sexta-feira, 31 de julho de 2009

PSD Algés - um exemplo de democracia

A Secção de Algés do PSD tem dado, nos últimos anos, o exemplo de como deve ser a democracia num partido político. Em Algés, os militantes são convidados a dar a sua opinião sobre quem querem que seja o candidato aos órgãos locais. Têm-no feito democraticamente. E no fim de discutirem as opções, os nomes são escolhidos num sufrágio directo e secreto.
Quando for altura de ir a votos, os cidadãos vão saber que o candidato do PSD (se tudo correr com democracia) ao cargo local foi escolhido pelos militantes locais do Partido.
Curiosamente, quando a Distrital não acatou o que foi escolhido pelos militantes de Algés, no passado recente, o PSD deu-se mal. E dar-se mal é sinónimo de perder eleições. Porque são os de cá que sabem o que cá é preciso. São os de cá que sabem o que é melhor. Para o Partido, para o seu concelho, para a sua freguesia.
Em Algés não há cartazes sem uma posição definitiva, oficial e pública da Direcção Nacional do Partido. Em Algés não há polícia para garantir a segurança no escrutínio. Em Algés não há imposições, mas liberdade total dos militantes em fazer as suas escolhas. Em Algés não há militantes em bico de pé, para votar o que já foi votado e decidir o que já foi decidido, apenas para ter poder.
Tem sido assim, por ser exemplar, que a secção de Algés tem crescido e garantido, ao longo da sua história, importantíssimas vitórias para o PSD. E em Algés os militantes não se põem ao lado de quem não gostam para ter alguma visibilidade.
Os militantes escolheram e está decidido. Esperam, agora, uma atitude exemplar de uma Distrital que é composta por gente diferente da maioria dos militantes de Algés. Caso contrário, haverá, na altura certa, que pedir responsabilidades. E, se for caso disso, de exigir demissões. Porque, como disse acima, não chega decidir o que, irremediavelmente, já tinha sido decidido (sobretudo para a cidade de Lisboa). Por uma Direcção Nacional que já levou o PSD à vitória nas Europeias, que esteve um ano inteiro a ouvir os cidadãos e, talvez por isso, sente e percebe melhor as pessoas.
E é assim, com prazer acrescido, que vou de férias. Podendo dizer com o orgulho de sempre que sou militante do PSD. Que sou militante na secção de Algés.

Sir Bobby Robson


Era ele o treinador do Sporting quando comecei a gostar de futebol, logo aos cinco anos de idade, se não me engano. Foi, provavelmente, a sua elevação que me fez crer, já naquela idade, que o Sporting era um clube diferente dos outros.
Foi ele que lançou uma equipa super promissora, que poderia ter sido campeã nacional. Poderia, com ele, ter começado uma nova era, vencedora, no Sporting. Só não começou porque foi cometido aquele que terá, provavelmente, sido o maior erro dos últimos vinte anos do Sporting: o de se ter despedido Bobby Robson.
Não me esqueço daquele jogo fatal, em que Bobby Robson se sagrou campeão nacional, depois de ter ido para o Porto. Chorei muito por não ter ido ao estádio. A minha mãe não deixou, porque era um jogo de alto risco. Lembro-me perfeitamente desse dia. Salvo erro, foi Iordanov que cometeu a falta que deu origem à grande penalidade que Domingos facturou. Com esse golo, o Porto foi campeão nacional. Chorei muito nesse dia e foi a minha irmã Teresa que me consolou. Porque, nessa altura, ainda era matematicamente possível o Sporting sagrar-se campeão. Foi uma espécie de vingança, merecida, de um homem a sério, dos poucos que passaram pelo futebol português.
Fui seguindo a sua carreira, sobretudo o futebol espectáculo praticado pelo Barcelona, que ajudou muito ao crescimento do futebol espanhol, mas também no Newcastle. Não cheguei ao mundo a tempo de o ver como jogador e como seleccionador inglês.
Mas, pela importância que teve (e que poderia ter tido se não tivesse sido despedido do Sporting) e pela sua maneira de estar no futebol e na vida, a morte de Sir Bobby Robson é uma grande perda para o futebol mundial.

Outro soneca


Compreendendo a tarefa ingrata de se ser Presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, ainda para mais nesta altura, não posso deixar de subscrever integralmente o que foi dito sobre as recentes afirmações de Joaquim Evangelista nos blogues O VISCONDE e SPORTING NA MENTE.
Sempre fui contra a convocação de jogadores estrangeiros para a selecção nacional. Fui contra a ida de Deco e de Pepe para a selecção nacional. Sou contra a convocação de Liedson. Mas não posso deixar de criticar um senhor que já disse que o Sporting tinha salários em atraso quando o Sporting não tinha. Onde é que estava o Evangelista quando foi da convocação de Deco e de Pepe para a selecção?
A par do Governador do Banco de Portugal, encontrámos outro "soneca". Deve ter andado a dormir e só acordou agora. Pelo menos para esta questão. Simplesmente porque se trata de um jogador que é do Sporting.

