta de dinheiro, está a morrer.
Vejamos como as empresas fecham as portas.
Vejamos como as grandes mais-valias do país, que são os jovens licenciados se vão embora do país.
Vejamos como as empresas estão a falir.
Vejamos como a educação, que é a grande mentira dos socialistas, deixou de ser exigente e eficiente.
Vejamos como os polícias já são assaltados, como os juízes são agredidos, como assassinos andam por aí à solta. É que a defesa e a segurança deixaram de existir. Vejamos como o comércio tradicional se encontra sufocado pela construção abundante de grandes edifícios comerciais, ao contrário do que acontece por toda a Europa.
Vejamos como os hospitais não têm meios, como as emergências médicas, cada vez mais burocratizadas, são ineficazes.
Vejamos como os bombeiros acumulam dívidas e deixaram de servir da melhor forma os portugueses.
Vejamos a fome por que passam muitos portugueses.
Vejamos a pobreza que ameaça dois milhões de vidas, portuguesas.
Ou vejamos os buracos nas estradas (basta ir às principais estradas do país!), ou tantas outras coisas…
Esta crise afecta quase tudo e quase todos, por isso vou ao ponto de dizer que uma crise destas, que passa pela defesa, segurança interna, educação, economia, a saúde, enfim, afecta tudo, tem de ser uma crise muito grave, sem precedentes.
Mas se não há dinheiro, permitam-me que faça duas perguntas:
1) Se o dinheiro não foi investido nem na produção de riqueza nem em nenhuma das pastas, para onde foi?
2) Se não há dinheiro, para promover a segurança, para investir na educação, para as mais básicas necessidades públicas, por que razão se vão esbanjar milhares de milhões de euros em obras supérfluas?
As sondagens dizem-nos que a extrema-esquerda pode vir a ter quase 25% dos votos e isso preocupa-me. Assim como a rotatividade de partidos com ideias cujos líderes deixaram de conseguir diferenciar. Espero que seja diferente com Ferreira Leite.
Desafio mesmo os leitores do blogue a irem ver Portugal, para se consciencializarem que o abismo se aproxima de dia para dia. Estamos no limiar de um enorme precipício.
Vejo pela blogosfera, pelas ruas, pelos cafés, pelos comentários na televisão, pelas participações dos cidadãos nos fóruns das rádios e pelas conversas que tenho, que há muitos portugueses que partilham as minhas preocupações. As soluções devem ser debatidas. E estou disponível para debater, dentro ou fora do meu partido. Porque o meu objectivo é Portugal.
Penso que estamos perto da altura para se reformular o esquema partidário e para a constituição de novos movimentos de cidadãos, que partilhem o meu inconformismo, e que se unam consoante as suas posições políticas e ideológicas. Na esquerda, não faz sentido que exista um partido comunista, cuja matriz é, naturalmente, muito forte, a discutir, internamente, posições típicas de Estados capitalistas e democráticos. Julgo, também, que está aberta uma via para Manuel Alegre.
Penso que esta época é decisiva para o centro-direita, porque um falhanço deste PSD poderá fazer várias pessoas reflectir sobre a possibilidade de constituição de um novo movimento, com uma outra força, pois não faz sentido que o PSD esteja constantemente dividido em dois ou que, também no centro e direita, por exemplo, a Nova Democracia, o CDS ou o próprio PNR e demais partidos de direita não se unam, negociando um conjunto de ideias-chave, que sejam comuns. Por estranho que pareça, estou convicto de que o actual Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, pode também, depois de cessadas as suas funções, constituir o seu próprio movimento ou, pelo menos, entrar para a vida política de forma mais activa e permanente, pelo tom e pela forma directa com que expressa as suas ideias.
Portugal não precisa menos de Manueis Alegres ou Marinhos Pintos do que de Sócrates e Louçãs. Digo isso, independentemente de não partilhar a esmagadora maioria das ideias de qualquer um deles, excepto algumas ideias do Bastonário e na expectativa de saber as propostas de Ferreira Leite, por quem tenho enorme estima, consideração e respeito. Aliás, espero muito de Manuela Ferreira Leite, como militante empenhado que sou, hoje, do PPD/PSD.
O que quero dizer com isto é que Portugal deixou de ter problemas sérios, para passar a enfrentar dificuldades dramáticas. Dificuldades que todos sentimos, uns mais do que outros, e que nos preocupam. Mas o conformismo não leva a lado nenhum e os problemas são demasiado sérios para serem “resolvidos” por lobbies e por pessoas mentirosas, corruptas e incompetentes.
Chegou a altura de dizer BASTA! De arregaçar as mangas e pôr mãos à obra. Porque há muito trabalho pela frente…
Estou, por isso, totalmente disponível para debater e ajudar no que for preciso, contribuindo de forma patriótica e voluntária num dever cívico, que nos deve tocar a todos.
Permitam-me que acrescente apenas e sublinhe o pormenor de que falo, evidentemente e, como sempre, a título pessoal. E que não há nada que se não possa ler nas entrelinhas.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A pré-época do Benfica e Rui Costa



