sábado, 31 de maio de 2008

A mulher do momento


A cidade do rock estava pronta. Os bilhetes estavam completamente esgotados. Estavam reunidas todas as condições. Ou melhor, quase todas. Faltava, ou poderia faltar, Amy Winehouse.
A dúvida só terminou bem mais tarde. Depois de Paulo Gonzo ter aberto as honras, de Ivete Sangalo ter posto aquela multidão aos saltos e a dançar, os bares foram ficando com menos gente, os stands ficaram vazios, as filas para a casa de banho estavam mais curtas e cada vez menos demoradas. Mas a dúvida não tinha acabado.
Perto de cem mil pessoas concentraram-se pelo relvado, a varanda da tenda VIP estava "à pinha", os holofotes já só apontavam para o palco, assim como todas as câmeras e objectivas.
Passaram quarenta minutos da hora prevista e Amy teimava em não aparecer.
Cada segundo que passava e a dúvida, a ansiedade e a impaciência eram cada vez maiores. Aquele relvado nunca terá estado tão cheio...
A multidão assobiava e fez-se ouvir com toda a força. Até que, finalmente, se ouviu: "Ladies and gentlemen, Amy Winehouse!".
Eis que a mulher do momento apareceu. De carne e osso mesmo à frente dos nossos olhos! Visivelmente debilitada, mas não muito longe do seu estado "normal", veio mesmo a Portugal.
Bem sei que a sua voz não estava perfeita, mas cumpriu. É absolutamente notável que alguém, com a voz naquele estado, não desafine uma única nota...
É verdade que ficaram por cantar algumas músicas e que poderia ter corrido bem melhor. Talvez esse facto faça merecer o seu regresso a Portugal e mais uma ida a um concerto seu. Oxalá que sim. Mas ela reconheceu que estava mal, veio e respeitou Portugal.
Depois, Lenny Kravitz não ficou atrás daqueles que, antes dele, haviam pisado aquele palco. É também fabuloso!
Mas que me perdoem, que eu hoje quero mesmo falar de Amy Winehouse. Porque ela é um fenómeno. Em plena crise, um por cento da população portuguesa pagou 53 euros só para a ver cantar. Ou até, mesmo, só para a ver ao vivo. Dois estádios de Alvalade completamente cheios não chegavam para ela. E isso diz tudo!
Amy Winehouse é absolutamente fantástica. A sua voz e o seu talento são inigualáveis. Fascina qualquer pessoa! Em cerca de 50 minutos, cantou o que conseguiu e pediu desculpa pelo que terá ficado por cantar. Infelizmente, não dava para mais. Ela fez-nos rir, tratou-nos bem, cantou as suas músicas que a levaram, por exemplo, a vencer 5 grammys. Ela até chorou...
O seu talento, a sua voz, o facto de ter enchido a Bela Vista, assim como todos os prémios que já ganhou, quanto tem apenas 24 anos, não precisavam que eu falasse sobre ela e também respondesse à crítica, habituada a Ronaldas e a Rutes Marlenes.
Tudo isto só para dizer que foi um privilégio ter visto Amy Winehouse, ao vivo, a cores, mesmo ali à minha frente. Para mim e para mais um por cento da população de um país em crise. Fora os que a acompanharam pela SIC...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Começa a ficar tarde para te ires embora, José...


José Sócrates chegou a Primeiro-Ministro porque houve um golpe de Estado.
Para lá chegar, o camarada Sampaio teve de dissolver a A.R. e quem percebe qualquer coisa de Direito Constitucional sabe que essa dissolução aconteceu porque para fazer cair o Governo, demitindo-o seria necessário que houvesse uma razão. Não havia razão nenhuma.
Para ganhar as eleições, Sócrates mentiu. Mentiu, mentiu, mentiu.
Não cumpriu nenhuma das suas principais promessas.
Com o Mundo em crise, negou sempre que essa crise se iria reflectir em Portugal. Mentiu. Ou então não sabia, não estava preparado, o que ainda é mais grave.
Hoje, a esquerda confrontou-se numa guerra inqualificável e nada dignificante para a Assembleia da República.
O que aconteceu hoje na Assembleia da República foi mais uma vergonha para os cidadãos. Louçã, legítimo deputado, porque foi eleito pelos cidadãos, fez a sua intervenção com um ruído de fundo contínuo e demasiado barulhento levado a cabo pela bancada do PS. De Jaima Gama nem uma palavra para acalmar os ânimos, irritados por saberem que alguns dos seus deputados vão estar num evento em conjunto com os principais responsáveis dos partidos à esquerda do PS.
Manuel Alegre critica constantemente José Sócrates.
Ainda ontem Mário Soares o criticou.
E dizem que é a direita que está em crise!
A direita, digo os partidos à direita do PS, não está em crise.
O PSD é o principal partido de que os cidadãos se orgulham no poder local. Foi o Partido que governou, com gloriosos tempos de Cavaco e com resultados de Barroso, que levaram a Europa a querer que fosse ele quem estivesse à frente dos destinos da União. Quando saiu, sucedeu-lhe, também legitimamente, Santana Lopes. Mas o PS queria tacho, então lá se montou um golpe de Estado, encoberto no meio de toda uma propaganda mentirosa contra Santana Lopes.
O Partido Socialista controla um pouco de toda a sociedade portuguesa.
Este é o mesmo PS dos últimos quinze anos.
É o PS da demagogia. É o PS da mentira. É o PS do tacho. É o PS da propaganda. É o PS da irresponsabilidade. É o PS da insensibilidade social. É o PS do pântano.
O PS não pode nunca continuar a governar. Porque governa mal. As últimas grandes causas do PS são a luta contra os cães, contra os piercings, contra as tatuagens. A JS agora até faz cartazes pela homossexualidade. São estas as causas de hoje do Partido Socialista? Que problemas resolvem? Então e a Justiça, a Segurança, a Saúde e a Educação?
Este PS não está à altura das responsabilidades. Os portugueses sabem isso.
Sábado vamos todos votar. E domingo será o primeiro dos últimos dias de José Sócrates, enquanto Primeiro-Ministro.
Sem golpes de Estado, sem jogadas por baixo da mesa, mas com muito trabalho, o PSD estará em 2009 no Governo de Portugal.
Alguém tem dúvidas?