Aldrabice

Um campeonato que começa com a suspensão de um treinador (de um dos potenciais candidatos ao título), suspensão que se deve a um facto ocorrido a meio da temporada passada, é um campeonato que começa viciado.
A juntar-se ao que se passou na Taça da Liga, à arbitragem do referido jogo da Taça entre Sporting e Porto (com uma arbitragem miserável que prejudicou as duas equipas e o espectáculo), além do precedente aberto com a atribuição de um título de juniores decidido à pedrada, (para não falar de um Apito Azul que culminou com a perda de seis pontos no campeonato em que o Porto teve mais avanço nos últimos anos), o único sentimento que qualquer pessoa que goste de futebol - de futebol a sério - pode ter perante a realidade do futebol português é nojo. Muito nojo. De tanta incompetência e...vigarice. Sim, vigarice. Quem é que ainda tem dúvidas?
E não se vê como pode este cenário mudar. A não ser que seja a gripe A, as aldrabices vão ser as mesmas do costume. Até porque a vergonha é coisa que, CADA VEZ MENOS(!), afecta quem manda no futebol português.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O que importa



Fotografia tirada na Rua Direita, da Chamusca, no Ribatejo.

O Sporting precisa de se reforçar


Começo por dizer que, numa primeira análise, o que senti quando o árbitro assinalou a grande penalidade (falhada por Moutinho) a favor do Sporting foi que tivemos sorte: minutos antes, o árbitro não assinalou uma grande penalidade evidente por falta de Carriço. E, até aí, o Twente era dono e senhor do jogo.
A partir daí vi uma equipa incapaz de derrotar um segundo classificado holandês a jogar com menos um jogador. Incapaz porque falta um jogador no meio-campo. Incapaz porque, excluindo Liedson, não há outro avançado capaz de fazer a diferença. Mas pior do que isso, o que constato é que a incapacidade do Sporting em dominar (desde o primeiro minuto) começa na defesa, que se atrapalha com a bola, perde minutos em ressaltos, bolas perdidas e demais aselhices...e ainda cria alguns calafrios.
O Sporting tem apenas um grande jogador no sector defensivo, que se chama Daniel Carriço. Não contando obviamente com Miguel Veloso que foi, para mim, o melhor em campo. Se Polga é (apenas) mais um jogador, já Abel, Pedro Silva e Caneira (a titulares) são sempre pior do que ter um jogador a menos. Tonel também não serve para uma equipa que ambiciona (pelos menos) chegar à Liga dos Campeões. Grimi prefere a noite para outras coisas, e não para jogar à bola. E, na defesa, o Sporting não tem mais ninguém.
É evidente que o Sporting precisa de um bom lateral direito e um bom lateral esquerdo. Simplesmente para poderem jogar no onze, porque os que cá estão não têm nem arte nem engenho para serem sequer alternativas. Exceptuando, talvez, o Caneira. Excepção que se deve ao enorme sportinguismo do jogador.
É aqui que o Sporting precisa de se reforçar. Sob pena de ter uma defesa pior que a do Sporting de Braga. Porque uma equipa que tenha Veloso (sem amuos), Moutinho (em forma), Fernandez (que está a melhorar), Vukcevic (noutra posição), Adrien (mais rodado) e Pereirinha (a sua velocidade exige mais tempo em campo), além de Izmailov, já é equipa para lutar pelo título. Meio-campo ao qual se poderia juntar mais um bom jogador, se, no mercado, houvesse uma boa oportunidade.
Oxalá que Caicedo seja solução e não mais uma tentativa para tapar um buraco.
Não faltou atitute nem determinação nem ambição a nenhum dos que vestiram a camisola do Sporting na noite que passou. Faltou qualidade. A que não havia nas laterais. A que causava a ineficácia no sector ofensivo.
O Sporting com estes laterais e com esta defesa abaixo do medíocre não pode querer jogar na mesma Liga que o Barcelona. É pena. Porque estou absolutamente convencido de que, com mais dois (laterais) ou três bons defesas (um central e dois laterais), o Sporting poderia ser boa figura nas competições europeias e lutar, a sério, para ser campeão nacional. Caso contrário, será mais um campeonato que se escapará para...a cidade Invicta.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Santana ganha primeiro debate

Realizou-se ontem o primeiro debate entre os candidatos a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Que abriu o apetite para a campanha eleitoral. Mas que exige, pela complexidade e importância da capital do país, pelo menos um segundo debate, mais próximo das autárquicas.
Muito marcado pelas contas, muitos ficaram surpreendidos pela insistência nos números da dívida e do passivo. Pensavam que essa era uma questão que Pedro Santana Lopes iria querer evitar. Mas quem não deve também não teme, ficou claro que Santana assumiu dívidas de anteriores gestões socialistas, o que aumentou a dívida e o passivo camarários. Ficou também claro que António Costa diminuiu a dívida a fornecedores. Como? Pedindo emprestado à banca, a quem ficou a dever com um juro mais elevado. Ou seja, a Câmara diminuiu a dívida a fornecedores apenas porque o que a eles devia, deve agora ao banco. E, provavelmente, deverá bastante mais.
Não me surpreendeu, portanto, a insistência em falar de contas. Surpreendeu-me, e pela negativa, o desconhecimento de António Costa relativo à cidade. Não estava à espera que um Presidente de Câmara, depois de dois anos em Lisboa, não conhecesse a cidade.
Outra questão foi a das obras. Será possível que um homem venha defender o pré-pagamento? É que quando Santana Lopes saiu da Câmara, o túnel do Marquês ainda não estava completo. Isso é que é irresponsável. Será possível que um homem venha dizer que o túnel do Marquês não é obra de Santana Lopes? Aqui, a reacção só pode ser um "lol".
Foi um debate curto (para o que a cidade exigia), mas intenso e disputado, com vitória clara de Santana Lopes.
Foi também um debate útil, visto que evidenciou algumas diferenças entre os dois candidatos: um diz que a casa ficou arrumada, o outro sente, ouve e abraça Lisboa. Um faz truques com as contas, o outro faz as contas para resolver mais depressa os problemas dos munícipes e fazer obra que se possa traduzir em maior qualidade de vida. Um é presidente se secretária, o outro é presidente de rua, de proximidade. E o poder autárquico exige a proximidade. Da rua. E das pessoas.
São estes os dois candidatos: um é António Costa, o outro é Santana Lopes. Que ganhou o debate, abrindo caminho para uma vitória com sentido a 11 de Outubro.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Esta fez ricochete