Benfiquista que é benfiquista prefere, entre todas as alturas do ano, aquelas em que não há futebol, ou seja, adora o período de tempo que compreende o fim de uma época e o início da temporada seguinte. Afinal de contas, é sempre nessa altura que o Benfica é o campeão dos campeões. Melhor que esse período de tempo, para um benfiquista que se preze, só mesmo aquela época verdadeiramente gloriosa dos, já, longínquos anos sessenta, ainda no tempo do antigo regime.
Eu explico o porquê desta preferência benfiquista por este bem determinado período de tempo.
O primeiro ponto é, logo, o facto de não se realizarem jogos, não havendo, portanto, a possibilidade da equipa do Benfica perder os jogos. Pelo menos, os jogos que há são a feijões e, nesses, quando o Benfica perde, para um benfiquista, a culpa é sempre de um erro fortuito de um super-jogador que se não voltará a repetir em plena competição…
Este é, também, um período de tempo em que os benfiquistas já não têm tão bem implantada na sua cabeça a ideia de que ficaram, nos últimos três anos, sempre fora dos dois primeiros lugares, sem somar títulos. Esquecem-se, inclusivamente, de que na última época ficaram em quarto lugar, atrás do Guimarães e, claro, do Sporting e do Porto, as duas únicas equipas portuguesas que arrecadaram os principais títulos das últimas épocas (além do Vitória de Setúbal que meritoriamente venceu a Taça da Liga).
Há sempre um ópio para os benfiquistas. Em tempos, esse ópio foi a prosperidade prometida pelo, agora indesejado, Vale e Azevedo. Depois, veio o sebastianismo de Vilarinho e a célebre promessa chamada Mário Jardel, que, curiosamente, deu, no ano seguinte, a dobradinha ao meu Sporting. Até à última época, o ópio que Vieira serviu aos seus discípulos traduziu-se numa ideia de tornar o Benfica num colosso europeu. Essa promessa também não foi cumprida e o Benfica nunca, nem a nível nacional, se conseguiu impor. Hoje, o ópio chama-se Rui Costa.
Rui Costa terminou a carreira no clube do coração. Despediu-se da Taça de Portugal com uma goleada histórica sofrida em Alvalade e, no campeonato, a despedida confundiu-se com o quarto lugar alcançado. Hoje é o director desportivo e talvez seja importante realçar algumas situações. Rui Costa queria Erickson, mas esse sonho falhou. O actual treinador do Benfica incluiu-se num vasto lote de segundas escolhas. O segundo objectivo de Rui Costa era evidentemente segurar o melhor jogador da equipa…mas o melhor jogador da equipa acaba de assinar pelo FC Porto. Katsouranis, Luizão e Nelson também querem sair…e, para colmatar tantas ausências, Rui Costa foi buscar um médio ao Belenenses e gastou 5 milhões do clube para contratar uma reserva do Real Madrid.
Nunca percebi os benfiquistas. Não chega de promessas sem resultados? Para quê tanta crença…se o Benfica ficou em quarto, perdeu o melhor jogador, e tem de ir buscar jogadores caros, mas que são reservas dos seus clubes?
O engraçado é que um jogador que nunca triunfou no Benfica, chamado Bergessio, e se desvinculou do clube, está a fazer uma temporada absolutamente fascinante na América do Sul. É o melhor marcador do Clausura e já está a ser cobiçado pelo Boca e por vários clubes da Europa, mas só sai por mais de 10 milhões! Não sei se os benfiquistas pescam alguma coisa disto, mas o que sei é que quem manda no Benfica não percebe nada de mercado nem de futebol. Daí os resultados…não ficaram com os Decos, os Maniches ou os Velosos e não foram buscar os Jardeis e os Robinhos que se anunciam todos os anos. Mas porquê? Será que foi melhor terem ido buscar os Betos, os Morettos, os Butts, os Marcos Ferreiras ou os Manducas?
Ah, outra pergunta. E o Derlei? Lembram-se?
Dito tudo isto, uma coisa é certa. Não há nem em Lisboa nem nos arredores, adversário que faça dores de cabeça ao Sporting. Hoje, o Benfica, graças aos benfiquistas e os que fazem parecer que o são, já não é um problema. Acima de qualquer outra coisa, o Benfica, hoje, é uma risada! Aliás, transformaram mesmo os pesadelos que as passadas gerações tinham com umas encarnadas e gloriosas papoilas saltitantes em sonhos...cor de rosa!...

domingo, 22 de junho de 2008

O pragmatismo russo


Há alguns dias, eu disse, em conversa de amigos, que a selecção russa era, e continua a ser, a melhor equipa deste campeonato da Europa.
Os meus amigos riram-se e disseram-me que, então, a "melhor equipa do Europeu" perdeu 4-1 com a Espanha.
O que lhes respondi foi que esse resultado não demonstra que a Rússia foi superior na primeira parte desse jogo, atirou duas bolas aos postes, jogou sem um jogador que é peça-chave e que, com esse jogador, seria muito difícil alguma selecção travar a organização e eficiência do meio-campo e ataque russos. O único ponto fraco da equipa russa tem sido a parte defensiva.
Acrescentei, ainda, que, nesse jogo, a equipa espanhola chegou à vantagem por uma falha de um jogador, que não vai mais acontecer (porque aprendeu a lição) e porque, quando a Rússia estava perto do golo, os espanhóis chegaram-se à frente e, com alguma sorte, foram ampliando a vantagem.
Continuaram a rir-se e disseram-me que não havia hipótese da Rússia passar contra uma Holanda, que quase já seria a campeã da Europa 2008. Nessa altura, fui eu que me ri. E disse-lhes que que falávamos no domingo, porque, no dia do jogo, iria estar num casamento.
Pois aqui está a resposta.
Amigos, a Rússia está nas meias-finais. Esteve sempre em vantagem e a Holanda só marcou a quatro minutos do fim, o que lhe permitiu sonhar alguns minutos mais. Mas foi só isso. Porque o sonho holandês, excepto aquele que é sonho de Hiddink, acabou ontem. E ficou, outra vez, mais uma grande penalidade por marcar.
Permitam-me que deixe a resposta aqui e que vos diga, agora, que a Rússia, sendo ainda uma outsider, é, mesmo que não venha a ser campeã europeia, este ano, seguramente, a melhor selecção deste torneio.
Corrijo aqui um erro que cometi nessa conversa. Disse que a Rússia tinha todas as condições para ser a Grécia de 2008. Peço desculpa aos russos, porque comparei o incomparável.
As meias-finais serão Alemanha-Turquia e Rússia-Espanha/Itália. O que é certo é que vamos, pelo menos, ter campeonato até ao fim. A minha aposta, neste momento, vai, pois claro, para a Rússia. E o Sporting que esteja atento ao mercado russo! Porque um jogador russo de selecção, neste momento, tem uma cultura táctica acima do comum e um pragmatismo assustador...e adaptar-se-ia melhor com um amigo Izmailov.
Estejam mais atentos, como eu tenho estado, à Rússia. O título europeu do Zenith também não aconteceu por acaso...
Independentemente daquilo que acontecer nas meias-finais e na final, o que é certo é que ontem, a Rússia foi muito, muito melhor que uma Holanda que, até então, não parava de deslumbrar.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Onze contra onze, mas, no fim, ganham os alemães


O sonho português, este ano, ficou a meio, fruto de uma eliminação precoce contra uma selecção que o que de pouco jogou, compensou com uma eficácia, tão característica nos alemães...
Estamos desolados, principalmente porque sentimos que se jogássemos hoje, talvez pudéssemos ganhar o jogo de ontem. Bastava não haver segundos de desconcentração para ganhar o jogo e seguir em frente. Julgo que, com mais cinco, seis minutos, Portugal poderia empatar o jogo e levar a melhor no prolongamento. Por isso, estou cabisbaixo. Sinto que a aventura não podia ter acabado ali.
Quando somos eliminados desta forma, as palavras que posso deixar são poucas. Porque o que apetece é não falar, não dizer nada, a tristeza que se apoderou sobre nós supera qualquer palavra.
Dou os parabéns aos alemães, porque foram mais inteligentes e porque fizeram o suficiente para ganhar o jogo.
A tristeza da eliminação é maior ainda quando sinto que Portugal poderia ter ganho o jogo, se a falta de Ballack sobre Paulo Ferreira, que não deixa dúvidas, tivesse sido marcada. Do mesmo modo que considero que houve uma grande penalidade sobre Nuno Gomes, que deveria ter sido marcada se tivesse sido cumprido o critério que os árbitros deste Euro têm seguido. Do mesmo modo que a grande penalidade do 2-0 da Suiça só teria razão para ser marcada se, quando estava 0-0 e um lance igual aconteceu na área dos suíços, tivesse sido assinalada. Creio que, de certo modo, fomos empurrados para fora deste Europeu.
Sei que houve jogadores que poderiam ter tido outro desempenho, mas eu reconheço que, enquanto todos os seus colegas de profissão estavam de férias, aqueles 23 estiveram, com sacrifício pessoal, a representar um país e, por isso, merecem o nosso agradecimento. Este período é o mais fácil para se arranjar culpados. Mas não o vou fazer.
Quanto a Scolari, o que lhe diria agora eram três coisas: parabéns, obrigado e boa sorte. Parabéns, porque a selecção nacional viveu, sob o seu comando, o melhor período da sua história. Foi o sucesso a selecção comandada por Scolari que nos fez crer que os quartos-de-final não chegavam. Nunca, em toda a história, pensámos que os quartos não eram o suficiente para Portugal. Obrigado, porque com Scolari no leme, fomos vice-campeões no Euro 2004, ficámos nos quatro primeiros no Mundial da Alemanha e, num período de renovação da selecção, conseguimos o apuramento, chegámos aos quartos-de-final e falhámos a chegada aos quatro primeiros da Europa por uma unha negra. Boa sorte, porque pelo fantástico trabalho na selecção e pelas alegrias que nos proporcionou, merece ter sorte no grande trabalho da sua vida.
Termino, com poucas palavras. O sonho acabou a meio. Se noutros tempos, Portugal era sangue, e durante todo este todo, Portugal foi suor, hoje, Portugal está triste. Hoje, Portugal são lágrimas.
De todo o modo, obrigado.