A desagregação do campeão


Ainda não tinha terminado a época e já o Porto via sair um dos seus melhores jogadores. Bosingwa assinou pelo Chelsea, por 20 milhões de euros e o Porto perdeu um dos melhores laterais direitos da Europa. A saída de Bosingwa por 20 milhões não foi um bom negócio para o Porto.
Depois, fala-se de Quaresma ir para o Inter de Mourinho.
Hoje, Paulo Assunção, que é, para mim, um jogador de top, rescindiu, hoje, contrato com o FC Porto.
Isto depois da derrota na final da Taça, em que o Sporting vulgarizou e venceu a equipa da Invicta. Não deixa de ser verdade que o Sporting venceu um Porto atípico, tímido e lento.
Pinto da Costa, que nos habituou a vê-lo como um dirigente diferente, pelas vitórias que o seu Porto alcança e por conseguir trazer e manter os melhores jogadores, hoje parece mais distante e mais fraco.
Depois da hegemonia, parece que o Porto começa a enfrentar dificuldades reais. É verdade que foi campeão e que o foi com mérito, mas a derrota (e a exibição) na final da Taça, esta saída de alguns dos seus melhores jogadores, além de um apito dourado (que não fez justiça e os portistas sabem isso) e da possibilidade de não ir à Liga dos Campeões na próxima época, têm sido sinais claros de que o Porto deixou de ser aquilo que sempre nos habituou.
Um Porto com estas fraquezas, se tivesse rivais à altura, poderia ser ultrapassado. Talvez a próxima época seja a ideal para o Benfica ou o Sporting se imporem. Caso contrário, os adeptos dos clubes da cidade de Lisboa bem podem esperar sentados por tempos áureos.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eu, tu, nós, o PSD e o futuro de Portugal


Muitos dos leitores do blogue conhecem-me pessoalmente. Saberão como dou valor à verdade e à amizade. Saberão, também, o afecto que sinto pelas coisas e quais as coisas pelas quais sinto esse grande afecto.
Por vezes, na vida, é importante reflectir sobre aquilo que será melhor para o futuro dessas tais coisas. Não escondo, nunca escondi e jamais esconderei o afecto que sinto tanto pelo meu Partido, o PPD/PSD, como pelo meu País, Portugal, como até pelo meu Clube, o Sporting.
O meu Partido, o meu Clube e o meu País confrontam-se, hoje, com dificuldades que vão sendo disfarçáveis.
Contudo, o que mais me preocupa hoje é o país. Portugal voltou a enfrentar problemas como a fome, a miséria, a pobreza e o desemprego. Não há esperança para o futuro, os jovens licenciados, para fugirem ao desemprego, vão para o estrangeiro e a minoria dos que fica arranja trabalho, mas precário ou muito mal remunerado. O desemprego atingiu números alarmantes e a inflação sobe mais que os salários, cada vez mais insuficientes. As pessoas, em Portugal, não têm dinheiro que chegue para acompanhar a subida do preço dos alimentos e dos combustíveis e os idosos são obrigados a gastar todas as suas reformas e poupanças em despesas de saúde.
Vivemos uma crise grave. A classe baixa está cada vez mais pobre e a classe média, que é essencial para o futuro do país, está a ser destruída.
O balanço que faço da situação do país demonstra resultados dramáticos e a visão para o futuro, olhando para a conjuntura política, social e económica, tem, obrigatoriamente, de ser muito pessimista.
Reconheço o facto de que Portugal não é um país normal. No meu entender, a comunicação social, em geral, atingiu um poder tal que é capaz de destruir pessoas e esse ataque público, constante e eficiente, tem feito muito mal ao país. Os interesses instalados dominam o poder político e controlam o país, com golpes de Estado que ainda hoje não tiveram explicação.
Não houve no PSD ninguém que assumisse, de corpo e alma, as políticas que, em tempos, o Partido, enquanto governava, teve de tomar. Não escondo a desilusão pelo caminho seguido pelo partido nos últimos tempos e reconheço o falhanço de algumas pessoas que, convictamente, apoiei, em determinadas alturas.
Se vivemos uma das alturas mais difíceis, vivemos também numa altura decisiva, porque se aproximam eleições internas no principal partido da oposição, onde milito, além de eleições legislativas, autárquicas e europeias.
A sinceridade com que escrevi estas linhas não me permite esconder a estima que tenho por Pedro Santana Lopes e por Manuela Ferreira Leite, sem desvalorizar nenhum dos outros candidatos à liderança do PPD/PSD. Confesso que não conheço muito dos outros candidatos, mas acredito que tenham muito valor e credibilidade.
Independentemente dos apoios das pessoas que me são mais próximas, penso, e sempre pensei pela minha cabeça. E até dia 31 todos temos de pensar pela nossa cabeça para, depois de reflectir muito bem, decidir o sentido do nosso voto, sem mágoa, sem rancor, sem sentimentos negativos porque quem quer que seja o futuro líder do PPD/PSD terá de contar a nossa solidariedade e apoio no combate duro, mas muito desejado pelos portugueses, com José Sócrates e o Partido Socialista.
Preocupa-me muito o estado a que chegou o nosso país. Enquanto jovem, estou preocupado com o meu futuro aqui, porque vejo, todos os dias, amigos e colegas irem embora para tentar a sorte, que só encontram lá fora.
Estas minhas preocupações são partilhadas por todos os leitores deste blogue, enquanto jovens ou enquanto pais. Muitos dos que passam por este blogue estão de cabeça baixa, com pouca motivação, sem acreditar no futuro. No fundo, a grande maioria dos portugueses, que vejo na rua, estão assim.
Apesar das dúvidas que muitos temos, também estamos seguros em relação a vários assuntos. Um deles é o de que o Partido Socialista não pode continuar a governar. Porque corremos o risco de quando o PSD chegar ao Governo ter de enfrentar um pântano semelhante ao que o do Governo de Guterres nos deixou. Teremos de enfrentar uma situação desastrosa e deixou de haver espaço para apertos de cintos. Depois de conseguidos alguns dos objectivos, voltaremos a correr o risco de sermos retirados do Governo por meio de um golpe de Estado, incentivado e propagandeado pela imprensa que aparece cooperando nessas alturas.
O que quero dizer com isto é claro. A crise com que, hoje, se depara o país não é só uma crise económica, com que também se depara a Europa, os Estados Unidos e um pouco por todo o Mundo. Em Portugal, estamos à beira de uma enorme crise social e digo isto só para não dizer que essa crise social já começou a fazer-se sentir. Talvez possamos estar, também, perante uma crise política, mas teremos de esperar mais uns meses e oxalá que o PSD ponha um ponto final numa hipotética crise política e ideológica.
Aliás, quem lê os jornais, ou ouve os noticiários das rádios ou vê os telejornais sabe que esta crise há muito deixou de ser só económica.
Mas as crises devem ser encaradas com coragem. Não devemos atirar a toalha ao chão porque o Estado, afinal de contas, somos todos nós. Os resultados conseguem-se com luta. E quanto ao PPD/PSD, é altura de reflectir sobre quem será a pessoa ideal para liderar uma mudança, de que o país precisa e por que anseia.
De resto, tenho falado com muitos amigos, militantes do PSD ou simples cidadãos portugueses, e ouvi muitas opiniões sobre o futuro do país, que será influenciado por aquilo que irá acontecer a partir do dia 31 de Maio. O que vos posso responder, agora, é que partilho as vossas preocupações e que as terei em conta quando for votar nesse dia. Poderia terminar, dizendo o que tenho dito, que é: “eu só espero que os militantes percebam isso”. Mas a situação que o país atravessa é tão grave que devemos encarar a actualidade com prudência e coragem, mas com muita seriedade.
A especificidade da crise que o país enfrenta leva a que nas próximas eleições directas tenhamos de decidir em quem votaremos com racionalidade e rigor.
Termino dizendo, apenas, que, tenho esperança e estou convicto de que, juntos, seremos capazes de superar todas estas dificuldades.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Glory, Glory, Man Utd


