quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Avante!

 
Em Lisboa, numa coligação com outros dois partidos, obtiveram 51 mil votos, que não chegavam para encher o estádio da Luz, e 22%, muito menos de metade dos 51% que obteve António Costa, numas eleições em que o Bloco e o PCP também foram a votos. Em comparação com o resultado de 2009, perderam mais de 50 mil votos e 3 vereadores. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?
 
No Porto, uma maioria absoluta de 47,5% transformou-se num 3º lugar. 21% com apenas 24 mil votos, que, mesmo bem distribuídos, não chegavam a uma meia casa no estádio do Dragão. O PSD, no concelho do Porto, é o partido das “zero freguesias”. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?
 
Em Gaia, de 62% desceu-se para 20%. As contas não são difíceis. São menos 42%, quase 65 mil votos. De vereadores, cortou-se a parte esquerda do 8. Agora são 3. E foi por pouco que não ficaram no lugar 3, por uma diferença de menos de 400 votos. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?
 
Em Sintra, outra maioria absoluta em 2009, outro 3º lugar em 2013. Feitas as contas, sempre de subtrair, são menos 31%, são menos 45 mil votos (que dava para encher 16 vezes o estádio do Sintrense, e ainda ficava gente cá fora). Como no Porto, em Sintra, o PSD também ficou sem qualquer freguesia. Zero. E a culpa é de quem? Do Paulo Rangel, do Marco Almeida, do António Capucho, da Manuela Ferreira Leite ou do Rui Rio?
 
Poderia, e talvez até devesse, continuar a exemplificar. Mas não vale a pena. Já encontraram os culpados. Culpados que são sempre os outros.
 
Mas a verdade é só uma. Quiseram que o Luis Filipe Menezes fosse para o Porto. Acharam que Seara seria a escolha natural e que, pela consensualidade, poderia remediar os previsíveis danos em Lisboa. Não quiseram apoiar Aguiar em Gaia e preferiram avançar com um candidato contra Marco Almeida, quando este já tinha apresentado a candidatura.
 
A responsabilidade também não é do governo. E não estou a ser irónico. As pessoas sabem distinguir as coisas. O problema é que, no PSD, não se preparam as coisas. Não se decide com base em projetos ou objetivos. Decide-se com base nos nomes e nas caras.
 
Daí que seja necessário perseguir quem apoia candidatos que não são apoiados pelo PSD, fazendo censura. Censura política, a que se refere o camarada Cunhal. Perdão, censura política a que se refere o camarada Aguiar Branco.
 
Avante com as expulsões e, qualquer dia, já não sobra ninguém!