Uma das coisas que afasta as pessoas da política é o facto de, quando olhamos para o que deveria ser um transparente debate de ideias, só se ver, entre os políticos, ataques constantes à integridade dos adversários.
Além de afastar as pessoas, revolta-me. Revolta-me que um homem que nada fez, em tantos anos em Lisboa, tenha uma única arma: ridicularizar e insultar publicamente o seu adversário. Fá-lo coligado com um homem que enormes prejuízos causou aos lisboetas. E em coligação com uma senhora que muda de cor política consoante lhe dá na cabeça.
Voltamos à campanha de Obama. Quando foi que ele insultou o adversário? Ele, felizmente, tinha outras armas. E os adversários, sendo humanos e pessoas que, enquanto políticos, têm a responsabilidade de representar, defender e prosseguir as pretensões dos cidadãos, são para ser respeitados.
Quais são as ideias de Costa? O que fez? Quais são as suas propostas? Resolveu problemas? Resolveu o passivo? Ou contribuiu para isso? Ou endividou-se ainda mais? São essas as perguntas que os lisboetas colocam. A Costa e a Santana. E não qual é o que fala verdade e o que mente.
Quem é Costa para chamar mentiroso a Santana Lopes quando foi ele que disse, em entrevista à Ana Lourenço, que "resolvemos o passivo da Câmara". Dias depois pediu mais empréstimos.
Quando entrou na campanha, caiu no fruto proibido. Que, sendo o caminho mais fácil, é fatal. Chamou mentiroso a Santana Lopes quando este disse que o passivo era de mil e setecentos milhões de euros. Diziam nesse vídeo que o passivo era de mil e quinhentos milhões. Mas rapidamente surgiu a resposta de Santana, com um vídeo de uma entrevista na RTP, em que foi o próprio António Costa que disse que o passivo era de mil e setecentos milhões de euros.
É triste, mas antevê-se o fim de cena socialista. Também em Lisboa. Que está cada vez pior. Vai perder o aeroporto e vai ganhar uma muralha à beira-Tejo. A cidade está cheia de buracos de uma ponta à outra, nas estradas e nos passeios. Os espaços verdes demonstram descuido e o trânsito acumula-se em segundas e terceiras filas porque não há estacionamento onde quer que se vá.
O balanço feito do passado dá claríssima vantagem a Santana Lopes. E as pessoas sabem disso. Por muito que Costa insulte o adversário, chamando-lhe de mentiroso. Ora, não é o insulto a grande arma dos fracos? Neste caso é a única arma de quem nada mais tem para dizer. E este vídeo, triste para quem acredita na democracia, fez ricochete.
Digamos que foi um ricochete com sentido.

domingo, 26 de julho de 2009

O Tejo, visto do Arripiado

Incitamento à violência é crime


Agora é mais fácil ser campeão em Portugal: basta juntar trinta delinquentes, associados numa claque ilegal, invadir estádios e atirar pedras a homens, mulheres e crianças. Foi isso mesmo que o Conselho Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol disse, ao impedir a consumação do jogo que iria decidir o título de juniores. E, pior do que isso, atribuiu o título a quem protagonizou um cenário nunca antes visto num local como uma academia de formação de jovens atletas.
Por isso, uma equipa que fizer três pontos na primeira jornada e tiver a maior diferença de golos pode seguir essa via: impede a consumação dos outros jogos e dos seus próprios, com marginais a atirar pedras.
Além de uma péssima decisão, é um precedente gravíssimo o que se abre. Porque se foi assim que o Conselho Disciplinar julgou, no futuro está obrigado a decidir da mesma maneira. Tanto a Federação como a Liga.
Afinal, no futebol em Portugal, pode-se ganhar desta forma. À pedrada.
Não deixa de ser curioso que Fernando Ruas tenha sido recentemente condenado por incitamento à violência quando apelou há três anos a que se corresse à pedrada com os vigilantes da natureza. Estes agora vêem dizer o mesmo. E dizendo-o, incitam à violência. Mesmo que não o fizessem, protegiam aqueles que cometeram um crime. Se não tinham bilhete, não podem entrar em propriedade privada. Se tivessem, as ofensas à integridade física foram evidentes. E, neste caso, a defesa dos sportinguistas parece ser legítima. Mas decidiram ao contrário. E isso é demonstrativo do pântano a que chegou a Justiça. Sobretudo a "justiça desportiva".