Neste momento, há duas dúvidas em relação a Cristiano Ronaldo. Será só o melhor jogador do Mundo da actualidade ou será já um dos melhores futebolistas de todos os tempos?
Dúvidas à parte, o Cristiano já é Campeão Europeu, assim como Nani que cumpriu o seu ano de estreia. Mereceram, tanto o título europeu como o britânico.
O Manchester United, de que sou neste momento adepto fanático porque chorei quando Van der Sar defendeu o penalty de Anelka e vibrei durante toda esta época, é a melhor equipa da Europa. O Chelsea foi um digno vencedor e Terry, Lampard e companhia não mereciam a falta de sorte da lotaria dos penalties. A grandeza do Chelsea ainda reflecte a passagem e o espírito de José Mourinho. Foi pena que não fosse o treinador português a levar o Chelsea a um feito europeu, como fez no Futebol Clube do Porto.
A final da Liga dos Campeões foi brilhante. Pelo sacrifício dos jogadores. Por se querer ganhar o troféu em vez de não se querer perder. Pela postura dos treinadores. Pelo empenho dos adeptos. Pela intensidade e pela rivalidade com foi que o jogo foi disputado. E pelo profissionalismo de todos depois de conhecido o vencedor e o derrotado.
Parabéns ao Cristiano Ronaldo, ao Nani e ao Carlos Queiroz. Porque são Portugal lá fora!
Hoje, simpatizantes e adeptos do clube, poderemos cantar:
GLORY, GLORY MAN UTD!...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A última sentença


O dia 18 de Maio de 2008 ficará para História pela tarde em que o Sporting se superiorizou ao FC Porto e conquistou a 15ª Taça de Portugal da sua História.
A justiça, no futebol, não se faz na secretaria, mas em campo. E, no belo relvado do Jamor, o Sporting foi melhor que o Porto do princípio ao fim e a vitória nesta final é inteiramente justa.
Fica também para a História que nesta época, o Sporting e o Porto se defrontaram por quatro vezes e o Sporting venceu três. O Porto apenas ganhou o restante jogo, pela vantagem mínima, em sua casa, com um golo fruto de um atraso fantasma que só o árbitro viu. Feitas as contas desta época, em jogos disputados entre Sporting e Porto, o Sporting marcou 5 golos contra apenas 1 golo, o tal irregular, do Porto.
O Sporting venceu por dois a zero, apesar de ter marcado três golos. Foi fabuloso o ambiente que se viveu no Jamor e um pouco por toda a cidade de Lisboa, que saiu à rua para abanar os cachecóis verde e brancos.
O bom jogo de futebol foi apenas prejudicado pela péssima actuação de Olegário Benquerença que anulou um golo limpo ao Sporting e não assinalou um penalty a favor do Porto, o que não retira nem o demérito ao Porto nem, muito menos, o mérito que a equipa do Sporting teve ao alcançar esta vitória.
Esta foi mais uma vitória dos adeptos, que compareceram em massa, do sacrifício da equipa e, evidentemente, de Paulo Bento. O Porto, que foi vulgarizado, pelo facto de ser o campeão nacional engrandeceu a vitória do Sporting.
Uma última nota para dizer que a final da Taça tem de ser no Jamor. Caso contrário, não é final da Taça, porque não há tradição, não há bifanas, não há cervejinhas com os amigos, não há festa, não há nada. E a final da Taça não é só um jogo. É, também, convívio, família, amigos, bifanas, cerveja, tradição e festa…a grande festa do futebol português.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Uma mancha na História