domingo, 15 de junho de 2008

Outra sentença


O Sporting sagrou-se campeão nacional de juniores, depois de já ter alcançado o título nos iniciados. Mais uma grande vitória da academia que veio tranformar por completo a tendência ganhadora do futebol de formação.
Note-se que o Sporting, nesta fase de grupos, venceu o Benfica e o Leixões com golos no último minuto e acabou por se sagrar campeão por ter acreditado e lutado mais que os adversários. Este sábado, bastava ao Sporting um empate para se sagrar campeão nacional, visto que defrontava o único concorrente directo, o FC Porto. O Sporting começou a perder 1-0, mas empatou dois minutos depois. O Porto voltou a adiantar-se no marcador e foi já aos 94 minutos que Rosado deu o empate...e o título à equipa do Sporting. Foi uma vitória saborosa da força e da atitude daquela equipa. E o Porto perdeu, no último minuto, a possibilidade de se sagrar campeão. Não deve ter sido nada fácil, mas a vida continua e o futebol é mesmo assim.
Apenas mais uma nota, para engrandecer os atletas do Sporting, nomeadamente Luis Paez que, no fim do jogo, estendeu a camisola do Sporting no relvado e fez uma vénia. Isto enquanto os jogadores do Porto mostravam toda a sua raiva, o que também, neste caso, não é condenável porque são miúdos e porque perder um título no último minuto causa sempre uma fúria, normal. O futebol é isto mesmo. São os nervos à flor da pele e quando são miúdos, e tudo fizeram para dignificar o clube que representam, não merecem, da minha parte, qualquer tipo de crítica mais agressiva.
Para fechar as contas desta temporada, no que ao desporto-rei diz respeito, o Sporting, nos seniores, venceu a Taça e a Supertaça e nos juniores e iniciados foi campeão nacional. E ainda há por aí uma série de pessoas, de uma equipa que não ganhou nada nos seniores, e além de não ter ganho, ficou em quarto no campeonato, e que na formação apenas alcançou um título de juvenis (que impediu o penta-campeonato ao Sporting) após alguns anos de jejum, que está eufórica por causa de uma qualquer vitória num jogo de futebol de salão...
Não vi o jogo, porque tenho andado a estudar e confesso que nem sabia que era hoje. Mas já felicitei esse grupo de pessoas pela vitória no jogo de futebol de salão. Talvez até seja justa. Eu, pelo menos, não desejo a ninguém que tenha péssimos resultados e classificações miseráveis. E depois das 5 batatinhas que levaram no futebol a sério, de 11, voltar a perder (ainda por cima depois de um investimento megalómano naquela modalidade) seria mau demais...
Voltando ao Sporting e a mais um "triunfo" sobre o Porto, resta-nos dizer que, enquanto outros tentam vitórias na secretaria (para tentar via secretaria o que não conseguiram nos campeonatos), o Sporting continua no caminho certo e, como havia feito nas finais da Taça e Supertaça, voltou a fazer justiça. E fazer justiça é ser superior. E ganhar. Dentro das quatro linhas.
Parece que até já há quem diga que afinal é para a juventude do Sporting que ganhar...é como lavar os dentes!


Mais sentenças: aqui e aqui.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Marcha atrás, Europa...



Eu sou a favor do Tratado de Lisboa, de uma maior integração europeia, de um caminho para o federalismo, a que muitos chamam "Estados Unidos da Europa", se esse caminho culminar na desburocratização do processo de acção da União, de que é exemplo o próprio processo legislativo, e numa maior eficiência de resposta da União face aos problemas que se colocam aos povos europeus.
Sou, também, a favor de um pormenorizado e alargado debate civil sobre o futuro da Europa e penso que há pouco debate. Não partilho, porém, da ideia de que haverá menor legitimidade se o Tratado de Lisboa for ratificado por via parlamentar, na medida em que o parlamento, a Assembleia da República, é a casa da democracia e o órgão de soberania que representa os cidadãos portugueses. É-me indiferente se o Tratado é ou não é referendado, porque os portugueses votam nas eleições legislativas, precisamente, para que os deputados representem a vontade da maioria dos portugueses e estou convicto de que a esmagadora maioria dos portugueses votaria SIM num hipotético referendo ao Tratado.
Penso, contudo, que, neste momento, a possibilidade de referendo e a ratificação do tratado por essa via daria uma outra força à União Europeia, face ao resultado negativo obtido na República da Irlanda.
Gostaria que o caminho para aquilo que idealizo como a União Europeia do futuro fosse percorrido mais rapidamente, mas, como se diz, a pressa é a inimiga da perfeição.
Dito tudo isto e depois do NÃO irlandês, há várias perguntas que se impõem.
Pergunta 1) Será que faz sentido que se não avance porque um país se opõe aos outros 26?
Pergunta 2) Será que por causa de dois milhões de pessoas se pode pôr em causa aquilo que é a vontade da maioria dos perto de 500 milhões de pessoas que são, hoje, cidadãos europeus?
Pergunta 3) Será que se pode avançar num sentido de alargar a integração europeia sem que haja um debate na sociedade civil, independentemente do processo de ratificação acontecer por via parlamentar ou por meio de referendo?
Pergunta 4) Será legítimo que sejam ratificados tratados que "mexem" na soberania dos Estados sem uma consulta prévia aos cidadãos?
Pergunta 5) Será que Portugal, e os outros países, devem ou não referendar o tratado? Apesar de poder ser uma posição incoerente e contrária à que se vinha defendendo, a possibilidade, forte, de uma resposta afirmativa dos cidadãos ao Tratado de Lisboa daria uma outra força à posição dos países e minimizaria o resultado irlandês.
Pergunta 6) Faz sentido aquilo que a UE é hoje? Burocratizada, limitada e pouco eficiente?
Pergunta 7) Porque se faz sentido e o caminho europeu deve ficar por aqui, para que serve a UE se não é capaz de responder sequer aos problemas que países como Portugal, Espanha e França têm enfrentado nos outros dias, problemas que têm posto em causa muitos trabalhos e o recurso dos povos europeus, desses países, à alimentação?
Pergunta 8) Será que os portugueses e os outros povos da Europa sabem o que é o Tratado de Lisboa?
Pergunta 9) Se não sabem, porquê? Por culpa de quem?
Pergunta 10) Que consequências pode haver se o processo de ratificação prosseguir nos restantes 26 países se for apenas a Irlanda a, numa votação pouco participada, se opôr ao Tratado?
Pergunta 11) E que consequências haverá se a ratificação do Tratado não for alcançada nesses 26 países?
Pergunta 12) O que é que se quer para a Europa?
Pergunta 13) Que caminho seguir a partir de agora?...