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sem nexo


Esta é a imagem de uma rua, perpendicular à avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés, no fim da tarde de ontem.
É um cenário algo bizarro para os que aqui vivem. Mas, apesar de bizarro, quase que se adivinhava este desfecho.
Porque primeiro se construiu um parque de estacionamento pago que, apesar de bem arranjado, não serviu os que aqui moram. O que não tem de automóveis estacionados tem de cócó de cão.
Ao tempo em que se fez o parque, embelezou-se o mesmo com canteiros das mais variadas espécies de plantas e flores. Depois, deitou-se parte desse pequeno jardim abaixo, para se fazerem obras. Agora, onde estava um jardim está terra. Que é significado de poeira quando o tempo está seco.
Na outra parte, perto da ribeira, ao tempo do parque, também se construiu um canteiro. Que se deitou abaixo para se fazerem obras. O problema é que, ao lado dessas obras, está a ribeira de Algés que, ainda este ano, transbordou.
O que as imagens demonstram é o resultado disso mesmo. Que ditou que pelo menos quatro pessoas ficassem soterradas. Que o passeio cedesse assim como parte dos lugares de estacionamento.
A rua, perpendicular à avenida dos Bombeiros, está fechada. Para obras. Obras que se sucedem a mais obras. E essas obras já tinham obras precedentes. Também a avenida dos Bombeiros tem o trânsito condicionado por causa de obras. Ao fim, está uma rotunda em obras. E metros adiante, outra rotunda, também em obras.
Ou seja, obras atrás de obras. Por falta de comunicação. Por falta de cuidado. E, porventura, por falta de competência.
É pena que se feche um ciclo no concelho graças a imprudências. Mas pior seria se continuasse tudo na mesma e o resultado fossem pessoas feridas, famílias sem gás em casa e uma quantidade enorme de obras que, como aquele parque de estacionamento, não servem para coisa nenhuma.
Passados tantos anos, já era tempo de vermos o problema da ribeira de Algés resolvido. Era tempo de se ter feito obra. Mas obra que se traduzisse em mais qualidade de vida e em verdadeiras mais-valias para os munícipes.
E, ao som das obras e depois destes incidentes tristes, talvez seja hora para se virar a página. Um virar de página com tranquilidade. Porque, ao fim de tantos anos, tanto incómodo e tanto ruído, os que aqui vivem merecem um futuro, pelo menos, mais tranquilo.

Como é possível? - parte II


Como é possível que um clube deixe sair, a troco de nada, os seus melhores jogadores? No ano passado, saíram Rui Costa e Petit. Este ano já saiu o Katsouranis.
Hoje gastaram mais 7 milhões em mais um trinco. Depois dos 5M do Saviola, dos 7,5M do Ramires, dos 3M do Patric e dos 2M do Schaffer.
Nos últimos anos, apenas com o que o Benfica gasta (em vão) em reforços, chegaria para o orçamento da época inteira do Sporting.
De onde é que vem esse dinheiro? Da Liga dos Campeões, onde o Benfica não vai há alguns anos? Da Taça Uefa, onde o Benfica não ganhou um único jogo? Da Liga, com o prémio de quem fica em terceiro ou quarto lugar? Dos jogadores que o Benfica não vende para lado nenhum?
Sendo certo que os patrocínios e as receitas da Benfica TV não chegam para compensar a falta de êxito desportivo (e, portanto, também financeiro), a conclusão a que chegamos é que o Benfica se está a meter num buraco. Noutro buraco. De onde dificilmente conseguirá sair. Pelo menos nos próximos anos.
Só é triste que esta loucura que assistimos, ano após ano e sempre sem dar resultado, seja apenas uma golpada. Outra. Para atirar areia, de forma a que os sócios não consigam perceber que, em vez de brasileirinhos, o Benfica poderia ter utilizado o dinheiro (que pelos vistos tem) em Cissokho e Álvaro Pereira e na manutenção de jogadores como César Rodriguez, Miccoli ou Falcão.
Mas de que valeria? O filme é sempre o mesmo: início em euforia, final em depressão. Mais uma época para o Sport Lisboa e Benfica.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Como é possível?