Luis Filipe Menezes demitiu-se, invocando não "aguentar" as críticas constantes dos seus opositores internos, entre os quais esteve sempre na primeira linha o actual candidato à liderança do partido, Pedro Passos Coelho. Contudo, na noite de ontem, estranhamente, Menezes recebeu Passos Coelho em Gaia, com um jantar e abriu as portas de sede de Gaia do Partido.
Julgo que as críticas, mesmo as internas, são legítimas e que devem ser feitas para enriquecer. Compreendo que essas críticas de Passos Coelho possam ter sido feitas nesse sentido, pelo que as aceito. Um bom líder sabe lidar com as críticas e com os críticos.
Hoje de manhã, vou ao messenger e os meus amigos perguntam-me o que se passou, para Menezes e Passos Coelho, que tanto se criticaram na liderança do primeiro, estarem agora juntos. Respondi que não sei. Porque há coisas que ultrapassam os limites da lógica e da racionalidade.
Mas ontem Luis Filipe Menezes esteve ainda mais infeliz. Porque, na qualidade de Presidente demissionário do PPD/PSD criticou de uma forma inacreditável uma candidata à liderança do Partido, que esteve nos governos do PSD em alturas muito, muito difíceis como todos sabemos.
Eu critico opções e políticas, mas ponho os interesses do partido sempre à frente. Ontem, Menezes, Presidente, disse que Ferreira Leite tinha sido a pior ministra das finanças e da educação do pós-25 de Abril. Chegou ao ponto de dizer que Patinha Antão pode ficar à frente de Ferreira Leite.
É evidente que um presidente do PSD não pode dizer aquilo. Mesmo o mais comum dos militantes perderia dignidade se dissesse o que Menezes disse...
Eu respeito todos os candidatos, porque acho que são bons. Reconheço que as sondagens são importantes e Ferreira Leite e Santana Lopes são os dois dos cinco que estão em melhor posição para derrotar Sócrates em 2009. E Menezes usou esse factor, das sondagens, para criticar Marques Mendes e chegar à liderança do PSD. Hoje, esquece-o e isso é muito, muito grave.
Porque tanto Ferreira Leite, como Santana Lopes, como Patinha Antão, como Neto da Silva e como Passos Coelho merecem, por parte de todos os militantes e dos ainda dirigentes do Partido, um enorme respeito e solidariedade.
Nós, militantes, estamos desiludidos. Ainda para mais aqueles que chegaram a defender o indefensável, como eu, aqui, quase todos os dias no blogue, porque julgámos que era o melhor para o PSD. Sentimo-nos ainda envergonhados daquilo que o ainda líder do partido disse ontem. Independentemente do sentido do nosso apoio e do nosso voto. Fomos bem enganados...
Por muito que não me identificasse com Marques Mendes, reconheço que saiu com dignidade. Luis Filipe Menezes, ontem, manchou e de que maneira, a sua própria dignidade.
Menezes parece não se ter demitido apenas da liderança do PSD. Também se demitiu de ser militante e de ajudar PSD na construção de uma vitória em 2009.Em suma, ele falhou, não aguentou e demitiu-se. E aquilo que me dá a entender é "se não consigo, vocês também não vão conseguir". Oxalá essa tese não tenha sucesso e que o PSD alcance os seus objectivos, seja qualquer for o candidato. Ou candidata. Porque a vitória do PSD é a derrota do PS e, os dois conjugados, são, cada vez mais, um objectivo nacional.
Eu só espero que os militantes percebam isso.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A festa da taça



O Estádio do Jamor é um sítio especial.
Para levar o cão a correr pela mata, para correr, para jogar à bola com os primos, para levar a namorada e...para ir com os amigos a uma mais do que especial Final da Taça.
A final da taça não é só um jogo de futebol. É um dia diferente, em que reunimos os amigos, comemos, bebemos e convivemos e, depois, vamos ver o jogo.
Este ano, por causa de uma histórica vitória contra o Benfica, o Sporting assegurou a presença nesta final, contra o Porto, que teve também um trajecto irrepreensível. Mas o mais importante, na minha opinião, é estar nesta final, tão especial. Ainda por cima, este ano vão estar em campo as duas melhores equipas portuguesas.
Foi com uma enorme alegria que vi os lideres da Juve Leo e dos Super Dragões juntos, lado a lado, antes desta final. Porque o futebol é isso mesmo: uma competição, fomentada por rivalidades amigáveis e pelo amor das pessoas às equipas das suas cidades.
Os bilhetes já estão esgotados e eu já tenho o meu. Vou lá estar no meio da curva verde, que tomará conta da superior norte, do primeiro ao último minuto a cantar pelo Sporting. Do outro lado do estádio, que seja o azul a cor dominante e que também se faça ouvir com toda a força.
Quanto ao jogo, o favorito terá de ser o Porto. Por ser campeão. Pelos pontos que levou de avanço. Por estar "picado" pelo apito dourado. Por ter de ganhar para empatar com o Sporting em vitórias nos jogos entre ambos. Porque o Sporting, este ano, ganhou 2 jogos ao Porto e o Porto só ganhou 1, com aquele golo mal ajuizado pelo árbitro. E porque tem a necessidade de provar que merece ser campeão, que é melhor que o Sporting e que merece estar na Liga dos Campeões.
As finais não são para se jogar bem. São para se vencer. E o Sporting terá de lembrar a meia-final contra o Benfica e esquecer a ausência de Liedson.
Independentemente do resultado, espero que seja uma grande festa. Porque, acima de qualquer outra coisa, a final da Taça é a grande festa anual do futebol português...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Pausa.



Este semestre tem sido particularmente cansativo, o que, julgo eu, se reflectiu mesmo no meu blogue. Julgo que este cansaço, que assumo de forma sensata, se deve a uma azáfama natural de um aluno do curso de direito e a uma crítica constante e destrutiva, que julgo ter sido injusta, às coisas que me aconteceram nos últimos tempos, que assumi e pelas quais me responsabilizei.
Esquecemo-nos muitas vezes que por detrás daquilo que fazemos e escrevemos há um ser humano, que se cansa. Assim, por estes motivos pessoais, académicos, de saúde e pela pouca disponibilidade psicológica que tenho para contribuir construtivamente para o debate blogosférico, faço uma pausa, em que participarei neste universo com menor assiduidade.
Antes desta pausa, tive a oportunidade de escrever sobre o estado do cinema português e a pouca atenção que o Estado e os cidadãos dão à cultura, sobre o fim da época e pré-época do Sporting, sobre a convocatória de Scolari, sobre as eleições directas, além de um agradecimento a Dias da Cunha pelo combate à máfia do futebol. Estes textos estão disponíveis para leitura, nas últimas publicações que fiz aqui no blogue.
Continuarei a escrever, de uma forma menos regular e mais sumatória, sobre aquilo que puder e julgar ser relevante.
Resta-me agradecer a todos aqueles que por aqui passaram, leram, comentaram e participaram, activamente, nas sondagens que aqui realizei.
Este não é, todavia, um ponto final e um adeus, mas umas reticências e um até já.
Obrigado, vão passando por aqui e até qualquer dia...

As directas e o futuro do PSD


Durante os últimos tempos, falou-se de tudo o que não se deveria falar. O objectivo do PSD tem de ser o de ganhar as eleições legislativas de 2009. Qualquer outro que seja o objectivo de um líder ou de qualquer militante do PSD não será, com toda a certeza, objectivo meu. Não tenho nenhum motivo ou ambição pessoais no PSD. O que me move é o patriotismo e as fortes convicções que tenho. Essas convicções levam-me a crer que o PSD pode chegar ao Governo em 2009, tendo em conta o perigo que a continuidade de José Sócrates e do Governo “Socialista” constitui para o futuro do país. Estou consciente de que o mundo enfrenta uma crise grave, crise que já afecta Portugal e cujo impacto pode ainda agravar-se nos próximos tempos. Essa será a altura de o PSD questionar José Sócrates se é mesmo verdade, como o Primeiro-Ministro repete constantemente, que as contas públicas estão em ordem e que o país transpira saúde financeira.
A derrota do PSD em 2009 não está, a meu ver, consumada. O próximo líder do PSD não tem ainda o destino traçado. Seja ele homem ou mulher. Sócrates terá de responder ao incumprimento das suas promessas, à primeira decisão, irreflectida e precipitada, da localização para o futuro aeroporto internacional de Lisboa e confrontá-lo com meia dúzia de propostas fortes, credíveis e consistentes que o PSD terá de apresentar. Sócrates terá de passar por essas e por outras e o(a) líder que for eleito(a) nas próximas directas terá de criar uma onda de mudança com grande impacto nacional. Há todas as razões para que isso aconteça.
Sendo assim, estou fora de qualquer guerra pessoal. Votarei no dia 31 de Maio em consciência e de acordo com as minhas convicções, indiferente a qualquer apoio a qualquer candidato. O que fará votar serão as propostas que forem apresentadas e a consciência de quem terá melhores condições para levar o PSD ao governo de Portugal. O que está em causa não é a escolha de uma cara, mas de um projecto que leve o PSD, de novo, ao Governo do país.
Eu só espero que os militantes percebam isso.