Sexta-feira, 13, de azar para o Benfica


Apesar de não ser, mais uma vez, uma decisão definitiva, o "apito final" da Uefa voltou atrás na sua decisão e permite o acesso do Porto à Liga dos Campeões.
Depois de ter perdido no campo, em que o Benfica não assegurou o acesso à Liga Milionária, por ter ficado no quarto lugar, atrás de Porto, Sporting e Vitória de Guimarães, o Benfica volta a perder na secretaria.
O Benfica que ficou, justamente, no quarto lugar, e perdeu em campo, tentou chegar à terceira pré-eliminatória da Champions fazendo barulho, chegando ao ponto de descer o nível e levar dois representantes a Nyon para que o Benfica conseguisse, via secretaria, chegar onde, no campo, não conseguiu chegar.
Sexta-feira, 13, não só de azar, mas de muita incompetência.
O Benfica perdeu no campo. Perdeu também na secretaria.
Essa é que é essa!

Ganhámos o EuroMilhões?


O Sporting teve de vender o património não-desportivo. Fui a favor dessa alienação, porque o Sporting é uma instituição desportiva e deve focar-se só em prosseguir da melhor forma possível aquilo que é o objectivo do clube. E o objectivo do Sporting é ganhar tudo, em todas as competições. Ou, pelo menos, fazer por isso.
No passado, além dessa alienação do património não-desportivo, fecharam-se modalidades, sobretudo noutros mandatos. Sou contra a extinção das outras modalidades, mas percebo que, se não é possível manter todas, então que se aposte nas outras. Essa aposta não tem sido feita.
O Sporting foi a votos, novamente, para mais um projecto franquista, em que eu votaria favoravelmente. Porque haveria mais prós do que contras. Já discutimos essa decisão.
Mas o Sporting, depois de pedir a compreensão dos sócios não pode gastar perto de 9 milhões de euros em jogadores que, apesar de serem bons, não chegam, e a época passada provou isso, para sermos campeões nacionais. Falo de Grimi e de Izmailov. Não é que o Sporting não devesse ficar com eles, mas julgo que foram ultrapassadas as limitações financeiras que o clube tem e que são do conhecimento de todos.
O problema do Sporting é que não tem banco e, pelo que parece, vai continuar a não ter. Porque já gastámos quase 11 milhões de euros por Postiga, Grimi e Izmailov. Falta, claramente, Caneira, um guarda-redes (PARA SER TITULAR!) e de alas. É que o Sporting não tem alas. E se Moutinho e Veloso sair, os nomes que têm sido falados seriam boas...segundas escolhas...seriam jogadores para o banco!
É evidente que espero que esta aposta seja certeira e que o Sporting ganhe o campeonato. Mas não poderia deixar de dar a minha opinião. O Sporting deve fazer bons negócios por Stojkovic e Purovic e, se fizesse 5 milhões nessas vendas, teria o meu apoio neste investimento em concreto. Sendo assim, suscitou em mim esta dúvida, de não saber, ao certo, se este investimento foi bom ou não. Como disse atrás, espero que sim. Apenas duvido que possa não ser.
Para ser campeão, o Sporting precisaria de um bom guarda-redes e Renan e Caffa, que têm sido falados, seriam reforços fabulosos. O regresso de Caneira seria uma óptima notícia. E há vários jogadores, no mercado, que poderiam ser boas apostas, mas que, curiosamente, têm já, pelas notícias que li, pré-acordos ou, pelo menos, o interesse de clubes rivais.
Verificando-se, ou não, a minha razão, os argumentos são legítimos. A não ser que o Sporting tenha ganho o EuroMilhões. O curioso é que, mesmo se tivesse ganho o jackpot, também não chegava para pagar sequer metade da dívida...

As touradas, o interesse público, a educação e RTP


Às vezes é importante voltar atrás, rever objectivos e ajustar decisões.
Falei, há dias, do facto de terem sido proibidas, pelo tribunal, as corridas de touros no canal público de televisão até às 22 horas e 30 minutos. Independentemente de ser uma grande tradição portuguesa, de séculos, e de ser um dos meus grandes interesses, não é apenas o facto de se estar a proibir as touradas que está em causa. Também é, obviamente, mas a minha estupefação vai além disso.
No outro dia, na RTP, estava com o meu pai a ver televisão e apareceu, em pleno telejornal, por entre as várias notícias relativas ao Euro, uma notícia sobre os clubes de strip-tease na Suiça, em que se viu uma mulher completamente nua a dançar. Então e as crianças? Quando se fala de prostituição e se aumenta a preocupação mundial pelo tráfico de mulheres, é esta a educação que lhes queremos dar? Será que essa foi uma notícia boa para as crianças? Será, também, que essa notícia era, de facto, de interesse público?
Esta notícia não foi uma excepção. Vejamos a quantidade de desenhos animados, em que se matam os inimigos, as telenovelas que passam às crianças, por meio dos seus actores preferidos, princípios completamente errados, além dos filmes com inúmeras obscenidades. Então e as crianças?
Quando olhamos para a programação da RTP1, constatamos uma coisa que ainda é mais grave. Não há um único programa, que possa fazer das crianças o seu público-alvo. Eu cresci a ver a Rua Sésamo, que complementava aquilo que aprendia na escola. Hoje, a televisão pública limita-se a, de quando em vez, pôr uns desenhos animados no ar. A RTP demitiu-se de educar e as crianças não são, de todo, o seu público.
Sendo assim, deste raciocínio poderemos retirar várias conclusões. Em primeiro lugar, há que rever a legislação. Em segundo, há que alterar o sentido da jurisprudência. Depois, dever-se-á rever o papel que a RTP visa desempenhar na sociedade assim como a noção e o alcance do interesse público. Todos estes passos devem ser dados no intuíto de dar alguma coerência à "coisa".
É que não faz sentido que sejam lícitas imagens de protistutas, de bonecos que se matam uns aos outros, de cenas obscenas, de telenovelas ou de filmes com pessoas nuas e seja proibida a transmissão de uma tourada, que é tradição. É um costume e o costume, não nos devemos esquecer, também é fonte de direito.
Escrevo isto porque não admito que se fundamente esta decisão, errada, do tribunal com base naquilo que é melhor para as crianças. Porque, se o motivo desta proibição fossem mesmo as crianças, então não devia haver outras situações. Mas há. E bem piores! Com ou sem touradas, esta decisão do tribunal de Lisboa é tão ridícula como incoerente. E essa incoerência pode-nos levar a crer que se estão a perseguir aqueles que gostam de touradas e se está a destruir uma tradição.
Já agora, o que era bom é que a RTP fosse, de facto, de interesse e de utilidade públicos e se preocupasse, nem que fosse só por uns minutos, por aquilo que é melhor para a educação e para o futuro das crianças.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Outro adversário, outro jogo, outra vitória