Um bom lateral direito e um bom lateral esquerdo. São dois jogadores que o Sporting continua a não ter. Como é possível que não se tenha ido ao mercado buscar um jogador para essas posições?
À partida para esta época, o Sporting tem revelado os problemas do costume: falta de discernimento na defesa, falta de concentração, falta de altura nas bolas paradas defensivas, ausência de um fio de jogo que leve a saídas rápidas para o ataque, um meio-campo demasiado exposto a prováveis mudanças de velocidade dos adversários e um ataque ineficaz, demasiado perdulário.
Com a entrada de Marques, Saleiro e Fernandez, certo é que quase nada mudou. Em vez de Ronny, temos Marques, demasiado novo. Em vez de Tiui, temos Saleiro. Em vez de Romagnoli, temos Matias. Então e para o lugar de Abel (ou Pedro Silva)? E o lugar de Grimi? E para a posição 6? E um homem que consiga fazer a diferença num meio-campo demasiado amorfo? E um homem que consiga pôr a bola lá dentro?
Outra coisa que é certa é a ausência de dinheiro para reforçar a equipa. Contudo, não pode deixar de ser preocupante que o Sporting não tenha hoje alguém que substitua Derlei, que foi fundamental na época transacta. O Sporting quer ainda trazer um novo jogador para um meio-campo, que, com qualidade, já tem Moutinho e Vukcevic, aos quais se podem juntar Veloso (a melhorar), Matias (será que sim?), Rochemback (se ele quiser), Adrien (com confiança e rodagem pode ser alternativa aos titulares), Pereirinha (rápido, precisa de mais tempo em campo). Ainda por cima, agora Izmailov é carta fora do baralho. Que venha ele esse jogador.
Mas é provável que o Sporting possa conseguir encontrar o desejado reforço para o meio campo dentro do próprio plantel, porque qualidade e margem de progressão não falta naqueles jogadores. Nas laterais defensivas é que não há nem qualidade nem margem de progressão. Pelo que deviam ser as posições a reforçar. Com urgência. E, porventura, até se poderia tentar trocar Tonel por um central mais novo e mais acertado, se o mercado estivesse para isso. Um Cáceres (que o Barça quer pôr a rodar), um Zé Castro, um Manuel da Costa...
Sendo pouco provável uma ida à Liga dos Campeões, nesta pré-época, a ideia que fica é que, por muito que o meio-campo faça, por muito que trabalhem os avançados, vamos "ficar a vê-los passar", pelas laterais com a maior das facilidades. E isso, a este nível, nem sequer chega a ser medíocre. É quase trágico. Sobretudo para uma equipa que se quer campeã nacional.

sábado, 18 de julho de 2009

O caos



Portugal vive hoje um caos na Justiça, que passa uma ideia perigosa de impunidade a toda a sociedade. A Justiça deixou de ser célere e eficaz, o que, desde logo, levanta a necessidade premente de uma reforma a sério nesta função tão importante de um Estado de Direito.
Apesar de ser defensor de uma lei flexível e que vise, além da punição do agente do crime, a possibilidade de uma futura reintegração na sociedade, o que é certo é que as alterações feitas no Código de Processo Penal resultam de uma precipitação que, neste domínio, simplesmente não podem acontecer.
A Polícia deixou de poder exercer, correctamente, o seu papel. É constantemente desautorizada, não tem meios suficientes, o seu trabalho é permanentemente tornado ineficaz visto que o processo esbarra em burocracias e leviandades da lei, que acaba por colocar em liberdade o agente do crime. Não é tolerável que um polícia trabalhe doze horas seguidas num dia. É absolutamente inaceitável que não se conceda ao polícia o poder de disparar, se for esse o meio necessário para salvaguardar a ordem pública, sendo que o acontece actualmente é que o polícia que dispara é constantemente responsabilizado por esse acto, que é sempre visto, a priori, como exagerado.
Todos estes factos têm contribuído para que a Polícia não seja respeitada. E isso merece séria reflexão, assim como a desmotivação dos seus agentes, que têm dado lugar a vários suicídios, recentemente.
Olho com muita preocupação para a incompetência da maioria absolutíssima da esquerda na Assembleia da República. Porque os tempos actuais, no domínio da (in)segurança, merecem excepcionais políticas de direita. Também me parece completamente insuportável que o Estado continue, no futuro, sem rei nem roque em matéria de segurança. Que já deveria ter dado lugar a substituição ministerial.
A este sentimento de insegurança, que ganha força a cada dia que passa, a cada estabelecimento assaltado, a cada pessoa roubada, junta-se um caos enorme na Justiça. Se, noutros países, vemos algumas sentenças céleres, exemplares e exemplificativas, por cá vemos processos arrastados no tempo, em que parte deles prescreve. Vemos relações promiscuas entre pessoas com enormes responsabilidades em alguns processos judiciais e detentores de cargos políticos. Deixou de haver separação entre o que é da Justiça e que é da Política. Em processos que são do conhecimento público, é o próprio Ministério Público que vem acusar pessoas com base em análises subjectivas. E esse é o mesmo Ministério Público que pensa que o facto de uma pessoa ser vista como a principal suspeita da prática de um crime, para os britânicos, não é suficiente para a tornar arguida. Vai sendo assim, ao contrário do que acontece noutros países, que a Justiça vai sendo cada vez menos credível, cada vez mais caótica.
Não se admite também que o direito à Justiça seja, cada vez mais, um direito pago. E aqui não falo apenas do direito que todos têm em pagar mais por um advogado mais reputado. Falo também das custas judiciais que, na prática, acabam por afastar muitas pessoas da classe média ou baixa do exercício dos seus direitos. Ninguém consegue entender para que serve o dinheiro proveniente dos impostos quando o país se endivida para fazer obra e que não se veja retorno. Nem através de uma Justiça melhor. Nem, por exemplo, na saúde, onde enormes listas de espera são sempre o cenário provável.
Ao definirmos o estado actual, verificamos que mais não estamos a fazer do que a caracterização de um pântano, que a situação na Justiça confirma, para o qual fomos arrastados graças a longos anos de governações desastrosas.
No 12º Ano, estudei que há três fins que são fundamentais num Estado como o nosso: a Justiça, a Segurança e o bem-estar económico e social. E, curiosamente, nenhum desses fins tem sido cumprido.
Os próximos tempos devem merecer uma reflexão profunda. Sobretudo no que respeita à Justiça e à Segurança. Porque um país inseguro não gera qualidade de vida. Um país que não é justo não atrai investimento. E, assim, façam-se os esforços que quiserem noutros domínios, Portugal não conseguirá resolver os seus problemas.
Discuta-se o sexo dos anjos e o casamento gay, mas se o País não fizer reformas profundas e devidamente reflectidas, na Justiça e na Segurança, e outra expectativa não podemos ter senão a de antever o agravamento de problemas, ainda mais sérios, no futuro.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O Twente