O ontem, o hoje e o amanhã do Sporting


O Sporting chegou aos quartos-de-final da Uefa, à final da Taça da Liga e da Taça de Portugal e acabou o campeonato em segundo lugar. Mesmo não ganhando nada, o balanço poderia ser positivo não fossem as péssimas exibições sucessivas da equipa, as opções técnicas erradas e a má política de contratações.
Será incompreensível que a direcção do Sporting caia no erro de pensar que, mesmo ganhando a Taça de Portugal e o Sporting, a nível de resultados, ter uma época idêntica à anterior, possa dizer que foi uma temporada positiva. Eu gostava de explicar aos dirigentes do Sporting a diferença entre as duas últimas épocas, dando o exemplo da última jornada e da forma com que nos despedimos do campeonato.
Nos dois anos, no último jogo, o estádio encheu para ver o Sporting. Mas, no ano passado, no caso de uma pouco provável conjugação de resultados, o Sporting poderia, na última jornada, ter alcançado o título que, no meu entender, seria merecido. Pelo menos, os adeptos do Sporting sentiam que aquele título seria merecido e, mesmo não sendo campeões, a sensação que nós, adeptos, tínhamos era como se tivéssemos, de facto, sido mesmo campeões. Porque fomos a melhor equipa do campeonato e porque o título se escapou por um ponto, que nos foi tirado irregularmente por um golo marcado com a mão. No ano passado, o Sporting jogava bem, ao ponto de ser tão bom ou melhor que o Porto, e este ano fomos manifestamente inferiores. O segundo lugar, este ano, resulta do facto de termos sido menos maus que os concorrentes directos e isso não nos dá grande orgulho.
Por muito que se critique a direcção, não há nada que possa ser tão criticável como a atitude que os jogadores tiveram na maioria dos jogos desta época, exceptuando as competições europeias, a meia-final da Taça e mais um ou outro caso pontual. Mesmo invocando o cansaço dos jogadores por causa de se ter um plantel curto, este ano faltou a entrega ao jogo e a ambição de o ganhar que havia no passado.
Estas duas classificações, iguais, escondem um contraste de duas épocas. As falhas defensivas, nas quais Rui Patrício tem grande responsabilidade, fizeram com que o Sporting perdesse vários pontos. O Sporting poderia ter tido outro resultado em Braga, Leiria, no Bessa, Roma, Setúbal, e vários outros jogos, não fossem as infantis falhas defensivas do Sporting. Por culpa da defesa, falhámos o apuramento para os oitavos de final da Champions e a hipótese de lutar com o Porto pelo título nacional.
Será verdade que a lesão de vários jogadores que poderiam ser importantes, como Pedro Silva, Derlei e até o próprio Djaló, ajudaram a sentenciar a época, mas não se compreende como é que as alternativas poderiam ser Marian Had, Purovic, Gladstone e até o próprio Ronny fez mais de meia época como titular, indiscutível, da equipa.
No ano passado e na euforia de uma grande época e da conquista da Taça de Portugal, o Sporting vendeu o Nani por 25 milhões. Não faz sentido que, depois de uma época fracassada, a direcção caia no mesmo erro, de vender uma jovem com grande potencial, para depois se ir reforçar com jogadores de qualidade duvidosa. Admito a possibilidade de vender, se aparecer um grande negócio, apenas se esse negócio permitir ao Sporting encaixar dinheiro para se reforçar da forma adequada. Assim, não faz sentido, na minha opinião, que se venda um João Moutinho, ainda por cima, capitão de equipa para se ter dinheiro para manter o Grimi e o Izmailov. Não faz sentido nenhum!
Quanto à política de contratações, todos sabemos que apesar dos anúncios feitos, o Sporting tem problemas financeiros. Nos últimos anos, a articulação entre os problemas financeiros e a obrigação de reforçar o plantel fez com que o Sporting apostasse em jogadores quase desconhecidos, de qualidade duvidosa. Essa política foi errada, porque nem se resolveram os problemas financeiros nem o Sporting reforçou, qualitativamente, o seu plantel de futebol. Sou defensor da tese de que mais vale apostar no seguro, reforçando o plantel com jogadores que dão garantias, do que contratar um maior número de jogadores, desconhecidos e que acabam por não ser verdadeiros reforços da equipa. Esse foi, de resto, o grande erro dos responsáveis do clube. Vejamos que jogadores como Paulo Assunção, indispensável na conquista do título para o Porto, e Anderson, que saiu por 35 milhões para o Manchester United, estiveram para jogar no Sporting. Houvesse mais ousadia e coragem e o Sporting teria menos problemas do que aqueles que tem hoje.
O Sporting cometeu vários erros no passado, que se reflectiram na equipa este ano. Faço figas para que não se cometam os mesmos erros do passado mais uma vez.
Ainda falta jogar a final da Taça e justifica-se o atraso na preparação da próxima época. Daquilo que posso falar é na minha preferência para reforçar o plantel do Sporting. Tendo eu o conhecimento de que a intenção é de manter Paulo Bento como treinador, será com uma natural revolta e inconformismo que verei a saída de Stojkovic da equipa do Sporting. Sendo assim, a primeira posição a reforçar é a de guarda-redes. Mas o Sporting precisa de reforços para várias posições. Quanto a nomes, Caneira, Viana, Pauleta e Rochemback são jogadores que me agradam, mas que não chegam para que o Sporting tenha equipa para alcançar os seus objectivos. Porque o Sporting quer ganhar tudo. Outros nomes? Zé Castro e Pedro Mendes. Ou Geromel e Jardel…
Quanto a saídas, penso que Tiago, Gladstone, Ronny e Purovic devem ser os primeiros a sair. E sou a favor da continuidade de Farnerud e Izmailov e ainda a favor do regresso de Carriço, de Saleiro e dos outros jovens de que se está a falar. Quanto a Grimi, na falta de melhor e o melhor, para mim, seria Jorge Ribeiro, como já tinha dito há muito tempo, o Sporting deve fazer o que estiver ao alcance para o manter no plantel. O limite do alcance não chegará ao valor que o AC Milan pede, porque o jogador não tem esse, pelo menos por agora, esse valor.
Rui Patrício deve ser emprestado ou vendido se a proposta certa aparecer, porque não tem, ainda, o valor que um guarda-redes de primeira liga deve ter. Aliás, está mesmo muito longe disso!
Com tudo isto que escrevo, quero dizer que a equipa pode ir para o Euro e de férias para onde quiser, mas os dirigentes não podem ter férias se querem, de facto, que um Sporting seja “um grande tão grande como os maiores da Europa”, um sonho antigo que tarda em se fazer cumprir.