Depois da vitória e, sobretudo, da boa exibição realizada frente à Turquia, as expectativas dos portugueses eram cada vez maiores, apesar da consciência generalizada de que o adversário desta segunda jornada da fase de grupos, a República Checa, era bem mais coeso defensivamente, mais organizado no meio campo e pragmático na frente de ataque.
A vitória de Portugal foi bem mais suada do que previam os menos optimistas, porque os checos se limitaram, em quase todo o jogo, a defender a sua grande área. Quando não conseguiram fazê-lo, Deco e Cristiano Ronaldo fizeram os dois golos. Com os checos já balanceados para o ataque, com Jarolim e Koler em campo, Quaresma deu o golpe final depois de Deco ter marcado rapidamente uma falta a meio campo e de Ronaldo, depois de correr quarenta metros, lhe ter oferecido a bola, para que o jogador do Porto, com a baliza aberta, sentenciasse definitivamente o jogo.
Foi um jogo mais difícil, mas a equipa de Portugal conseguiu superar as dificuldades que o autocarro checo colocou.
Esta foi uma vitória do suor, do querer de todos, incluindo a boa leitura do jogo que Scolari fez quando decidiu substituir Moutinho, Simão e Nuno Gomes por Meira, Quaresma e Hugo Almeida, numa tentativa clara de melhor defender a vantagem e de, se possível, matar o jogo com o terceiro golo. (Tenho pena que saia para o Chelsea!)...
Em suma, a selecção conseguiu, em dois jogos, duas vitórias…
Venha a Suiça!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Campeões


Iniciados
Depois de falhar, nos juvenis, a possibilidade de se tornar penta-campeão nesse escalão, os iniciados do Sporting alcançaram, hoje, mais um título de campeão nacional.
O Sporting sagra-se assim, mais uma vez, campeão nacional de iniciados após ter empatado no Seixal, na casa do Benfica. O Sporting colocou-se me vantagem por volta dos 5 minutos de jogo, mas o Benfica acabou por empatar num lance polémico, já que os jogadores do Sporting tinham colocado a bola fora, em virtude de uma lesão de um jogador do Benfica, mas os jogadores do Benfica não devolveram e acabaram por chegar ao empate.
Essa falta de fair-play do Benfica e o facto de este empate para revalidar o título engradecem mais esta conquista da formação do Sporting.
O Sporting alcança o 10ºtítulo neste escalão, que o Benfica não vence há 19 anos.
Mais uma vitória para a formação do Sporting.
Parabéns!

Atletismo
O atletismo português, há muito tempo, que começou a ser significado de Sporting.
Nos homens, o Sporting alcança o 13º título em 14 anos (não é o 14ºano em 14 anos porque fomos desqualificados em 2001!). Nas mulheres, este título é 14º em 14 anos. Este feito não merece comentários porque o palmarés do clube, só por si, diz tudo sobre a grandeza do Sporting no atletismo.
Parabéns a todos.

O cerco



Nestes últimos tempos, tenho sido surpreendido pela positiva pelos portugueses.
Sempre pensei que Sócrates ía ter uma folga. O bom tempo levava as pessoas para a praia, o Europeu iria concentrar as atenções, além das várias manobras de diversão que os socialistas têm feito, através dos vários centros de poder que esse partido dispõe.
A verdade é que, apesar do bom tempo, do euro (que nos tem criado boas expectativas) e das manobras de diversão, os portugueses perceberam que afinal não têm dinheiro que chegue para ir de carro para a praia, podem nem ter gasolina, porque as bombas podem não ser abastecidas pelos camionistas, que se uniram numa paralização geral, nem têm mais paciência para as manobras de diversão dos socialistas. E muita paciência tiveram os portugueses...
Estimo que, nos últimos 6 meses, perto de um milhão de pessoas já esteve na rua a manifestar-se contra este governo. Deparámo-nos com algumas das maiores manifestações dos últimos 30 anos.
Depois dos professores, dos alunos, dos utentes de centros de saúde recém-encerrados, dos trabalhadores e de grande parte dos sectores da sociedade portuguesa, chegou a vez dos camionistas se manifestarem, do mesmo modo que se manifestam na vizinha Espanha, de uma forma ainda mais forte, e em França.
Tenho pena que as notícias fossem os desentendimentos entre os camionistas em vez de serem aquilo que os fazia agir assim. Tenho pena que também alguma comunicação social não acentue o dramatismo relativo às dificuldades que aqueles camionistas e as suas famílias enfrentam nem o impacto desmedido que aquela paralisação podia (e pode, se for retomada) provocar. E de saber que a polícia (incluindo a Polícia de Intervenção) impediu que os camionistas pudessem ampliar os impactos desta paralisação.
A memória não me falha. Lembro-me perfeitamente de quando Sócrates chamou "comunistas" às pessoas que se manifestavam. Lembro-me do povo chamar "mentiroso" ao ainda Primeiro-Ministro de Portugal, onde quer que este fosse, de norte a sul do país. Do mesmo modo que não esquecei que Sócrates e este Governo queriam colocar 10 mil polícias na rua para enfrentar um hipotético cerco dos camionistas a Lisboa.
Essa intenção diz tudo. Como em tantos outros momentos da História, este será, também, um dos últimos episódios de José Sócrates como Primeiro-Ministro de Portugal

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Os anti-casamento


Não sei se sabem que a JS faz parte de um partido que impôs que o marido tivesse de declarar ao fisco todas as doações que fizesse à sua mulher. Se o marido der um anel à mulher, tem de declarar essa doação ao fisco.
Não sei se sabem que a JS se inclui num grupo de socialistas que pensa, defendeu e impôs que para que o marido se separasse da mulher, bastava pedir.
Estas duas medidas mostram duas coisas. Primeiro, que os socialistas, incluindo a sua juventude, querem dificultar a vida e, de certo modo, perseguir as pessoas que se casam. Segundo, que os socialistas querem liberalizar, por completo, o divórcio.
É mais fácil o divórcio que o casamento.
Ok, e agora são a favor de casamentos entre homossexuais...
Estranho!