O Twente não é uma equipa qualquer nem tão acessível como alguns querem fazer crer. Na última época, ficaram em segundo lugar no campeonato holandês, à frente de equipas como o Ajax, o PSV e o Feyenord. Este segundo lugar não foi conseguido por acaso, já que a equipa foi finalista da Taça.
O técnico Steve Mclaren, o mesmo que não conseguiu levar Inglaterra ao Europeu, é quem comanda uma equipa que tem conseguido manter a estrutura nos últimos anos. A única boa notícia relativa ao Twente será a possível saída de Arnautovic, um jovem muito promissor, para o Inter de Mourinho.
Assim sendo, o leão terá de trabalhar muito para conseguir dominar esta presa que é tudo menos fácil.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

As vaquinhas e o Sporting


Quando eu e os meus amigos queremos ir saír à noite e um deles não tem dinheiro, os outros fazem uma "vaquinha" e acabamos por ir todos juntos.
Até nos casamentos, sendo certo que um jovem casal não tem dinheiro para comprar um carro, uma casa, móveis e decoração, o que acontece, na prática, é que os convidados do casamento fazem, de uma maneira ou de outra, uma espécie de vaquinha. E os que casam só assim podem viver numa casa mobiladada, ter um carro, além do próprio casamento em si.
Por que razão não temos, nós sportinguistas, de pensar assim? Em palavras de entendimento fácil para uma criancinha pequena, o Sporting não tem dinheiro. E, como não tem dinheiro, não tem uma boa equipa. Como não tem uma boa equipa, não ganha campeonatos. Como não ganha campeonatos, não mobiliza e assim também não resolve o seu passivo. Em situações semelhantes o que acontece? Faz-se uma vaquinha.
Não é que andem alguns voluntários a pedir moedinhas aos sócios e adeptos. São os sócios e os adeptos do Sporting que devem sentir esse dever. Vão menos ao cinema, saiam menos à noite, vão jantar fora menos vezes, comprem menos brinquedos para os filhos. Mas comprem as gameboxes, façam-se sócios e, em vez de brinquedos para os miúdos, ofereçam-lhes equipamentos completos do Sporting. Até podem pôr o número de anos do filho e escrever o seu nome na parte de trás. Vão mais à bola. E levem os amigos e a família.
Poupe-se no tabaco, nas revistas cor de cosa, nos jornais desportivos. Poupe-se na gasolina e nas contas da casa. Poupe-se nos cafés e em tudo o que se puder. Mas de ir ao estádio, de ter uma camisola e um cachecol do Sporting é que não se pode abdicar. Assine-se também o Jornal Sporting.
Fazendo as contas, os que fumam um maço por dia, gastam, pelo menos, 1000 euros por ano. Para quantas gameboxes dá esse dinheiro?
Os que tomam um café por dia, gastam mais de 350 euros por ano. Já dava para uma gamebox mesmo na Bancada Central.
Ainda por cima, o tabaco e o café só prejudicam a saúde. E, se todos fizessem esta espécie de vaquinha, tenho a certeza que o retorno seria enorme. Porque de quinze em quinze dias, deita-se cá para fora a tensão acumulada. Com o estádio sempre cheio, de verde e branco de uma ponta à outra, o Sporting ganharia mais vezes. E qual é o sportinguista que não fica feliz quando a equipa ganha? Pelo menos eu fico insuportável quando o Sporting não ganha e não paro de chatear os meus amigos, de outros clubes, quando saímos vitoriosos.
Antes de exigir mais dos outros, exijamos primeiro o máximo de nós próprios. Em prol do Sporting. Investir no Sporting, nem que seja comprando um lugar anual*, uma camisola ou um cachecol, é uma obrigação que todos nós, sportinguistas, temos de assumir. Para que o Sporting seja um "grande, tão grande como os maiores da Europa".