As escolhas de Scolari


Independentemente de não estar de acordo com um ou outro nome, a notícia devem ser os que vão e não os que ficam. Pessoalmente, preferiria Eduardo ou Hilário a Rui Patrício, Maniche a Petit, Caneira a Paulo Ferreira, Yannick Djaló ou Makukula a Hélder Postiga. Talvez até estivesse mais de acordo com a ida de Carlos Martins do que com a convocação do Deco. Mas enfim. O que interessa são os que vão e, a partir de agora, serão aqueles 23 jogadores que representarão Portugal e será a eles que apoiaremos incondicionalmente do primeiro ao último minuto da selecção no Euro.

Obrigado.



Teve a coragem de pegar o boi pelos cornos.
Foi à televisão pública denunciar, pela primeira vez, as faces do sistema.
Ainda hoje, também na televisão pública, chamou mafiosos a vários dirigentes com enormes responsabilidades no desporto português, nomeadamente no futebol.
Lutou, como ninguém, pela verdade desportiva.
Lutou, como ninguém, contra a máfia do futebol e contra a corrupção.
O apito dourado, que cegou a Justiça durante décadas, foi para os tribunais por força da sua vontade e coragem.
O Sporting foi e continuará a ser o grande lesado por ter, num determinado momento da sua história, lutado contra o poder que comandava o futebol.
Dias da Cunha enfrentou o poder. Ganhou apenas por uma razão: teve sempre a razão e a verdade do seu lado.
O futuro do futebol português, para ser digno, verdadeiro e, assim, com uma maior dimensão europeia, passará pela presença de pessoas como Dias da Cunha. Seja na Liga, na Federação, na Secretaria de Estado ou num qualquer outro órgão com responsabilidades directas no futebol.
Como David na luta contra Golias, Dias da Cunha é o símbolo vivo da luta pela transparência, pela verdade e pelo desporto.
Apesar de ter sido menosprezado e até, de certa forma e por certo grupo de pessoas, atraiçoado, sempre defendeu os interesses do Sporting, entre os quais estão a defesa do bom nome do clube, desmentindo a notícia que dava conta mentirosamente que o Sporting tinha salários em atraso, e a defesa da verdade desportiva, questão em que tem sido peça fundamental.
Ao Sporting compete, e exige-se, o reconhecimento e a gratidão pelo que Dias da Cunha fez. A mim, enquanto sócio e adepto do futebol, restam-me dizer, repetidas vezes: obrigado, muito obrigado, Dias da Cunha.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O cinema português e a cultura em Portugal, hoje.



Coloquei a fotografia de Ivo Canelas por diversas razões.
A primeira razão tem a ver directamente com o seu desempenho nos filmes “Call Girl” e “O Mistério da Estrada de Sintra”, que fizeram com que, com todo o mérito, o actor vencesse um globo de ouro.
Portugal tem tudo(!) para ter um cinema com uma maior reputação a nível internacional. Deve haver, da parte do Estado, um apoio muito maior a todas as formas de cultura, desde a língua ao cinema. Porque somos um país de cultura, cultura que está completamente desaproveitada, sobrevivendo graças ao enorme sacrifício de várias pessoas. Várias, mas cada vez menos. O Estado tem de estar atendo a isso.
O apoio que o Estado tem de dar ao cinema português pode não passar necessariamente apenas pelo apoio financeiro. Julgo que o Estado pode apoiar a cultura através de uma melhor legislação. Alguns dos filmes portugueses que vi, como aqueles dois que referi atrás, em que o Ivo Canelas participou, não devem nada à maioria dos filmes que se fazem do lado da lá do Oceano Atlântico.
Aproveitando o facto de falar de cultura, acrescento que passa pouca música portuguesa na rádio, relacionando com a percentagem de música nacional que passa música na vizinha Espanha, em França e por aí fora.
Não me conformo com o facto de se dizer que o Ministro da Cultura tem sempre um papel pouco importante e que se limita a dividir as poucas verbas que tem pelas entidades da cultura. O dinheiro não resolve nenhum problema. O problema com que o país se depara a nível cultural combate-se com leis e com políticas.
Parece que nunca é oportuno para se falar da cultura. Mas esquecemo-nos de que se não lhe dermos a devida atenção, a cultura morre.
A música, a língua, a literatura, o teatro e o cinema não se substituem por telenovelas, apesar de reconhecer que as televisões, públicas e privadas, estarem a fazer um trabalho irrepreensível na procura de novos actores.
Portugal, em duas palavras, resume-se em duas palavras: História e Cultura. E cada dia que passa, a História e a Cultura estão cada vez mais esquecidas.

Acabou o campeonato.


Pela terceira vez consecutiva: Porto campeão.
Pela terceira vez consecutiva: Sporting, vice-campeão.
Pela terceira vez consecutiva: Sporting e Porto com acesso directo à Champions League.
Pela terceira vez consecutiva: Benfica falha acesso directo à Champions League.
Pela terceira vez consecutiva: Primeiro, Porto, depois Sporting e depois o resto...
Novidades: Vitória de Guimarães vai à pré-eliminatória da Liga dos Campeões e o Benfica fica em quarto.
E fico-me por aqui. O amor ao Sporting e a chegada da final da Taça de Portugal fazem com que não fale mais. Este campeonato foi mau demais. Só o Porto esteve à altura daquilo que eu gostava que fosse a primeira liga do futebol português. Parabéns, sinceros, ao Porto e ao Vitória de Guimarães, ao plantel do Boavista e do Estrela da Amadora. Um grande abraço também ao Rui Costa. Ele é fabuloso e faz falta ao futebol e a Portugal.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Luto! - parte III

Michel Platini: “Nós, na UEFA, estamos totalmente contra qualquer manifestação de racismo ou xenofobia, pelo que sou favorável a uma solução radical, pois acredito que o futebol tem de manter certos valores, apoiando a suspensão dos encontros”.