O que a JS tem para dar - parte II


Quando escrevi sobre o cartaz da JS não esperava uma reacção das várias pessoas que por aqui passaram e deixaram os seus comentários.
Começo por agradecer os comentários. Passo, então, a desenvolver aquilo que disse.
Em primeiro lugar, sou contra o casamento propriamente dito, porque, na minha opinião, pelos valores que me foram incutidos nos meus vinte anos de vida, e olhando para a definição dada a essa palavra nos dicionários, o casamento é união legítima entre homem e mulher. O objectivo do casamento é, sempre, e no meu entender, constituir família e, recorrendo novamente ao dicionário e aos meus valores, a família é o pai, a mãe e os filhos, além de tudo o resto. Sou, portanto, contra o casamento, propriamente dito, de homossexuais.
Contudo, poderei ser favorável a uma união de homossexuais, e não de "casais" homossexuais, porque o casal é o "par composto de macho e fêmea". Às vezes é importante medirmos bem as palavras que escrevemos, para uma maior correcção. Sou a favor de uma união, no sentido de alargar os direitos dos homossexuais, nomeadamente nos direitos que dizem respeito às finanças e vários direitos comuns que nascem por meio de contrato.
Sobre o ponto da igualdade, será importante rectificar algumas observações feitas nos comentários que foram feitos. O princípio da igualdade, consagrado constitucionalmente, não significa que somos todos iguais. Significa que o igual deve ser tratado como igual e o diferente como diferente. Há ainda outra diferença, que é o que distingue "diferenciação" e "discriminação". No princípio da igualdade, pode e deve haver diferenciação, mas nunca discriminação. Foi isso que fiz, faço e farei sempre. Devemos discutir este tema, tendo como assente o facto de que a homossexualidade constitui uma diferença, uma excepção à regra, que é ser heterossexual.
Sou da opinião que um eventual alargamento dos direitos dos homossexuais é coincidente com as aspirações da nossa Constituição, que diz no artigo 13º, nº2, que "Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de (...) orientação sexual".
A minha aceitação da união de homossexuais fica, como tinha dito anteriormente, dependente dos moldes com essa proposta de alargamento dos direitos dos mesmos for feita. A JS, se quer tanto mostrar que é diferente, devia, em vez de colocar cartazes e ter umas ideias soltas, que isso sim é demagogia, devia sustentar aquilo que, de forma completamente avulsa, defende. A JS tem todos os meios para levar por diante esta sua suposta nova causa. Pode apresentar propostas e tomar, de facto, a iniciativa. Não o fez, porquê?
O que critico, e volto a repetir isso aqui, é que a juventude socialista colocou um cartaz para mostrar que é diferente, mas não fez mais do que qualquer comum cidadão poderia fazer. Aquele cartaz não faz sentido se, antes de o colocaz, nem sequer desenvolveu e procurou aprofundar o tema.
Depois, esta altura é a pior possível. Mas isso a JS sabe e por isso colocou aquele cartaz. A JS colocou aquele cartaz para fingir que é moderna e que tem grandes ideias e novas causas e, claro, para desviar a atenção dos portugueses do Governo do seu Partido que tem levado o país à ruína.
Eu preferia estar aqui a escrever sobre os trabalhadores ou os camionistas que estão na rua e falar das dificuldades que o povo está a sentir na pele, mas a força dos comentários e, até, insultos que me foram feitos fizeram com que, mais uma vez, falasse de uma ideia avulsa, sem sustento nenhum, deste grupo de jovens.
Demagogia, afinal de contas, é aquilo que critico. É o politicamente correcto. É o não se dizer as coisas pelos nomes. É fazer cartazes sem apresentar propostas, sem sustentar ideias, sem mais. É falar-se daquilo que se desconhece. E tentar mostrar-se que se é jovem e moderno porque, afinal de contas, tem uma opinião muito semelhante à minha, embora não tenham os conceitos tão bem definidos e as ideias tão desenvolvidas.
Em suma, penso que a homossexualidade não é uma situação normal, não é a regra. Contudo, não a condeno. Mas uma coisa é não a condenar e defender um aprofundamento do debate e um alargamento dos direitos dos homossexuais e outra é ser a favor de um casamento, que é o símbolo da união entre o homem e a mulher. Sou contra o casamento, mas a favor de uma união que lhe seja paralela.
Quanto à Juventude Socialista, penso que seria mais útil ao país se mostrasse preocupação pela crise que os portugueses sentem na carteira e se apresentasse medidas e políticas para a enfrentar. Seria mais útil se tivesse qualquer coisa a dizer sobre Justiça, Segurança, Saúde...! E que não se limitasse a fazer propaganda do Governo, colocar cartazes e ter umas ideias avulsas, completamente descontextualizadas sobre qualquer coisa.
Estou certo de que com esta JS e com esta forma de ser e estar na política, o País só tem a perder. Porque as poucas causas por que se bate a juventude socialista, hoje, não têm qualquer sustentação. É tudo avulso. Demonstram ou autoritarismo ou inexistência de desenvolvimento de pensamentos. A JS abdicou de querer construir para se limitar a "encher" e a marcar presença...

domingo, 8 de junho de 2008

Chegar, ver, dominar, jogar à bola, vencer e somar 3 pontos


O período de dois anos que termina no final deste campeonato da Europa é o pior período para qualquer seleccionador nacional que tenha de marcar a viragem de uma geração de ouro para uma equipa recheada de jovens promissores, uma equipa a que já se chama geração de platina do futebol português.
Scolari enfrentou muitos problemas. Desde uma qualificação alcançada no último jogo à lesão de Quim no dia de estreia da equipa no Euro. Seria muito difícil estar na pele de Scolari. E já o critiquei por muitas vezes. É por isso que eu escrevo hoje.
Pensei que a euforia criada em torno dos jogadores criaria uma pressão, que se poderia tornar insustentável. Os jogadores tinham todos os motivos para estar pressionados e nervosos. Não só pela expectativa à volta da equipa, mas se olharmos para cada individualidade, percebemos por que razão tinha esse pensamento.
Ricardo acabou a época no banco de uma equipa de meio da tabela espanhola. Bosingwa tinha de se mostrar para o super Chelsea, para onde acabou de se transferir. Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira acabaram de perder uma Liga dos Campeões, na final, nos penalties. Pepe e Petit tiveram uma época abaixo das expectativas, por causa das lesões. Moutinho fazia o seu primeiro jogo a titular numa competição a este nível, assumindo-se como o sucessor de Rui Costa, depois de uma época muito desgastante. Deco fez uma época demasiado mediana para que o Barcelona quisesse que continuasse. Nuno Gomes e Simão são sempre duas dúvidas e tinham de mostrar serviço. Cristiano Ronaldo é um jovem e o Mundo criou à sua volta uma pressão que não se admite, porque falhou dois penalties em dois jogos decisivos, porque pode sair para o Real Madrid, porque pode ser eleito o melhor do Mundo, e por quase todas as outras razões possíveis…Este era o onze titular de Portugal.
Por isso, estou surpreendido. Vi um bom jogo de futebol e uma fantástica exibição da equipa portuguesa. Scolari e aqueles jogadores responderam às pessoas que, como eu, duvidavam que, nestas condições, se poderia esperar um Portugal de top e uma equipa unida motivada e vencedora.
A Turquia não era um adversário tão fácil como Portugal fez parecer. A exibição foi mesmo muito boa. Portugal tem razões para se orgulhar da sua selecção nacional de futebol. Mérito de Scolari e dos jogadores. É a eles que agradecemos e que continuaremos a apoiar, porque se outrora quem conquistava era Afonso Henriques, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, e tantos outros, hoje, os grandes conquistadores são aqueles que vestem a camisola das quinas. E também esses ficarão, com toda a certeza, para a História de Portugal. Olhando para o Euro2004, para o Mundial2006 e para a exibição e a vitória (por 2-0, com três bolas nos ferros) de hoje não poderia pensar de outra maneira.
Força!