*Ser sócio e comprar a gamebox tem muitas vantagens. Por exemplo, ainda ontem fui ao cinema na Alvalaxia e por cada bilhetes comprado oferecem outro.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O metro de Lisboa


Há anos que se fala da expansão da rede de metro na cidade de Lisboa. E, curiosamente, verificamos que, apesar de não haver metro em algumas zonas históricas (como Belém ou Alcântara), o metro há poucos anos cresceu para locais cujo crescimento demográfico é relativamente recente.
O metro de Lisboa está nos meus pensamentos desde o ensino básico, quando estudava na Escola "Ave-Maria" e se falava, já nessa altura, de que o metro, finalmente, chegaria a Alcântara. É também, no metro, que penso quando se fala em investimentos públicos. Como é possível que se fale de TGV, de uma nova travessia (rodoviária) sobre o Tejo e de uma nova auto-estrada Lisboa-Porto quando a rede de metro em Lisboa, comparativamente com outras cidades europeias, é capaz de nos deixar envergonhados quando estamos com estrangeiros?
O alargamento da rede de metro em Lisboa seria, porventura, um investimento mais reprodutivo que o TGV. Uma linha de metro, articulada com uma linha ferroviária segura, certamente iria reduzir o tráfego rodoviário, sobretudo dos que se deslocam entre Lisboa e Sintra, Cascais, Oeiras, Odivelas ou a própria margem sul do Tejo. Seria mais vantajosa para os percursos entre a cidade e tornaria Lisboa mais apelativa para os turistas. Este investimento (cuja necessidade de ser feito não é de agora) poderia complementar uma desejada ideia de se "cortar ao trânsito (rodoviário)", pelo menos, o centro histórico.
De nada valem os esforços feitos e por fazer quando os autocarros não são, nem serão no curto prazo, alternativa ao automóvel. Não o são, nem serão, no curto prazo por várias razões. E de nada valem também quando a rede de metro é ineficiente (na parte que já existe), não cobre grande parte da cidade e não está devidamente articulada com outros transportes públicos, nomeadamente os comboios, que vão e vêem de concelhos limítrofes.
O primeiro passo a ser dado terá de passar pela aposta na linha férrea nacional. A que já existe. Importa torná-la mais segura e mais eficiente. Quiçá importe até expandi-la. Achei curioso que o investimento na manutenção, promoção e expansão da linha férrea nacional(projectada e construída noutro regime) fosse um dos objectivos do PSD para o mandato que começará ainda este ano, porque parecia que estava arrumado na gaveta há muitos anos.
E o segundo passa pela cooperação entre as várias autarquias, o Governo e a Metro de Lisboa para que a cidade tenha, finalmente, metro. Metro a sério! Que não sirva apenas os interesses de uma minoria de pessoas, mas que sirva os superiores interesses da Cidade e do País.
Porque um país não se torna competitivo quando tem bonitas carruagens e estações que são obras de arte. Não se torna competitivo por querer não ficar de fora do TGV. Não se torna competitivo com a construção de várias auto-estradas, sobretudo quando as que temos já servem os interesses das pessoas.
Um investimento, a sério, no metro da capital deveria ser, na minha opinião, uma das prioridades estratégicas do País. Pelo menos, para quando houver dinheiro. Caso contrário, aí sim estaremos mais terceiro-mundistas e menos competitivas relativamente à Europa moderna e desenvolvida.

Episódio de domingo à tarde

Quando, num domingo à tarde, entram dois grupos de homens e mulheres num mini-mercado de uma das avenidas mais "activas" do concelho de Oeiras, para furtar o que lhes aparece à frente, saindo desse mini-mercado (cheio de clientes) com a maior normalidade, é sinal de que a actualidade está preocupante.
Porque depois dos já pouco noticiados (por serem uma realidade cada vez mais normal) assaltos nocturnos, que assolaram algumas das papelarias desta avenida, um assalto ao Minipreço de Algés, ao fim da tarde de domingo, assusta. Porque estava repleto de gente.
Apesar do episódio em si, talvez não chegue dizer que as ruas (mesmo aquelas onde trabalhamos, estudamos ou vivemos) estão mais perigosas, que as pessoas precisam de roubar para sobreviver, que esta realidades das rixas e dos assaltos está a tornar-se cada vez mais comum. A única relação que vemos entre a Polícia e o Governo, é que o Governo anda a "apanhar bonés" dos polícias.
A polícia tem sido impotente. Talvez haja poucos polícias nas ruas. Talvez tenham poucos meios. Talvez o ministro já devesse ter sido demitido por não conseguir responder a estas necessidades. Que são de todos os cidadãos. Que se sentem cada vez menos seguros.
E, para juntar a tudo isto, o verão (digo, as férias de verão) estão à porta.

domingo, 12 de julho de 2009

Que aprendam a lição

Eu não vi o jogo de ontem do Sporting. Mas, pelo que li, sumariamente, em alguns blogues e nas páginas da net dos jornais desportivos, espero que a derrota de ontem tenha servido para que se aprenda qualquer coisa. Até porque é para isso que serve a pré-época. E não haverá sportinguista que prefira perder no campeonato do que ser vencido num jogo amigável contra uma equipa do secundo escalão inglês.
Pelo que li, o Sporting esteve perdulário na frente de ataque e jogou um futebol maçador. Ou seja, exactamente o que tinha acontecido na época que passou. E isso, apesar de pouco ou nada valer, não ajuda a apelar os sócios a comprar as suas gameboxes, irem ao estádio ver os jogos e acreditar que, no próximo ano, finalmente podemos ser campeões.
Apesar de acreditar em Bettencourt e confiar em Paulo Bento, há muitos dossiers por resolver: desde Stojkovic a Purovic, passando por Ronny, Romagnoli, Celsinho, Tiui e...Miguel Veloso. Além disso, ainda não chegaram os dois reforços que o Sporting precisa. E continuo crítico relativamente à questão dos laterais, pois parece-me que André Marques e Grimi, Pedro Silva e Abel não têm a qualidade suficiente para jogar num grande de Portugal e numa equipa iminentemente de Champions (League).
A quinze dias do primeiro jogo oficial (de uma enormíssima importância), resta-nos acreditar que as coisas se podem alterar, ter confiança no novo Presidente e esperança numa época melhor.
Mesmo que não se ganhe sempre, os adeptos do Sporting têm cada vez mais legitimidade para exigir que a equipa jogue futebol. Bom futebol. Não pode passar pela cabeça de ninguém que a época que agora começa será tão medíocre como a temporada anterior.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

E ao ver-te, Lisboa, Lisboa...