Afinal, a Liga é a favor do racismo?
Ou Portugal não faz parte da Uefa?
Luto!...contra o racismo.

Luto! - parte II


Ninguém se lembra pois não?
Ou a diferença está na cor das camisolas?
Luto!...pela verdade desportiva.

Luto!


O futebol português bateu no fundo.
A corrupção no futebol, que afecta, pelo que tem sido noticiado, o Boavista e o Porto, pelo menos, está a ser julgada nos tribunais.
Depois do Farense e Salgueiros, Boavistas, Estrelas e tantos outros correm riscos de falência.
Há jogadores que, por não receberem salários há três meses, já nem sequer vão treinar.
Mas eu hoje vou falar do Sporting, porque o que se está a passar é absurdo e lamentável. Julgo que foi exagerada a suspensão de Derlei, na medida em que comportamentos semelhantes não tiveram a mesma consequência disciplinar. Agora, diz-se que o avançado que resta ao Sporting pode ser suspenso...depois de terem suspendido um outro e da lesão de Liedson!
Derlei trouxe a força para 5 golos e para uma goleada histórica contra o Benfica.
Agora, Djaló, que regressa após 5 meses de lesão(!) e já marcou 7(!) golos, parece amedrontar muito boa gente deste futebol. Vamos então analisar o que se passou:
Eu gosto de chamar as coisas pelos nomes, não sou racista e, portanto, estou à vontade para falar destas coisas.
Djaló é preto. Foi alvo de vários insultos e cânticos racistas no jogo da Mata Real (e em tantos outros!) e, quando marcou um golo fabuloso que deu a vitória ao Sporting, fez uma careta com o seu amigo Miguel Veloso, sem palavrões, sem ofensa a ninguém. Se houve provocação, não foi Djaló que a fez. Apenas festejou um golo, fazendo caretas com um amigo para as pessoas que o insultavam, chamando-lhe, entre outras coisas "preto da Guiné".
Aliás, as imagens provam que Djaló mandou calar os adeptos...que entoavam cânticos racistas!
Fazemos campanhas contra o racismo e a Liga ainda castiga as vítimas do racismo no desporto. É lamentável.
Respeitem o Sporting. Fomos nós que, corajosamente, chamámos a atenção nacional para o Apito Dourado.
Respeitem o Sporting. Afinal, quem é que dá os Figos, os Quaresmas, os Cristianos Ronaldos? Ou os Moutinho, os Djalós e os Velosos? Nós somos a melhor instituição desportiva portuguesa porque formamos os melhores jogadores do Mundo.
Respeitem o Sporting. Porque pagamos os impostos e, dentro das nossas limitações, pagamos aquilo que devemos. Aqui não há dívidas ao fisco nem salários em atraso.
Respeitem! Porque é mais útil o Sporting ao futebol português do que o contrário.
Nós sabemos o que se tem passado. Sabemos as histórias todas. Não é por acaso que fomos, nas competições europeias, mais longe do que qualquer outra equipa portuguesa. Perdemos contra o Manchester e o Rangers, que chegaram à final dessas competições. Não será mesmo por acaso...
Alguém ainda se lembra de quando Nuno Gomes, festejando um golo do Benfica contra o Braga, fez sinal de drogados, à frente de toda a gente aos companheiros de profissão que jogam no Braga? Ah, ok, não se lembram pois não?
O futebol não vale a pena sem a explosão de alegria e o entusiasmo do festejo de um golo.
O futebol não vale a pena sem jovens, de todas as raças.
Mas pelos vistos, há pessoas que não gostaram do golo magnífico de Djaló!
Enquanto sócio do Sporting, faço parte de um clube diferente. Luto pela formação de atletas. Luto pela excelência. Luto contra a corrupção. Luto pelo ecletismo. Luto pela identidade de um clube centenário. Luto pela verdade desportiva. E luto por tantas outras coisas...
O futebol português está a morrer.
Luto!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Parabéns Trofense


O Trofense, com todo o mérito, subiu à Primeira Liga.
Parabéns aos jogadores, dirigentes e adeptos.
Sejam bem-vindos.
Espero que fiquem por cá durante muitos, longos e bons anos.

domingo, 4 de maio de 2008

Uma velha aliança


Há dias comentei com uns amigos que o Porto não iria ganhar ao Nacional da Madeira.
Já o disse e repito, agora, que não gosto do Nacional, por causa do seu Presidente. O eng. Rui Alves foi mal-educado com o Sporting, aquando da possibilidade de Adriano, avançado que jogava no Nacional, vir para o Sporting. O mesmo se passou noutros casos em que jogadores que eram cobiçados pelo Sporting foram parar ao Porto.
Pinto da Costa é, como os factos comprovam, muito amigo de Rui Alves. Assim, normalmente quando o Porto precisa, o Nacional faz o favor, e vice-versa.
Este ano, o Nacional precisava de pontos e Pinto da Costa sabia disso.
Pinto da Costa também sabia que se Fábio Coentrão fizesse um bom jogo no Dragão teria grandes probabilidades de ficar no plantel do Benfica para a próxima temporada. Numa jogada só, o Porto fazia um favor a um aliado de há algum tempo e fazia com que o Benfica ficasse com mais um jogador medíocre no seu plantel. Pinto da Costa sabia disso.
Pode até ser coincidência, mas eu já acredito pouco em pessoas boas no futebol.
O que é certo é que o Porto perdeu, o Coentrão assegurou praticamente o seu lugar no plantel do Benfica na próxima temporada.
Pode haver pessoas a rir da goleada que o Porto sofreu na noite passada. Mas dizem que quem ri por último, ri melhor. E Pinto da Costa também sabe disso.
Há quem queira fazer-nos passar por parvos.
Foi, de facto, uma jogada muito inteligente. No Porto, até o Presidente joga. Talvez a diferença para os rivais de Lisboa esteja aí.