sábado, 7 de junho de 2008

Facada na tradição



O tribunal de Lisboa proibiu a RTP de transmitir touradas em horários entre as 6h de manhã e as 22h30. Essa providência cautelar decreta que, nesse horário, a televisão pública está proibida de transmitir touradas. Entre as 22h30 e as 6h da manhã, a RTP já pode transmitir desde que coloque aquela bolinha encarnada no canto superior direito.
O motivo desta proibição é o facto de considerar que a exibição de corridas de touros é "suscepível de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes".
Eu respeito quem não gosta de touradas. Mas só vê touradas quem quer. Em casa, podem sempre mudar de canal ou até desligar a televisão.
As corridas de touros são uma tradição portuguesa. Essas crianças e esses adolescentes deviam saber isso. E gostar de touradas é gostar de uma das maiores tradições do nosso país...
Assusta-me que as touradas, que são uma tradição nacional, possam vir a ser tratadas da mesma forma que os mais amedrontadores filmes de terror, como com os menos escrupulosos filmes de sexo ou como os mais arrasadores filmes de assassinos em série.
Assusta-me ainda mais esta tendência proibicionista do Estado Português, que agora também quer controlar o que fazemos em casa e o que vemos na televisão.
É que falamos de uma longa tradição do nosso país...

O que a JS tem para dar


Ninguém é tolo ao ponto de pensar que a Juventude Socialista tem algo de melhor para dar ao país.
Durante os últimos tempos, a JS tem sido cúmplice da propaganda mentirosa que o Partido Socialista e o Governo têm levado a cabo. Quem passa pela cidade univesitária, em Lisboa, pôde ver os cartazes que, naquele sítio, foram colocados em que se a JS se vangloriava dos "sucessos" que o Governo do PS nas políticas da educação. Quem estuda, quem passou pelos exames nacionais nos últimos anos, quem ouve os professores, qualquer pessoa com dois dedos de testa vê, olhando para a forma como as médias subiram, que a política da educação é a grande mentira deste governo do PS, que apenas promove o facilitismo. Os jovens socialistas que, de certeza, estudam deviam saber isso. É que esse falso "sucesso" da política socialista será o "insucesso" dos jovens e, nomeadamente, dos estudantes.
Passo muitas vezes na 2ªCircular e fiquei estupefacto quando vi um cartaz da JS com dois homens, homossexuais, a dizer "somos iguais a ti". Serei tão diferente assim das pessoas normais? É que faço parte do grupo das pessoas que pensa que quando dizem que os homossexuais são iguais a mim, estou a ser insultado.
Mas adiante. Eu acho que o tema da homossexualidade deve ser discutido. Poderei ser a favor de uma união, e não casamento, de "casais" homossexuais, mas sou totalmente contra a adopção. De comum com a JS, sobre esta questão, tenho o facto de defender o debate sobre este tema. A diferença é a forma de o abordar. Julgo que, como o aborto, a regionalização e qualquer outro assunto que possa ser o tema de um debate nacional, a homossexualidade já não é nenhum tabu e deve ser discutida, mas sem a exuberância de cartazes chocantes e o espalhafato das marchas gay.
Outra diferença é o facto de eu achar que esta não é a altura para se debater a união de homossexuais. E a JS sabe também isso. Sabe que Sócrates está mais longe da maioria absoluta e que se fala de uma possível, e cada vez menos improvável, derrota no próximo ano. Sabe que o PS pode começar a cair a pique. Porque mentiu descaradamente aos portugueses. Portugueses que não têm dinheiro que chegue para pagar a casa, o carro, a roupa, os combustíveis e, sequer, a alimentação. Portugueses que estão na rua. Porque sentem uma crise que Sócrates e os seus ministros disseram, sempre, que não iria atingir Portugal, ao contrário do que foi dito por todos os outros partidos, analistas e comentadores. O que a JS quis foi, mais uma vez, desviar a atenção dos portugueses. E tentar ganhar os votos das lésbicas e dos paneleiros para "cobrir" os votos que irão perder das mulheres e dos homens normais. Ou sou antiquado por pensar que o normal é ser heterossexual?
Não sou contra os homossexuais, porque cada um é como é. Até poderei dizer que tenho amigos que são gays. Mas uma coisa é não ser contra os homossexuais e outra, totalmente diferente, é ser a favor que "eles sejam, de facto iguais a mim". Não são. Nem quero que sejam. Sou contra a adopção e contra o casamento, propriamente dito. Porque, aliás, o objectivo do casamento, no meu entender, é constituir família. E a família é o pai, a mãe e depois os filhos. Dois pais ou duas mães não podem ter filhos. Sendo assim, os homossexuais não são, nunca foram, nem nunca serão iguais a mim.
O site da JS tem alguns slogans. Todos eles mostram promessas e possíveis resultados do Governo. Como se fossem resultados da JS...
De resto, sem ser este tema dos homossexuais, que a JS quis introduzir desproposita e inconvenientemente, na tentativa de mostrar que é a juventude moderna e de desviar a atenção dos portugueses, a JS, nos últimos anos, teve mais duas causas. Pelo menos, é o que conhecemos da JS, neste momento. Essas causas são a luta contra os cães perigosos e a intenção de impedir que esses animais se possam reproduzir e a luta contra os piercings e tatuagens. E isso é pouco, ou quase nada. Além de que essas ideias específicas demonstram um autoritarismo, intolerável em regimes democráticos.
Sobre a crise e a forma de a combater, sobre a luta contra a pobreza e sobre os principais problemas do país, da JS não há nenhuma resposta. E isso demonstra tudo sobre o que a juventude socialista tem para dar...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

E o ecletismo?