Foi importante a passagem de António Costa pela Câmara Municipal de Lisboa, passagem que agora (finalmente) termina. E foi importante pela simples razão de que ficou provado que Costa não tem nem as capacidades nem o perfil que se exige de um (bom ou mau) autarca.
Depois de um mandato que se traduz em tempo perdido, António Costa terá uma luta contra aquele que foi unanimemente considerado como o melhor candidato que os social-democratas podem apresentar para Lisboa. Ainda no último domingo, Marcelo Rebelo de Sousa referiu isso.
Ao tempo em que o PSD anunciou Pedro Santana Lopes, adivinhava-se uma luta complicada para os dois.
Contudo, o cenário alterou-se, sobretudo desde o início de Junho. Até aí, Santana ganhou o fôlego e o apoio necessários para ganhar Lisboa, enquanto Costa perdeu força com obras mal preparadas, com anúncios avulsos, com contradições em relação a um discurso assumido desde a última campanha eleitoral, com cartazes pouco compreensíveis, com esbanjamento de dinheiro em anúncios publicitários nos media e com petições (de união da esquerda) que se traduziram em coisa nenhuma. Ou melhor, traduziram-se na apresentação de três (fortes) candidatos à esquerda que quase inviabilizaram uma hipotética, apesar de ter sido sempre pouco provável, vitória de António Costa.
Para cá de Junho, suponho que Costa tenha passado noites atrás de noites em branco. Porque todos sabemos que Costa não sonha ser presidente da Câmara de Lisboa. Apenas vê Lisboa como a catapulta para outro tipo de voos. Mas, até 7 de Junho, todos estavam certos de que iria haver um segundo mandato de Sócrates, o que, agora, é cenário muito mais difícil. Ainda para mais, uma possível derrota do PS nas legislativas acontecerá a 15 dias das autárquicas e se o PS perder, Costa afigura-se (a par de Seguro) como um dos possíveis candidatos a líder, o que enfraquece ainda mais a sua candidatura a Lisboa.
Assim sendo, a juntar a tanta trapalhada (o que é próprio de quem convida Sá Fernandes para governar qualquer coisa - e Lisboa não é qualquer coisa!), Costa correrá o risco de passar a campanha eleitoral para as autárquicas ao mesmo tempo em que faz campanha para concorrer a líder dos socialistas. Estou convicto de que, partindo do pressuposto que o PS perde as legislativas, se as autárquicas fossem alguns meses mais tarde, Costa nem sequer seria o candidato do PS.
Em suma, podemos concluir que, depois de tantas confusões e de um António Costa cada vez mais baralhado, Pedro Santana Lopes tem mais hipóteses de ganhar Lisboa hoje do que as que tinha ontem. E ontem tinha muito mais hipóteses de ganhar Lisboa do que as que tinha anteontem. E tem sido assim, sucessivamente, de há um mês para cá.
É bom sinal. Do ponto de vista do que é melhor para Lisboa.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O conquistador de Madrid (e do resto do Mundo)


Se ainda há dias em que se exalta o orgulho enorme que sentimos em sermos portugueses, hoje é certamente um desses dias. Porque nos sentimos, como noutros tempos da nossa imperial História, quase predestinados a sermos um povo de guerreiros e, pois claro, de conquistadores.
Ver um português conquistar terras britânicas já sobrava para alimentar o nosso patriotismo. Mas hoje, ao ver o Santiago Bernabéu repleto de gente para a apresentação de um português é algo absolutamente espectacular. Porque nunca antes se tinha visto uma coisa destas. Porque Madrid não é uma cidade qualquer. E porque o Real é o grande clube da História do futebol.
Com bandeiras portuguesas e camisolas da selecção nacional, ao som de uma música portuguesa, todo o Mundo viu em directo a apresentação daquele que será, porventura, um dos melhores jogadores de todos os tempos. E é português.
Boa sorte ao Cristiano Ronaldo. Que continue a dignificar a nobre História de um povo de guerreiros. Que continue a honrar o nosso País e a expandi-lo, no que for possível, por todo esse mundo fora.
E nós, portugueses, só temos o dever de o apoiar. Porque ele é, como outros portugueses da nossa História, um conquistador. Um conquistador a sério.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Fim de festa




O ministro da papa Maizena e do fim da crise vai embora. E já vai tarde.
Se tivesse sido demitido antes, teria sido evitado este episódio completamente lamentável e indigno de quem é ministro de Estado e se apresenta perante os deputados eleitos, que representam os cidadãos, na grande casa da democracia portuguesa.
Um acto indigno com dois sinais: um, de desnorte; outro, de fim de festa.