Faltaram 2 pontos


O rugby é um desporto diferente. Se nas outras modalidades se podem formar grandes atletas, no rugby, acima de qualquer outra coisa, formam-se homens.
Tempos houve em que joguei na Agronomia. Jogava a centro numa equipa praticamente nova e sem experiência. Foi uma das grandes experiências da minha vida.
Éramos talvez 25 ou 26 no total e treinávamos duas vezes por semana, no duro. E quando digo no duro é no duro mesmo. Ao contrário das outras equipas, a Agronomia tinha, naquele ano, nos juvenis, uma equipa nova. Havia pouca experiência de rugby e não havia qualquer tipo de sistema de jogo. Isso uniu aquela equipa.
Ao contrário do que se pensa, vi vários amigos a chorarem nos treinos. A paixão por aquela camisola e a ambição de dar tudo por aquele grupo, por aquela equipa, era imensa.
Confesso que o melhor que consegui no rugby foi ser um jogador medíocre. Nunca passei daí. Mas dava tudo nos treinos, como todos os outros colegas, para podermos festejar vitórias aos fins-de-semana.
A experiência na Agronomia foi inesquecível. Foi naquele relvado e naqueles quilómetros de alcatrão que corríamos nos treinos que aprendi o verdadeiro sentido da expressão “espírito de equipa”. Outro conceito que aprendemos foi o de amor à camisola.
Ao contrário do que muita gente pensava, naquela época, ganhámos ao Belenenses, ao Técnico, ao Direito e ao CDUL, que são algumas das melhores equipas portuguesas, principalmente nos escalões mais jovens.
Lembro-me de um dia que foi marcante. Era domingo de manhã e jogávamos em casa contra o Belas. Era um dos primeiros jogos da pré-época e perdemos por 15-5, num autêntico banho táctico de rugby. O clima que se viveu antes desse jogo no nosso balneário, a entrada em campo e o fim do jogo serão, para mim, inesquecíveis. Foi graças a essa derrota que corrigimos muitos dos nossos erros e que arrancámos para uma boa temporada. É que tínhamos perdido contra uma equipa que era manifestamente inferior.
Por causa dos estudos, fui forçado a não continuar.
Mas devo muito à Agronomia!
Ontem, em seniores, a Agronomia perdeu, injustamente, o campeonato nacional de rugby, competição em que foi, de caras, a melhor equipa, apesar deste último jogo, diante do Belém ter sido mais equilibrado. Perder por um ponto no último minuto de uma final deve ser a pior sensação que um “profissional” de rugby pode ter.
Acompanhei esta época da Agronomia com uma maior atenção porque dois ex-colegas de equipa fizeram alguns minutos este ano pela equipa principal e poderiam ter sido campeões nacionais. Não foram, mas o sentimento que eu tenho é como se tivessem sido.
Para mim, a Agronomia nunca perde. Foi a melhor equipa este ano e só não é campeã nacional porque o Belenenses teve uma ponta mais de sorte. E porque Joe Gardener, afinal de contas, não deu para tudo…
Esta derrota não pode abalar a confiança da equipa. Ainda por cima olhando para a forma como perderam o jogo. Ontem, a equipa sénior da Agronomia dignificou e honrou todos aqueles que já lá jogaram e todos os seus adeptos.
Uma última palavra só para dizer que era bom que o Governo, as televisões e os portugueses dessem mais atenção ao rugby. Porque no rugby não há sistemas. Não há corrupção. Não há vigarices. Nem canalhas! É um desporto em que se joga por amor à modalidade e à camisola. E não se recebe um único cêntimo em troca de tanto esforço, tanta dedicação e tanto, tanto sacrifício.
Parabéns ao Belenenses, que é campeão nacional, e também à Agronomia, que desafortunadamente, perdeu a possibilidade de revalidar o título.

sábado, 3 de maio de 2008

Patetopata


Há gente mal informada.
Isso acaba por consolar, às vezes.
Porque nos podemos rir com os disparates que dizem.
É chega para lá e é chega para cá...é patetice atrás de patetice.
Não conhecem, não conseguem, não têm hipótese de lá chegar.
Então falam mal dos outros. Sem razão. Sem razão nenhuma, porque falam sobre coisas erradas, que não se passaram assim.
O PSD não é uma feira de vaidades. A integridade, a solidariedade e a causa, chamada PSD, são mais fortes do que certos estatutos que as pessoas possam ter.
Uns fazem tudo para serem convidados para qualquer coisinha. Outros dão-se ao luxo de continuar a serem dignos, solidários e íntegros. Esses, sim, são os militantes que valem a pena. Porque estão para servir e porque se movem por duas coisas: convicções e valores.
Esses militantes que recusam um estatuto, pelas razões que atrás apontei são já casos raros. O exemplo que dou é de uma mulher. Uma grande militante. Uma grande mulher.
São estes os militantes que fazem falta e são estes os militantes de que o PSD precisará no futuro.
Não são os que se movem pelos ódios pessoais, por coisas mesquinhas e por rancores vindos do passado.
Eu só espero é que os militantes percebam isso.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

As directas e a derrota de Sócrates


Muito se tem dito sobre as poucas probabilidades de se derrotar José Sócrates em 2009. A imprensa dá essa vitória como dado assegurado. A única dúvida prende-se com a possibilidade de Sócrates alcançar a maioria absoluta ou não.
Este conformismo é, para mim, estranho e inexplicável. Por duas razões: primeiro, porque José Sócrates e o seu Governo têm governado mal e, depois, porque hoje o Primeiro-Ministro já não é aquele gigante monstruoso inderrotável.
Ontem, ouvi mais um debate quinzenal em directo na TSF. Mais uma vez, Sócrates não respondeu às perguntas, fugiu ao essencial, meteu os pés pelas mãos e voltou a refugiar-se no passado, atirando as responsabilidades para o PSD e para o CDS, que, durante três anos, governaram em coligação.
A prestação de José Sócrates ontem foi, mais uma vez, muito fraca. No meu entender, foi derrotado por quase todos os partidos. Desde a direita de Portas à esquerda de Louçã, passando, inevitavelmente pelo PSD.
O que se passou ontem, mais uma vez, na Assembleia da República, é que não deixa dúvidas sobre a derrotabilidade de Sócrates e do PS em 2009.
E, acredito, que o PSD tem, pelo menos, dois candidatos (um homem e uma mulher) capazes de liderar essa derrota do Partido Socialista.
Derrotar José Sócrates é possível.
Até porque a demagogia nem sempre ganha eleições!
O PSD poderá, mesmo, dar a última sentença ao governo socialista.
Eu só espero que os militantes percebam isso.