Haverá várias razões para se criticar Soares Franco. De um modo geral, concordo com as suas ideias e, apesar de não ter participado por motivos académicos e familiares na Assembleia Geral, haveria uma maior probabilidade de votar SIM.
Não queria voltar a discutir temas antigos, como a alienação do património não desportivo, que também não votei, mas que, se votasse, votaria a favor. Mas corrijo uma coisa que foi dita: é que o Sporting não é só um clube de futebol, é, acima de tudo, a maior instituição desportiva portuguesa, na medida em que foi a que mais títulos juntou em toda a História, em todas as competições, apesar de ter menos anos de vida que os dois principais rivais.
Preocupa-me o facto de o Sporting não ter, neste momento, um pavilhão para as modalidades, mas acredito que terá e que Soares Franco tudo tem feito nesse sentido. Não tenho razão nenhuma para duvidar da sua palavra. Todos sabemos que a questão do terreno do velhinho Estádio José de Alvalade é uma questão que não é da exclusiva responsabilidade do Sporting. E o atraso ficou a dever-se a mais uma das muitas teimosias do vereador Sá Fernandes, que na altura era oposição, teimosias que, de resto, já custaram caro aos lisboetas e aos sportinguistas.
Não menos me preocupa o facto de não haver uma pista de atletismo e as condições necessárias para as modalidades ao ar livre. Além de essa ter de ser uma preocupação do Sporting, deve ser uma preocupação e um objectivo do Estado ou da Cidade de Lisboa. Tempo não nos falta para discutir esta minha ideia de que é necessário um recinto de atletismo em Lisboa, partilhado pelas várias instituições desportivas da cidade, ou do distrito, que tanto têm engrandecido o país, com várias medalhas em europeus, mundiais ou jogos olímpicos.
Contudo, a minha maior preocupação é o facto de não ver outros sportinguistas verdadeiramente empenhados em prosseguir os ideais ecléticos do Sporting Clube de Portugal. A questão do ecletismo deve ser discutida a par de todas as outras, porque morrendo o ecletismo, morre o Sporting.
Reconheço o facto de que o Sporting vive, de facto, do futebol. É o futebol que atrai multidões e que dá receitas. Mas o sonho de Stromp de fazer com que o Sporting fosse "um grande tão grande como os maiores da Europa" foram mesmo alcançados...nas modalidades amadoras.
Independentemente de qualquer outra questão relaccionada com o ecletismo e com as modalidades amadoras, penso que o primeiro passo passará pela construção de um pavilhão. Aí as receitas aumentam porque irão, sem dúvida, mais sportinguistas aos jogos dessas modalidades. Mesmo que não dêem lucro, o défice dessas modalidades será, de acordo com a minha convicção, tendencialmente menor.
Penso que o futuro das modalidades amadoras deve ser discutido de uma forma mais séria e empenhada. Além de que se exige que, neste momento, os sócios do Sporting sejam informados sobre a evolução do dossier "novo pavilhão".

terça-feira, 3 de junho de 2008

Um sonho concretizado


Fui muito crítico da política de contratações que o Sporting vinha a seguir, que se resumia a vender os seus principais talentos e comprar jogadores desconhecidos, sem experiência no futebol português e nas competições europeias. Essa política foi um fracasso.
O Sporting parece estar a querer corrigir esse erro.
Fiquei muito triste quando o Rochemback saiu do Sporting porque sempre foi um dos jogadores de quem mais gostei. Desde o dia que saiu que o meu maior desejo era que ele regressasse. Já tinha, aliás, escrito sobre isso há uns meses, na altura em que se falou da possibilidade de o Benfica o contratar. Estou, naturalmente, radiante com a sua contratação.
Nunca escondi, também, a simpatia que tenho por outros jogadores, de outros clubes, nomeadamente dos principais rivais. No topo dessa lista de jogadores sempre esteve Helder Postiga, desde os seus primeiros passos no Porto de Mourinho. Postiga é, e sempre foi, um dos meus jogadores-fetiche e, confesso, nunca esperaria que viesse a jogar com a camisola do Sporting. Para mim, era um amor impossível, um sonho difícil de se realizar.
O negócio foi, na minha opinião, muito bom para o Sporting. Digo isto, porque o Sporting sempre pensou em formar grandes jogadores, no sentido de construir uma grande equipa para o futuro, mas tendo em conta que o plantel era imaturo e que vacilava nos jogos decisivos, não ganhou muitos títulos e as principais estrelas da cantera tinham o destino traçado, ou seja, saiam, a troco de um valor significativo, para os melhores clubes da Europa.
O Sporting estava a entrar num ciclo vicioso, em que, apesar de formar meninos-prodígio, não colhia os frutos que eram os necessários, ou seja, ganhar campeonatos. Tinhamos mesmo de os vender. Assim, a equipa era, como disse atrás, pouco experiente e não ganhava títulos. Sem títulos, a massa associativa desmobilizava-se e o clube não tinha receitas. Esse foi, e continua a ser, o grande problema do Sporting.
Sendo assim, mantendo a minha coerência, neste negócio o Sporting ficou a ganhar três vezes:
1) Fica com o Postiga, um jogador que encaixa bem no 4x4x2, que marca alguns golos, que tem raça, que quer relançar a carreira e que tem experiência. E dá ao Porto um jogador jovem, que dizem ter um grande potencial, mas...
2) Se o Diogo Viana vingar na Invicta, o Porto terá de o vender. E sabemos bem como é que o Porto vende os bons jogadores! Quanto mais o Porto receber numa futura transferência, também maior será a receita do Sporting, sem ter despesas, nomeadamente salarias. É que o Sporting terá direito a 50% do valor da venda. Contudo,...
3) Se o Diogo Viana não vingar no Porto, o Sporting deu a um rival um jogador que não reforçou o seu plantel e, por isso, o Porto não fica mais forte depois deste negócio.
O Sporting tem de pensar no presente e ganhar títulos hoje para continuar a crescer e poder ser gigante amanhã. O plantel ganha mais, hoje, com Postiga do que com Diogo Viana e da Academia continuarão a sair sempre jogadores de top, iguais ou melhores do que o que saiu. Disso ninguém tem dúvidas.
Portanto, o Sporting apostou no seguro, em vez de cometer os erros do passado. Rochemback e Postiga são dois reforços a sério, que podem aumentar a empatia entre adeptos e jogadores, além de, com eles, trazerem receitas. Além das desportivas, que espero que consigam, julgo que estes dois reforços vão aumentar a procura de camisolas com o seu nome. Pelo menos, conto comprar uma camisola com o número 23, de Postiga.
Resumindo, o Sporting está a reforçar-se bem. E além da contratação de Postiga ter sido, no meu entender, um bom negócio é, acima de qualquer outra coisa, um sonho que eu tinha, que se concretizou.

domingo, 1 de junho de 2008

Boicote - eu adiro


Com os lucros diários que a GALP tem, a subida do preço do petróleo e a crise internacional não justificam o preço que temos de pagar pelo litro de gasolina ou gasóleo.
Por isso, adiro ao boicote.